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PROJUDI - Processo: 0005755-49.2017.8.16.0014 - Ref. mov. 120.

1 - Assinado digitalmente por Romulo Henrique Perim Alvarenga


15/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. Arq: Petição

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA DA FAZENDA

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PÚBLICA DA COMARCA DE LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ.

AUTOS 0005755-49.2017.8.16.0014(PROJUDI)

COMPANHIA DE HABITAÇÃO DE LONDRINA – COHAB-LD, pessoa


jurídica de direito privado, constituída sob a forma de sociedade de economia mista pela Lei Municipal
nº 1.008, de 26 de agosto de 1965, devidamente inscrita no CNPJ sob nº 78.616.760/0001-15, com sede
na Rua Pernambuco, nº. 1002, nesta cidade de Londrina, Estado do Paraná, Exequente da Ação de
Rescisão de Contrato, a qual move em face de ANDERSON CANDIDO DE SALLES, já qualificado na
inicial, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 1.009 e
seguintes do CPC/2015, interpor o presente R E C U R S O D E A P E L A Ç Ã O em face da r.
sentença da seq. 114.1 proferida por este D. Juízo, nos precisos termos do arrazoado em anexo, que fica
fazendo parte desta petição.
Requer a Vossa Excelência seja recebido o presente recurso nos
seus efeitos legais (devolutivo e suspensivo) e cumpridas as formalidades pertinentes, seja
determinada a sua remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, para apreciação e
julgamento, o qual haverá de dar provimento ao mesmo.
Por fim, comprova-se junto à seq. 118.1 o recolhimento do preparo
recursal (atos do tribunal), com desconto de 50%, haja vista o benefício de isenção parcial concedido
pela Lei Estadual nº 6.888/1977 e confirmado pelo Órgão Especial do TJPR com o julgamento do
Mandado de Segurança nº 1.194.780-9 interposto em face da IN nº 07/2013 da Corregedoria
Geral de Justiça

Termos em que pede deferimento.


Londrina, 15 de Abril de 2019.

(assinado digitalmente)
RÔMULO HENRIQUE PERIM ALVARENGA
Advogado – OAB/PR nº 43.334

FERNANDA DE OLIVEIRA CASSETTARI


Acadêmica de Direito

Rua Pernambuco, 1.002 CEP:86020-12 1 Londrina-PR Fone:0xx43-3315-2 233 Fax:0xx43 -3315- 2255
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15/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. Arq: Petição

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EGRÉGIO TRIBU NAL DE JUSTIÇA D O ESTADO DO PARANÁ

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PROCESSO: AUTOS Nº0005755-49.2017.8.16.0014– RESCISÃO DE CONTRATO
ORIGEM: 2ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE LONDRINA - PR

APELANTE: COMPANHIA DE HABITAÇÃO DE LONDRINA – COHAB-LD


APELADO: ANDERSON CANDIDO SALES

R A ZÕ E S D E R E C UR S O D E A PE LA Ç Ã O

COLENDA CÂMARA
EMÉRITOS JULGADORES
ILUSTRE RELATOR

I– DA TEMPESTIV IDADE.

A Apelante foi intimada da r. sentença por meio do Sistema Projudi em


data de 25/03/2019, tendo o prazo para interposição de recurso iniciado (inclusive) em 26/03/2019
(próximo dia útil). Assim, o prazo final para apresentação deste recurso de apelação (15 dias úteis) será
em data de 15/04/2019, sendo, portanto, totalmente tempestivo.

II – BREVE RELATO DOS FATOS

A autora ingressou com Ação de Rescisão de Contrato c/c


Reintegração de Posse em face da parte Apelada, porquanto tenham firmado “Termo de Concessão de
Direito Real de uso oneroso” em 20 de março de 2005 (seq. 1.6), sendo a autora a proprietária do
imóvel, conforme demonstra a cópia do Registro Geral, Matrícula nº 70008 do 1º Ofício de Registro de
Imóveis da Comarca de Londrina, Estado do Paraná (seq. 1.8).

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O fundamento para o pedido de rescisão do contrato se deu em virtude

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da inadimplência contratual caracterizada pela ausência do pagamento das prestações mensais. Com a
inicial juntou planilhas que demonstram o valor do débito, bem como as notificações extrajudiciais
devidamente recebidas no endereço do imóvel objeto do contrato que se busca rescindir (seq. 1.9).

