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AO JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE

CAUSAS COMUS DA COMARCA DE SALVADOR – BA

CONDOMINIO RESIDENCIAL VILLAGIO DI NAPOLI, pessoa jurídica


de direito privado, devidamente cadastrado no CNPJ/MF sob o nº. 31.889.236/0001-54,
situado na Tv Encontro Das Arvores, nº 365, Piatã, Salvador - Ba - Brasil, CEP: 41.612-050,
neste ato, representado nos termos de sua Convenção, por seu síndico Sr. ALAN SILVA
MARINHO, brasileira(o), inscrito no CPF/MF sob nº 810.947.875-15, por seu advogado
infra firmado, conforme procuração em anexo, vêm, mui respeitosamente, à presença deste
MM. Juízo, com fundamento no art. 3º, inciso II, da Lei nº 9.099/95 c/c art. 785, 186, 187 e
927 do NCPC, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL C/C DANO MORAL COM


PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA E EVIDÊNCIA

contra ANTONIO FRANCISCO COSTA ADVOGADOS ASSOCIADOS, pessoa jurídica


de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº 05.920.964/0001-71, Escritório de Advocacia
e Consultoria Jurídica registrado na Ordem dos Advogados do Brasil Seção da Bahia sob o
nº 1172/2003, Liv. 17, fls. 132v a35v, com endereço na Av. Estados Unidos, nº 558, Edf.
Citibank, salas 512 e 513, Comércio, Salvador – BA, CEP 40.010-020, ANTONIO
FRANCISCO COSTA, brasileiro, inscrito no CPF/MF sob nº 079.285.724-00, residente e
domiciliado na Rua Coronel Durval Matos, nº 1195, APTO 501, Costa Azul, Salvador – BA,
CEP 41.760-160, e DANNIEL ALLISSON DA SILVA COSTA, brasileiro, inscrito no
CPF/MF sob nº 961.267.605-49, residente e domiciliado na Av. Luiz Viana, S/N,
Condomínio Residencial Le Parc, Torre 04, Rosee, APTO 1201, Paralela, Salvador – BA,
CEP 41.730-101, o que passa a fazer através das razões de fato e de direito a seguir expostas:

1. DAS PRELIMINARES

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Av. Tancredo Neves, nº 1632, Salvador Trade Center, Torre Sul, Salas 213/214, Caminho das Árvores,
Salvador - BA. CEP 41820-020, Tel. Comercial: (71) 3035-3593 / 99714-7947
contato@pinheirobrito.com.br
Assinado eletronicamente por: ANANDA DANIEL DE OLIVEIRA BRITO;
Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
1.1 DA COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS

Inicialmente, cumpre ressaltar que os CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS podem


propor ação perante Juizado Especial para cobrança e execução de suas taxas condominiais,
conforme dispõe o Enunciado de nº 09, do FONAJE, não obstante a isso, o Art. 98 da
Constituição Federal de 1988 assegura tal competência, uma vez que demandas relacionadas
a cobrança de taxas condominiais trata-se de matéria de fato e de direito não esbarrando em
complexidade de causa. Senão vejamos;

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,


competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de
menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante
os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em
lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro
grau.

ENUNCIADO 9 – O condomínio residencial poderá propor ação no Juizado


Especial, nas hipóteses do art. 275, inciso II, item b, do Código de Processo
Civil.

No caso em estudo Exa., consoante a finalidade das taxas condominiais que se


faz como única e exclusiva receita do condomínio Autor, sendo utilizada para manutenção
básica a subsistência daquela massa condominial, tem-se o entendimento do STJ sobre tal
tema:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM


MANDADO DE SEGURANÇA. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL.
CONTROLE DE COMPETÊNCIA. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AÇÃO DE
COBRANÇA AJUIZADA POR ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DE
LOTEAMENTO URBANO. TAXAS DE MANUTENÇÃO DE ÁREAS
COMUNS. COMPETÊNCIA DO JUIZADO. 1. Mandado de segurança
impetrado em 03/10/2013. Recurso ordinário interposto em 29/09/2016 e
concluso em 23/03/2017. 2. O propósito recursal consiste em definir se o
Juizado Especial Cível detém competência para o processamento e o
julgamento de ação proposta por associação de moradores visando à cobrança
de taxas de manutenção de loteamento urbano, em face de morador não
associado. 3. Consoante o firme entendimento desta Corte, é cabível mandado
de segurança, ao Tribunal de Justiça, para o controle da competência do
Juizado Especial, vedada a análise do mérito do processo subjacente, em
observância à Súmula 376/STJ. 4. A teor do disposto no art. 3º, II, da Lei
9.099/95, o Juizado Especial é competente para o julgamento das ações que,
no revogado Código de Processo Civil de 1973, submetiam-se ao
procedimento sumário (art. 275, II, do CPC/73), aí incluindo a ação de
cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio. 5.
Conquanto a cobrança de cotas condominiais instituídas por condomínio
formal não se confunda com a cobrança de taxas de manutenção de áreas
comuns instituídas por associação de proprietários de loteamento fechado,

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ambas as hipóteses apresentam semelhança tal a exigir a aplicação da mesma
razão de decidir quanto à fixação, em abstrato, da competência. 6. Esse
entendimento, além de conferir uniformidade na repartição da competência
para demandas faticamente semelhantes, coaduna-se com o metaprincípio de
submissão ao sistema dos Juizados Especiais das causas mais simples, que
podem ser solucionadas de maneira mais célere e efetiva, sem as amarras
formais que impregnam o processo civil tradicional. RECURSO EM
MANDADO DE SEGURANÇA Nº 53.602 - AL (2017/0061830-4)

De mais a mais, vejamos o posicionamento da Ministra Nancy Andrighi: “Esse


entendimento, além de conferir uniformidade na repartição da competência para demandas
semelhantes, coaduna-se com o metaprincípio de submissão ao sistema dos juizados
especiais das causas mais simples, que podem ser solucionadas de maneira mais célere e
efetiva, sem as amarras formais que impregnam o processo civil tradicional”. (grifo nosso)

Vejamos o que rezava o art. 275, II, alínea “b” do código de processo civil de
1973:

Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário:


(...)
II – Nas causas, qualquer que seja o valor:
(...)
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;

Com a vigência do Novo CPC, foi incluído o artigo 1.063, fazendo alusão ao
mencionado artigo:

Art. 1063 - Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos
na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o
processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.

Deste modo, qualquer que seja o valor da causa, aplicando-se a regra do


ordenamento jurídico brasileiro, é inegável a legitimidade do Condomínio Autor para propor
a presente ação sob o rito dos juizados especiais cíveis, ressaltando os critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que
possível, a conciliação ou a transação (Art. 2º da Lei nº 9.099/95).

1.2. DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Ab initio, vem perante V. Exa., mui respeitosamente, requerer que seja concedida
a Assistência Judiciária Gratuita ao Autor, com fulcro no Art. 5º, inciso LXXIV da
Constituição Federal de 1988, e na forma da Lei 1.060, de 05 de fevereiro de 1950, com as
alterações introduzidas pela Lei 7.510/86, bem como o art. 98 do CPC, vez que trata-se de

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pessoa jurídica sem condições financeiras para sustentar uma demanda judicial com o
pagamento de honorários advocatícios, custas, e etc., sem privar-se dos recursos básicos
necessários à sua subsistência.

1.3. Da Aplicação do Código de Defesa do Consumidor

No entendimento pátrio o condomínio se faz como pessoa jurídica com


personalidade indefinida na legislação, onde o mesmo consiste em uma massa condominial
com rateios de despesas sem finalidade lucrativa, conforme ampla exposição
supramencionada, destacando que, nos moldes do art. 75, inciso XI do Código de Processo
Civil1 bem como art. 1.169 e ss. c/c art. 1.348, inciso II do Código Civil 2, o condomínio se
fará representado pelo sindico ou seu administrador sendo que a massa condominial
consiste na composição de diversas famílias, quais sejam os condôminos.

Consoante disposto em Código de Defesa do Consumidor em seu art. 2°,


consumidor se faz como qualquer pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final. Ocorre que, o condomínio não possui finalidade
lucrativa, mas sim, meramente uma da massa constituída pelo rateio de despesas sendo esta
a destinatária final da relação de consumo, salientando que, conforme disposto em art. 2°,
Parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, equipara-se como consumidor a
coletividade de pessoas independentemente do número uma vez que relacionado a causas
de Consumidor.

Código de Defesa do Consumidor


Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo.

Imperioso salientar o quanto dito pelo Ilustre doutrinador Rizzato Nunes no que
tange a qualificação do consumidor:

"Consumidor é a pessoa jurídica, a pessoa natural e também a pessoa jurídica.


Quanto a esta última, como a norma não faz distinção, trata-se de toda e
qualquer pessoa jurídica, quer seja uma microempresa, quer seja uma

1
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
2
Art. 1.348. Compete ao síndico:
II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários
à defesa dos interesses comuns;

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multinacional, pessoa jurídica, civil ou comercial, fundação, etc. A lei
emprega o verbo 'adquirir', que tem de ser interpretado em seu sentido mais
lato, de obter, seja a título oneroso ou gratuito. Porém, como se percebe, não
se trata apenas de adquirir, mas também utilizar o produto ou o serviço,
ainda quando quem o utiliza não o tenha adquirido. Isto é, a norma define
como consumidor tanto quem efetivamente adquire (obtém) o produto ou o
serviço como aquele que, não o tendo adquirido, utiliza-o e o consome"
("Comentários ao Código de Defesa do Consumidor", Ed. Saraiva, 2005, 2ª
ed., p. 88).

Neste diapasão, uma vez que o condomínio possui legitimidade em contratar


ou adquirir serviços defendendo os interesses comuns dos seus condôminos, prezando pelo
princípio da celeridade e economia processual, seria prosaico instituir que o condomínio
não deve promover ação no Juizado Especial Civil na figura do consumidor, uma vez que
este se faz como destinatário final.

Vejamos o quanto discorrido pela 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça no


que tange a lógica do condomínio se fazer como consumidor:

“A valer a ratio decidendi do acórdão recorrido, ao condomínio, que represente


o interesse coletivo dos seus condôminos, não se aplicaria o microssistema
normativo do CDC, embora os condôminos, individualmente, possam pleitear
a sua incidência. Com isso, cada um dos integrantes do condomínio seria
forçado a ingressar em juízo isoladamente para obter a tutela do CDC no
lugar da tutela conjunta dos direitos individuais homogêneos dos
condôminos. Ora, se o condomínio de detém legitimidade para defender
os interesses comuns dos seus condôminos, justamente por ser constituído
da comunhão dos seus interesses (artigo 12, inciso IX, do CPC/73; atual
artigo 75, inciso XI, do NCPC), não se pode restringir a tutela legal
colocada à sua disposição pelo ordenamento jurídico.” (REsp. 1.560.728 -
MG (2015/0256835-7) – Rel. Paulo de Tarso Sanseverino)

Outrossim, se faz de suma importância trazer a Ementa do referido Acórdão:

“RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL.


