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DÉCIMA QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO - VIGÉSIMA


CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0036518-81.2023.8.19.0000
RELATOR: DES. MARIA INÊS DA PENHA GASPAR
AGRAVANTE: GILBERTO DE MIRANDA AQUINO
AGRAVADO: JOAO THEOTONIO MENDES DE ALMEIDA
JUNIOR

“AGRAVO DE INSTRUMENTO.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DECISÃO
AGRAVADA QUE APLICOU MEDIDAS
COERCITIVAS AO EXECUTADO
CONSISTENTES NA SUSPENSÃO DE CNH E
APREENSÃO DE PASSAPORTE DENTRE
OUTRAS. NA ESPÉCIE, AS MEDIDAS
ATÍPICAS APLICADAS CONFIGURAM
PROVIDÊNCIAS QUE EXTRAPOLAM O
LIMITE DA PROPORCIONALIDADE E NÃO
ASSEGURAM MAIOR EFETIVIDADE À
EXECUÇÃO OU À UTILIDADE DA
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
PRECEDENTES DO E. STJ E DESTA E. CORTE.
DECISÃO AGRAVADA REFORMADA.
PROVIMENTO DO RECURSO.”

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo


de Instrumento nº 0036386-24.2023.8.19.0000, em que é agravante
GILBERTO DE MIRANDA AQUINO e agravado JOAO
THEOTONIO MENDES DE ALMEIDA JUNIOR, acordam os
Desembargadores da Décima Quinta Câmara de Direito Privado - Vigésima
Câmara Cível do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade, em dar
provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.

Rio de Janeiro, 02 de agosto de 2023.

MARIA INÊS DA PENHA GASPAR


DESEMBARGADORA RELATORA

Assinado em 02/08/2023 21:30:49


MARIA INES DA PENHA GASPAR:11869 Local: GAB. DES(A). MARIA INES DA PENHA GASPAR
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DÉCIMA QUINTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO - VIGÉSIMA


CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0036518-81.2023.8.19.0000
RELATOR: DES. MARIA INÊS DA PENHA GASPAR
AGRAVANTE: GILBERTO DE MIRANDA AQUINO
AGRAVADO: JOAO THEOTONIO MENDES DE ALMEIDA
JUNIOR

RELATÓRIO E VOTO.

Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão do Dr.


Juiz de Direito da 48ª Vara Cível da Comarca da Capital que, em ação
reivindicatória, com pedido de tutela de urgência, movida pelo agravado
em face do agravante e outro, determinou:

“I – A suspensão do direito de dirigir dos réus I e II devendo o


DETRAN proceder ao cancelamento e baixa nas respectivas CNHs;

II – Que o Comando Geral da Policia Militar proceda a apreensão das


carteiras de habilitação dos réus em qualquer operação ou blitz em
que forem eles identificados e seus veículos inspecionados;

III – Que sejam apreendidos os passaportes dos réus I e II devendo


a Delegacia da Receita Federal ou o órgão responsável da Polícia
Federal proceder a suspensão e apreensão dos respectivos
passaportes;

IV – Que sejam cancelados os CNPJs das empresas rés


III, IV e V considerando que sua situação de absoluta
insolvabilidade caracteriza risco enorme a todos quantos com elas
venham a negociar devendo a Junta Comercial do Estado do Rio de
Janeiro e a Secretaria da Receita Federal procederem ao
cancelamento e baixa das respectivas empresas acima mencionadas.

A presente decisão serve de ordem para os órgãos acima


mencionados cumprirem com urgência o que lhes foi determinado
devendo o autor informar em 48 horas os endereços
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eletrônicos para onde deverão ser encaminhados pela serventia, sob


pena de revogação e consequente extinção do processo
independentemente de qualquer outra intimação.” (fls. 03/04 – index
03 – Anexo I).

Aduz o agravante (fls. 02/08) se encontrar preventa a 5ª


Câmara de Direito Público para a análise do presente recurso, na forma do
art. 930 do CPC.

No mais, alega que o processo de origem versa sobre


execução de honorários sucumbenciais em face do ora agravante, fixados
em 15% do valor da causa, pela sentença datada de 21/06/2004,
correspondentes a R$ 15.225,29 (quinze mil, duzentos e vinte e cinco reais
e vinte e nove centavos).

Acrescenta que a duração estendida (morosidade) do processo


tem lhe sido atribuída sem razão, diante dos diversos infortúnios sofridos
relacionados à sua saúde pessoal.