Em despacho inicial, restou facultado à Autora a possibilidade de emenda


da petição inicial, no prazo legal, sob pena de indeferimento liminar, para o fim de juntar aos autos os
comprovantes de prévia interpelação judicial ou extrajudicial, nos termos da Lei nº 6.766/1979 e do
Decreto-lei nº 745/1969, e assim o fez.

Apresentada a emenda da petição inicial, mov. 112.1, com a posterior r.


sentença da seq. 114.1, o MM. Juiz de Direito indeferiu a petição inicial, devendo o feito ser extinto
sem resolução de mérito, nos seguintes termos:

(...)

Em que pese a fundamentação exarada pelo D. Magistrado singular, a


referida decisão não pode prosperar, e cumpre tecer, novamente, algumas considerações acerca da
notificação premonitória exigida pelo D. Juízo como forma a caracterizar o interesse processual da
parte demandante.

III – DA PRÉV IA NOTI FICAÇÃO EXTRAJUDIC IAL –


PREENCHIMENTO DOS REQ UISIT OS PELA A UTORA COM OS
DOCS DO MOV . 1 .9 – AP LICABI LIDADE DA LEI 6 .766/1979
E DO DEC. LEI 745/1969

Houve a transcrição de ementas a fim de sustentar a necessidade da


prévia notificação do devedor, estabelecendo que a ausência deste ato não poderia ser suprida pela
citação judicial. Todavia, a Requerente entende descabida referida alegação, isso porque o Decreto Lei
nº 745/1969 dispõe sobre os contratos previstos no Artigo 22 do Decreto Lei nº 58/1937, do qual o
contrato aqui discutido não faz parte.

Verifica-se que o Decreto Lei nº 58/1937 dispõe sobre o loteamento e a


venda de terrenos para pagamento em prestações, aplicável em sua essência às empreiteiras e
loteadoras/incorporadoras.

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Já o contrato da Autora com a Requerida foi firmado sob a égide da

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legislação que regulamenta o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), em especial a Lei Federal nº
4.380/1964.

Ademais, tratando-se de contrato de financiamento habitacional junto ao


SFH, fica dispensada a averbação do contrato junto ao registro imobiliário. Assim, diante da ausência do
registro do contrato junto ao imóvel, inaplicável os termos do Dec. Lei nº 58/1937, regulamentado
pelo Dec. Lei nº 745/1969, tendo em vista o contido na Súmula 167 do Excelso STF:

Súmula 167
Não se aplica o regime do Decreto-Lei 58, de 10.12.1937, ao compromisso de
compra e venda não inscrita no registro imobiliário, salvo se o promitente
vendedor se obrigou a efetuar o registro.

Igualmente, descabida a alegação de que a notificação encaminhada é


ineficaz, por não ter sido recebida pela promitente compradora, não servindo para constituir em mora
o devedor.

Ora, da leitura do instrumento contratual (seq. 1.6), em especial a


CLÁUSULA SÉTIMA que trata da REVOGAÇÃO DA CONCESSÃO/RETOMADA DO IMÓVEL, a notificação do
devedor não é requisito para pedir a rescisão do contrato, bastando à ocorrência de uma das
hipóteses ali elencadas:

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Portanto, o encaminhamento da notificação extrajudicial à parte
devedora não é condicionante à rescisão contratual, pelo contrário, apenas propicia ao próprio
devedor a faculdade de purgar a mora, o que poderá ser feito, inclusive, em sede de contestação.

E mesmo se fosse considerado como condição para o ajuizamento da


ação, restou devidamente comprovada o recebimento da notificação pela parte Requerida conforme
seq. 1.9 (notificação extrajudicial), constituindo-a em mora, haja vista que a obrigatoriedade da
Promitente Vendedora é de encaminhar a notificação para o endereço do imóvel.

A notificação extrajudicial cumpriu com seu objetivo de cientificar a


devedora de sua condição de inadimplência autorizadora da rescisão contratual, porquanto exista
cláusula resolutiva expressa no contrato.

Assim, foi concedida a chance da parte devedora purgar a moral. Além


disso, importante salientar que a citação a ser realizada de forma válida neste processo bem
atenderá à finalidade de constituir a Requerida em mora.