DEMANDA ENVOLVENDO CONDOMÍNIO DE ADQUIRENTES DE
UNIDADES IMOBILIÁRIAS E A CONSTRUTORA/INCORPORADORA.
PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO.
COLETIVIDADE DE CONSUMIDORES. POSSIBILIDADE DE
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO
ÔNUS PROBATÓRIO. PRECEDENTES DO STJ. 1. Polêmica em torno da
possibilidade de inversão do ônus da prova para se atribuir a incorporadora
demandada a demonstração da destinação integral do produto de
financiamento garantido pela alienação fiduciária de unidades imobiliárias na
incorporação em questão (patrimônio de afetação). 2. Aplicabilidade do
Código de Defesa do Consumidor ao condomínio de adquirentes de edifício
em construção, nas hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos seus
condôminos frente a construtora/incorporadora. 3. O condomínio equipara-
se ao consumidor, enquanto coletividade que haja intervindo na relação
de consumo. Aplicação do disposto no parágrafo único do art. 2º do CDC.
4. Imposição de ônus probatório excessivamente complexo para o condomínio
demandante, tendo a empresa demandada pleno acesso às provas necessárias à

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demonstração do fato controvertido. 5. Possibilidade de inversão do ônus
probatório, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC. 6. Aplicação da teoria da
distribuição dinâmica do ônus da prova (art. 373, § 1º, do novo CPC). 7.
Precedentes do STJ. 8. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.” (REsp. 1.560.728
- MG (2015/0256835-7) – Rel. Paulo de Tarso Sanseverino)

Assim, além de se fazer como destinatário final da relação de consumo, bem


como previsão taxativa em CDC, seria contraditório sobrecarregar o judiciário com mais de
240 processos para análise da relação de consumo diante das ora prestadoras de serviço, uma
vez que a massa condominial se faz como destinatário final. Destarte, ante a latente relação
consumerista conforme amplamente demonstrada, requer o reconhecimento e total
aplicabilidade do CDC no caso em tela.

2. DOS FATOS

O Condomínio Autor, conforme contrato de prestação de serviços jurídicos


anexo, contratou os serviços do escritório Acionado em 01 de Janeiro de 2022, tendo como
objeto do contrato a prestação de serviços de assessoria jurídica para cobrança de taxas
condominiais e seus acessórios, sobre os créditos condominiais em geral, conforme cláusula
primeira do contrato anexo.

Ocorre VS. EXA. que em 08 de Março de 2023, foi enviado o aviso prévio aos
Acionados de rescisão do contrato realizado, tendo o prazo de aviso prévio de 60 (sessenta)
dias, em total acordo com o quanto disposto na cláusula quinta do contrato de prestação de
serviços jurídicos, tendo havido encerrado o prazo em 07 de Maio de 2023.

Neste interim, ao fim do contrato, verifica-se o quanto disposto na cláusula


quinta, parágrafo único, e cláusula terceira, do contrato de prestações de serviços jurídicos,
que se trata do pagamento integral dos serviços prestados, senão vejamos:

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Ocorre Vossa Excelência que conforme tratativa realizada com os Acionados em
cadeia de email anexa aos documentos, os mesmos extraiam os valores devidos de seus
honorários advocatícios na primeira parcela dos acordos realizados, onde ao final do contrato
foi esclarecido pelo Condomínio Autor que este não mais devia alguma coisa aos Réus, tendo
em vista que já havia pago todo o quanto devido a estes, conforme vejamos abaixo a
indagação da gestão abaixo quanto ao pagamento do honorários:

Em resposta ao quanto indagado pelo síndico, os Acionados se manifestaram da


seguinte forma:

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Diante de tal questão apresentada pelos Acionados, bem como, a realização da
quitação do quanto devido a estes por parte do Condomínio Autor mediante o abatimento
abusivo dos honorários em todas as primeiras parcelas dos acordos realizados, o novo Patrono
do Condomínio deixou esclarecido que não era devido algum valor aos Réus, conforme
cadeia de email anexa, senão vejamos:

Tendo em vista que o Condomínio Autor deixou de realizar o pagamento da


rescisão contratual, haja vista que este não devia qualquer coisa aos Réus, o Escritório
Acionado em exercício arbitrário das próprias razões deixou de repassar valores que estavam
em sua posse advindos de alvará de processo judicial de cobrança débitos condominiais
contra os condôminos do Condomínio Autor, Processo sob nº 0060999-32.2022.8.05.0001,
retendo esses valores desde antes da rescisão contratual, estando ainda em período de aviso

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prévio, na intenção de utilizar esses valores de forma arbitrária, sem alguma anuência do
Condomínio.

Em continuidade, em 19/06/2023 o Escritório Acionado ingressou com uma ação


de execução dos honorários advocatícios, Processo nº 0108279-62.2023.8.05.0001, onde, em
sua petição inicial, esta anexa aos autos, os Acionados deixam explicitas as alegações aqui
trazidas pelo Autos, senão vejamos:

Em detrimento da ação judicial de execução de honorários, estes indevidos,


ingressada contra o Condomínio sob nº 0108279-62.2023.8.05.0001, fora realizado bloqueio
judicial nas contas bancárias do Autor da presente demanda, bloqueio este no valor de R$
26.543,54 (vinte e seis mil, quinhentos e quarenta e três reais e cinquenta e quatro centavos),
além do valor de R$ 11.773,40 (onze mil, setecentos e setenta e três reais e quarenta centavos)
já retido de forma indevida por arbitrariedade dos Acionados, totalizando o montante de R$
38.316,94 (trinta e oito mil, trezentos e dezesseis reais e noventa e quatro centavos),
prejudicando o caixa do Condomínio Autor, bem como, a quitação de suas despesas.

Ocorre, Vossa Excelência, que o contrato de prestação de serviços jurídicos


realizado com Escritório Acionado não têm nenhuma cláusula dispondo sobre a retenção de
valores pertencentes ao condomínio advindos de alvarás de processos judiciais, bem como,
nenhum dispositivo legal na legislação brasileira admite tal infortúnio, tendo em vista que
trata-se de conduta ilícita.

Considerando inaceitável que seu direito seja impunemente calçado aos pés de
outrem (KANT, 2009), o Acionante não vê outra saída senão propor a presente ação, na busca
de restaurar seus direitos que foram e estão sendo vilipendiados, confiando plenamente neste
Douto Juízo, a fim de obter a devida e justa aplicação da JUSTIÇA!

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3. DO DIREITO

3.1. Da Responsabilidade Civil

Tendo em vista o desenvolvimento da teoria da responsabilidade civil nos


últimos anos, a responsabilidade civil do advogado assenta-se nos seguintes elementos:

a) o ato (ou omissão) de atividade profissional;


b) o dano material ou moral;
c) o nexo de causalidade entre o ato e o dano;
d) a culpa presumida do advogado;
e) a imputação da responsabilidade civil ao advogado.

O advogado exerce atividade, entendida como complexo de atos


teleologicamente ordenados, com caráter de permanência. A atividade de advocacia não é
livre, posto que dependente de requisitos, qualificações e controles previstos em lei,
inserindo-se no conceito amplo de relação de consumo, pois o advogado é prestador de
serviço profissional. A atividade obriga e qualifica como culposa a responsabilidade pelo
dano decorrente de qualquer de seus atos de exercício.

No caso em tela, o Réu causou ao Autor danos materiais e morais, uma vez que
foi contratado profissionalmente para defender os interesses e direitos de jurisdicionado,
acabou por lançar mão indevidamente dos valores que lhe são devidos, ao invés de repassa-
los ao real titular, ou seja, o Autor que lhe outorgou mandato "ad judicia".

Desse modo, os elementos supramencionados encontram-se presentes nos fatos


relatados de forma que configura-se então a responsabilidade civil do requerido pela sua
omissão e descaso.

Como não poderia deixar de ser, a Constituição Federal também assegurou o


direito à indenização por dano moral e material, conforme prescreve o art. 5º, incisos V e X.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;

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Por força dos artigos acima, a responsabilidade civil do Advogado encontra
guarida na Constituição Federal, assegurando aos clientes o supedâneo jurídico necessário à
reparação dos danos materiais e morais ocasionados pela má atuação de seu procurador.

3.2. Da Responsabilidade Subjetiva dos profissionais liberais no CDC

Os Acionados estão enquadrados no artigo 3º, § 2º, do Código de Defesa do


Consumidor, ou seja, dentro do conceito de Fornecedor, mais especificamente um prestador
de serviços, conforme vejamos:

Art. 3°. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
(...)
§ 2°. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Diante do que traz o parágrafo segundo do artigo supracitado, no âmbito deste


código, cuida-se do trabalho independente ou autônomo, como é o caso dos profissionais
liberais, incluindo-se aí os Advogados.

É correto afirmar que os fornecedores de uma relação jurídica consumerista, sem


distinção, respondem pelo vício no serviço, conforme nos estabelece o Art. 14, § 4º, do CDC,
in verbis:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência


de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor
dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes,
entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.

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Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Percebe-se, entretanto, que o parágrafo 4º do supracitado artigo, traz uma
exceção, trata-se da responsabilidade dos profissionais liberais, que será apurada de forma
subjetiva, ou seja, com a verificação de culpa. Norma esta que se aplica ao presente caso, eis
que, a classe dos advogados é denominada como sendo profissionais liberais.

No Brasil, a maioria das atividades exercidas por profissionais liberais são


consideradas como obrigações de meio, ou seja, não se pode dar uma garantia do resultado a
ser alcançado. Contudo, caso o consumidor não fique satisfeito com o trabalho realizado, ou
ainda a sua total abstenção, no sentido de não realizar-se trabalho algum, como no caso em
espeque, caberá a este comprovar a culpa do profissional.

Utilizando-se mais uma vez das palavras do tão consagrado professor Rizzatto
Nunes3, sob este prisma, tem-se que:

Essa é a única exceção ao sistema da responsabilidade civil objetiva instituída


pelo CDC. A finalidade mais evidente da norma é submeter o chamado
profissional liberal à obrigação de indenizar com base na responsabilidade
subjetiva, isto é, por apuração de culpa ou dolo.

A responsabilidade do profissional liberal em caso de defeito ou de vício da


prestação de seu serviço será apurada mediante culpa, sendo que isso:

a) Independe do fato de o serviço ser prestado efetivamente com a


característica intuitu personae, firmado na confiança pessoal ou não;
b) Também independe de a atividade exercida ter ou não constituído
sociedade profissional. O que descaracteriza a atividade não é a pessoa
jurídica em si, mas a atividade, que em alguns casos pode ser típica de
massa;
c) Acresça-se que o profissional liberal deve ser caracterizado pela atividade
que exerce e, ainda, que a prerrogativa estabelecida no CDC é pessoal, não
gerando o mesmo benefício ao prestador do serviço que age como
empreendedor que assume risco, com cálculo de custo-benefício e oferta
de massa etc., elementos típicos do explorador do mercado de consumo.

