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ACADEMIA CORONEL WALTERLER


COGNITIO HIERARCHIA NON HABET
CNPJ 14.915.486/0001-00
MISSÃO: ensinar com excelência, redescobrindo nossa capacidade de pensar
VALORES: hierarquia, disciplina, legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência, ética, lealdade, competência, compromisso e respeito

COORDENAÇÃO ANDRAGÓGICA
SEÇÃO TÉCNICA DE ENSINO
DISCIPLINA > DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
DOCENTE: Prof. Cel José WALTERLER

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

1. CONCEITO

O processo é o leito de garantias do indivíduo que o Estado deverá cursar para a


aplicação da pena. Garantias indispensáveis e indisponíveis. Vale dizer, não pode o
Estado prescindir delas e nem mesmo o acusado poderá abrir mão de sua aplicação.
Tem, assim, o processo o caráter de instrumentalidade garantista, ou seja, caráter
de instrumento para a garantia do indivíduo iluminado por princípios.

2. SISTEMAS PROCESSUAIS

a) INQUISITIVO – Nele, as funções de julgar, acusar e defender concentram-se e se


confundem.

b) ACUSATÓRIO – Como o próprio nome sugere, há distinção de funções no


processo. Surge com o nascimento do Ministério Público (MP). Assim, pelo surgimento
de partes bem definidas é possível o estabelecimento do contraditório pelo choque de
teses. (Art. 129, I, CF – MP como entidade autônoma).

c) MISTO OU FRANCÊS – Conjugação dos sistemas anteriores.

Pelo sistema acusatório, o juiz não pode iniciar o processo de ofício.

3. INVESTIGAÇÃO NO SISTEMA ACUSATÓRIO:

JUIZ – papel centrado na flexibilização das garantias fundamentais, contudo, não


interfere no caminho investigatório;

MINISTÉRIO PÚBLICO – exercício do controle externo da atividade policial


(fiscalização e controle sem relação hierárquica). Interferência indireta nos rumos da
investigação (requisição de diligências policiais). O MP pode presidir investigação?
O poder de investigar do MP é decorrência do sistema acusatório, ou seja, aquele
que acusa pode, também, investigar. Há quem defenda que a CF não prevê,
expressamente, este poder e que a Polícia Federal é a polícia judiciária da União, com
exclusividade. (Min Nelson Jobim, STF).
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4. PRINCÍPIOS

DEVIDO PROCESSO LEGAL (art. 5º, LIV, CF) – Garantia mais ampla, por se confundir
com a própria necessidade de processo. Aplicação da pena, apenas e tão somente, por
meio do processo. A transação penal só existe em relação aos crimes de menor potencial
ofensivo (art. 98, I, CF), para a aplicação de penas alternativas (não privativas de
liberdade) e suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.0099/95).

JUIZ NATURAL (art. 5º, XXXVII, CF) – Estabelecimento de regras de competência,


prévias ao fato. Vedação do juízo ou tribunal de exceção. As regras de competência
possuem base constitucional (art. 5º, LIII, CF).

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (art. 5º, LVII, CF) – Ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Consequências:

a) REGRA PROBATÓRIA: O ônus da prova cabe a quem acusa. Daí, o fato de, na
dúvida, pender-se em favor do acusado (in dubio pro reo).

b) REGRA DE TRATAMENTO: O acusado deve ser tratado como inocente. A prisão


só poderá ocorrer após sentença condenatória, com transito em julgado, salvo prisão
cautelar.

CONTRADITÓRIO (art. 5º, LV, CF) – Condução dialética do processo, com a


participação efetiva do MP e da defesa. O contraditório divide-se em:

a) NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO: Informação de todos os atos do processo.

b) POSSIBILIDADE DE REAÇÃO: Ação garantida no âmbito do processo.

c) CONSIDERAÇÃO DA REAÇÃO: Faculdade de ter as teses de defesa apresentadas


consideradas pelo juiz.

Por inexistir contraditório na fase de investigação, as peças colhidas no inquérito


policial não podem, isoladamente, exclusivamente, levar à condenação do acusado. Por
outro lado, os exames periciais e as escutas telefônicas, p. ex., podem autorizar um
decreto condenatório face à possibilidade de a defesa contestá-los na fase processual.
É o que se chama de contraditório diferido.

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5. AMPLA DEFESA (art. 5º, LV, CF) – Divisão:

a) DEFESA TÉCNICA: Aquela realizada por um técnico (art. 564, III, alínea c, CPP e
art. 261, CPP);

b) AUTO DEFESA: Realizada pelo próprio acusado.

 DEFESA TÉCNICA:

Possibilidade de nomeação, pelo presidente, de defensor ad hoc pela falta do


defensor constituído pelo acusado (art. 265, CPP).

A ampla defesa inicia-se a partir do início do processo, sendo obrigatória a


presença de defensor desde o interrogatório (Lei 10.792/03). Possui o advogado o
direito à entrevista pessoal com seu cliente antes do interrogatório (art. 185, CPP).

Também como corolário da ampla defesa, o juiz não pode julgar sem a peça das
alegações finais. Deve, então, determinar que defensor ad hoc ofereça as alegações
finais. A defesa técnica deve, portanto, ser plena e efetiva. PLENA, por ser necessária
em todo o processo e, EFETIVA (art. 261, § único, CPP), pela necessidade de seu exercício
operar-se mediante manifestação fundamentada, sob pena de nulidade (art. 497, V,
CPP).

 AUTO DEFESA:

a) CURADOR: Ocorria quando a maioridade civil era diversa da maioridade penal,


sendo necessário, nesses casos, a nomeação de curador para acompanhar o processo.

Agora, não há mais sentido a figura do curador, haja vista o advento do Novo
Código Civil (NCC), fazendo a maioridade civil coincidir com a maioridade penal.

Alguns autores, porém, entendem que o próprio NCC veda a projeção de efeitos
para outras esferas do Direito. De qualquer sorte, a figura de defensor supre a
necessidade de curador.

b) DIVISÃO DA AUTO DEFESA:

(i) Direito de Audiência: Direito de ser ouvido, o qual se manifesta durante o


interrogatório.