Ademais, o fato de a notificação ter sido recebida por terceira pessoa que
não seja a promitente compradora, no endereço do imóvel, demonstra que há indícios de
cessão/transferência da posse do imóvel sem a devida ciência/anuência da COHAB-LD, o que de outra
forma também demonstra o flagrante descumprimento contratual, mediante o que estabelece a
CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA do Termo de Concessão de Direito Real de uso oneroso (seq. 1.6),
conforme abaixo transcrita:

Além disso, importante salientar que a citação a ser realizada de forma


válida neste processo bem atenderá à finalidade de constituir a Requerida em mora, tendo em
vista o indício de não ser a atual ocupante do imóvel, o que demonstra o flagrante desvirtuamento da
finalidade habitacional destinada ao bem imóvel objeto do contrato que ora se busca rescindir.

Destaca-se por oportuno a alteração conferida ao Decreto-lei nº


745/1969 em seu Artigo 1º, através da Lei 13.097/2015, cuja redação se transcreve abaixo:

Art. 1º Nos contratos a que se refere o art. 22 do Decreto-Lei nº 58, de 10 de


dezembro de 1937, ainda que não tenham sido registrados junto ao Cartório de
Registro de Imóveis competente, o inadimplemento absoluto do promissário
comprador só se caracterizará se, interpelado por via judicial ou por intermédio de

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cartório de Registro de Títulos e Documentos, deixar de purgar a mora, no prazo de

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15 (quinze) dias contados do recebimento da interpelação.
Parágrafo único. Nos contratos nos quais conste cláusula resolutiva expressa, a
resolução por inadimplemento do promissário comprador se operará de pleno
direito (art. 474 do Código Civil), desde que decorrido o prazo previsto na
interpelação referida no caput, sem purga da mora.

Ora, decorre do caput do Artigo 1º do citado Decreto-lei, que as suas


disposições são aplicáveis aos contratos regidos pelo Artigo 22 do Decreto-lei nº 58/1937, cuja
disciplina se refere ao loteamento e a venda de terrenos para pagamento em parcelas, cujo modelo não
se aplica às atividades da Requerente, uma vez que o contrato por ela firmado com a Requerida se
refere a contrato para promessa de compra e venda de unidade habitacional vinculada a
programa habitacional regido pelo Sistema Financeiro de Habitação, cuja disciplina normativa
está pautada em regulamentos do BNH, para quem havia sido estabelecida a garantia hipotecária, não
se fazendo semelhante aos contratos disciplinados pelo Decreto-lei nº 58/1957, a quem se dirige as
notificações previstas nos Artigo 1º do Decreto-lei 745/1969.

Diante de tal premissa, não traduz razoabilidade o fundamento do


despacho judicial, ao atribuir a Requente a obrigatoriedade de apresentar nos autos as notificações
extrajudiciais, nos termos do que dispõe o Artigo 1º do Decreto-lei nº 745/1969, anterior ao
ajuizamento da ação, sob o argumento de que a inobservância desta determinação impediria a análise
de mérito do pedido, pois se trata de formalidade passível de ser suprida por meio da citação, uma vez
que restou demonstrado que o contrato havido entre as partes, para o qual se busca a rescisão judicial,
encontra-se sob a tutela do SFH e normas do BNH aplicáveis ao caso, e não se sujeitam às normas do
Decreto-lei nº 58/1957 para quem nasceu o Decreto Lei nº 745/1969.

A jurisprudência pátria já decidiu neste sentido em diversos casos:

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO


DE POSSE. COMODATO VERBAL POR PRAZO INDETERMINADO. ESBULHO.
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA DA PRETENSÃO INI CIAL E DO
PEDIDO CONTRAPOSTO. INSURGÊNCIA DO AUTOR. FALECIMENTO DO
COMODATÁRIO (IRMÃO DO COMODANTE). EXTINÇÃO DA RELAÇÃO CONTRATUAL.
OCUPAÇÃO DO IMÓVEL PELA RÉ, QUE NÃO OSTENTA A CONDIÇÃO DE HERDEIRA
OU SUCESSORA DO COMODATÁRIO. PARTE RÉ QUE NÃO É COMODATÁRIA.
PERMANÊNCIA NO IMÓ- VEL. ARTIGO 1.200 DO CÓDIGO CIVIL. ATO DE MERA
TOLERÂNCIA. POSSE PRECÁRIA. DESNECESSIDADE DE PRÉVIA NOTIFICAÇÃO.
DIREITO DO AUTOR EM DESCONTITUIR POR ATO UNILATERAL A
CONTINUIDADE DO USO POR QUEM RELUTA EM DESOCUPAR O IMÓVEL.
SUFICIÊNCIA DO ATO DE CITAÇÃO NA PRETENSÃO POSSESSÓRIA. SENTENÇA
REFORMADA. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. RECURSO PROVIDO.