Sabendo-se então, que se faz NECESSÁRIA A DEMONSTRAÇÃO DE


CULPA para a responsabilização de advogados, eis que são enquadrados como profissionais
liberais, tem-se que tal circunstância, no presente caso, é de fácil constatação.

É desta forma que têm se manifestado os Tribunais Pátrios, conforme nota-se nos
seguintes julgados abaixo colacionados:

3
Nunes, Luis Antonio Rizzatto. Curso de direito do consumidor / Rizzatto Nunes. – 6. Ed. rev. E atual. –
São Paulo : Saraiva, 2011. Pág. 406 e 407.

12
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Assinado eletronicamente por: ANANDA DANIEL DE OLIVEIRA BRITO;
Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
STJ - EDcl no AgRg no Ag: 1261145 SP 2009/0239392-7, Relator: Ministro
RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 22/04/2014, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 15/05/2014

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO


DE INSTRUMENTO. ACOLHIMENTO PARA PRESTAR
ESCLARECIMENTOS. HOSPITAL. RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA. AUSÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE. NÃO
PROVIMENTO DO RECURSO. MANUTENÇÃO.

1. A responsabilidade civil do hospital é objetiva pelos danos causados, na


condição de fornecedor, aos consumidores, nos termos do art. 14, caput, do
Código de Defesa do Consumidor. A exceção prevista no § 4º do referido
dispositivo legal, cuidando da responsabilidade subjetiva, é restrita aos
profissionais liberais, incluindo-se aí os médicos.
2. Com a exclusão do nexo de causalidade pelas instâncias ordinárias, fica
afastada a responsabilidade civil objetiva da entidade hospitalar.
3. Embargos declaratórios acolhidos para prestar esclarecimentos, mas sem
alteração do resultado do julgamento.

E ainda:

TJ-RS - Recurso Cível 71005424171 RS (TJ-RS)


Data de publicação: 13/07/2015

Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROFISSIONAL


LIBERAL. FORNECEDORES DE SERVIÇO SUJEITOS À DISCIPLINA
DO CDC. OBRIGAÇÃO DE MEIO, INCUMBINDO AO AUTOR A PROVA
DE QUE O PROFISSIONAL OBROU COM CULPA AO CAUSAR O
DANO, ÔNUS DO QUAL NÃO SE DESINCUMBIU. AUSENTE PROVA
DO NEXO CAUSAL, NÃO HÁ DEVER INDENIZATÓRIO. Versa a lide
sobre responsabilidade de profissional liberal na qual o autor pretende o
ressarcimento dos valores pagos a título de honorários advocatícios e
indenização por danos morais. Inobstante a matéria consumerista versada nos
autos, o dever de indenizar somente se configuraria com a prova da culpa do
réu, o qual responde pelos atos danosos cometidos no exercício da prestação
dos seus serviços sob o prisma subjetivo (mediante a verificação da culpa, ou
seja, o dever de indenizar emerge quando o agente atua no exercício da sua
profissão, com culpa para a ocorrência do evento danoso), delineado no art.
14, § 4º, do CDC , disciplinado como exceção à regra geral da
responsabilidade objetiva dos fornecedores pelos danos causados aos
consumidores. O serviço prestado por advogados é obrigação de meio, ou seja,
quando o profissional somente se obriga a envidar todos os esforços ao seu
alcance para a prestação do seu serviço, sem o compromisso com o resultado
de sucesso das demandas eventualmente ajuizadas. Nesses casos, o ônus
probatório incumbe à parte autora, a qual deve provar a culpa do profissional
na ocorrência do evento danoso, ônus do qual não se desincumbiu.

No tocante à demonstração da culpa que se faz necessária para a formação da


responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais, tem-se que a sua configuração ocorre
mediante o suprimento de três elementos, quais sejam, uma CONDUTA DOLOSA OU
CULPOSA, que venha a gerar UM DANO EFETIVO à vítima, sendo estabelecido o liame
entre ambos através da comprovação do NEXO DE CAUSALIDADE que os entrelaça.

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Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Ora, através dos fatos aqui narrados, ficou cabalmente demonstrado que os
Acionados de diversas formas deixaram de dar a devida importância às questões que lhe
foram confiadas, além de ter agido com total má-fé ao não realizar o repasse de valores de
advindos de ações judiciais e seu cliente, retendo esses valores para si, e assim não cumpriu
com o quanto acordado com a Autora.

Portanto, é latente que a natureza das condutas praticadas pelos Réus foram
abusivas, dotadas de más intenções e de dolo utilizando-se do exercício arbitrário das próprias
razões para reter valores devidos ao seu cliente, com o único intuito de enriquecer ilicitamente
às custas do mesmo. Isto por que, os Acionados prestaram ao seu cliente os seus serviços
advocatícios, e logo após receber a notificação de aviso prévio da rescisão do contrato,
decidiram por intermédio de suas arbitrariedades reter valores que deveriam ser repassados
ao seu cliente.

Nunca é demais recordar que o artigo 6º, inciso IV, do CDC, consagra como
direito básico do consumidor, dentre outros, a proteção contra práticas abusivas.

Compreendem-se por práticas abusivas as “ações ou condutas do fornecedor em


desconformidade com os padrões de boa conduta nas relações de consumo. São práticas
que, no exercício da atividade empresarial, excedem os limites dos bons costumes comerciais
e, principalmente, da boa-fé, pelo que caracterizam o abuso do direito, considerado ilícito
pelo art. 187 do Código Civil. Por isso são proibidas” (FILHO, Sergio Cavalieri. Programa
de direito do Consumidor, 2010, p. 136).

Portanto, é flagrante a responsabilidade subjetiva da Ré, ante a expressa


demonstração e comprovação da sua culpa, devendo então arcar com as reparações
indenizatórias que ora lhes serão imputadas, sendo de grande importância frisar que, as
excludentes de responsabilidade trazidas pelo Art. 14, §3º e seus incisos, do CDC devem ser
afastadas no caso em comento, uma vez que TODOS OS ACONTECIMENTOS AQUI
MENCIONADOS SE DERAM SEM CULPA EXCLUSIVA DO
ACIONANTE/CONSUMIDOR.

Ademais, vale ainda frisar que tal instituto da responsabilidade civil não deve ser
visto apenas na seara consumerista, mas também na cível, uma vez que o próprio Código
Civil também traz previsão de responsabilização civil por práticas ilícitas.

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Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Em tempo, a responsabilidade civil se constitui na aplicação de medidas que
obriguem uma pessoa a reparar um dano de caráter patrimonial e/ou moral a terceiros,
causado em razão de ato seu ou de seu preposto, decorrente de dispositivo legal ou de alguma
coisa a ela pertencente. Ou seja, a responsabilidade civil se dá a partir da PRÁTICA DE UM
ATO ILÍCITO, mediante o nascimento da obrigação de indenizar, com o fito de colocar a
vítima ao estado quo ante.

Portanto Exa., em duas legislações diferentes que se cruzam, saudando-se a


TEORIA DA COMUNICAÇÃO DAS FONTES, percebe-se que quando houver algum tipo
de dano causado a outrem, nasce a responsabilização e consequentemente o dever de
indenizar àquele que sofreu a prática abusiva e ilícita, como aqui perseguido e denunciado.

Assim sendo, consagra a Teoria da Responsabilidade Subjetiva e a Teoria da


Responsabilidade Contratual, pois uma vez demonstrada a culpa do advogado no não
cumprimento de cláusula contratual ou na inobservância aos seus deveres capitulados no
Estatuto da OAB, do Código de Ética, ou cometendo algum erro grosseiro, será
responsabilizado pelo prejuízo suportado por seu cliente.

Deste modo, fica claro a relação estabelecida entre o profissional advogado e seu
cliente como verdadeira relação de consumo, constatando-se a regulação de sua
responsabilidade civil pelo microssistema criado pelo Código de proteção e Defesa do
Consumidor.

Portanto, sobre esta relação jurídica de consumo, deve incidir todas as regras e
princípios dispostos no Código de Defesa do Consumidor.

3.3. Da Má – Fé na Conduta da Ré – Violação da Lei nº. 8.906/94 e do Código


de Ética e Disciplina na OAB

Em consonância com o disposto no Art. 127 e seguintes da Constituição Federal


de 1988, juntamente com o Ministério Público, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública, e
a Advocacia privada, são funções ESSENCIAIS à justiça, de forma que são incumbidos a
estes, a defesa da ordem jurídica, assim como os interesses e direitos coletivos e individuais
da sociedade brasileira.

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Ademais, mais especificamente o Art. 133, também da Constituição Federal,
afirma que:

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo


inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites
da lei.

Com isso, percebe-se toda a preocupação do Poder Constituinte Originário em


ressaltar a essencialidade da advocacia no seio da sociedade brasileira, vez que tal profissão
é um dos fortes pilares que possibilita o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e
igualitária.

A preocupação quanto a esse símbolo da defesa dos direitos dos indivíduos


também está presente na Lei 8.906/94 (ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB), onde
reafirma em seu Art. 2º o que traz a Constituição Federal como função essencial para a
administração da Justiça.

Além disso, a Lei supracitada também traz diversos dispositivos que tratam da
advocacia, como por exemplo, os direitos, prerrogativas e também deveres de quem a exerce.
Com isso, se faz de suma importância ressaltar o que os art. 31, 32 e 33 desse diploma trazem,
que é o dever da ética do advogado nos atos praticados por ele. Vejamos:

Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito
e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em
qualquer circunstância.
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem
de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da
profissão.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional,
praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente
responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte
contrária, o que será apurado em ação própria.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres
consignados no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado
para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade,
a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de
urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.

Ao destrinchar tais dispositivos, percebe-se que a ética é indispensável no


exercício da advocacia, bem como a dignidade, o decoro, a honestidade e a boa-fé, sendo
requisitos essenciais para aqueles que buscam a aplicação da justiça numa sociedade.

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Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Entretanto, no caso em estudo, as práticas exercidas pela Causídica fizeram-se
ao todo diferentes do que preceituam os referidos mandamentos legais e constitucionais.

Além da “facada nas costas” de seu cliente, os Acionados acreditam estar


amparados por seus direitos, porém suas ações em verdade, serviram apenas para satisfazer
os interesses seus interesses próprios, sem que a mesma cumprisse seu papel na relação de
consumo, encerrando-se com isso a maior prova de má-fé por parte da Causídica, eis que
ignorou dolosamente que possuía uma contraprestação a ser honrada.

Percebe-se que tais atitudes confrontam-se manifestamente com o que diz o


Estatuto da Advocacia, uma vez que se traduzem no alto índice de desrespeito e desprestígio
que a classe dos advogados vem enfrentando ao longo de muito tempo.