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(ii) Direito de Presença. Direito de estar presente a todos os atos do processo,


inclusive, no caso de réu preso. Flexibilizado no caso de precatória para outra Comarca
e na situação de a testemunha sentir-se ameaçada ou constrangida na sala de audiências
(art. 217, CPP).

(iii) Direito De Postulação Pessoal. O acusado pode postular, pessoalmente, em


três situações: habeas corpus, recursos e revisão criminal.

(iv) Direito À Não-Auto Incriminação. Nemo tenetur se detegere ou, para o Direito
norte-americano, “privilege agaist self-incrimination”. Ou seja, é o direito de não
descobrir-se, sendo facultado o direito de não produzir provas contra si.

Surge como decorrência do princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF) e da
Convenção Norte-Americana de Direitos Humanos (art. 8º, item 2, g, CADH – “...
ninguém será obrigado a declarar-se culpado”).

(v) Direito Ao Silêncio (art. 5º, LXIII, CF). O silêncio não importará em prejuízo da
defesa nem em confissão (art. 186, CPP).

O art. 198, CPP, não foi adequado pela Lei 10.792/03, porém tal dispositivo não é
recepcionado pela constituição.

O acusado tem o direito de mentir, inexistindo o dever de falar a verdade.


Prevalece, porém, o entendimento de o acusado não poder mentir sobre sua
identificação pessoal (interrogatório de qualificação), sob pena de cometer a
contravenção penal descrita no art. 68, da Lei de Contravenções Penais (recusa de dados
sobre própria identidade ou qualificação).

Condução coercitiva:

Aceita-se a condução coercitiva para a acareação e para o interrogatório, mas o


acusado tem direito ao silêncio.

Reprodução simulada dos fatos

A reprodução simulada dos fatos só é possível com a aquiescência do acusado,


porém ele pode ser conduzido coercitivamente ao local do exame.

Exame grafotécnico

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O acusado também não está obrigado a fornecer os padrões grafotécnicos, apesar


da existência do art. 174, IV, CPP, e 344, d, CPPM, autorizando o juiz a ditar os caracteres
necessários à realização do exame, quando não houver escritos para a comparação ou
forem insuficientes os exibidos. A doutrina aponta como possível ao acusado ou
investigado a negativa em escrever o que lhe foi ditado, sem falar-se em crime de
desobediência.
Exames que demandam intervenção corporal invasiva 5Os exames que demandam
intervenção corporal invasiva não podem ser realizados sem a autorização do acusado.

Bafômetro e os exames de embriaguez

O bafômetro e os exames de embriaguez não podem ser impostos ao acusado em


face da necessidade de participação ativa do sujeito.

6 INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

1. Conceito

É a primeira etapa da persecução penal que, de regra, é atribuída à Polícia


judiciária Militar, visando a averiguar as circunstâncias de um fato aparentemente
delitivo e a sua provável autoria.

Código de Processo Penal Militar – CPPM

Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais,
configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade
precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal.
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e
avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às
formalidades previstas neste Código.

Finalidade do IPM (9º, CPPM):

1. Apuração de fato aparentemente delitivo e sua provável autoria;

2. Fornecer ao MP elementos necessários à propositura da ação penal ou da


manifestação pelo arquivamento. Vale dizer, fornecer os elementos necessários à
formação dos elementos de convicção;

3. Servir de base às medidas endoprocessuais – cautelares reais, busca e


apreensão; ou cautelares pessoais, prisão preventiva etc..

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Modos por que pode ser iniciado o IPM

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:

a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido
a infração penal, atendida a hierarquia do infrator;

b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência,


poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício;

c) em virtude de requisição do Ministério Público;

d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25;

INSTAURAÇÃO DE NOVO INQUÉRITO

Art. 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas


provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa,
ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade.
§ 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos ao
Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c.
§ 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se entender
inadequada a instauração do inquérito.

e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude


de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja
repressão caiba à Justiça Militar;

f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência


de infração penal militar.

CARACTERISTICAS:

1. OBRIGATORIEDADE (art. 10, “a” e “f”, CPPM) – A autoridade policial militar,


independente de provocação do juiz, do MP, da vítima ou de qualquer do povo, tem o
dever jurídico de instaurar o Inquérito Policial Militar (IPM) sempre que deparar-se com
um fato aparentemente delitivo persequível via ação penal pública incondicionada.

ATENÇÃO

Com a recente promulgação da NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI Nº 13.869,


DE 5 DE SETEMBRO DE 2019, constitui abuso de autoridade:

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração


penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da
prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação


preliminar sumária, devidamente justificada.
(...)
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa
causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

ATENÇÃO 2

O enunciado dessa nova LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE impõe acurada apreciação


dos fatos que, numa primeira visão, impliquem na instauração de procedimentos
inquisitoriais, pois, em se instaurando desnecessariamente um IPM ou uma mera
sindicância, a autoridade responsável pela edição do ato, poderá ser penalizada.

SUPERIORIDADE OU IGUALDADE DE POSTO DO INFRATOR

Art. 10.
§ 1º. Tendo o infrator posto superior ou igual ao do comandante, diretor ou chefe de órgão ou
serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a infração penal, será feita a
comunicação do fato à autoridade superior competente, para que esta torne efetiva a delegação,
nos termos do § 2° do art. 7º.
(...)
§ 5º. Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios contra oficial
de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas
funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do § 2° do art. 7º.

Art. 7º.
§ 2º. Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar,
deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da
ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.

Providências antes do IPM

Art. 10.
§ 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção ou
chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que
sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha
conhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar.

Infração de natureza não Militar

Art. 10.
§ 3º Se a infração penal não for, evidentemente, de natureza militar, comunicará o fato à
autoridade policial competente, a quem fará apresentar o infrator. Em se tratando de civil, menor
de dezoito anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores.

Oficial general como infrator


§ 4º Se o infrator for oficial general, será sempre comunicado o fato ao ministro e ao chefe de
Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites regulamentares.
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AINDA características do IPM:

2. Indisponibilidade – A autoridade policial não pode abandonar as investigações


ou determinar o arquivamento de inquérito policial.

