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MM. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
GRERJ Eletrônica nº01113391389-87.
Ref.: Proc. nº0025940-32.2018.8.19.0001.
Vara de Origem: 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital - RJ.

EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., já devidamente qualificada nos


autos do feito em epígrafe, movido por REDE MANAUS COMÉRCIO DE PNEUS LTDA.,
vem informar que, data venia, não consegue se conformar com o teor da Decisão proferida
em fls. 222 usque 225 dos autos originários, que DECRETOU A FALÊNCIA da Agravante.

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Portanto, com fulcro no art. 100 da Lei nº11.101/2005 c/c parágrafo único do
art. 995 e art. 1.015, ambos do CPC/2015, vem, por seus advogados, da mesma interpor o
presente recurso de

AGRAVO DE INSTRUMENTO
COM PEDIDO DE LIMINAR PARA SUSPENDER OS EFEITOS DA DECISÃO AGRAVADA

o que faz pelas razões infra, e na forma da Lei.

Informa a Agravante que é patrocinada pelo Dr. EURICO MOREIRA, inscrito


na OAB/RJ sob o nº4.517D, com escritório na Rua Doutor Borman, nº06, sala 402, Centro,
Niterói - RJ.

Registre-se que a Agravada é assistida pelo Dr. RAFAEL AUGUSTO DE


MOURA PAIVA, inscrita na OAB/RJ sob o nº145.640, com escritório na Avenida Rio
Branco, nº277, grupo 1801, Ed. São Borja, no Centro, nesta cidade do Rio de Janeiro - RJ,
onde pode ser intimado.

Ademais, informa que deixa de juntar as cópias dos autos originários devido
aos mesmos serem eletrônicos, com fulcro na regra insculpida no art. 1.017, §5º, CPC/2015.
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Assim, após cumpridas as formalidades e procedimentos da Lei, requer seja


conhecido e provido o presente AGRAVO, na forma que adiante se postulará, nos termos e
para os fins de Lei.

I - DO CABIMENTO DO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO:

A fim de dirimir dúvidas quanto ao recurso a ser interposto em face da


Decisão que decretou a falência (se Apelação ou Agravo de Instrumento), vem a Agravante
esclarecer que a redação do art. 100 da Lei nº11.101/2005 traz a solução:

Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da


sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.

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Nesse sentido, a legislação pertinente expressamente determina que a
Decisão que decreta a falência é recorrível mediante agravo, inclusive já com a farta
jurisprudência deste Tribunal Fluminense a reconhecer ser o Agravo de Instrumento o
Recurso Cabível na situação em tela:

APELAÇÃO CÍVEL - EXTENSÃO DOS EFEITOS DA FALÊNCIA


PELO JUÍZO A QUO AO EX-SÓCIO - INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO
PELO EXECUTADO - INADEQUAÇÃO DA VIA RECURSAL ELEITA -
DECISÃO QUE DESAFIA AGRAVO DE INSTRUMENTO - FUNGIBILIDADE
- IMPOSSIBILIDADE - ERRO GROSSEIRO - RECURSO NÃO CONHECIDO.
1.
Trata-se de apelação cível interposta contra sentença que estendeu os
efeitos da falência ao referido ex-sócio, até o limite do capital social não
integralizado. 2. Cumpre informar que já houve julgamento anterior por
essa E. Câmara das matérias objeto desse recurso de apelação no
Agravo de Instrumento nº 0054238-13.2013.8.19.0000, julgado em
18/03/2014 e ainda em trâmite. 3. Via recursal escolhida pelo recorrente
inadequada, posto que da decisão que decreta a falência cabível o
recurso de Agravo de instrumento. Manifesta a inadmissibilidade do
presente recurso. 4. Logo, incabível sua impugnação mediante apelo,
consoante disposto no Decreto Lei nº 7.661 de 21 de Junho de 1945, no
art. 17: "Da sentença que declarar a falência, pode o devedor, o credor
ou o terceiro prejudicado,
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agravar de instrumento", ou por força do disposto no art. 100 da Lei de