Não à toa, tem sido tratada de maneira vexatória a grande parcela de advogados
que mantém as suas condutas ilibadas e irrepreensíveis, assim como um caráter de inteira
probidade, adjetivos tais que são exigidos para o fiel exercício da profissão, pois em verdade
trata-se de uma minoria de profissionais que acarreta esta desonra em detrimento da classe, o
que deve ser firmemente rechaçado pelo Poder Judiciário, assim como no presente caso.

Ademais, se faz necessário mencionar que, assim como dito alhures, o Estatuto
da Advocacia também corrobora no sentido de que os advogados são INTEIRAMENTE
RESPONSÁVEIS pelas atitudes que tomarem no exercício da profissão, seja com dolo ou
culpa.

Claramente percebe-se que houve DOLO por parte dos Acionados, vez que os
mesmos utilizaram da confiança cedida a estes para prestarem seus serviços, tendo acesso
direto aos alvarás judiciais expedidos em ações judiciais em nome do seu cliente o
Condomínio autor, para apropriar-se destes em exercícios arbitrário das próprias razões. Por
se tratar a presente demanda de ação no âmbito civil, no viés, vale a pena frisar que que as
ações cometidas pelos Acionados se encontram amparadas também na esfera penal, se
enquadrando no crime de apropriação indébita por exercício da profissão previsto no art. 168,
§ 1º, III, do Código Penal, bem como, no crime de exercício arbitrário das próprias razões,
previsto no art. 345, do Código Penal, o qual foi realizado Boletim de ocorrência, este anexo
aos autos, demonstrando VS. Exa, a gravidade das ações dos Acionados.

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Assinado eletronicamente por: ANANDA DANIEL DE OLIVEIRA BRITO;
Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
É dever do advogado que recebe dinheiro de acordo judicial repassar o valor
integral ao cliente, caso isso não aconteça, o profissional comete o delito de apropriação
indébita e, nesse caso, a prática ultrapassa o mero "desacerto civil" e entra na esfera criminal.

Ademais, não repassar devidamente e não prestar conta desses valores é uma
infração disciplinar prevista no artigo 34, Inciso XXI, do Estatuto da Advocacia e da OAB.
Além disso, o advogado pode ser punido com suspensão em todo o território nacional,
conforme artigo 37, Inciso I do Estatuto.

Especificamente sobre o prazo para advogado repassar dinheiro ao cliente, não


há uma lei especifica, mas, por respeito ao seu cliente, um prazo que consideramos justo é de
até 48 horas úteis.

Eis alguns exemplos de advogados que "esqueceram" de repassar o dinheiro ao


seu cliente:

Proc. Disciplinar n.° 11932/2008-0

• Relator: Júlio César Ribeiro Maia.

EMENTA: VERBA RECEBIDA E NÃO PRESTADA CONTA

AO CLIENTE. PROVA DOCUMENTAL. CONDUTA

CONTRÁRIA AO CÓDIGO DE ÉTICA. INFRAÇÃO AO ART. 32 DO


EOAB. PENA DE SUSPENSÃO, Advogado que recebe valores destinados ao
seu cliente e não repassa devidamente e não presta contas destes valores
comete infração disciplinar prevista no art. 34, inciso XXI, do Estatuto da
Advocacia e da OAB.

(J. 26.05.11. procedente, v. maioria). (g.n.)

Proc. Disciplinar nº 9331/2010-0

• Relator: Conselheiro Neomésio José de Souza.

EMENTA: Recebimento pelo advogado de valor em dinheiro, em ação judicial


sob o seu patrocínio e não repassado ao cliente. Ausência injustificada de
prestação de contas. Conduta reprovável do advogado caracterizada como
infração disciplinar. Procedência da representação, ensejando a aplicação da
sanção disciplinar de suspensão do exercício da advocacia (art. 34, incs. XX e
XXI, c/c. o art. 37, inciso I, §§ 1º e 2º, e art. 40, inc. II, da Lei nº 8.906/94).

(J. 27.09.2012, 8a sessão ordinária, procedente, v. maioria) (g.n.) Proc.


Disciplinar nº 664/2007-0

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Relator: Julio César Ribeiro Maia.

EMENTA: VALORES DEVIDO AO CLIENTE RECEBIDO

POR ADVOGADO QUE NÃO PRESTA CONTAS.

REPRESENTADO CONFESSO. CONDUTA CONTRÁRIA AO CÓ- DIGO


DE ÉTICA. INFRAÇÃO AO ART. 34, INCISO XXI DO EOAB. PENA DE
SUSPENSÃO. Advogado que recebe valores destinados ao seu cliente e não
repassa ou não presta contas destes valores comete infração disciplinar prevista
no art. 34, inciso XXI, do Estatuto da Advocacia e da OAB, punivel com
suspensão, conforme art. 37, Inciso I do EAOB. (g.n.)

(J. 13.12.2012, 11a sessão ordinária, procedente v. unânime)

A conduta do Réu é totalmente reprovável e sem justificativa, caracterizado


como crime pelo artigo 168, § 1º, III, do Código Penal, bem como, art. 345, do mesmo
dispositivo, sendo que não está descartada a possibilidade de ingresso com processo criminal,
contudo cremos que o Réu tomará as medidas possíveis para efetuar a devolução dos valores
apropriados de forma rápida, visando unicamente reparar o grave erro cometido.

Por fim, é importante dizer que o dever de ética nas atitudes tomadas por quem
exerce a advocacia não se restringe apenas ao Estatuto da Advocacia e da OAB, havendo
outro diploma legal que trata sobre tal assunto, qual seja, o Código de Ética e Disciplina.

A ementa de tal código já demonstra a preocupação com os princípios que devem


nortear a atuação da classe dos advogados. Vejamos:

CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB

O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL,


ao instituir o Código de Ética e Disciplina, norteou-se por princípios que
formam a consciência profissional do advogado e representam imperativos de
sua conduta, tais como: os de lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar
pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que esta
seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se
dirige e as exigências do bem comum; ser fiel à verdade para poder servir à
Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com lealdade e boa-
fé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício; empenhar-
se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao constituinte o
amparo do Direito, e proporcionando-lhe a realização prática de seus legítimos
interesses; comportar-se, nesse mister, com independência e altivez,
defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; exercer a advocacia
com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento,
jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à finalidade social
do seu trabalho; aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da
ciência jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do cliente e da
sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal;

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agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e a correção dos
profissionais que honram e engrandecem a sua classe.

São em verdade, uma vergonha para a classe advocatícia tais fatos, já que a
regulamentação e o reconhecimento do trabalho árduo dos advogados na sociedade brasileira
é uma busca incessante que vem se alongando e sendo conquistado durante anos. Entretanto,
vale ressaltar que ainda há esperança, uma vez que a advocacia, traduzida na luta e defesa dos
direitos alheios, não é uma mera profissão escolhida para atuar, mas uma missão de vida, uma
vocação, cujas atividades desempenhadas diariamente causam graves reflexos nos rumos de
toda a sociedade, e, portanto, ainda prevalece diante de algumas exceções, como é o caso em
apreço.

Dito isso, por fim, percebe-se que as atitudes tomadas pela Ré FEREM
FRONTALMENTE todos os princípios e deveres consubstanciados tanto na Constituição
Federal, bem como no Estatuto dos Advogados e Código de Ética e Disciplina, devendo ser
tomadas providências cabíveis não só quanto ao direito do Autor que foi violado, bem como
as devidas penalidades descritas em tais legislações e regulamentos.

3.4. Da Inexistência Do Débito – Repetição do Indébito

Sabe-se que o Condomínio Autor firmou com os Réus um negócio jurídico para
fins de prestação de serviços jurídicos, tendo sido ajustado o pagamentos dos serviços por
meio das primeiras parcelas de acordo realizados com Escritório Acionado, conforme cadeia
de email anexa. Ocorre que o Condomínio Autor cumpriu com sua obrigação, conforme,
verificado e exposto na negociação por meio de email com os Acionados. Todavia, tendo os
pagamentos sido realizados, os Réus de forma arbitrária reteram valores devidos ao
Condomínio, bem como, ingressaram com ação de cobrança de honorários advocatícios, estes
que já foram quitados.

A legislação brasileira, em especial o Código Civil, prevê a possibilidade de o


credor buscar a satisfação de seu crédito mediante a oposição de ação pertinente, contudo, se
a cobrança é indevida (v. G., inexistência de dívida ou débito quitado), o credor é
responsabilizado civilmente, sujeito à reparação dos prejuízos causados, inclusive quanto ao
dano moral.

20
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No caso dos autos, o autor jamais restou em dívida com os Réus, pois os
pagamentos dos proventos já haviam sido quitados nos moldes estabelecidos pelos Réus, bem
como qualquer conta de modo a cumprir o dever de sindicância e gestão da massa. Com
efeito, os Acionados, ao cobrar débito inexistente, praticou ato abusivo em desacordo com os
princípios informadores do Código de Defesa do Consumidor e de todo o ordenamento
jurídico, sendo agravante o fato da ingressar com ação de execução e honorários advocatícios,
frise-se “inexistentes”, bem como, a retenção de valores indevidos a estes.

Sérgio Cavalieri elucida que “uma das teorias que procuram justificar a
responsabilidade objetiva é a teoria do risco do negócio. Para esta teoria, toda pessoa que
exerce alguma atividade cria um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigado a repará-
lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa” (O direito do consumidor no limiar século
XXI. Revista de Direito do Consumidor. Revista dos Tribunais, nº 35, jul/set. 2000, p. 105.).

Acerca do tema, o CDC versa ainda que:

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os


tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à
sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço

Portanto, conforme previsto no códex, o fornecedor de serviços responde de


modo objetivo, ou seja, independentemente de culpa, pelos vícios decorrentes da disparidade
sob a prestação de serviço que fornece e que geram danos a seus consumidores, devendo no
caso em questão, RESTITUIR TODA A QUANTIA COBRADA INDEVIDAMENTE E
PAGA PELOS AUTORES, estas que alcançam a ordem de R$ 38.316,94 (trinta e oito mil,
trezentos e dezesseis reais e noventa e quatro centavos), sem prejuízo da devida reparação
pelos danos gerados a massa condominial, como adiante serão demonstrados.

De mais a mais, de suma importância trazer à baila o quanto disciplina o art.


42, parágrafo único, do CDC quanto a cobrança indevida realizada pela então ré:

Art. 42. (...)


Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito
à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em

21
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excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável.