3. Discricionariedade na condução das investigações – Além do rol de diligências


previstas nos arts. 12 e 13, do CPPM, a autoridade policial pode realizar qualquer outra
que entenda necessária, podendo indeferir solicitação do ofendido para realização de
qualquer diligência ou exame, exceto o de corpo de delito, visto ser ele obrigatório. O
indeferimento de solicitação para realização de exame de corpo de delito cabe Mandado
de segurança Criminal ou representação ao MP para que este, entendendo necessário,
requisite sua realização com fulcro no 129, CF.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
(...)
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei
complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

4. Procedimento Escrito – Deve ser reduzido a escrito em um só processado,


apesar de não estar sujeito a formalidades indeclináveis.

5. Sigilação (art. 5º, XXXIII) – Sem prejuízo do princípio da publicidade, que se


refere aos atos processuais e não aos atos de investigação, a sigilação é da própria
essência do inquérito, sendo admitida excepcionalmente pelo constituinte quando
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Não há sigilo, porém, em relação ao juiz, ao MP nem aos advogados, ainda que
sem procuração nos autos (art. 7º, XXXIII, XXXIV).

AINDA A NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE

Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se
pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a
imagem do investigado ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou
administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
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Sigilação Do Indiciado Preso Ou Incomunicabilidade –

CPPM
Incomunicabilidade do indiciado. Prazo.

Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que


estiver legalmente preso, por três dias no máximo.

Este artigo 17 do CPPM é inconstitucional, por força do 5º, LXII e 136, § 3º, IV, da
CF. Diz o STJ e o STF: “Se no estado de defesa é vedada a incomunicabilidade de preso,
quanto mais no estado de normalidade”.

AINDA CARACTERISTICAS DO IPM:

6. Facultatividade (art. 28, CPPM) – Entre nós o inquérito policial é facultativo ou


dispensável, o que é imprescindível são os elementos de convicção. Assim, os elementos
de convicção podem ser colhidos por meio de notícia trazida por qualquer do povo
(notitia criminis).

CPMM

Dispensa de Inquérito
Art. 28. O IPM poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo
Ministério Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras
provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor
esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.

CÓDIGO PENAL MILITAR


Desacato
Art. 341. Desacatar autoridade judiciária militar no exercício da função ou em razão
dela: Pena - reclusão, até quatro anos
Desobediência a decisão judicial
Art. 349. Deixar, sem justa causa, de cumprir decisão da Justiça Militar, ou retardar
ou fraudar o seu cumprimento: Pena - detenção, de três meses a um ano

NATUREZA JURÍDICA DO IPM. Tem o inquérito policial natureza jurídica de mera


peça informativa, não contraditória, conforme sugere o seu próprio nome.

CONSEQUÊNCIAS DA NATUREZA JURÍDICA DO IPM:

1. Não é possível falar-se em suspeição ou impedimento da autoridade policial,


ainda que esta seja pai ou irmão do ofendido (STF);
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2. Não há falar-se em nulidade do inquérito policial ou da consequente ação penal


em face de suspeição ou impedimento. Também, a nulidade do inquérito policial não
contamina a ação penal, salvo se ao ato de investigação for dado valor de ato de prova
e for ele utilizado como fundamento da condenação.

Apesar de não ser possível arguir suspeição ou impedimento, se a autoridade


policial, espontaneamente, não se afastar das investigações, cabe recurso
administrativo ao seu superior hierárquico.

VALOR PROBATÓRIO DOS ATOS E ELEMENTOS DE CONVICÇÃO COLHIDOS NO


CURSO DO INQUÉRITO POLCIAL.

DIFERENÇA ENTRE ATOS DE PROVA E ATOS DE INVESTIGAÇÃO.

I - Atos de Prova – são colhidos ante o juiz que, em regra, vai julgar o mérito da
causa. Os atos de prova integram a relação processual e são revestidos de publicidade
contraditório e ampla defesa.

II - Atos de Investigação – são praticados ante à Polícia Judiciária ou outra


autoridade administrativa. Servem, não à sentença, mas sim à formação do juízo de
convencimento do titular da ação penal (MP). Não formam juízo de certeza, mas apenas
de probabilidade e, como tal, não exigem observância da ampla defesa, do contraditório
e de publicidade.

Para o STF e o STJ, os atos praticados no curso de inquérito policial, uma vez
colhidos por autoridade policial com atribuição em razão da matéria, obedecidas todas
as formalidades legais e não contestados em juízo, têm a mesma força de ato de prova.
As demais investigações solteiras, têm eficácia limitada.

PODE A AUTORIDADE POLICIAL INDEFERIR A REQUISIÇÃO? E O REQUERIMENTO?

No caso de requerimento, a autoridade policial pode deferir ou indeferir


discricionariamente.
Deferindo, deve constar o requerimento como peça inaugural ou inicial do
procedimento, registrando-o e autuando.
No caso de indeferir o pleito, deverá fundamentar sua decisão e cientificar o
subscritor do requerimento.

PROVIDÊNCIAS CONTRA O INDEFERIMENTO:

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a) Interpor recurso administrativo inominado perante o órgão competente da


estrutura da respectiva Polícia Judiciária Militar;

b) Levar ao conhecimento do MPM, podendo este requisitar a instauração do IPM,


promover a ação penal ou o arquivamento do requerimento;

c) Impetrar MS Criminal contra o ato da Autoridade Policial Militar.

NOTÍCIA ANÔNIMA

Diante de notitia criminis inqualificada, apócrifa ou anônima, a autoridade policial


está desobrigada de instaurar o inquérito policial de ofício, visto o art. 5º, IV, da CF vedar
o anonimato. O STJ porém tem julgados em dois sentidos:

a) Já considerou inconstitucional o Inquérito originado de notícia anônima;

b) Já entendeu que a autoridade policial pode, com muita cautela, investigar as


informações e, uma vez verificando a procedência, instaurar o IPM de ofício.
Nesse sentido, deve a autoridade adotar extrema cautela, haja vista o teor da
NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE transcrito na página nº 6 desta apostila.

ESCRIVÃO DO INQUÉRITO

CPPM - Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo


encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele
fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento,
subtenente ou suboficial, nos demais casos.
Compromisso legal
Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito
e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício da função.