Recuperação de Empresas e Falências, Lei nº 11.101/2005, ipsis litteris:
"Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença
que julga a improcedência do pedido cabe apelação." 5. Ademais, como
se sabe, resta consolidado o entendimento no sentido de que a
aplicação do princípio da fungibilidade recursal impõe, além da ausência
de má-fé da parte, a observância do prazo do recurso adequado, e a não
caracterização de erro grosseiro na interposição, não afastado no caso,
pois o recurso adequado, de forma inequívoca, era o de agravo.
Precedentes desta Corte. NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO COM
FUNDAMENTO NO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC.
(Ap. Cível nº002028-73.2001.8.19.0042, 22ª Câmara Cível do TJ/RJ,
Rel. Des. Marcelo Lima Buhatem, Data de Julgamento: 14/11/2014)

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Mas como a Lei nº11.101/2005 não oferece maiores detalhes quanto ao
recurso, deve ser utilizado o CPC/2015 quanto a disciplina do Agravo de Instrumento, como
o prazo recursal por exemplo.

II - DA TEMPESTIVIDADE:

A certidão de fl. 659 exara que a intimação eletrônica relativa a Decisão de fls.
639/640/641 (que julgou os Embargos de Declaração de fl. 292 usque 296, interpostos à
Decisão que em fl. 222 usque 225 decretou a falência) foi aberta em 16.09.2019 (segunda-
feira) e o CPC/2015 ordena em seu art. 219 o cômputo só dos dias úteis, pelo que o primeiro
dia da contagem do prazo recursal seria o primeiro dia útil subsequente, dia 17.09.2019
(terça- feira).

Ocorre que, por este mesmo motivo, não se pode computar os dias 16 e 17
de setembro de 2019 (respectivamente, segunda-feira e terça-feira), por força de
suspensão dos prazos processuais dos processos eletrônicos, nos 1º e 2º graus de
jurisdição, conforme dispõe o Ato Executivo do TJ nº 180, de 18 de setembro de 2019
(Publicação 19.09.2019 - DJERJ, ADM, n. 14, p. 3.).
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De igual modo não se pode computar o dia 24 de setembro de 2019 (terça-


feira), por força de suspensão dos prazos processuais dos processos eletrônicos, nos 1º e
2º graus de jurisdição (por indisponibilidade do sítio eletrônico por mais de 60 (sessenta)
minutos), conforme dispõe o Ato Executivo do TJ nº 181, de 24 de setembro de 2019
(Publicação 25.09.2019 - DJERJ, ADM, n. 18, p. 6.).

Também não se pode computar o dia 25 de setembro de 2019 (quarta-feira),


por força de suspensão dos prazos processuais dos processos eletrônicos, nos 1º e 2º graus
de jurisdição (por indisponibilidade do sítio eletrônico por mais de 60 (sessenta) minutos),
conforme dispõe o Ato Executivo do TJ nº 182, de 25 de setembro de 2019 (Publicação
26.09.2019 - DJERJ, ADM, n. 19, p. 2.).

Enfim, não se pode computar o dia 26 de setembro de 2019 (quinta-feira),

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por força de suspensão dos prazos processuais dos processos eletrônicos, nos 1º e 2º graus
de jurisdição (por indisponibilidade do sítio eletrônico por mais de 60 (sessenta) minutos),
conforme dispõe o Ato Executivo do TJ nº 183, de 27 de setembro de 2019 (Publicação
30.09.2019 - DJERJ, ADM, n. 21, p. 5.).

Portanto, computando-se somente os dias úteis, tem-se que o décimo quinto


dia útil do prazo recursal (art. 1.003, §5º, CPC/2015) é o dia 11.10.2019 (sexta-feira), pelo
que o presente recurso é tempestivo.

II - BREVE RELATO:

A Agravada ajuizou a presente ação em que, em breve síntese, alega que a


Agravante teria adquirido mercadorias que estariam descritas nas notas/faturas que
instruem a petição inicial, que teriam sido entregues, mas que, instada a pagar, não teria
ocorrido o pagamento do afirmado negócio comercial, pelo que teria levado os títulos a
protesto e depois ajuizado a presente ação para decretação de falência.