Destarte, as requeridas expuseram o autor à cobrança de valores indevidos e,


mesmo após alertada sobre a inexistência de débito, não demonstrou que solicitará a extinção
da demanda judicial de execução e honorários a qual houve bloqueio judicial das contas
bancárias do Autos no valor de R$ 26.543,54 (vinte e seis mil, quinhentos e quarenta e três
reais e cinquenta e quatro centavos), muitos menos houve a tentativa da devolução do valor
retido de R$ 11.773,40 (onze mil, setecentos e setenta e três reais e quarenta centavos),
totalizando o valor de R$ R$ 38.316,94 (trinta e oito mil, trezentos e dezesseis reais e noventa
e quatro centavos), motivo pelo qual a mesma deve restituir o condomínio com a repetição
do indébito o qual encontra-se no montante de R$ 76.633,88 (setenta e seis mil, seiscentos e
trinta e três reais e oitenta e oito centavos), este a ser atualizado e corrigido monetariamente
por este MM. Juízo.

O TJ-RS, tem entendimento jurisprudencial acerca do tema em comento,


conforme vejamos:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. REPETIÇÃO DE HONORÁRIOS


ADVOCATÍ- CIOS COBRADOS INDEVIDAMENTE. Representado o autor
por advogado credenciado por Sindicato da categoria e deferida em favor do
advogado verba honorária em razão da assistência judiciária prestada,
descabida a cobrança de novos honorários, sem que expressamente estivesse
demonstrado o ajuste entre as partes e o sindicato que credenciou o procurador.
Restituição determinada, porém, na forma simples, da diferença reclamada.
Recurso parcialmente provido\u0002.DERAM PAR- CIAL PROVIMENTO
AO RECURSO.

Destarte, diante do entendimento jurisdicional acerca do tema em debate,


verifica-se que o valor total do quanto pretendido ultrapassa o limite estabelecido no art. 3º,
da Lei 9.099/95, porém diante da necessidade/fragilidade ao qual o Condomínio Autor se
identifica no presente momento diante dos valores “surripiados” sem sua anuência ou vontade
expressa, os quais vêm desestabilizando o quadro financeiro do Condomínio, que se encontra
com uma inadimplência geral no valor de R$ 246.215,54 (duzentos e quarenta e seis mil,
duzentos e quinze reais e cinquenta e quatro centavos), conforme relatório geral de
inadimplência anexo, além de deter 240 (duzentos e quarenta) famílias que dependem da
qualidade financeira do Autor para viverem em condições salubres.

Diante de tal quadro ao qual o Condomínio Autor foi introduzido pelos


Acionados, este não vê outra saída senão a opção pelo procedimento sumaríssimo,

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renunciando qualquer valor que exceda ao limite estabelecido nos Juizados Especiais,
sobretudo pela sua natureza decorrente da obrigação adimplida pelos condôminos, o qual se
faz como obrigação propter rem, conforme art. 3º, § 3º, da Lei 9.099/95, vez que o
Condomínio se encontra em situação ao qual busca a resolução do conflito existente com base
nos princípios basilares dos Juizados especiais, o princípio da oralidade, simplicidade,
informalidade, economia processual e celeridade, previsto no art. 2º, da Lei 9.099/95,
conforme vejamos a legislação abaixo:

Art. 2º. O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,


informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que
possível, a conciliação ou a transação.
(...)
Art. 3º. O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo
e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
(...)
§ 3º. A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao
crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de
conciliação.

Por todo o exposto, resta evidenciada a cobrança indevida sofrida pelo autor,
requerendo desta forma que seja devolvido o valor cobrado em dobro, seujeitando-se ao limite
máximo previsto nos Juizados Especiais, visando a celeridade e economia processual no
deslinde do feito.

4. DO DANO PATRIMONIAL

A indenização material compreende a reposição de tudo quanto à vítima perdeu,


ou seja, o repasse dos valores que pertencia ao autor deveria ter sido efetuado imediatamente
e em sua totalidade.

Por todo o exposto, evidente que o Autor sofreu prejuízos de ordem material, os
quais perfazem a importância de R$ 11.773,40 (onze mil, setecentos e setenta e três reais e
quarenta centavos), valor este que encontra-se retido pelos Acionados, que são de propriedade
do Autor, quais foram apropriados indebitamente pelos Réus por exercício de arbitrariedade
das próprias razões.

Diante do exposto, vejamos o que a imprensa do TJSP, publicou em 20/01/2017:

NOTÍCIAS

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Advogado é condenado por se apropriar de valor pertencente a cliente

20/01/2017

Profissional foi contratado para atuar em ação trabalhista. A juíza Maria


Priscilla Fernandes Veiga Oliveira, da 4a Vara Criminal Central da Capital,
condenou um advogado acusado de apropriação in- débita a prestar serviços à
comunidade ou entidade pública pelo prazo de três anos, quatro meses e 20
dias. Ele terá que pagar, ainda, valor equivalente a dez salários mínimos a título
de prestação pecuniária.

Segundo a denúncia, o réu foi contratado pela vítima para atuar em ação
trabalhista contra um banco. Após a procedência do pedido, o advogado
realizou o levantamento do valor, não informou à cliente e se apropriou do
depósito judicial no valor de R$ 152 mil.

Na sentença, a magistrada afirmou ter ficado comprovada a apropriação


indevida do valor do depósito e o condenou a três anos, quatro meses e 20 dias
de reclusão, em regime aberto, além do pagamento de 40 dias-multa - a pena
privativa de liberdade foi substituída pela restritiva de direitos. "Restou nítido
que o réu se apropriou da quantia da vítima e a usou para custear interesses
próprios, para estruturar a nova sede de seu escritório, bem como para
supostamente custear sua estadia em um hospital. Como se não bastasse, tentou
aplicar um golpe em seu próprio cliente, afirmando que este teria direito a
receber apenas R$ 66 mil, e que mesmo as- sim teria que esperar para receber,
pois já houvera gastado o dinheiro. Destarte, de rigor a condenação do réu nos
exatos termos da denúncia."

Cabe recurso da sentença.

Comunicação Social TJSP AG (texto)/ GD (foto)

imprensati@tjsp.jus.br

Diante disso, verifica-se que a conduta do Réu é totalmente reprovável e sem


justificativa, caracterizado como crime pelo artigo 168, § 1º, III, do Código Penal, bem como,
art. 345, do mesmo dispositivo, sendo que não está descartada a possibilidade de ingresso
com processo criminal, contudo cremos que o Réu tomará as medidas possíveis para efetuar
a devolução dos valores apropriados de forma rápida, visando unicamente reparar o grave
erro cometido. Tendo em vista o quanto exposto requer, desde já, que sejam os Acionados
compelidos a providenciar a devolução de referidos valores, devidos ao Condomínio Autor.

5. DO DANO MORAL

No Direito existe a chamada Responsabilidade Civil surge quando um direito é


violado em razão de uma ação ou omissão.

O dano moral encontra-se tipificado no art. 52 do CC/02, vez que “Aplica-se às


pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.” Nesse sentido,

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a inscrição do ato constitutivo é condição indispensável para atribuição de personalidade
jurídica ao Condomínio Autor.

Nesse ponto, cumpre-nos transcrever o lúcido ensinamento do Ilustre Magistrado


do Tribunal de Justiça da Bahia – GAGLIANO, Pablo Stolze “é certo que uma pessoa
jurídica jamais terá uma vida privada, mais evidente ainda é que ela pode e deve zelar pelo
seu nome e imagem perante o público-alvo, sob pena de perder largos espaços na acirrada
concorrência de mercado.” (STOLZE, Pablo e PAMPLONA, Rodolfo, 2017)

Dessa forma Exa., diante de tal situação, até presente data, não houve a devolução
dos valores retidos e apropriados indebitamente por parte dos Acionados, os quais refletem
diretamente no desenvolvimento do Condomínio Autor, bem como o bloqueio judicial
ocorrido nas contas bancárias do Autor em lide diversa de execução de honorários, estes
indevidos, visto que estes valores refletem negativamente no caixa do Condomínio, bem
como no pagamento das despesas internas do Autor.

Nos termos da Súmula 227 do STJ, a pessoa jurídica pode sofrer dano moral, isso
porque é detentora de honra objetiva, já que depositária de atributos sujeitos a valoração
extrapatrimonial, tais como bons nomes, crédito e boa reputação, estando, via de
consequência, legitimada a pleitear a sua reparação mediante justa indenização.

A Constituição Federal de 1988, por sua vez, ao preceituar, em seu art. 5º, inciso
X, que "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegura do o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação”, não fez qualquer acepção de pessoas, não podendo ser o dispositivo constitucional
interpretado de forma restritiva, notadamente quando se trata de direitos e garantias
fundamentais (Titulo II, onde se encontra o dispositivo mencionado).

Da mesma forma, ao assegurar "o direito de resposta, proporcional ao agravo,


além da indenização por dano material, moral ou à imagem" (art. 5º, V), o texto
constitucional não apresentou qualquer restrição, devendo o direito abranger a todos,
indistintamente.

Nesse sentido, vejamos entendimento dos Tribunais Superiores sobre o tema:

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APELAÇÃO CÍVEL. CONDOMÍNIO. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
DANO MORAL PESSOA JURÍDICA. DEVOLUÇÃO VALORES PELO
EX-SÍNDICO. Preliminar de ausência de pressupostos de constituição e
desenvolvimento válidos do processo. Como é cediço, o art. 1348 do CC,
inciso II, dispõe que compete ao síndico? representar, ativa e passivamente, o
condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos
interesses comuns?. Assim, não se faz necessária a convocação ou deliberação
prévia pelos condôminos acerca do ajuizamento de ação. Preliminar afastada.
Do pedido de ressarcimento dos valores pelo requerido, então síndico, ao
condomínio. Mantida a condenação parcial do demandado, diante do teor do
laudo pericial, devendo reembolsar valores ao condomínio autor. Ademais, não
comprovados pelo autor os demais fatos constitutivos do seu alegado direito,
ônus que lhe incumbia, nos termos do art. 373, inciso I, do CPC/2015. Danos
Morais. Pessoa Jurídica. Inocorrência. É cediço que a pessoa jurídica pode
sofrer dano moral, nos termos da Súmula 227 do STJ, pois detentora de honra
objetiva, já que depositária de atributos sujeitos a valoração extrapatrimonial,
tais como bom nome, crédito e boa reputação, estando, via de consequência,
legitimada a pleitear a sua reparação mediante justa indenização. Entretanto,
não se trata aqui de dano moral in re ipsa, sendo necessária a comprovação de
prejuízos alegadamente experimentados à honra objetiva da pessoa jurídica.
Caso dos autos em que descabida a indenização por danos morais, pois o ora
autor/apelante não comprovou qualquer prejuízo ? em relação ao seu nome, a
boa fama ou a sua imagem perante a comunidade local e seus consumidores ?
em decorrência dos atos perpetrados pela parte apelada. APELAÇÃO DO
AUTOR CONHECIDA EM PARTE E, NA PARTE CONHECIDA,
DESPROVIDA. APELAÇÃO DO REQUERIDO DESPROVIDA.

