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PROJUDI - Recurso: 0002603-89.2014.8.16.0113 - Ref. mov. 55.1 - Assinado digitalmente por Vilma Regia Ramos de Rezende:12699
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
12/04/2021: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargadora Vilma Régia Ramos de Rezende - 12ª Câmara Cível)
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
RELATÓRIO
Trata-se de Apelação Cível interposta contra sentença (mov. 62.1) proferida nos autos de Ação de
Petição de Herança c/c Nulidade de Inventário/Partilha Extrajudicial n° 0002603-89.2014.8.16.0113,
ajuizada por ANA M. M. T. e OUTROS em face de LÚCIA T. S., que julgou parcialmente procedente o
pedido inicial, a fim de “reconhecer que ANA M. M. T., ADERLENI M. M., AGLAER A. M. C., ARLENI
A. M. S., AROLDO A. M. e ARLI D. M. e ARISLENE M. são herdeiros por representação de MADALENA
PROJUDI - Processo: 0002603-89.2014.8.16.0113 - Ref. mov. 120.1 - Assinado digitalmente por Fabiana Kaori Shinike
16/07/2021: RECEBIDOS OS AUTOS. Arq: Acórdão
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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
12/04/2021: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargadora Vilma Régia Ramos de Rezende - 12ª Câmara Cível)
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
T. A. e que, via de consequência, possuem cada um deles direito a 7,14% do imóvel descrito na matrícula
de seq. 1.37. Por consequência, declaro nula a partilha realizada por meio da escritura pública de
Ante a sucumbência, condenou a ré ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como
dos honorários advocatícios devidos ao procurador da parte adversa, estes fixados em 10% sobre o valor
atualizado da condenação.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
A Apelação é tempestiva, pois que os autores foram intimados da sentença em 16/11/2020 (mov.
106) e interpuseram o recurso em 25/11/2020 (mov. 113).
Quanto ao preparo, estão dispensados, posto que beneficiários da justiça gratuita (mov. 7.1).
A Sra. Madalena, autora da herança ora debatida, faleceu em 06/10/2005. Na data do óbito, não
possuía cônjuge/companheiro ou ascendente. Teve, no entanto, duas filhas: a Sra. Lúcia, ré, e a Sra. Alice,
pré-morta, mãe dos 7 (sete) autores que, portanto, sucedem por direito de representação (art. 1.852 do
CC). Ocorre que a Sra. Lúcia realizou o inventário/partilha extrajudicial dos bens da de cujus
declarando-se única herdeira, tomando para si, integralmente, o bem imóvel deixado pela falecida. No
PROJUDI - Processo: 0002603-89.2014.8.16.0113 - Ref. mov. 120.1 - Assinado digitalmente por Fabiana Kaori Shinike
16/07/2021: RECEBIDOS OS AUTOS. Arq: Acórdão
PROJUDI - Recurso: 0002603-89.2014.8.16.0113 - Ref. mov. 55.1 - Assinado digitalmente por Vilma Regia Ramos de Rezende:12699
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
12/04/2021: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargadora Vilma Régia Ramos de Rezende - 12ª Câmara Cível)
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mesmo ato, cedeu seus direitos hereditários ao Sr. Nerilson, que a assistiu enquanto advogado. Os
requerentes, ao descobrirem que a casa de sua vó havia sido vendida – quando foram à cidade de Munhoz
A sentença foi de parcial procedência (mov. 62.1) porquanto, apesar de reconhecer o direito
sucessório dos autores e anular a partilha/inventário extrajudicial, o d. magistrado não invalidou as
alienações do imóvel que compunha o monte-mor. Contra essa decisão se insurgem os autores ante as
razões recursais já relatadas.
Pois bem.
No entanto, em seu parágrafo único, faz a importante ressalva no sentido de que “são eficazes as
alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé”.
Optou o legislador, portanto, uma vez anulado o inventário/partilha, por preservar parte de seus
efeitos, no caso, por conservar a alienação onerosa realizada por quem tinha a aparência de herdeiro, o
que fez em homenagem à segurança jurídica do terceiro adquirente. Este negócio apenas será ineficaz
caso o receptor do bem esteja de má-fé, sabendo estar adquirindo de quem não era legitimado para vender
– não haveria sentido, nessa circunstância, em falar em segurança jurídica.
Os requerentes, no entanto, cingem-se a alegar que o Sr. Nerilson, enquanto advogado da Sra.
Lúcia, havendo a assistido na escritura pública de inventário/partilha extrajudicial e cessão de direitos
hereditários, teria a nítida intenção de fraudá-los.
PROJUDI - Recurso: 0002603-89.2014.8.16.0113 - Ref. mov. 55.1 - Assinado digitalmente por Vilma Regia Ramos de Rezende:12699
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12/04/2021: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargadora Vilma Régia Ramos de Rezende - 12ª Câmara Cível)
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seu retorno ao acervo patrimonial dos autores, que estes tivessem comprovado que o atual proprietário do
bem (Caixa Econômica Federal) sabia tê-lo adquirido mediante a sucessão fraudulenta – lembrando que a
Por essas razões, voto pelo não provimento do apelo dos autores.
DISPOSITIVO
O julgamento foi presidido pelo (a) Desembargadora Rosana Amara Girardi Fachin, sem voto, e
dele participaram Desembargadora Vilma Régia Ramos De Rezende (relator), Desembargadora Ivanise
Maria Tratz Martins e Desembargador Luis Cesar De Paula Espindola.
DESEMBARGADORA RELATORA
MB