Ressalta que a sua postura em buscar o real valor devido para


que, dentro das suas possibilidades, possa formular proposta para quitação
não viola o princípio da cooperação incutido no artigo 6º do CPC.

Assinala ter apontado nos autos do AI 0085110-


93.2022.8.19.0000, em curso perante à 5ª Câmara de Direito Público,
que a diferença de execução não ultrapassa o montante de R$ 120.000,00,
embora o exequente afirme ser superior a R$ 700.000,00, sendo que tal
discrepância não pode ser ignorada, ainda que o Juízo a quo entenda ser o
questionamento medida protelatória, encontrando-se o referido recurso
pendente de julgamento, tendo sido recebido com efeito suspensivo.

Entende que em razão da pendência de julgamento do referido


Agravo a execução se encontra prejudicada pela falta de liquidez do título.

Frisa que o Juízo a quo se encontra garantido por penhora


de cotas de ações da empresa que figura como terceira interessada,
qual seja, a Ita Trust and Finacial Bank, em valor muito superior ao
da execução, prosseguindo o magistrado determinando a aplicação de
medidas executórias atípicas, desconsiderando todos os limites legais e
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orientações de tribunais superiores quanto a precedentes e requisitos


para aplicação das mesmas.

Afirma que as medidas determinadas pelo Juízo a quo ferem o


ordenamento jurídico e a coisa julgada, sendo que no tocante à ordem de
cancelamento dos CNPJs das empresas mencionadas no decisum, esta
se revela desproporcional e absolutamente ilegal, sobretudo
inconstitucional, pois viola os princípios da ampla defesa e contraditório,
descartando o devido processo legal.

Argumenta que tais empresas não integram a lide como parte


e sim como terceiras interessadas, sendo que a execução de origem tem
lastro em título judicial por força de sucumbência em processo de
conhecimento, vindo as referidas a integrar a lide na qualidade de terceiros,
por determinação de constrição que recaiu sobre remuneração do ora
recorrente, outrora percebida das mesmas, sendo a medida ora
impugnada inconstitucional e teratológica.

Sustenta que o cancelamento e apreensão de documentos não


merecem prosperar, visto que a determinação importa em ofensa a
coisa julgada, ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido, pois tal
determinação já teve lugar nos autos do processo de origem tendo
sido objeto do agravo de instrumento nº: 0002832-74.2018.8.19.0000,
onde foram afastadas as aplicações de medidas idênticas e cujo
acórdão transitou em julgado na data de 17 de abril de 2018.

Salienta que a medida executória atípica não encontra razão


para aplicação no momento processual em que o executado litiga em sede
recursal pela realização de pericia contábil capaz de apurar o real valor
devido no processo pelas razões expostas preambularmente nesta, não
havendo como se afirmar que o executado está agindo com interesse
protelatório ou de negar sua postura colaborativa.

Assevera não ser razoável que tenha de pagar uma diferença


de mais de 500% (quinhentos por cento) em favor do exequente, sendo
necessária a restauração da liquidez pormenorizada para o prosseguimento
executório.

Reitera se encontrar a execução garantida pela penhora das


cotas de ações do recorrente junto a empresa Ita Trust and financial Bank
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em valor muito superior ao devido, mesmo considerando o valor alegado


pelo exequente, evidenciando a inexistência de periculum in mora reverso

Destaca que o petitório oferecido pelo exequente, ora


agravado, em ato imediatamente antecedente à decisão recorrida, não
faz menção a qualquer pedido de aplicação das medidas executórias
atípicas desproporcionais ora combatidas, e sim requer a liquidação
das cotas penhoradas mencionadas.

Pontua que a medida guerreada através do presente recurso é


iniciativa de ofício do juízo, a violar o princípio da adstrição ou
congruência constante nos artigos 141 e 492 do CPC.

Pede, por fim, a atribuição de efeito suspensivo ao recurso,


bem como o seu provimento para que seja anulada a decisão guerreada, por
inobservância e afronta às normas, princípios e orientação dos Tribunais
Superiores, sobretudo por violação de preceitos constitucionais e
infraconstitucionais como medida de preservação da segurança jurídica e
efetiva distribuição de Justiça.

O recurso é tempestivo e preparado (fls. 2 e fls. 05 -index 05 –


Anexo 01 dos autos originários e fls. 13).

A fls. 19, foi deferido o pleito de efeito suspensivo, com


contrarrazões a fls. 32/43.

É O RELATÓRIO.

VOTO.