PREVISÃO PARA DESIGNAÇÃO DE QUALQUER PESSOA PARA ATUAR


COMO ESCRIVÃO, EMC ASO DE FLAGRANTE DE DELITO

O próprio CPPM prevê, em caso da impossibilidade de designação de escrivão


previstos no caput do art. 11, a designação e QUALQUER PESSOA.
Nessa previsão, não se reporta a PROIBIÇÃO para que também possa ser adotada
essa previsão de caso de IPM, conforme se vê:

LAVRATURA DO AUTO

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VALORES: hierarquia, disciplina, legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência, ética, lealdade, competência, compromisso e respeito

Art. 245.
Designação de escrivão
§ 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta, para exercer as
funções de escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se
o indiciado for oficial. Nos demais casos, poderá designar um subtenente, suboficial
ou sargento.
Falta ou impedimento de escrivão
§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas referidas no parágrafo
anterior, a autoridade designará, para lavrar o auto, qualquer pessoa idônea, que,
para esse fim, prestará o compromisso legal.

Pois bem.

Considerando o princípio da legalidade: CF. art. 5º, II > ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei,

NENHUM IMPEDIMENTO existe para se designar “qualquer pessoa idônea, que,


para esse fim, prestará o compromisso legal” para atuar como escrivão no IPM.

RECOMENDAÇÃO

É importante que por ocasião da PORTARIA instauradora do IPM, NÃO SEJA


DESIGNADO O ESCRIVÃO, o que deve ser feito pelo Oficial responsável pelo IPM, que
escolherá aquele militar de sua absoluta confiança.

Medidas preliminares ao inquérito

CPPM - Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação
das coisas, enquanto necessário;
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.

FORMAÇÃO DO INQUÉRITO

CPPM - Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste:

Atribuição do seu encarregado

a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;


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b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outros exames e perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída
ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou
do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de
depor, ou a independência para a realização de perícias ou exames.

RECONSTITUIÇÃO DOS FATOS

Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração praticada


de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem
atente contra a hierarquia ou a disciplina militar.

CPPM - Art. 172. Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a


autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas ilìcitamente;
c) apreender instrumentos de falsificação ou contrafação;
d) apreender armas e munições e instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do acusado;
f) apreender correspondência destinada ao acusado ou em seu poder, quando haja
fundada suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação
do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crime;
h) colher elemento de convicção.
Compreensão do termo "casa"
Art. 173. O termo "casa" compreende:
a) qualquer compartimento habitado;
b) aposento ocupado de habitação coletiva;
c) compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
Não compreensão
Art. 174. Não se compreende no termo "casa":
a) hotel, hospedaria ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto abertas, salvo a
restrição da alínea b do artigo anterior;
b) taverna, boate, casa de jogo e outras do mesmo gênero;
c) a habitação usada como local para a prática de infrações penais.
Apreensão de pessoas ou coisas

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Art. 185. Se o executor da busca encontrar as pessoas ou coisas a que se referem os


artigos 172 e 181, deverá apreendê-las. Fá-lo-á, igualmente, de armas ou objetos
pertencentes às Forças Armadas ou de uso exclusivo de militares, quando estejam em
posse indevida, ou seja incerta a sua propriedade.
Correspondência aberta
§ 1º A correspondência aberta ou não, destinada ao indiciado ou ao acusado, ou em
seu poder, será apreendida se houver fundadas razões para suspeitar que pode ser
útil à elucidação do fato.
Documento em poder do defensor
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado,
salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Território de outra jurisdição
Art. 186. Quando, para a apreensão, o executor for em seguimento de pessoa ou coisa,
poderá penetrar em território sujeito a outra jurisdição.
Parágrafo único. Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento
de pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção,
embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas forem em seu encalço, sabendo, por
informações fidedignas ou circunstâncias judiciárias que está sendo removida ou
transportada em determinada direção.
Apresentação à autoridade local
Art. 187. O executor que entrar em território de jurisdição diversa deverá, conforme o
caso, apresentar-se à respectiva autoridade civil ou militar, perante a qual se
identificará. A apresentação poderá ser feita após a diligência, se a urgência desta
não permitir solução de continuidade.
Pessoa sob custódia
Art. 188. Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
Requisitos do auto
Art. 189. Finda a diligência, lavrar-se-á auto circunstanciado da busca e apreensão,
assinado por duas testemunhas, com declaração do lugar, dia e hora em que se
realizou, com citação das pessoas que a sofreram e das que nelas tomaram parte ou
as tenham assistido, com as respectivas identidades, bem como de todos os incidentes
ocorridos durante a sua execução.
Conteúdo do auto
Parágrafo único. Constarão do auto, ou dele farão parte em anexo devidamente
rubricado pelo executor da diligência, a relação e descrição das coisas apreendidas,
com a especificação:
a) se máquinas, veículos, instrumentos ou armas, da sua marca e tipo e, se possível,
da sua origem, número e data da fabricação;
b) se livros, o respectivo título e o nome do autor;
c) se documentos, a sua natureza.

ASSISTÊNCIA DE PROCURADOR
Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional importância
ou de difícil elucidação, o encarregado do inquérito poderá solicitar do procurador-geral
a indicação de procurador que lhe dê assistência.
ENCARREGADO DE INQUÉRITO. REQUISITOS
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Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de pôsto não
inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a
segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada
caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.

SIGILO DO INQUÉRITO

Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dêle tome
conhecimento o advogado do indiciado.

INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO. PRAZO.

Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado,


que estiver legalmente preso, por três dias no máximo.

NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE

Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade


judiciária no prazo legal:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou
preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das
testemunhas;
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de
prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo
justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após
recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
legal.

Vê-se, desta forma, que o art. 17 do CPPM não mais tem guarida dentro do
processo penal pátrio e a mantença de um preso INCOMUNICÁVEL gerará prejuízos
gravíssimos a autoridade militar que assim proceder.

