EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE IMPERATRIZ, ESTADO DO

MARANHÃO.

Processo: 0038440-29.2017.8.10.0224

ILTON GOMES DE AZEVÊDO, brasileiro, mecânico, RG nº 000105530998-2,

CPF nº 334.004.073-72, residente e domiciliado na Rua Hermes da Fonseca, nº 997, casa A,
Vila Redenção II, Imperatriz/MA, CEP 65.900-001, por meio de seu advogado infra-assinado,
vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com amparo legal no Art. 282, § 5,
do Código de Processo Penal requerer o que segue;

REVOGAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR USO DE TORNOZELEIRA DE

MONITORAMENTO ELETRÔNICO

1. DOS FATOS

Trata-se de processo criminal onde o acusado encontra-se em regime aberto, possui

residência e trabalho fixos, estando nesse momento cumprindo medida cautelar, dentre elas,
assinatura mensal e uso de monitoramento eletrônico, medidas essas nunca descumpridas.
Conforme em anexo, o paciente já trabalha de carteira assinada, cumpriu mais de
50% (cinquenta por cento) de sua pena, está em regime aberto, não apresenta perigo para a
sociedade, tornando o uso de tornozeleira eletrônica constrangimento em seu labor diário,
dificultando ainda mais a situação precária em que se encontra, pois o paciente tem contato
direto com o público, ocasionando assim, caso continue com o uso de monitoramento,
desconfianças e preconceitos de clientes, podendo acarretar até em sua demissão.

Av. Odilo Costa Filho, 24, Parque Universitário – São Luís – MA|CEP: 65059-650
Fone/Fax: 98 97008-5270 | chagasdelgadoadv@gmail.com
1
2. DO DIREITO

Nesse ponto insurge o direito a dignidade está amparado em nossa Carta Magna
dispõe o artigo 5º da Constituição Federal da República
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade[...]

Por observância ao princípio da dignidade da pessoa humana deve ser observado

no caso concreto e prevalecer em detrimento da medida cautelar imposta.
Ademais, frente a condição de saúde do acusado, ainda temos sua condição
profissional, onde o acusado exerce a função de vendedor, conforme documento anexo, onde o
monitoramento vai lhe afastar dos clientes, como já afastou por ser notado com a tornozeleira
eletrônica.
Nesse interim, é evidente a necessidade de revogação da medida pelo MM. Juiz,
inclusive na falta de motivação idônea que permita o uso da tornozeleira de monitoramento o
entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça é pela retirada, senão vejamos;
EMENTA: HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE DROGAS E
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - LIBERDADE
PROVISÓRIA CONCEDIDA MEDIANTE APLICAÇÃO DE
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS - AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA QUANTO À FIXAÇÃO DA
MEDIDA DE MONITORAMENTO VIA TORNOZELEIRA
ELETRÔNICA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL
VERIFICADO.
A decisão que aplica medida cautelar, inclusive alguma diversa
da prisão, em observância ao dever de motivação das decisões
judiciais, disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal, deve
ser devidamente fundamentada.
A decisão a quo limitou-se em apontar a permanência do uso da
tornozeleira eletrônica, anteriormente aplicada
cumulativamente à prisão domiciliar, sem, contudo, demonstrar
ou esclarecer, mesmo que de maneira sucinta, a necessidade da
aplicação de tal medida em relação ao caso concreto.
V.V. - HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE DROGAS E
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO - REVOGAÇÃO DA
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA - IMPOSSIBILIDADE -
NECESSIDADE E ADEQUAÇÃO COMPROVADAS. Não há
que se falar em constrangimento ilegal, vez que devidamente
fundamentada a decisão que implantou à paciente a
monitoração eletrônica, com fulcro a permitir a fiscalização das
medidas cautelares anteriormente impostas. (TJMG - Habeas
Corpus Criminal 1.0000.20.483911-2/000, Relator (a): Des.(a)
Kárin Emmerich , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em
22/09/0020, publicação da sumula em 23/09/2020)

Av. Odilo Costa Filho, 24, Parque Universitário – São Luís – MA|CEP: 65059-650
Fone/Fax: 98 97008-5270 | chagasdelgadoadv@gmail.com
2
 O paciente possui trabalho e residência fixos, assina regularmente mensalmente,
sendo assim, não subsiste motivos para a manutenção da medida cautelar.

3. DA REVOGAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR USO DA TORNOZELEIRA

Conforme acima mencionado, em decisão de Vossa Excelência foi exigido o uso

de tornozeleira eletrônica, para monitoramento.
Contudo, esclarecemos que o acusado enfrenta grandes problemas em decorrência
do uso da tornozeleira de monitoramento eletrônico, imposta por este juízo.
Ademais, não sendo de menor importância confiando no bom senso e consciência
de Vossa Excelência, nesse momento de pandemia é de extrema importância uma análise
minuciosa do caso especifico para que seja mantida a medida, vez que, conforme exposto acima
o paciente deseja trabalhar, que é o melhor programa social que existe, pois é capaz de tirar
pessoas do crime, das drogas e da pobreza, o uso da tornozeleira irá fazer com que ele perca a
oportunidade de emprego, pois poderá afugentar clientes do seu empregador.
Sendo assim, diante de todo exposto os motivos que ensejou a referida medida não
se mostram a mais adequada a ponto de colocar em risco a recuperação do acusado, pois esse é
o principal objetivo da prisão, restando, portanto, a revogação da medida cautelar – uso de
tornozeleira de monitoramento eletrônico, do acusado sendo medida que se impõe.
Por fim, a súplica deste procurador é pela revogação da medida cautelar, uso de
tornozeleira de monitoramento eletrônico, do acusado, é o que desde já se requer.

4. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

a) Seja revogada a medida cautelar imposta ao paciente, como medida
da lídima justiça.
b) Ciência do órgão de representação judicial do Ministério Público.

5. DAS PROVAS

Nesta oportunidade estão sendo anexadas as provas documentais pertinentes ao

pedido.
Termos em que,
Pede deferimento

São Luís, 16 de agosto de 2021.

Av. Odilo Costa Filho, 24, Parque Universitário – São Luís – MA|CEP: 65059-650
Fone/Fax: 98 97008-5270 | chagasdelgadoadv@gmail.com
3