(TJ-RS - AC: 70080885460 RS, Relator: Afif Jorge Simões Neto, Data de
Julgamento: 14/10/2020, Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação:
23/10/2020)

Com relação à reparação do dano, no caso em contento temos aquele que por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando obrigado a reparar os
prejuízos ocasionados (Art. 186 e 187 do CC).

Cumpre ressaltar, que a lei não estabelece um parâmetro para fixação dos valores
indenizatórios por dano moral, no entanto, essa margem vem sendo estipulada por nossas
Cortes de Justiça, em especial, pelo STJ.

Com relação à honra objetiva e a pessoa jurídica, o entendimento do Superior


Tribunal de Justiça no julgamento de Embargos de Declaração recebido como Agravo Interno
pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, foi que para a configuração do dano
moral à pessoa jurídica é imprescindível a ofensa à honra objetiva.

Do quadro fático, ora exposto, vê-se como contundente a comprovação do abalo


na honra do condomínio autor. E mais, há notório prejuízo perante os moradores dessa massa

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condominial, decorrentes dos eventos danosos em vertente. Existe, pois, ilícito civil a ser
indenizado, senão vejamos:

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos
da personalidade.

A jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido de que a pessoa jurídica pode


sofrer dano moral. Matéria, até mesmo, já sumulada. (STJ, Súmula 227).

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL.
TELEFONIA. DANOS MORAIS. PESSOA JURÍDICA.
COMPROVAÇÃO. ANÁLISE DE MATÉRIA PROBATÓRIA.
SÚMULA 7/STJ. REVISÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE NA ESPÉCIE. SÚMULA 227/STJ. 1. Esta Corte
possui entendimento pacífico quanto à possibilidade de a pessoa jurídica sofrer
dano moral, nos termos da Súmula 227/STJ, desde que haja ofensa à sua honra
objetiva. Ocorre que, para averiguar se houve ou não comprovação dos danos
morais sofridos, necessário o revolvimento de matéria fático-probatória, o que
é vedado nesta seara recursal, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 2. A quantia
estipulada a título de danos morais, quando não exorbitante ou irrisória, não
pode ser revista, em razão do óbice da Súmula n. 7/STJ. 3. Agravo regimental
não provido. (BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Embargos de Declaração
no Agravo em Recurso Especial n° 2013/0409514-2, da 2ª Turma do Superior
Tribunal de Justiça, Brasília, DF. Relator Min. Mauro Campbell Marques. 25
de março de 2014).

Com esse enfoque, urge transcrever o magistério de Paulo Nader: ‘’Danos


morais são as práticas que constrangem, injustamente, outrem, causando-lhe sofrimentos na
esfera espiritual. São os que atingem a honra, nome, reputação; são, também, os que ferem
os sentimentos mais profundos da pessoa humana. De acordo com Voirin e Goubeaux, o
dano moral “resulta de atentado a um direito da personalidade”. Na prática o dano moral
se manifesta de inúmeros modos: com a injúria, calúnia, difamação, homicídio de parentes
próximos ou de cônjuges, companheiros, entre outras hipóteses. Vítimas de danos morais
não são apenas as pessoas naturais. A Súmula nº 227 do Superior Tribunal de Justiça
enuncia: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral [ ... ].

Não esqueçamos, também, das lições de James Eduardo Oliveira, o qual,


revelando os ensinamentos de Gustavo Tepedino, sobre o presente tema, senão vejamos:

Honra objetiva das pessoas jurídicas: A pessoa jurídica tem existência legal
e, apesar de não titularizar os direitos da personalidade próprios da pessoa
humana, trafega no comércio jurídico e por isso é protegida por alguns
direitos dessa estirpe compatíveis com sua natureza. Nesse contexto, a honra
objetiva, consistente na reputação junto ao mercado e aos consumidores, não

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pode ser subtraída ao patrimônio ideal da pessoa jurídica, de sorte que recebe
salvaguardas do direito vigente.
(...)
" Já́ para a pessoa jurídica com fins lucrativos, a preocupação resume-se aos
aspectos pecuniários derivados de um eventual ataque à sua atuação no
mercado. O ataque que na pessoa humana atinge sua dignidade, ferindo-a
psicológica e moralmente, no caso da pessoa jurídica repercute em sua
capacidade de produzir riqueza, no âmbito da atividade econômica por ela
legitimamente desenvolvida [ ... ]

Assim, imprescindível destacar que a honra objetiva se refere à ofensa à


reputação. De acordo com Carlos Fontán Balestra, “a honra objetiva é o juízo que os demais
formam de nossa personalidade, e através do qual a valoram”.

Neste sentido, interessante mencionar que os direitos previstos no Artigo 5º da


Constituição Federal também devem ser aplicados às pessoas jurídica, posto que é também
detentora de personalidade jurídica. Sobre o tema, Morais leciona que:

A proteção constitucional consagrada no inciso X do art. 5° refere-se tanto a


pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas, abrangendo, inclusive, à necessária
proteção à própria imagem frente aos meios de comunicação em massa
(televisão, rádio, jornais, revistas etc).

Ora, a pessoa jurídica possui proteção quanto à sua honra e imagem, direito
devidamente amparado pela Lei Maior, sendo norma coercitiva.

Ademais, “não é o prosaico interesse pecuniário que arroja o lesado a encetar


o processo, mas a dor moral que lhe causa a injustiça sofrida; não se trata para ele de
recuperar simplesmente o objeto do litígio (...), mas, sim, de fazer valer seu justo direito!”
(IHERING, 1888/2009).

Dessa forma, “entendemos que a indenização pelo dano moral,


além de proporcionar ao ofendido um bem-estar psíquico compensatório pelo amargor da
ofensa, deve ainda representar uma punição ao infrator, capaz de desestimulá-lo a reincidir
na prática do ato ilícito4”

No caso em estudo, a massa condominial encontrar-se dia-a-dia, suportando a


impossibilidade em realizar suas atividades consuetudinárias diante da cobrança indevida e
retenção de valores devidos ao Autor, que representa 240 famílias, algo jamais vivida,

4
CAVALIERI, Sergio; PROGRAMA DE DIREITO DO CONSUMIDOR; 3ª Ed; Atlas; Rio de Janeiro;
2011

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causando-lhe assim, um prejuízo inestimável, se com isso, incontestável que, no caso em
apreço, os abusos das Rés, devem ser reparados, como se deseja que ocorra.

Utilizando-se das palavras do doutrinador Rizzato Nunes, “o dano moral é


aquele que afeta a paz interior de cada um. Atinge o sentimento da pessoa, o decoro, o ego,
a honra, enfim, tudo aquilo que não tem valor econômico, mas que lhe causa dor e
sofrimento. É, pois, a dor física e/ou psicológica sofrida pelo individuo”. Assim, a
negativação vem causando dor não só em uma pessoa, mas sim em 240 famílias, Excelência.

SAVATIER define o dano moral como:

Qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária,
abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legitima,
ao seu pudor, a sua segurança e tranqüilidade, ao seu amor próprio estético, à
integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc.

Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos morais
sofridos, não se busca um valor que restaure a violação sofrida, mais sim um lenitivo que
atenue, em parte, as consequências do sofrimento e prejuízo suportado. Visa-se, também, com
a reparação pecuniária de um dano moral imposta ao responsável, uma sanção justa para o
causador do dano.

A ilustre civilista Maria Helena Diniz, assim se tem manifestado sobre a


existência dos danos morais:

Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da perda sua
tranqüilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e
injustiça que sofreu, suscetível de proporcionar uma vantagem ao ofendido,
pois ele poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar atender às
satisfações materiais ou ideais que repute conveniente, atenuando assim, em
parte seu sofrimento.

A reparação do dano moral cumpre, portanto, uma função de justiça corretiva


ou sinalagmática, por conjugar, de uma só vez, a natureza satisfatória da
indenização do dano moral para o lesado, tendo em vista o bem jurídico
danificado, sua posição social, a repercussão do agravo em sua vida privada e
social e a natureza penal da reparação para o causador do dano, atendendo a
sua situação econômica, a sua intenção de lesar, a sua imputabilidade etc.
(DINIZ, Maria Helena; CURSO DE DIREITO CIVIL BRASILEIRO –
Responsabilidade Civil; Vol. 7; 26ª Ed; Saraiva; São Paulo; 2012;

Corroborando com o pensamento doutrinário da civilista alhures, assim se tem


manifestado Guilherme Couto de Castro:

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Diante da impossibilidade de dar preço infligida ao lesado, há de se tangenciar
os verdadeiros valores protegidos e para isso há de se ter como paradigma
elementos objetivos consubstanciados basicamente num duplo caráter,
compensatório e punitivo. Sua fixação tem como fim, sob o primeiro ângulo,
trazer benefício apto a, de certo modo, permitir um alívio à vítima, ajudando-
a a liberar-se do sofrimento, ou reconfortando - a, através do percebimento
pecuniário. Não se trata de pagar a dor já sentida, admitindo-se, isto sim, que
o valor estipulado ao trazer benesse para quem padeceu sentimentalmente,
implique uma compensação justa, já sob o aspecto punitivo o montante deve
ser fixado de modo a não admitir que o agente saia lucrando ou plenamente
satisfeito com a ilegal conduta. (CASTRO, Guilherme Couto; DIREITO
CIVIL – Lições; Impetus; 5ª Ed; São Paulo; 2012)

A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificação, pois
o dano moral atinge o íntimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende de
prova de prejuízo de ordem material.

Mesmo diante da imensurável dificuldade em arbitrar-se o valor do quantum da


indenização, ante a falta de reais parâmetros, o Mestre Nelson Nery Junior, representando a
doutrina majoritária, tem se manifestado no sentido que ficará ao arbítrio do juiz a apreciação
deste valor, levando-se em consideração algumas diretrizes, senão vejamos:

A fixação do quantum competirá ao prudente arbítrio do magistrado de acordo


com o estabelecido em lei, e nos casos de dano moral não contemplado
legalmente a reparação correspondente será fixada por arbitramento. É de
competência jurisdicional o estabelecimento do modo como o lesante deve
reparar o dano moral, baseado em critérios subjetivos (posição social ou
política do ofendido, intensidade do ânimo de ofender) ou objetivo (situação
econômica do ofensor, risco criado, gravidade e repercussão da ofensa).
(JUNIOR, Nelson Nery / NERY, Rosa Maria de Andrade; CODIGO CIVIL
COMENTADO; 10ª Ed. Rev. Amp. Atual.; São Paulo; Revista dos Tribunais;
2013)

Na mesma linha de raciocínio, a orientação emanada do Colendo SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA é no sentido de que o valor da indenização por danos morais deve
ser entregue ao prudente arbítrio do juiz que, motivadamente, deve atender à peculiaridade
de cada caso concreto e tomar em consideração à sua dupla finalidade: REPARATÓRIA E
PEDAGÓGICA.

