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11 de Outubro de 2022

2º Grau

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e


Territórios TJ-DF: 07058107920198070000 -
Inteiro Teor

Publicado por Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios há 3 anos

Processo
07058107920198070000

Órgão Julgador
5ª Turma Cível

Publicação
15/04/2019

Relator
ANGELO PASSARELI

Inteiro Teor
Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS AngeloPassareli Gabinete do Des.
Angelo Passareli Número do processo: 0705810-79.2019.8.07.0000
Classe judicial: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) AGRAVANTE: JM
COMERCIO DE CONDUTORES ELETRICOS LTDA - ME AGRAVADO:
LUZIA MARIA MOTA D E C I S Ã O Trata-se de Agravo de
Instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto por JM
COMÉRCIO DE CONDUTORES ELÉTRICOS LTDA. contra decisão
proferida pelo i. Juiz de Direito da Primeira Vara Cível de Ceilândia
que, nos autos da Ação de Conhecimento, em fase de Cumprimento de
Sentença, Feito nº 0708386-07.2017.8.07.0003, proposta pela
Agravante em desfavor de LUZIA MARIA MOTA, indeferiu o pedido da
Credora, ora Agravante, de expedição de alvará que permitisse a
realização de diligências junto ao Distrito Federal no intuito de
verificar se a Devedora, ora Agravada, é contribuinte de IPTU relativo
a imóvel irregular, cujos direitos aquisitivos são penhoráveis segundo a
jurisprudência. A referida decisão foi exarada nos seguintes termos, in
verbis: ?DECISÃO Pretende a parte exequente decisão com força de
alvará para diligenciar junto à Secretaria de Fazenda do Distrito
Federal, bem como no GDF para que informem a existência de
eventuais bens imóveis, não regularizados, em nome da parte
devedora. Correta é a premissa da parte exequente em requerer o
auxílio deste juízo na obtenção dos dados indicados, uma vez que a
Administração Pública impôs a necessidade de atendimento de
condições o pleito. Não obstante, o que pretende a parte em nada
promoverá a solução da presente lide, porquanto os bens imóveis não
regularizados, tal como já é de ciência da parte, não possuem registro
perante o cartório de imóveis. Tais bens, apesar de terem valor
econômico, não são de propriedade de seus possuidores e, geralmente,
são ?transferidos? por procurações, substabelecimentos e cessões de
direitos. Desta forma, o ato de penhora não terá a publicidade
necessária, podendo ser atingido bem que já esteja na posse de outrem
e/ou a transferência desta posse pelo devedor no curso da penhora,
tornando o ato de expropriação demasiadamente complexo em razão
do envolvimento de terceiros estranhos a lide. Destaque-se, ainda, que
o que se pretende alienar é a posse e/ou detenção de uma área,
resultado em insegurança jurídica e dificuldade na sua alienação em
razão da baixa procura por tais áreas. Desta forma, indefiro o pedido.
Assim, intime-se a parte exequente, no prazo de 5 dias, para indicar
outros bens da parte devedora passíveis de constrição, sob pena de
arquivamento do feito. Ceilândia-DF, 25 de março de 2019 14:12:38.?
Relata a Agravante que realizou diversas tentativas de localização de
bens penhoráveis da Agravada, todas infrutíferas, o que também se
observou das pesquisas realizadas via sistemas BACENJUD e
RENAJUD. Acrescenta que o pedido indeferido por meio da decisão
agravada objetiva a prolação de ?decisão com força de alvará
permitindo que exequente por meio do PRÓPRIO advogado faça
diligências na SEFAZ-DF e GDF para obter informações e saber se a
devedora agravada LUZIA MARIA MOTA, inscrita no CPF nº
386.655.571-72 é contribuinte de IPTU e possui bem imóvel não
registrado em cartórios para que possa ser identificado o bem e após
procedida a penhora de direitos possessórios1 nos termos do artigo
835, XIII, CPC? (Num. 8013229 - Pág. 4). Invoca o princípio da
cooperação e assevera que, diversamente da conclusão obtida na
decisão agravada ?é possível a penhora sobre os direitos possessórios
de imóveis situados em condomínios irregulares , por possuírem tais
bens expressão econômica, sendo, assim, aptos à garantia dos créditos