Num eventual entendimento de que se faz necessário a INCOMUNICABILIDADE do


preso, seja para garantir a instrução ou para a sua própria segurança, o encarregado do
IPM deverá oficiar ao Juízo Militar de seu Estado, de forma motivada e fundamentada
e, ao final, requerendo a decretação da sua incomunicabilidade, o que será apreciado e
decidido pelo magistrado, após ouvir o Ministério Público.
DETENÇÃO DE INDICIADO
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Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido,


durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à
autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte
dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação
fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica.

Outro dispositivo NÃO MAIS acolhido em nosso ordenamento jurídico. Somente


quem pode determinar o cerceamento da liberdade de um cidadão, é o magistrado,
após cumprimento de todas as exigências legais.
Num eventual entendimento de que se faz necessário o cerceamento da liberdade
do preso ou indiciado, o encarregado do IPM deverá oficiar ao Juízo Militar de seu
Estado, de forma motivada e fundamentada e, ao final, requerendo a decretação da sua
prisão, o que será apreciado e decidido pelo magistrado, após ouvir o Ministério Público.

PRISÃO PREVENTIVA E MENAGEM. SOLICITAÇÃO

Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito solicitará,


dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decretação da prisão
preventiva ou de menagem, do indiciado.

A menagem é uma prisão cautelar concedida ao militar ou civil que tenha praticado
um crime militar cuja pena privativa de liberdade em abstrato não exceda a quatro
anos. Para a concessão da menagem deve ser considerada a natureza do crime e os
antecedentes do acusado.
O local de cumprimento da menagem segundo o art. 264 do Código de Processo Penal
Militar é o lugar em que residia o militar quando ocorreu o crime, ou a sede do juízo
que o estiver apurando, ou ainda o quartel, acampamento, ou estabelecimento ou
sede de órgão militar.
Com base nas regras estabelecidas no Código, conclui-se que a menagem é um
benefício concedido ao acusado para se evitar que este fique em um estabelecimento
prisional está o julgamento em 1 ª instância do processo ao qual responde pela prática
em tese de um crime militar. O mesmo tratamento será dispensado ao civil que tenha
praticado um crime militar.

A MENAGEM NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR

Competência e requisitos para a concessão


Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo máximo da pena
privativa da liberdade não exceda a quatro anos, tendo-se, porém, em atenção a
natureza do crime e os antecedentes do acusado.
Lugar da menagem
Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no lugar em que residia quando

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ocorreu o crime ou seja sede do juízo que o estiver apurando, ou, atendido o seu posto
ou graduação, em quartel, navio, acampamento, ou em estabelecimento ou sede de
órgão militar. A menagem a civil será no lugar da sede do juízo, ou em lugar sujeito à
administração militar, se assim o entender necessário a autoridade que a conceder.
Audiência do Ministério Público
§ 1º O Ministério Público será ouvido, previamente, sobre a concessão da menagem,
devendo emitir parecer dentro do prazo de três dias.
Pedido de informação
§ 2º Para a menagem em lugar sujeito à administração militar, será pedida
informação, a respeito da sua conveniência, à autoridade responsável pelo respectivo
comando ou direção.
Cassação da menagem
Art. 265. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para o qual foi ela
concedida, ou faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial para que tenha sido
intimado ou a que deva comparecer independentemente de intimação especial.
Menagem do insubmisso
Art. 266. O insubmisso terá o quartel por menagem, independentemente de decisão
judicial, podendo, entretanto, ser cassada pela autoridade militar, por conveniência
de disciplina.
Cessação da menagem
Art. 267. A menagem cessa com a sentença condenatória, ainda que não tenha
passado em julgado.
Parágrafo único. Salvo o caso do artigo anterior, o juiz poderá ordenar a cessação da
menagem, em qualquer tempo, com a liberação das obrigações dela decorrentes,
desde que não a julgue mais necessária ao interêsse da Justiça.
Contagem para a pena
Art. 268. A menagem concedida em residência ou cidade não será levada em conta no
cumprimento da pena.
Reincidência
Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem.

Inquirição durante o dia

Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que constará da
respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie entre as sete
e as dezoito horas.

Inquirição. Assentada de início, interrupção e encerramento

§ 1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das inquirições ou depoimentos;


e, da mesma forma, do seu encerramento ou interrupções, no final daquele período.

Inquirição. Limite de tempo

§ 2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe
facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além daquele
têrmo. O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para prosseguir
no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito.

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§ 3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que
o fôr, salvo caso de urgência.

Prazos para terminação do inquérito

Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver prêso,
contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de
quarenta dias, quando o indiciado estiver sôlto, contados a partir da data em que se instaurar o
inquérito.

Prorrogação de prazo

§ 1º Êste último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar
superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve
ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.

Diligências não concluídas até o inquérito

§ 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável,
a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos
nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente
remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado
do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemunhas que
deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.

Dedução em favor dos prazos

§ 3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo motivo previsto
no § 5º do art. 10.

Reunião e ordem das peças de inquérito

Art. 21. Tôdas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só
processado e dactilografadas, em espaço dois, com as fôlhas numeradas e rubricadas, pelo
escrivão.

Juntada de documento

Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do encarregado do


inquérito, o escrivão lavrará o respectivo têrmo, mencionando a data.

Relatório

Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado
mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do
dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a
punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sôbre a
conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos têrmos legais.

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Solução

§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu


encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou
não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou
determine novas diligências, se as julgar necessárias.

Advocação

§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-


lo e dar solução diferente.

Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição

Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscrição Judiciária


Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos instrumentos desta, bem como dos
objetos que interessem à sua prova.

Remessa a Auditorias Especializadas

§ 1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas da Marinha, do Exército e


da Aeronáutica, atender-se-á, para a remessa, à especialização de cada uma. Onde houver
mais de uma na mesma sede, especializada ou não, a remessa será feita à primeira Auditoria,
para a respectiva distribuição. Os incidentes ocorridos no curso do inquérito serão resolvidos
pelo juiz a que couber tomar conhecimento do inquérito, por distribuição.

§ 2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacional serão remetidos à 1ª


Auditoria da Circunscrição com sede na Capital da União, atendida, contudo, a especialização
referida no § 1º.

Arquivamento de inquérito. Proibição

Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora
conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.