A Agravante apresentou tempestivamente sua peça de bloqueio, aduzindo


preliminarmente falta de interesse de agir e, no mérito, impugnando o pedido por razões
como a manifesta pretensão autoral de embutir em seu cálculo de débitos itens inexigíveis,
como honorários advocatícios e o próprio custo dos protestos, entre outros.
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O Juízo de piso instou as partes a se manifestarem se teriam interesse na


realização de audiência de conciliação, o que obteve resposta positiva de ambas as partes,
mas ato contínuo, em lugar de designar a audiência de conciliação pretendida por ambas as
partes, o Juízo equivocadamente prolatou a decisão de quebra da Agravante.

Irresignada interpõe a Agravante o presente recurso de Agravo de


Instrumento com base no art. 100 da Lei nº11.101/2005, para que esta C. Câmara Cível,
com a costumeira excelência em julgar, conheça o presente incidente processual, dando-lhe
provimento pelos fundamentos que arrazoará nesta peça.

III - CERCEAMENTO DE DEFESA CONSISTENTE NA APRESSADA PROLAÇÃO DA

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DECISÃO DE DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA SEM SE PERMITIR A PRODUÇÃO DE
PROVAS E REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO PRETENDIDA POR
AMBAS AS PARTES:

Citada, a Agravante apresentou sua Contestação em fls. 161 usque 165, pelo
que o Juízo de piso prolatou Decisão de fl. 178 abrindo prazo para a Agravada, querendo,
apresentar réplica que, apresentada em fls. 183 usque 189, levou a prolação da Decisão de
fl. 193 cujo teor é:

Digam as partes, JUSTIFICADAMENTE, as provas que pretendem


produzir, bem como se desejam a realização de audiência de
conciliação, no prazo de 05 dias, valendo o silêncio como recusa.

A Agravante peticionou em fl. 201 identificando justificadamente as provas


que pretendia produzir, entre elas a prova pericial contábil para apurar a o valor realmente
devido, tendo em vista os excessos comprovadamente cometidos nos cálculos
apresentados pela Agravada, além de manifestar expressamente seu interesse na
realização da audiência de conciliação.

A Agravada peticionou em fls. 207/208 identificando as provas que pretendia


produzir e afirmando seu desejo pela realização da audiência de conciliação.
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Mas em lugar de deferir as provas necessárias e/ou designar data para a


realização da audiência de conciliação, sem despacho saneador prévio e sem justificativa
para o julgamento antecipado, foi imediatamente prolatada a Decisão de fls. 222 usque 225,
instituto de severidade atroz e que gera uma série de consequências inclementes e
extremamente debilitantes, afetando não apenas a Agravante como seus funcionários,
credores e inúmeros outros, o que poderia concretamente ter sido evitado com a produção
das provas pretendidas pelas partes ou com a realização da audiência de conciliação.

A Decisão ora agravada é nula, pois incurável vício a contamina: foi proferida
em franco cerceamento ao direito de defesa da Agravante, pois diz claramente o art. 369 do
CPC/2015:

Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios

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legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados
neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido
ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.

Ora, a fim de provar cabalmente sua tese defensiva de excessos no cálculo


apresentado, a Agravante apresentou requerimento para produção de provas, incluindo a
pericial contábil, e tal prova é expressamente permitida pela legislação vigente:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. OBRIGAÇÃO DE FAZER.


SUSTAÇÃO DE PROTESTO. LETRA DE CÂMBIO. COOPERATIVA DE
MÉDICOS. DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
IMPOSSIBILIDADE DE JULGAMENTO IMEDIATO DA LIDE NA FORMA DO
ART. 355, I, DO CPC/2015. ALTO GRAU DE COMPLEXIDADE DA CAUSA.
REQUERIMENTO DE PROVAS NÃO APRECIADO. ANULAÇÃO DA
SENTENÇA. - Apela o autor em face da improcedência do pedido, sob o
argumento de que, apesar de haver requerimento para produção de
provas por ambas as partes, a sentença foi proferida sem despacho
saneador prévio, e sem motivação acerca do julgamento antecipado da
lide, configurando cerceamento de defesa. - Inequívoca violação dos
princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa,
posto que a improcedência do pedido se fulcra na ausência de ato ilícito
da ré, embora haja requerimento de ambas as partes para produção de
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provas, inclusive pericial, sobre as quais não se manifestou o Juízo