Sendo assim, não há como confundir a reparabilidade do dano material e do dano


moral. Na primeira busca-se a reposição do numerário que deu causa ao prejuízo sofrido, ao
passo que na segunda, a reparação se faz por meio de uma compensação ou reparação que
satisfaça o autor pelo mal sofrido.

Nesse sentido:

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AÇÃO DE COBRANÇA CUMULADA COM PRETENSÃO INDENIZA-
TÓRIA. ALVARÁ JUDICIAL SACADO PELO APELANTE, NA CON-
DIÇÃO DE PROCURADOR DA AUTORA. VALORES QUE NÃO FO-
RAM REPASSADOS À CLIENTE. SENTENÇA EXTRA PETITA NÃO
CARACTERIZADA. PARTE QUE REQUEREU, EXPRESSAMENTE,
CONDENAÇÃO DO RÉU AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL, QUE RESTOU CONFIGURADO PELO ILÍCITO
PRATICADO PELO APELANTE AO SE APROPRIAR DO DINHEIRO DA
PARTE E NÃO PRESTAR CONTAS. A CONFIANÇA E A PRO- BIDADE
NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA IMPÕEM A CON- DENAÇÃO.
DANO MORAL DECORRENTE DA QUEBRA DA CONFIANÇA E DO
EVIDENTE SENTIMENTO DE QUE A PARTE FOI VÍTIMA DE UMA
APROPRIAÇÃO INDEBITA. QUANTUM INDENIZATÓRIO QUE
SEQUER FOI IMPUGNADO. APELO DESPROVIDO."(Apelação Cível No
(00)00000-0000, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
José Aquino Flores de Camargo, Julgado em 21/05/2008 sem grifos no
original).

"APELAÇÃO CÍVEL, MANDATOS. APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE


VALORES POR PARTE DO MANDATÁRIO. DEVER DE RESSAR- CIR.
DANOS MORAIS. O advogado que, na condição de pro- curador do
demandante, retém indevidamente valores destinados aos depósitos judiciais a
serem efetuados em ação de direito de preferência, deve responder pelos danos
morais que sua conduta causou.

APELO PROVIDO PARTE."(Apelação Civel Nº (00)00000-0000, Décima


Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Sérgio
Scarparo, Julgado em 24/06/2010 - sem grifos no original).

Ademais, “não é o prosaico interesse pecuniário que arroja o lesado a encetar


o processo, mas a dor moral que lhe causa a injustiça sofrida; não se trata para ele de
recuperar simplesmente o objeto do litígio (...), mas, sim, de fazer valer seu justo direito!”
(IHERING, 1888/2009)

Portanto, diante da recente jurisprudência que se assemelha ao caso em tela e dos


entendimentos doutrinários expostos, ampara o autor, na melhor forma de direito, e como
ponderação, pelos danos causados à moral do Autor, pela retenção indevida e criminosa do
numerário pertencente ao Acionante, bem como a cobrança realizada indevidamente em lide
diversa contra este, devendo, conforme a lei, repará-los, pelo que requer a condenação do
Requerido à título de indenização por danos morais no importe de 20% (vinte por cento) do
valor do dano total causado ao Autor, ou seja, R$ 7.663,38 (sete mil, seiscentos e sessenta e
três reais e trinta e oito centavos).

5. DAS TUTELAS PROVISÓRIAS

5.1. Da Tutela Provisória De Urgência

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Assinado eletronicamente por: ANANDA DANIEL DE OLIVEIRA BRITO;
Código de validação do documento: 909c79ea a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
Os pressupostos básicos para todo pedido de tutela antecipada é a caracterização
da verossimilhança das alegações e o fundado receio do dano irreparável ou de difícil
reparação, estes que estão evidentes no presente caso.

Ora, a tutela que é prestada antecipadamente, cumpre a função de dar ao


Demandante o resultado útil que ele espera obter do processo, isto é, a prevenção na
continuidade do ilícito ou do dano.

Note-se que, os fatos narrados em conjunto com as provas em anexo na presente


ação não deixam dúvidas a respeito da veracidade das alegações do Autor. Assim sendo, e no
intuito de evitar maiores prejuízos à vida orgânica do condomínio, importante é a concessão
da medida antecipatória visando a devolução dos valores retidos pelos Acionados ao
Condomínio Autor, visto que este não tem condições em permanecer com tal valor
desprendido em seu planejamento, e poderá ocasionar no inadimplemento de contas, estas
imprescindíveis para o sustento e manutenção da massa uma vez que esta se faz como pessoa
jurídica sem fim lucrativo a qual sobrevive mediante rateio de despesas.

Está presente, pois, sem qualquer dúvida, o periculum in mora.

Vejamos Exa. o disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

Neste sentido, em sua obra de processo civil, elucida Misael Montenegro:

“Para a concessão da tutela antecipada, a lei exige o preenchimento de


requisitos essenciais, dizendo respeito à prova inequívoca
da verossimilhança da alegação (requisito básico) e do fundado receio de
dano irreparável ou de difícil reparação (requisito alternativo) ou abuso do
direito de defesa (requisito alternativo)” (MONTENEGRO, 2009, P. 323)

Ora, a tutela que é prestada antecipadamente, cumpre a função de dar ao


demandante o resultado útil que ele espera obter do processo, isto é, a prevenção na
continuidade do ilícito ou do dano.

Quanto ao fumus boni iuris, emerge ele, também pujante em razão da expressa
ligação entre a tutela pretendida e o amparo jurídico existente sobre a obrigatoriedade das
partes em cumprir com a restituição dos danos causados derivado de ato ilícito perpetrado.

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Ora Exa., na conjuntura que o presente caso se revela, não se faz possível
aguardar agora o término do processo para se entregar a tutela jurisdicional, pois,
concessa vênia, a demora do processo pode causar à parte um dano irreversível ou de difícil
reversibilidade, o que aqui se buscou a todo custo evitar na esfera extrajudicial, mas agora se
persegue junto ao Poder Judiciário.

Presente pois, o periculum in mora.

Mister destacar de igual modo, a natureza incontroversa dos fatos ora alegados
na inicial, onde para tanto, deve ser afirmado por uma das partes e confessada por outra, isto
nos termos do art. 374, incisos II e III, também do CPC.

Sobre tal ponto, destaca o Autor juntara aos autos todas a provas pré-constituídas,
se fazendo de um arcabouço documental para deixa claro que os fatos alegados tem natureza
incontroversa, bem como, que que o quanto trazido no presente deslinde foi confessado pela
parte contrária em ação diversa sob nº 0108279-62.2023.8.05.0001, do qual trago à baila
novamente tal trecho da petição inicial dos Acionados confessando os fatos aqui narrados:

Neste Sentido, diante do quanto exposto, resta claro que os fatos ora apresentados
mostram-se incontroversos, não dependendo com isso, e com toda estima a cognição deste
MM. Juízo, de maior dilação probatória para concessão da presente tutela de urgência,
destacando-se ainda que, tais provas existentes nos autos, fazem-se inequívocas, detendo
presunção iuris tantum.

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O caso em questão é de extrema gravidade e não pode aguardar, razão pela qual
requer a V. Exa. a concessão da tutela antecipada, sob pena do Demandante sofrer maiores
prejuízos financeiros.

5.2. Da Tutela de Evidência

Não obstante o fato incontroverso e inequívoco já revelar uma evidência à


concessão da tutela provisória5, independentemente da demonstração de perigo de dano,
cediço que esta, se faz como um fato jurídico processual, desde que as afirmações sejam
comprovadas nos autos, documentalmente e dentre outras linhas estabelecidas no art. 311 do
CPC, em tese firmada em julgamentos de casos repetitivos ou em súmula vinculante, podendo
em tais hipóteses, o Magistrado decidir liminarmente, como se persegue.

Tal amparo encontra-se cravado no inciso II do referido artigo do sistema


processual civil, tratando-se assim, de tutela provisória de evidência admitida mediante o
preenchimento de dois pressupostos, um de fato e outro de direito, respectivamente.

O primeiro deles se faz na existência de provas das alegações trazidas pelo


requerente, que, como se revela amplamente nos documentos em anexo, devem-se registrar
obrigatoriamente por documento e, recair sobre fatos que justificam o nascimento direito
afirmado, isto é, fato constitutivo de direito.

Deste quadro, tendo o Autor, por força da legislação, verifica-se que o quanto
alegado pelo Condomínio Autor, bem como, as provas documentais aqui trazidas, encontra-
se o Acionante respaldado pelos seus direitos, independentemente da demonstração de perigo
de dano.

Já o segundo pressuposto, é a “probabilidade de acolhimento da pretensão


processual em tese jurídica já firmada em precedente obrigatório” (DIDIER Jr., 20156), mais
especificamente no caso, em julgamentos de demandas ou recursos repetitivos (CPC. Art.
927, III), que vinculam o julgador e devem ser por ele observado.

5
Há situação de evidência também quando se observa que os fatos são notórios, incontroversos,
confessados em outro processo – e todo aquele demonstrado por prova emprestada ou antecipada eficaz.
Isso coloca o direito da parte em condição de evidência, tal como o direito líquido e certo que autoriza o
mandado de segurança e o direito de crédito representado em título executivo (FUX, Luiz; Tutela de
Segurança e Tutela de Evidência; São Paulo; Saraiva; 1996; p. 311 e 313)
6
DIDIER JR., Fredie; CURSO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL; Vol. 2; 10ª Ed.; Rev. Amp. Atual.;
Juspodivm; Salvador; 2015; p. 625

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Neste sentido os Tribunais de Justiça vem decidindo acerca de casos tratando do
quanto exposto:

EMENTA PROCESSUAL CIVIL, TRIBUTÁRIO E


CONSTITUCIONAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO
ORDINÁRIA. TUTELA DE EVIDÊN- CIA MANTIDA. RECURSO
DESPROVIDO.

- O pedido de sobrestamento do feito está prejudicado, à vista do julgamento


dos embargos de declaração no RE nº 1.063.187 (Tema 962). - O CPC/2015,
que é posterior à lei especial mencionada inovou ao tratar da tutela de
evidência, nos seguintes termos: Art. 311. A tutela da evidência será
concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco
ao resultado útil do processo, quando: [...] II - as alegações de fato puderem
ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julga-
mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; [

J. Dessa forma, Quanto à tutela de evidência, exige-se que as alegações de fato


possam ser comprovadas apenas documentalmente e que haja tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante, independentemente
da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. -
In casu, no que toca ao pedido formulado na petição inicial há tese firmada em
julgamento de casos repetitivos relativamente à matéria (artigo 311, II, do
CPC). A demanda originária deste recurso é uma ação ordinária que objetiva
liminarmente a suspensão da exigibilidade do crédito tributário referente à
incidência do IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da CSLL
Contribuição Social sobre o Lucro sobre os valores decorrentes da taxa Selic
recebidos na repetição de indébito tributário e previdenciário, judicial ou
administrativa. O Supremo Tribunal Federal julgou o RE nº 1.063.187 (Tema
962), no qual foi reconhecida a repercussão geral da matéria (tema 69), que
firmou entendimento de que é inconstitucional a incidência do IRPJ e da CSLL
sobre os valores atinentes à taxa SELIC recebidos ape- nas em razão de
repetição de indébito tributário, inclusive na realizada por meio de
compensação. Assim, a decisão que concedeu a tutela de evidência deve ser
mantida. - Pedido de suspensão do julgamento declarado prejudicado. Agravo
de instrumento desprovido.