Instauração de nôvo inquérito

Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas
aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado
e os casos de extinção da punibilidade.

§ 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos ao Ministério


Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c.

§ 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se entender


inadequada a instauração do inquérito.

Devolução de autos de inquérito

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Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a
não ser:

I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas


imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;

II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades


previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária.

Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de vinte
dias, para a restituição dos autos.

Suficiência do auto de flagrante delito

Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de
flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo
de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu
valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade
policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos têrmos do art. 20.

Dispensa de Inquérito

Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo
Ministério Público:

a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas
materiais;

b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor
esteja identificado;

c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.

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to do novo Código Civil a maioridade civil passou a coincidir com a maioridade


penal.
2. Ao interrogatório policial aplicar-se-ão apenas as inovações trazidas pela Lei n.º
10.792/03 cabíveis. Vale dizer, não haverá na fase policial quebra do sigilo das
investigações, contraditório ou reperguntas.
4. durante o interrogatório o investigado não comete o crime de falso testemunho,
mas pode cometer o delito de auto acusação falsa(art. 345, CPM). Se ele não
comparecer no dia notificado, poderá ser conduzido coercitivamente ou sob vara.
PERGUNTAS AO OFENDIDO. Declarações prestadas pelo titular do direito violado.
A vítima não presta compromisso, não podendo cometer o crime de falso testemunho
(art. 346, CPM).
Havendo recusa da vítima, poderá haver condução coercitiva.
Procedimento:
a) Qualificação da vítima;
b) Tomada das declarações, sendo tudo formalizado em um auto.
TESTEMUNHAS. Pessoas que depõem sobre fato percebido sensorialmente. Todos
tem capacidade para testemunhar (art. 351, CPPM). As testemunhas serão ouvidas
separadamente, de modo que uma não possa ouvir o que a outra disse (art. 353, CPPM).
As testemunhas tem o dever de não calar e falar a verdade, sob pena de falso
testemunho (art. 346, CPM). Tem, ainda, o dever de comparecimento no dia e hora
marcados, sob pena de desobediência, multa, condução coercitiva e, em caso de
resistência, prisão de até 15 dias (§ 2º, art. 347, CPPM). Nos casos de enfermidade ou
senibilidade o encarregado deve deslocar-se ao local onde se encontra a testemunha
para colher o seu depoimento. Poderá haver oitiva de testemunha via precatória (art.
361, CPPM). Amigo íntimo ou inimigo capital podem testemunhar, porém, uma vez
contraditado, não prestará compromisso.
Incompatibilidades. Pessoas que são impedidas ou proibidas de depor ou, ainda,
que podem recusar-se:
16a) Recusa (art. 354, CPPM). – Podem recusar-se o ascendente, o descendente, o
afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, exceto o divorciado, o irmão e o
adotado.
Podem estas pessoas serem convocadas para depor quando não exista outro meio
de prova. Serão ouvidas, porém, como informantes, sem prestar compromisso.
b) Proibição (art. 355, CPPM). – Certas pessoas são proibidas de depor em razão
da função, ministério, ofício ou profissão, salvo se liberadas pelo interessado. Ainda que
liberadas, podem recusar-se a depor.
Função: Imposição legal ou contratual;
Ministério: Padres e assistentes sociais;
Ofício: Labuta manual;
Profissão: Trabalho relevantemente intelectual. Ex.: advogados, médicos etc.
Procedimento:
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VALORES: hierarquia, disciplina, legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência, ética, lealdade, competência, compromisso e respeito

a) Compromisso da testemunha;
b) Qualificação;
c) Advertência das penas de falso testemunho e tomada das declarações, sendo
tudo formalizado em um auto.
RECONHECIMENTO DE PESSOAS OU COISAS. Significa exortar alguém a trazer a
lume algo que já é do conhecimento desta pessoa.
Procedimento:
a) Pessoa a reconhecer é levada a descrever a pessoa a ser reconhecida;
b) A pessoa a ser reconhecida é colocada ao lado de outras pessoas semelhantes,
sempre que possível;
c) Indicação da pessoa a ser reconhecida pela reconhecedora.
É possível colocar a pessoa a ser reconhecer em local que não seja vista pela pessoa
a ser reconhecida apenas na fase de investigação, na fase processual, por observância à
ampla defesa, isso não será possível.
O auto de reconhecimento deverá ser subscrito pela pessoa a reconhecer, por
duas testemunhas e pa, autoridade policial.
RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO. Não serve, por si só, para infligir condenação.
RETRATO FALADAO. É apenas instrumento facilitador das investigações policiais.
Não é meio de prova e não pode, sequer, dar ensejo ao recebimento da denúncia.
17RECONHECIMENTO DE COISAS. Devem ser aplicadas as normas cabíveis do
reconhecimento de pessoas. É, também, considerado meio de prova. Pode ser utilizado
para reconhecimento da res furtiva, instrumento do crime etc..
ACAREAÇÃO. Vem do verbo acoroar (o mesmo que colocar frente a frente). Assim,
acareação é colocar frente a frente duas ou mais pessoas que divergem em seus
depoimentos. Visa a eliminar contradições entre as declarações. Poderá ser
determinada ex offcio ou a requerimento das partes, sempre que houver divergência de
fatos relevantes à conclusão da causa (art. 365,
CPPM). É possível acareação por precatória.
Procedimento:
a) Colocação frente a frente dos acareantes;
b) Leitura dos pontos divergentes ao acareantes;
c) Pergunta aos acareantes se mantêm ou alteram o anterior depoimento.
BUSCA E APREENSÃO. Pode ser pessoal ou residencial. Ambas, em regra, exige
mandado judicial, porém admite exceções (art. 5º, XI, CF, art.s 181 e 182, CPPM).
Residencial: 1. Qualquer hora do dia ou da noite, desde que o ofendido tenha
consentido (PU,
art. 175, CPPM);
2. Flagrante delito (art. 175, CPPM);
3. Desastre (art. 175, CPPM);
4. Incêndio;
5. Presença do juiz à diligência.
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Pessoal: Quando a autoridade suspeitar de a pessoa trazer consigo:


1. Instrumento ou produto do crime;
2. elementos de prova.
Em mãos de advogado, só é possível apreensão no caso de ser corpo de delito ou
de ser o advogado co-réu. Também poderá o advogado ser submetido a busca pessoal
no caso de a coisa encontrar-se em seu poder e ele não ser defensor constituído pelo
réu.
Os meios de transporte estão incluídos na busca pessoal, exceto compartimento
habitado.
Havendo a entrega da coisa por terceiro, haverá mero termo de apresentação e
apreensão a ser lavrado pelo escrivão.
RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS.
18- Busca e apreensão (art. 170, CPPM) ou apreensão de objetos durante a
investigação policial (art. 12, b, CPPM).
A regra é o objeto permanecer no processo enquanto for necessário, sendo
devolvidos nos casos em que for permitido. Não a autoridade policial, mas também o
juiz pode proceder à
restituição de coisas apreendidas.
- Restituição de coisas apreendidas pela autoridade policial:
1. Se o direito for incontroverso e não interessar ao inquérito policial (titularidade
incontroversa);
2. Se o bem não tiver sido apreendido em posse de terceiro de boa fé. Nesse caso,
e em todas as demais situações, apenas o juiz poderá fazer a restituição.

PRISÃO

CONCEITO. Privação da liberdade de alguém mediante clausura. É considerada a


mais violenta medida processual penal que pode ser imposta a uma pessoa sujeita à
persecutio criminis, podendo ser extra juditio ou in juditio.

MODALIDADES DE PRISÃO:

a) Prisão pena, prisão penal ou prisão propriamente dita. Aquela que possui
caráter retribuitivo e finalidade repressiva. É aquela que deflui de condenação imutável.
Também chamada de prisão definitiva. É erro grosseiro denominar-se de prisão
definitiva a prisão penal, porque entre nós não há cogitar-se de prisão por tempo
indeterminado (prisão perpétua);
b) Prisão sem pena. É toda prisão que não decorre de sentença condenatória
transita em julgado, constituindo-se em um instrumento para realização do processo ou
pra garantir os feitos do processo. Divide-se nas seguintes modalidades:
1. Prisão preventiva.
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2. Prisão em flagrante.
3. Prisão temporária.
4. Prisão decorrente de pronúncia.
5. Prisão decorrente de sentença condenatória recorrível.

Em face da situação jurídica de inocente, do princípio da afirmação da inocência


(art. 5º, LVII, CF), toda e qualquer prisão, antes do trânsito em julgado de uma sentença
condenatória, deve ser considerada provisória e cautelar. Provisória, porque não se
trata de prisão pena, aquela que tem origem em sentença condenatória transita em
julgado. E, cautelar, no que se refere a sua função de instrumentalidade ou de
acautelamento de interesses de ordem pública.

Prisão Disciplinar. Ao largo da prisão pena e prisão sem pena, a Constituição


Federal, em face do disposto no seu art. 5º, LXI e LVII, sem possibilidade de qualquer
ampliação, somente admite a chamada prisão disciplinar e a prisão civil do alimentante
inadimplente, maior de 18 anos, voluntário e inescusável, e do depositário infiel.
A prisão civil, regulada no art. 18, do CPPM, expressamente admitida no art. 5º,
LXI, da CF, é aquela que pode ser decretada pela autoridade militar ou pelo juiz
castrense, nas hipóteses de transgressão disciplinar e nas hipóteses de crimes
propriamente militares. Consoante o art. 142, § 2º, da CF, não caberá habeas corpus em
relação às punições disciplinares militares.
Em que pese o disposto nesse artigo, se abusiva a punição disciplinar, nada impede
que se impetre habeas corpus perante o juiz castrense, se a ilegalidade guerreada for
de autoridade militar, ou perante o tribunal, se a ilegalidade combatida for do próprio
juiz militar. Destarte, tal remédio será sempre possível para o exame dos pressupostos
legais da medida (hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função militar e
suscetibilidade de aplicação da medida ao ato).
A odiosa prisão para averiguações também, não pode ser admitida, porque, além
de atípica, ao largo das hipóteses do art. 5º, LXI, da CF, caracteriza inegável
constrangimento ilegal e abuso de autoridade (art. º, a, da Lei n.º 4898/65).

PRISÃO PREVENTIVA. A prisão preventiva, como medida coercitiva que é,


enquadra-se no poder de coerção do juiz penal sobre as coisas e as pessoas sujeitas à
persecutio criminis. A prisão preventiva é constituída da privação da liberdade do
investigado ou do acusado, decretada fundamentadamente inaudita altera parte (sem
necessidade de ouvir o acusado) e rebu sic stantibus (estando assim as coisas). Pode ser
decretada durante o inquérito policial, processo criminal, ou na fase recursal.
A prisão preventiva será decretada de acordo com o prudente arbítrio do juiz,
portanto, não há que se falar em obrigatoriedade da preventiva.

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Condições de Admissibilidade da Preventiva:

- Crimes dolosos punidos com reclusão;