sentenciante. - Autor-apelante que pretende a produção de prova
documental complementar e prova oral com vistas a demonstrar a
ausência de liquidez e certeza da letra de cambio, bem como o dano
moral sofrido, razão pela qual não se trata de diligência inútil ou
protelatória. - Ré-apelada que reconhece a complexidade da causa e
requer seja designada audiência para saneamento do feito, em
cooperação com as partes, bem assim a realização de perícia contábil e
prova documental suplementar. - Sentença que se anula, para que sejam
analisados os pedidos de provas formulados por ambas as partes, a teor
do art. 357 do CPC. RECURSO AO QUAL SE DÁ PROVIMENTO.
(Ap. Cível nº0001149-88.2017.8.19.0209, 4ª Câmara Cível do TJ/RJ,
Rel. Des. Maria Helena Pinto Machado, Data do Julgamento: 24/07/2019)

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Outrossim, o feito também se encontra nulo desde a Decisão ora agravada,
pois outro incurável vício o contamina: foi proferida em franco cerceamento ao direito de
defesa da ora Agravante, pois o art. 10 do CPC/2015 traz o Princípio da Não-surpresa de
forma a assegurar o Contraditório às partes:

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício.

Ora, foi apresentado como fundamento da Decisão agravada em fl. 223 que o
Juízo de piso teria, de ofício, determinado a inclusão de itens indevidos (como o custo dos
protestos como se os mesmos já estivessem constituídos em títulos executivos
eivados e certeza, liquidez e exigibilidade) sem permitir à Agravante sobre isto se
manifestar ou impugnar e que esta, se não concordasse, deveria ter agravado,
estranhamente desconsiderando “trivialidades” como o dispositivo transcrito logo acima e os
princípios já mencionados, além de deixar a Agravante sem possibilidade de recurso porque
encurralada pelo rol taxativo de hipóteses do caput do art. 1.015 do CPC/2015.
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Ora, em seguida a Agravada trouxe aos autos em fls. 136/137 uma planilha
atualizada em que incluiu até mesmo as custas como se estas já estivessem constituídas
em título executivo.

E instada a se manifestar em réplica sobre a contestação, a Agravada veio a


apresentar novo cálculo atualizado em fl. 190, mas o fazendo ao arrepio da lei por não se
subsumir a nenhuma das hipóteses do rol taxativo do art. 435, tratando-se de docs.
preexistentes a distribuição da ação:

Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos


documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos
depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos
nos autos.

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Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de
documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem
como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após
esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a
impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer
caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º.

E uma vez juntados tais docs. nos autos, a Agravante jamais foi intimada de
sua existência para sobre ele se manifestar, o que já afronta o texto expresso do §1º do art.
437 do CPC/2015:

Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos


autos, poderá:
I - impugnar a admissibilidade da prova documental;
II - impugnar sua autenticidade;
III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de
arguição de falsidade;
IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação
deverá basear-se em argumentação específica, não se admitindo
alegação genérica de falsidade.
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Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os


documentos anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica
sobre os documentos anexados à contestação.
§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento
aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que disporá do
prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas indicadas
no art. 436.
§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para
manifestação sobre a prova documental produzida, levando em
consideração a quantidade e a complexidade da documentação.

Mas a leitura dos autos revela que, uma vez que a Agravada juntou ao arrepio
da lei o doc. de fl. 190, não foi expedida nenhuma intimação eletrônica e tampouco houve

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publicação no D.J., sem que a Agravante pudesse se manifestar.

O cerceamento de defesa imposto à Agravante mostra-se, destarte, flagrante,


sendo certo que houve incontornável infração ao disposto no inciso LV do art. 5º da
CRFB/1988, que assegura à Agravante "o contraditório e a ampla defesa, com os meios
e recursos a ela inerentes", não podendo evidentemente ser tolhido tal direito com base no
entendimento de que não está o Juízo obrigado a produção de nenhuma pro
tempestivamente requeridas, em completa violação à Lei Maior, crendo que tem
discricionariedade para indeferir TODAS as provas da Agravante, deixando-a à míngua de
qualquer prova.