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(TJPR - 18ª C. Cível - AC - 1356654-4 - Foz do Iguaçu - Rel.: Espe- dito Reis do Amaral

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- Unânime - - J. 15.06.2016).
-------------------

CIVIL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE JULGADA PROCEDENTE EM 1º GRAU -


COMODATÁRIO DE PARTE DE IMÓVEL URBANO QUE, POR MEIO VIOLENTO, "VIS
COMPULSIVA", EXPULSA OS COMODANTES E SE APOSSA DA TOTA- LIDADE DO
IMÓVEL - ESBULHO CARACTERIZADO - CONS- TRUÇÕES INICIADAS PELO
COMODATÁRIO ANTES DO ESBU- LHO QUE NÃO SÃO INDENIZÁVEIS, POR PREVISÃO
EXPRESSA DO ARTIGO 584 DO CÓDIGO CIVIL E COMPENSAÇÃO DE PARTE DOS
PREJUÍZOS CAUSADOS COM O ILÍCITO - PRECEDENTES: "... Incontroversa a relação
de comodato verbal, tendo a autora manifestado o seu desinteresse na manutenção.
Ausência de notificação para desocupação suprida com a citação, sem que
houvesse a saída do imóvel. Esbulho caracterizado. Ausência de qual- quer indício
de prova da construção de benfeitorias no imóvel. Ben- feitorias, ademais, que se
compensam com os danos, em vista do longo tempo de ocupação sem qualquer
contraprestação à autora. Art.1.221 do Código Civil. Sentença mantida. Recurso
improvido." (TJSP, AC 0033402-52.2012.8.26.0002, 24ª CDP, Rel. Erson de Oli- veira,
j. 23.04.2015, site TJSP) - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
(TJPR - 18ª C. Cível - AC - 1259962-1 - Guaratuba - Rel.: Luis Es- píndola - Unânime - -
J. 07.10.2015).
-------------------

Ademais, necessário ainda sustentar que o Decreto nº 745/1969 se


aplica para os casos de resolução expressa dos contratos a que se refere o Artigo 22 do Decreto-lei
58/1937, e somente a esses casos. Ainda, com a alteração dada pela Lei nº 13.097/2015, restou claro
que referida legislação se aplica para os casos de existência da cláusula resolutiva expressa, ou seja,
naquelas em que o credor, de pleno direito resolve o compromisso de compra e venda.

Verifica-se que as notificações disciplinadas no caput do Artigo 1º do


Decreto-lei se destinam aos casos de resolução contratual expressa, ou seja, naquelas em que o
promissário comprador, loteador, busca rescindir o negócio jurídico entabulado sem a intervenção do
judiciário. O que não se confunde com o caso trazido aos autos pela Autora.

Em que pese à existência de cláusula resolutiva contratual, a COHAB-LD


prioriza a intervenção judicial para a resolução do contrato justamente por se tratar de agente
operador do SFH e não um mero loteador vendedor de terrenos no mercado imobiliário. A sua função
vai mais além, uma vez que o seu objeto social se define pela participação ativa na política habitacional
do Município de Londrina e região, não podendo ser confundida com empresa loteadora que visa o
parcelamento do solo urbano como atividade comercial. Assim dispões o Estatuto Social da Autora ao
definir o seu objeto social:

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A COHAB-LD não possui como atividade comercial o loteamento urbano
com fins lucrativos, mas sim o FOMENTO DA POLÍTICA HABITACIONAL, através de fornecimento de
moradias populares, sem fins lucrativos específicos. Destaca-se que a observância do INTERESSE
PÚBLICO é a pedra de toque do seu trabalho junto à política habitacional e ao SFH.

No presente caso, a COHAB-LD não está sujeita à legislação invocada no


despacho judicial, pois não se trata de empresa loteadora/incorporadora, mas de agente financeiro
operador junto ao SFH, não se confundindo com empresa de fins lucrativos de loteamentos urbanos.
Ainda, o artigo 22 do Decreto-lei nº 58/1937 estabelece a condição de serem os contratos de
compromisso de compra e venda registrados em cartório, a fim de que se submetam à letra do Artigo 1º
do Decreto-lei nº 745/1969.

Portanto, inaplicável a legislação invocada no despacho em face da


Requerente, uma vez eu possui regramento próprio dentro do microssistema do SFH.