- Crimes dolosos punidos com detenção, quando se apurar que indiciado é vadio
ou, havendo dúvida sobre sua identificação ele não fornecer dados suficientes ao
esclarecimento;
- Crimes dolosos punidos com detenção, se o réu já tiver sido condenado por outro
crime doloso, salvo se já tiver ocorrido a prescrição da reincidência.
Tratada apenas pelo CPP, portanto, no âmbito do processo penal militar, não
haverá necessidade de atendimento de tais condições de admissibilidade.
Requisitos ou Pressupostos da Preventiva (coexistentes) – art. 254, CPPM:
1. Prova do fato delituoso;
2. Indícios suficientes da autoria.
Diz a doutrina que tais pressupostos devem coexistir para que a prisão preventiva
esteja autorizada. Ou seja, exige-se que, além da prova da existência do crime, também
se verifique, concomitantemente, fortes indícios da autoria, e não apenas mera
possibilidade em relação à autoria.
Requisitos ou Circunstâncias Autorizadoras (alternativos) – art. 255, CPPM:
1. Garantia da ordem pública;
2. Conveniência da instrução criminal;
3. Periculosidade do indiciado ou acusado;
4. Segurança da aplicação da lei penal militar;
5. Exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina
militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou
acusado.
Segundo o STF e STJ, independente da instauração de inquérito policial, admite-se
a decretação da preventiva com base em peças de informação da existência do crime e
de indícios suficientes de autoria, vez que o inquérito policial é facultativo entre nós (art.
28, CPPM).
PRISÃO EM FLAGRANTE. Certeza visual do crime, retrato de corpo inteiro da
autoria e da materialidade. Delito patente, visível, irrecusável do ponto de vista de sua
ocorrência. (flagrante propriamente dito).
Porque não deflui de condenação imutável, chamada por prisão sem pena,
provisória ou cautelar, expressamente admitida no art. 5º, LXI, da CF, que permite a
captura do conduzido, desde que se encontre em uma das situações taxativamente
previstas no art. 244, do CPPM, independente de prévia ordem escrita e fundamentada
do magistrado.
Sujeito Ativo: Embora nem sempre seja o condutor, será aquele que efetua a
captura e a prisão.
Com fundamento na 1ª parte do art. 243, do CPPM, onde diz “poderá” e
“deverão”, a doutrina fala em flagrante obrigatório e flagrante facultativo. Obrigatório,
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se o autor da prisão age no estrito cumprimento do dever legal, sob pena de sanções
administrativas, prevaricação e até de responder pelo ilícito praticado, quando poderia
evitar a sua consumação (§ 2º, art. 29, CPM).
Facultativo, quando se tratar de qualquer do povo ou do próprio ofendido.

MODALIDADE DO FLAGRANTE:

1. Flagrante Real, Próprio ou Verdadeiro (art. 244, “a” e “b”, CPPM). Está
cometendo ou acaba de cometer.
2. Quase Flagrante, Impróprio ou Irreal (art. 244, “c”, CPPM). É perseguido, logo
após o fato delituoso, em situação que faça acreditar ser ele o seu autor;
3. Flagrante Ficto, Presumido ou Assimilado (art. 244, “d”, CPPM). É encontrado,
logo depois, com instrumento, objetos, material ou papéis que façam presumir a sua
participação no fato delituoso.
As demais situações (2 e 3) são consideradas análogas ao flagrante real por opção
do legislador que fez criar a presunção de que as pessoas assim encontradas estão em
flagrante delito. Vale dizer, trata-se de ficção jurídica a autorizar a prisão em flagrante.
Nas infrações permanentes, considera-se o agente em flagrante delito enquanto
não cessar a permanência.
Para a doutrina majoritária, a expressão “logo depois” admite lapso temporal
maior do que a expressão logo após, sem que ambas se prestem a indicar absoluta
imediatidade.
A atribuição para presidir a lavratura do auto de prisão em flagrante delito (APFD)
é da autoridade do local do cometimento do fato. Algumas vezes, pode ocorrer que o
fato tenha sido cometido em algum lugar e a prisão tenha se efetivado em local diverso
(art. 244, “c” e “d”,
CPPM). Nesses casos, a atribuição para efetivar a lavratura será da autoridade com
atribuição no local da prisão do perseguido(art. 244, “c”, CPPM) ou do encontrado (art.
244, “d”, CPPM).
Quando a prisão em flagrante for efetuada em lugar não sujeito à administração
militar, o auto poderá ser lavrado por autoridade civil, ou pela autoridade militar mais
próxima do local em que ocorreu a infração. (art. 250, CPPM).
Se o fato for praticado em presença da autoridade militar ou sendo ela o ofendido,
estando no exercício de suas funções, a própria autoridade militar deverá prender e
autuar em flagrante o infrator (art. 249, CPPM).
Para o STJ e STF, porque a autoridade não exerce jurisdição, a inobservância de
regras de atribuição não são capazes de viciar o APDF, não importando em ordem de
habeas corpus.
Com fundamento no art. 5º, LVII, da CF, encerrada a lavratura do APFD pelo
escrivão, impõe-se que a prisão seja comunicada, imediatamente, nas 24 horas
seguintes à prisão, ao juiz competente.
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No caso de demora de tal comunicação, dizem o STF e o STJ que, apesar de


22responsabilizar administrativa e penalmente a autoridade policial, não haverá
relaxamento da prisão ou nulidade do APFD.
A falta desta comunicação, por si só, salvo se provada alguma coação contra o
preso, como não se trata de nenhum requisito de validade da prisão, em que pese
constituir abuso de autoridade, tanto não compromete a legalidade da prisão quanto
não enseja o seu relaxamento (STF e Mirabete).
A omissão da entrega de Nota de Culpa, em que pese tal omissão, segundo o STF,
não tornar o auto imprestável para propositura da ação penal, sendo considerada um
ato essencial do APFD e uma garantia constitucional do preso, com fundamento no art.
5º, LXIV, da CF, possibilitando o conhecimento dos responsáveis por sua prisão, além de
caracterizar abuso de autoridade, deve redundar no relaxamento da prisão do
conduzido, SEM PREJUÍZO DA CONTINUIDADE DA AÇÃO PENAL.

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COORDENAÇÃO ANDRAGÓGICA
SEÇÃO TÉCNICA DE ENSINO
DISCIPLINA > DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
DOCENTE: Prof. Cel José WALTERLER

AVALIAÇÃO ÚNICA
DISCENTE:

O Processo Penal Militar, no âmbito das Auditorias Militares Estaduais caminha,


basicamente, sob a sustentação dos Conselho Especial de Justiça Militar e Conselho
Permanente de Justiça Militar, respectivamente. O primeiro é trimestral e julga apenas
PRAÇAS; já o Conselho Especial é constituído para CADA PROCESSO e somente é
dissolvido quando aquele processo é julgado, o que demonstra uma identidade
processual forte em relação às partes. Tal previsão legal, no nosso entendimento, gera
injustiças em relação às PRAÇAS, vez que na maioria dos julgamentos os membros do
CPJM que participaram da instrução processual NUNCA participam do julgamento. Faça
uma análise comparativa entre essas duas modalidades de julgamento do militar,
apontado, na sua visão, os aspectos negativos e os positivos, em ambos os conselhos.
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Fraternalmente.

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