Inicialmente, cumpre destacar que a Resolução OE nº 03/2023


estabeleceu, em seu art. 2º, que a transformação das Câmaras Cíveis em
Câmaras de Direito Público e Privado, bem como a criação das Câmaras de
Direito Empresarial, “não envolve redistribuição de processos e faz cessar a
prevenção relativa aos feitos anteriormente distribuídos às Câmaras Cíveis
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extintas, quando houver a alteração da respectiva competência em razão da


matéria” (grifos nossos).

Deste modo, não merece acolhida o pedido de


encaminhamento do presente recurso à 5ª Câmara de Direito Público –
antiga 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, inobstante tenha julgado recursos anteriores atinentes ao feito, ante
a alteração da sua competência material.

No mais, consoante o disposto no art. 139 do CPC é possível a


imposição de medidas indutivas e coercitivas que visem o cumprimento de
ordem judicial, nas demandas que tenham como objeto obrigação
pecuniária, in verbis:

“Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste


Código, incumbindo-lhe:
(...) IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o
cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por
objeto prestação pecuniária;”

Ressalte-se que no julgamento da Ação Direta de


Inconstitucionalidade nº 5941, o STF declarou constitucional o artigo 139,
IV do CPC, que autoriza o juiz deferir a imposição de medidas coercitivas
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, tais como a
apreensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e de passaporte; a
suspensão do direito de dirigir e a proibição de participação em licitação
pública etc.

Contudo, tais medidas são extraordinárias e devem ser


aplicadas com cautela, desde que se mostrem idôneas à obtenção da tutela
do direito e causar a menor restrição possível à esfera jurídica do
executado.

Frise-se, ainda, que a aplicação de medidas atípicas deve


observar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como
os direitos constitucionais, notadamente o direito de ir e vir (art. 5º, XV, da
CR/88).
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Não se olvide, outrossim, que o cumprimento de sentença deve


observar o princípio da menor onerosidade para o executado (CPC, art.
805), buscando apenas a satisfação do direito de crédito sem imposição de
gravames outros ao devedor, conforme a ordem preferencial prevista no art.
835 do CPC.

Neste sentido, a jurisprudência do E. STJ e desta E. Corte:

“AGRAVO INTERNO CONTRA DECISÃO DA


PRESIDÊNCIA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.
VIOLAÇÃO AO ART. 1.022 DO CPC/2015. OMISSÃO.
INEXISTÊNCIA. MEDIDA ATÍPICA. PEDIDO DE
SUSPENSÃO DA CNH. DESPROPORCIONALIDADE.
REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULAS 7, 83 E 126 DO
STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Não há falar em violação
ao art. 1.022 do CPC/2015, pois o Tribunal de origem dirimiu
as questões pertinentes ao litígio, apresentando todos os
fundamentos jurídicos pertinentes à formação do juízo
cognitivo proferido na espécie, apenas não foi ao encontro da
pretensão da parte agravante. 2. A jurisprudência desta
Corte Superior firmou-se no sentido de que as medidas
atípicas de satisfação do crédito não podem extrapolar os
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, devendo-
se observar, ainda, o princípio da menor onerosidade ao
devedor, não sendo admitida a utilização do instituto como
penalidade processual. Precedentes. 3. No caso concreto, o
Tribunal de origem consignou que a tutela atípica postulada
extrapola o princípio da proporcionalidade, além de não
agregar efetividade ao cumprimento da sentença. A
conclusão do Tribunal está em harmonia com a jurisprudência
desta Corte, atraindo a aplicação da Súmula 83 do STJ. 4.
Ademais, o reexame dos critérios fáticos é inviável em sede
de recurso especial, a teor da Súmula 7/STJ. 5. Além disso,
a questão encontra óbice ao seu conhecimento na Súmula
126/STJ. 6. Agravo interno não provido” (AgInt nos EDcl no
AREsp 1731859/DF, rel. Min. LUÍS FELIPE SALOMÃO, T4 -
QUARTA TURMA, DJe 19/05/2021)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL.


EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PEDIDO DE
SUSPENSÃO DE CNH E APREENSÃO DO EXECUTADO,
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BEM COMO DE CANCELAMENTO DE CARTÕES DE


CRÉDITO. DECISÃO DE INDEFERIMENTO. MEDIDA
ATÍPICA QUE NÃO REPRESENTA UM RESULTADO ÚTIL
À EXECUÇÃO. Cinge-se a controvérsia recursal acerca da
possibilidade de suspender-se a CNH, o passaporte e todos
os cartões de crédito do agravado, a fim de compeli-lo a
pagar o débito perseguido pelos agravantes. Discute-se a
possibilidade de aplicação de medidas coercitivas diversas
daquelas que são expressamente autorizadas no
ordenamento processual, em razão da nova regra
procedimental, em especial do que dispõe o inciso IV do art.
139 do CPC. Apesar das tentativas frustradas de
recebimento do crédito, não existe previsão legal para a
suspensão da Carteira Nacional de Habilitação e apreensão
do passaporte, tampouco para cancelamento de cartões de
crédito. De fato, as medidas requeridas servem apenas para
constranger o devedor, sem apresentar, entretanto,
qualquer efetividade executória. Registrese que o STJ já se
manifestou no sentido de que a adoção de meios executivos
atípicos é cabível desde que haja indícios de que o devedor,
embora possua meios para cumprir a sua obrigação, procura
dela se esquivar, o que não restou evidenciado nos autos.
Precedente. Pleito recursal que não merece acolhimento.
Decisão que se mantém. RECURSO DESPROVIDO” (Agravo
de Instrumento nº 0054502-83.2020.8.19.0000, rel. Des.
ANDRE EMILIO RIBEIRO VON MELENTOVYTCH, Vigésima
Primeira Câmara Cível. Julgamento: 20/05/2021)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA. DECISÃO QUE INDEFERIU A APREENSÃO
DO PASSAPORTE E DA CNH DO SÓCIO DA PESSOA
JURÍDICA CUJA PERSONALIDADE FOI
DESCONSIDERADA. INSURGÊNCIA DO EXEQUENTE.
- Ação de cobrança de comissão de corretagem cujo pedido
foi julgado parcialmente procedente. Desconsideração da
personalidade da pessoa jurídica executada e
redirecionamento da execução aos sócios. Penhora online e
consultas ao RENAJUD infrutíferas. Pedido do exequente no
sentido de que sejam apreendidos o passaporte e a CNH de
um dos sócios, alegando ser o executado pastor e viver da de
alto padrão.
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- Entendimento dos Tribunais Superiores no sentido de ser


possível a imposição de medidas coercitivas pessoais, a fim
de compelir o devedor a liquidar sua dívida. No entanto, tais
providências devem ser manejadas, segundo os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade e a partir da
identificação de sua efetividade concreta no pagamento do
débito.
- Deferimento de medidas pessoais atípicas que depende de
prova robusta de que o devedor está se furtando a quitar a
dívida e ostenta um padrão de vida luxuoso. Precedentes do
STJ e do TJRJ.
- No caso concreto, não há provas robustas de que o sócio
teria patrimônio expropriável e ostenta padrão luxuoso.
Assim, a suspensão de CNH e a apreensão de passaporte
configuram providências que extrapolam o limite da
proporcionalidade e não asseguram maior efetividade à
execução ou à utilidade da prestação jurisdicional. “
RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
(0014877-37.2023.8.19.0000 - AGRAVO DE
INSTRUMENTO. Des(a). HUMBERTO DALLA
BERNARDINA DE PINHO - Julgamento: 10/05/2023 -
QUINTA CAMARA DE DIREITO PRIVADO (ANTIGA 24ª
CÂMARA)

Do exame dos autos, verifica-se já ter havido a penhora das


cotas do executado, ora agravante, junto à empresa ITATRUST AND
FINANCIAL BANK S/A, inscrita no CNPJ sob o n º 05.137.585/0001-00,
visando a satisfação do crédito (index 1534).

Também se observa que a petição do exequente que antecede a


decisão agravada pede tão-somente a efetiva liquidação das cotas
penhoradas do executado GILBERTO DE MIRANDA AQUINO junto
à empresa ITATRUST AND FINANCIAL BANK S/A, inscrita no CNPJ
sob o n º 05.137.585/0001-00, cujo capital social é de R$ 500.000.000,00
(quinhentos milhões de reais) (index - 3110).

Assim, in casu, as medidas de cancelamento de CNH,


apreensão de passaporte e cancelamento do CNPJ das empresas
interessadas configuram providências que extrapolam o limite da
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proporcionalidade e não asseguram maior efetividade à execução ou à


utilidade da prestação jurisdicional.

Dessa forma, tem-se que a decisão agravada merece ser


cassada para que sejam afastadas as medidas excepcionais ordenadas pelo
Juízo a quo.

POR TAIS RAZÕES, o meu voto é no sentido de dar


provimento ao recurso, na forma assinalada.
Rio de Janeiro, 02 de agosto de 2023.

MARIA INÊS DA PENHA GASPAR


DESEMBARGADORA RELATORA
F/1805

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