IV – DOS PRECENDENTES JURIS PRUDENCIAIS DO T JPR .

Recentemente, a 18ª Câmara Cível deste Tribunal de Justiça, no


julgamento do Recurso de Apelação dos Autos nº 0009319-65.2019.8.16.0014, deu PROVIMENTO
ao recurso, invocando precedente do Tribunal, em situação idêntica a presente.

Segue ementa do julgado com inteiro teor em anexo:

APELAÇÃO CÍV EL. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E V ENDA C/C
REINTEGRAÇÃO DE POSSE. SENTENÇA DE EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. AFIRMADA
AUSÊNCIA DE VÁLIDA NOTIFICAÇÃO PARA CONSTITUIÇÃO DA MORA DO DEV EDOR. APELO
PROVIDO. INAPLICABILIDADE DA LEI Nº 6.766/1979 E DOS DECRETOS-L EI Nºs 58/1937 e
745/1969. CONSTITUIÇÃO EM MORA DEVIDAMENTE REALIZADA COM A ENTREGA DE
NOTIFICAÇÃO NO EN DEREÇO DA DEVEDORA.
PRECEDENTE DESTE TRIBUNAL:
1. Inaplicabilidade do art. 1º do De creto-lei nº 745/1969 ao caso concreto, porquanto o objeto
do contrato é imóvel loteado da Cohab-LD, não havendo de ser seguida a forma que condiciona

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o inadimplemento do promissário comprador à interpelação por via judicial ou intermédio de
Oficial do Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou Cartório de Registro de Imóveis.

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2. Tratando-se de instrumento particular em que foi dispensada a averbação do contrato junto
ao registro imobiliário, não há razão para a interpelação prévia por meio de Oficial do Cartório
de Registro de Imóveis. Entendimento sedimentado pela Súmula 167 do Supremo Tribunal
Federal.
3. Para fins de resolução contratual de compromisso de compra e venda, é válida a notificação
prévia recebida pelo promitente-comprador no endereço do imóvel para constituí-lo em mora,
cientificá-lo do inadimplemento das prestações vencidas, e oportunizar tempo razoável para a
purgação da mora. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.” (TJPR - 17ª C.Cível - 0073149-
73.2017.8.16.0014 - Londrina - Rel.: Rosana Am ara Girardi Fachin - J. 14.02.2019)
Apelo provido.

Pela identidade de situação, a Colenda 18ª Câmara Cível adotou os


fundamentos do julgado TJPR - 17ª C.Cível - 0073149-73.2017.8.16.0014 - Londrina - Rel.: Rosana
Amara Girardi Fachin - J.14.02.2019, cujos fundamentos seguem transcritos:

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15/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. Arq: Petição

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Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ89Z FN7KD XFQMS EHEUA
Desse modo, pugna-se pela reforma da r sentença, nos termos do
entendimento proferido por este Egrégio Tribunal de Justiça.

Rua Pernambuco, 1.002 CEP:86020-12 1 Londrina-PR Fone:0xx43-3315-2 233 Fax:0xx43 -3315- 2255
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PROJUDI - Processo: 0005755-49.2017.8.16.0014 - Ref. mov. 120.1 - Assinado digitalmente por Romulo Henrique Perim Alvarenga
15/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. Arq: Petição

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ89Z FN7KD XFQMS EHEUA
V – DO RE QUERIMENTO F INAL .

ATRAVÉS DO EXPOSTO, requer seja efetuada a remessa ao órgão


fracionário próprio, que, após examinada a questão pelos seus nobres membros, e aditados a estes
argumentos os sábios subsídios peculiares às decisões desta Corte de Justiça, os Eminentes Julgadores
haverão de julgar pelo P R O V I M E N T O do presente Recurso de Apelação, a fim de que seja
reformada a r. SENTENÇA proferida pelo MM. Juiz Singular, nos termos contidos nas razões recursais
apresentadas.

Requer, ainda, que as futuras intimações sejam efetuadas em nome do


advogado da Apelante Dr. RÔMULO HENRIQUE PERIM ALVARENGA, OAB/PR nº 43.334, sob pena de
nulidade.

Termos em que pede deferimento.

Londrina, 15 de Abril de 2019

(assinado digitalmente)
RÔMULO HENRIQUE PERIM ALVARENGA
Advogado – OAB/PR nº 43.334

FERNANDA DE OLIVEIRA CASSETTARI


Acadêmica de Direito.

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