APELAÇÃO CÍVEL - "AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER


COMBINADO COM PEDIDO DE CONCESSÃO LIMINAR DA
TUTELA DE EVIDÊNCIA, REPETIÇÃO DE INDÉBITO E
INDENIZAÇÃO POR DANO MO- RAL E MATERIAL" RELAÇÃO DE
CONSUMO AUTORIZAÇÃO PARA DESCONTO EM FOLHA DE
PAGAMENTO DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO DO
VALOR MÍNIMO DA FATURA ABUSIVIDADE - AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DE UTILIZAÇÃO E DE RECEBIMENTO DO
CARTÃO DEVER DE INFORMAÇÃO AO CONSUMIDOR NÃO
RESPEITADO - INDUÇÃO A ERRO NA CONTRATAÇÃO DE
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO CONTRATO COM INDÍCIOS DE
FRAUDE - CONVERSÃO DO CONTRATO DE CARTÃO DE
CRÉDITO EM EMPRÉSTIMO CONSIGNADO RESTITUIÇÃO DAS
QUANTIAS DE FORMA SIMPLES - AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ DO
BANCO RECORRIDO - SENTENÇA REFORMADA RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.

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1. Configura prática abusiva ao consumidor o induzimento de contratação de
empréstimo mediante cartão de credito consignado com aparência de mútuo
comum com desconto na folha de pagamento, violando o dever de informação
de boa-fé que devem nortear os contratos consumeristas.

2. Comprovado que o consumidor foi induzido a erro, o contrato deve ser


convertido para a modalidade de empréstimo consignado.

3. No caso em apreço, a repetição do indébito deve ser feita na forma simples,


pois a devolução das parcelas indevidamente cobradas está sujeita ao disposto
no § único do artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor, exigindo-se a
caracterização da má-fé para formação do dever de repetir em dobro, o que não
restou comprovado na hipótese.

4. Sentença reformada.

5. Recurso parcialmente provido.

Acórdão

Provimento em Parte

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRELIMINARES. INCOMPETÊNCIA


RELA- TIVA DO JUÍZO. NULIDADE DE SENTENÇA. REJEIÇÃO.
REPARAÇÃO DE DANOS. MOVIMENTAÇÃO INDEVIDA DE
DINHEIRO ALHEIO. DE- VER DE RESTITUIÇÃO.
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. VEDAÇÃO. ART. 884 DO
CÓDIGO CIVIL. SENTENÇA MANTIDA.

1-A ação reparatória (art. 64 do Código de Processo Penal) fundada em


possível apropriação indébita de coisa alheia móvel (art. 168 do Código Penal)
pode ser proposta, opcionalmente, no foro do domicilio do Autor ou do local
do fato, nos termos do art. 53. V, do Código de Processo Civil, que dispõe que
?É competente o foro: de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação
de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos,
inclusive aeronaves.? 2- Conforme se depreende da leitura do art. 485, § 4º. do
CPC, a homologação do pedido de desistência da ação, formulado antes do
oferecimento da contestação, independe de consentimento do Réu. Dessa
maneira, considerando que o pedido de desistência foi formulado quando a
litisconsorte nem sequer havia sido citada e que o decisum não produz efeitos
em relação à Apelante ou a terceiros, não se tratando de hipótese de intervenção
obrigatória do Ministério Público a justificar a eventual interposição de recurso
pelo Parquet, a sentença transitou em julgado de forma imediata, inexistindo,
pois, ofensa ao devido processo legal. 3-0 art. 884 do Código Civil dispõe que
?Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado
a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza- ção dos valores
monetários.? Assim, diante da prova inequívoca de que a Ré/Apelante
movimentou de forma indevida dinheiro de propriedade do Autor, mostra-se
escorreita a condenação à restituição da soma indevidamente auferida, sob
pena de enriquecimento sem causa. Preliminares rejeitadas. Apelação Cível
desprovida.

Acórdão

CONHECER UNANIME. REJEITAR PRELIMINARES. NEGAR


PROVIMENTO.

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Ação de reintegração de posse c/c indenização por danos materiais.
Procedência do pedido. Inconformismo por parte da ré. Não acolhimento.
"Mesmo que tivesse razão quanto ao desfazimento do negócio (o que não se
verificou), não estava autorizada a simplesmente invadir o imóvel, em claro
exercício arbitrário das próprias razões. Não estaria em exercício regular de
direito até que adviesse ordem judicial de imissão na posse (se fosse
procedente o pedido)." Ação de resolução ajuizada pela ré, ademais, cuja
improcedência dos pedidos formulados restou mantida por esta Nona Câmara
de Direito Privado. Sentença mantida, inclusive por seus próprios fundamentos
(artigo 252 do Regimento Interno deste TJ/SP). Recurso de apelação não
provido.

O que se pretende a título de tutela provisória Exa., com base em tudo quanto se
fez explanado, é que seja, minimamente, determinada a suspensão da cobrança indevida
sofrida pelo autor, bem como, a devolução do valores retidos pelos Acionados, apropriados
indebitamente por exercício arbitrário das próprias razões

Por fim, insurge-se mais uma vez, no sentido de realçar a este MM. Juízo, que as
alegações de fato aqui narradas podem ser comprovadas apenas documentalmente, tendo em
vista que a presente peça inicial se encontra devidamente instruída com prova documental
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, se enquadrando perfeitamente no quanto
disposto no art. 311, II e IV, do NCPC.

A questão se faz de EXTREMA URGÊNCIA, não podendo permanecer sem uma


intervenção judicial justa e equânime.

6. DO PEDIDO

EX POSITIS, ratificando todos os termos acima fixados, pugna pelo mesmo e


requer;

6.1. Do Pleito de Antecipação das Tutelas Provisórias

A concessão das tutela provisórias, inaudita altera parte, no sentido de que seja
reconheça a ilegalidade na retenção dos valores realizado pelos Acionados, bem como, da
cobrança indevida, e fixando igualmente, o prazo de 24hrs, a contar do recebimento da
presente ordem judicial que o Acionado, realize a suspensão da cobrança indevida e a
transferência dos valores retidos aqui perseguidos para à conta do condomínio, sob pena de
multa diária de R$ 3.000,00 (três mil reais), até efetivo cumprimento.

6.2. Dos Pedidos Ordinários

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a) Seja acolhida a preliminar levantada sobre a Competência absoluta dos
Juizados Especiais Cíveis bem como a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao
caso em tela, para processar e julgar a presente demanda, face os fundamentos aqui dispostos.

b) Que deferido ao Requerente, os BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA, em razão deste se tratar pessoa jurídica sem condições
financeiras para sustentar uma demanda judicial com o pagamento de honorários
advocatícios, custas, e etc., sem privar-se dos recursos básicos necessários à sua subsistência;

c) A citação dos Réus, por via postal (AR) ou oficial de justiça de modo a cessar
qualquer tipo de cadastro junto aos Órgãos de Proteção ao Crédito, a contar da citação, sob
pena de incorrer a aplicação de perdas e danos conforme art. 186 c/c 187 e 927 do CC.

d) Caso não sejam encontrados os Requeridos, e havendo suspeita ou efetiva


ocultação do mesmo, que seja deferido por este MM. Juízo, que ocorra a citação com hora e
data certa, nos moldes estabelecidos ao art. 830 do CPC.

e) A condenação da requerida ao pagamento do valor cobrado em dobro, pela


repetição de indébito causada ao autor, no valor de R$ 76.633,88 (setenta e seis mil, seiscentos
e trinta e três reais e oitenta e oito centavos);

f) Que se julgue procedente a presente ação, condenando-se o Réu ao pagamento


referente aos danos materiais sofridos, na quantia de R$ 11.773,40 (onze mil, setecentos e
setenta e três reais e quarenta centavos), com juros legais e correção monetária, até a data do
efetivo pagamento;

g) Requer a condenação dos Acionados a título de Indenização por Danos


Morais na proporção de 20% (vinte por cento) do valor do dano total causado ao Autor, ou
seja, R$ 7.663,38 (sete mil, seiscentos e sessenta e três reais e trinta e oito centavos), por todo
o mal causado ao Autor, lhe ocasionando um abalo no caixa, bem como, podendo causar
inadimplemento de contas, estas imprescindíveis para o sustento e manutenção da massa;

h) A EXECUÇÃO do acordo ou da sentença, onde, caso não haja o cumprimento


voluntário por parte do Acionado, protesta nesta hipótese, pela aplicação da multa de 10% do

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art. 523, §1º do NCPC, bem como pela inclusão do nome e CNPJ/MF do Acionado em
cadastros de inadimplentes (SPC/Serasa), nos termos do Enunciado 76 do FONAJE;

i) A inversão do ônus da prova, na forma do art. 6º, VIII do CDC, ficando ao


encargo dos réus a produção de todas as provas que se fizerem necessárias ao andamento do
feito:

j) A condenação do Acionado ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios (CPC, art. 85), no percentual de 20% sobre o valor da condenação fixada e seus
acessórios;

k) Que todas as publicações sejam expedidas em nome dos Bels. DANIELSON


PINHEIRO BRITO, ANANDA DANIEL DE OLIVEIRA BRITO e MAICON SANTOS
SILVA brasileiros, advogados, inscritos na OAB/BA sob nº. 39.644, 72.116 e 66.727
respectivamente, sob pena de nulidade das mesmas nos moldes do art. 272, §2° do CPC.

l) A juntada dos documentos em anexo, isto para instruir, iniciar e concluir a


presente ação nos termos em que se verifica, ressaltando que, tais documentações, já se
mostram como provas pré-constituídas para o deferimento da Tutela Provisória pretendida;

m) Após apreciação do pleito liminar e no intuito de fortalecer a motivação deste


MM. Juízo em sede de cognição exauriente, requer provar o alegado por todos os meios
provas legais em direito admitidos, bem como os moralmente legítimos, hábeis a provar a
verdade dos fatos em que se funda o presente pleito.

Dá-se à causa, o valor de R$ 96.070,66 (noventa e seis mil, e setenta reais e


sessenta e seis centavos).

Termos em que,
Pede deferimento.

Salvador – BA, 03 de Agosto de 2023.


___________________________________
ANANDA DANIEL DE OLIVEIRA BRITO
OAB/BA 72.116
___________________________________
JACKSON SOUZA VELOSO
ASSISTENTE JURÍDICO

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