em execução? (Num. 8013229 - Pág. 6). Sustenta que não postulou a
realização de diligência inútil ou protelatória, mas sim medida
adequada à busca da satisfação do crédito e que somente pode ser
efetivada com a atuação do Poder Judiciário. Afirma que estão
presentes os requisitos para o deferimento do efeito suspensivo, uma
vez que, ?segundo o artigo 921, III e § 1º do CPC suspende-se a
execução quando por 01 (um) ano quando o executado não possuir
bens penhoráveis, de modo que a execução ficará suspensa (arquivada
provisoriamente) e SOMENTE SERÁ DESARQUIVADA se forem
encontrados bens penhoráveis e após esse prazo a execução será
arquivada e começara a correr a prescrição intercorrente? (Num.
8013229 - Pág. 11). Colaciona doutrina e jurisprudência que entende
consentâneas com sua tese. Requer a concessão de efeito suspensivo e,
no mérito, postula o provimento do recurso para que seja deferido ?
alvará permitindo que agravante por meio do PRÓPRIO advogado faça
diligências na SEFAZ-DF e GDF para obter informações e saber se a
devedora LUZIA MARIA MOTA, inscrita no CPF nº 386.655.571-72 é
contribuinte de IPTU e possui bem imóvel não registrado em cartórios
para que possa ser identificado o bem e após procedida a penhora dos
direitos possessórios nos termos do artigo 835, XIII, CPC? (Num.
8013229 - Pág. 14). Preparo regular (Num. 8102194). É o breve
relatório. Decido. Admito o processamento do recurso. Trata-se de
Agravo de Instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto
contra decisão proferida pelo i. Juiz de Direito da Primeira Vara Cível
de Ceilândia que, nos autos da Ação de Conhecimento, em fase de
Cumprimento de Sentença, Feito nº 0708386-07.2017.8.07.0003,
indeferiu o pedido da Credora, ora Agravante, de expedição de alvará
que permitisse a realização de diligências junto ao Distrito Federal no
intuito de verificar se a Devedora, ora Agravada, é contribuinte de
IPTU relativo a imóvel irregular, cujos direitos aquisitivos são
penhoráveis segundo a jurisprudência. O art. 1019, inciso I, do Código
de Processo Civil, autoriza ao Relator do recurso conceder efeito
suspensivo ao Agravo de Instrumento. Exige-se, para tanto, a
demonstração da probabilidade do direito do Agravante (probabilidade
de provimento do recurso), do risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação (art. 995, parágrafo único, do CPC). Todavia,
fazendo um juízo inicial e perfunctório próprio desta sede, entendo que
não se encontra presente o segundo requisito. Com efeito, sem
embargo da análise que será realizada por ocasião do julgamento do
mérito do presente recurso pelo Órgão Colegiado, entendo que não se
encontra demonstrado o risco de dano grave apto a justificar a
concessão de efeito suspensivo. Isso porque a decisão agravada, além
do indeferimento do pleito em questão, veiculou exortação à Credora,
ora Agravante, quanto ao arquivamento provisório do Feito, não
estando presente, portanto, o risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação. Confira-se o teor do art. 921 do Código de
Processo Civil, que regula, por força do art. 771, caput, também do CPC,
a situação do Feito originário, in verbis: ?Art. 921. Suspende-se a
execução: (...). III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
(...).. § 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo
prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.? Não
se vislumbra, portanto, a urgência necessária ao deferimento de efeito
suspensivo ao recurso. Assim, sem embargo da discussão acerca da
probabilidade do direito da Agravante, entendo que não há perigo de
dano apto a autorizar a concessão de efeito suspensivo ao Agravo de
Instrumento nos moldes pleiteados. Nesse contexto, indefiro o pedido
de efeito suspensivo. Comunique-se e solicitem-se as informações.
Intime-se a Agravada para os fins estabelecidos no artigo 1019, inciso
II, do CPC. I. Brasília - DF, 10 de abril de 2019. ANGELO CANDUCCI
PASSARELI Desembargador
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-df/899172712/inteiro-teor-
899172843

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