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30/01/2023
Número: 0801367-38.2021.8.10.0001
Classe: EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
Órgão julgador: 4ª Vara da Fazenda Pública de São Luís
Última distribuição : 18/01/2021
Valor da causa: R$ 19.607,80
Assuntos: Honorários Advocatícios em Execução Contra a Fazenda Pública
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MARIA DAS DORES ALENCAR MUNIZ (EXEQUENTE) MARCOS AURELIO BARROS SERRA (ADVOGADO)
MARI CELIA SANTOS ALVES (ADVOGADO)
ESTADO DO MARANHAO(CNPJ=06.354.468/0001-60)
(EXECUTADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
81377 27/09/2022 14:17 Acórdão Acórdão
652
PODER JUDICIÁRIO
Advogados/Autoridades do(a) REQUERENTE: MARCOS AURELIO BARROS SERRA - MA8181-A, MARI CELIA SANTOS ALVES -
MA2932-A
EMENTA
EMENTA
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PELA FAZENDA PÚBLICA. PAGAMENTO
POR MEIO DE REQUISIÇÃO DE PEQUENO
VALOR (RPV). HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS DEVIDOS. ENTENDIMENTO
DO STJ E DESTA E. CORTE. RECURSO
PROVIDO.
ACÓRDÃO
PRESIDENTE E RELATORA
RELATÓRIO
RELATÓRIO
Trata-se de recurso de Apelação Cível interposto em face da decisão proferida pelo Juízo da
Vara 4ª Vara da Fazenda Pública de São Luís, que, nos autos do cumprimento de sentença que
promove em face do ESTADO DO MARANHÃO, homologou os cálculos apresentados
determinando o pagamento, por RPV, do valor de R$ 19.607,80.
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Em suas razões recursais, o Recorrente alega, em resumo, que “o Supremo Tribunal Federal
como o Superior Tribunal de Justiça já formaram orientação pacificada segundo a qual são
devidos honorários advocatícios nas execuções contra a Fazenda Pública, ainda que não
embargadas, cujo pagamento é feito por meio de Requisição de Pequeno Valor –RPV.”
É o relatório.
VOTO
VOTO
Nos termos do artigo 1°, alínea “d”, da Lei 9.494/97: não serão devidos honorários advocatícios
pela Fazenda Pública nas execuções não embargadas.
Ocorre que, referida regra não se aplica aos processos de execução movidos pelo rito da
Requisição de Pequeno Valor, conforme o julgamento do RE nº 420.816-4/PR, no qual o
Supremo Tribunal Federal, declarou a constitucionalidade do artigo 1º-D da Lei nº 9.494/97,
conferindo-lhe interpretação conforme a Constituição Federal, para reduzir seu campo de
incidência, excluindo os casos de pagamentos por RPV. Vejamos:
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pode o Tribunal - dado o seu papel de "guarda da Constituição"
- se furtar a enfrentar o problema de constitucionalidade
suscitado incidentemente (v.g. SE 5.206-AgR; MS 20.505). III.
Medida provisória: requisitos de relevância e urgência: questão
relativa à execução mediante precatório, disciplinada pelo artigo
100 e parágrafos da Constituição: caracterização de situação
relevante de urgência legislativa. IV. Fazenda Pública:
execução não embargada: honorários de advogado:
constitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal, com
interpretação conforme ao art. 1º-D da L. 9.494/97, na redação
que lhe foi dada pela MPr 2.180-35/2001, de modo a reduzir-lhe
a aplicação à hipótese de execução por quantia certa contra a
Fazenda Pública (C. Pr. Civil, art. 730), excluídos os casos de
pagamento de obrigações definidos em lei como de pequeno
valor (CF/88, art. 100, § 3º). (STF - RE: 420816 PR, Relator:
CARLOS VELLOSO, Data de Julgamento: 29/09/2004, Tribunal
Pleno, Data de Publicação: DJ 10-12-2006 PP-00050 EMENT
VOL-02255-04 PP-00722)
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fazer crer o Apelante, sendo devida a condenação do Estado
nos honorários, agindo com acerto o magistrado de origem ao
fixá-lo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação. III.
Apelação conhecida e não provida. (TJ-MA - AC:
00009286420178100142 MA 0306842018, Relator: LUIZ
GONZAGA ALMEIDA FILHO, Data de Julgamento: 17/10/2019,
SEXTA CÂMARA CÍVEL)
Assim, no caso, uma vez que o valor a ser pago será mediante RPV, é cabível a fixação de
honorários advocatícios no feito executivo.
É como voto.
Salas das Sessões da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, em São Luís, data do sistema.
Relatora
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