Se à Agravante não se permite a colheita de provas requeridas


tempestivamente, se tem suas mãos atadas (inclusive sugerindo o feito que houve
julgamento açodado), evidentemente poderia restar sua falência indevidamente decretada e
ainda com base em débito superfaturado.

IV - DA AUSÊNCIA DE ELEMENTOS ESSENCIAIS À CARACTERIZAÇÃO DO ACEITE -


DA FALTA DE INTERESSE DE AGIR - ILIQUIDEZ, INCERTEZA E INEXIGIBILIDADE DO
CRÉDITO:

Compulsando-se os autos, depreende-se da inicial que a Agravada se


adstringe a mencionar ser credora de determinada quantia, representada por duplicatas sem
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aceite, acompanhadas por Protesto por mera indicação, caso em que o credor não possui
a duplicata ou a mesma não tem aceite, pelo que a mesma é protestável por falta de
devolução ou de aceite (caput do art. 13, Lei nº5.474/1968), com o protesto sendo tirado
mediante simples indicações do requerente (§1º do art. 13, Lei nº5.474/1968).

Também não há notas fiscais, sem absolutamente nenhuma identificação


dos supostos recebedores das mercadorias dito entregues à empresa Agravante,
sendo que a Agravante desconhece as assinaturas apostas nos canhotos juntados às
notas fiscais, como sendo de representante legal da empresa (descumprindo o art. 15,
inciso II, alínea “b”, Lei nº5.474/1968).

Acresça-se a isso que, a trazer incerteza do crédito, ao que se vê da exordial


e da planilha trazida aos autos às fls. 96, a Agravada, ao informar o crédito de que se

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pretende titular, sem se dignar a trazer aos autos ao menos o título acompanhado dos
referidos comprovantes com a expressa identificação do recebedor, tem-se que a falta de
certeza, liquidez e exigibilidade do crédito, tornam inválido o título, ut se extrai da orientação
jurisprudencial já sedimentada nos Tribunais pátrios.

Concretamente, o que se observa nesses autos é a falta de documentos


imprescindíveis à comprovação da executividade dos título, elementos necessários para o
pleito de falência, prova essa que deveria ser produzida no momento processual oportuno,
qual seja, com a petição inicial por se tratar de documento essencial.

Outrossim, é imperativo salientar que no caso em tela, há vício a contaminar o


instrumento, vez que não identificado expressamente o recebedor, ensejando a hipótese de
não decretação da implacável quebra da Agravante, conforme orientação jurisprudencial:

“Falência. Duplicata mercantil não aceita e protestada por falta de


pagamento. Protesto irregular em face da não identificação da pessoa
que foi intimada. Orientação jurisprudencial do STJ, no sentido de que o
protesto para fins de falência deve identificar a pessoa que recebeu a
intimação. Extinção do processo, sem julgamento do mérito., mantida.
Apelo desprovido.” Apelação 469.202-4/8-00, Relator Pereira Calças,
Câmara Especial de Falências e Recuperações Judiciais de Direito
Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, j. 17/1/07
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Agravo de Instrumento – Ação de Falência – Pedido instruído com
Duplicata – falta de remessa para aceite – protesto por indicação –
ausência de Requisitos – Extinção do processo sem julgamento do
mérito
- Recurso Provido. A remessa de duplicata para aceite é requisito
indispensável para conferir ao título força executiva. 2. Para amparar o
pedido de falência, é inservível a apresentação de triplicatas
imotivadamente emitidas, eis que não comprovados a perda, o extravio
ou a retenção do título pelo sacado. (TJ-PR – AI: 1642051 PR 01642050,
Relator: Cleyton Camargo- 5ª. Câmara Cível- 6755

Importante inclusive ressaltar que se ausentes, como é o caso, os requisitos

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essenciais para a propositura da ação, a ação de falência deve ser considerada temerária,
pois não há elementos suficientes e convincentes para que a falência seja decretada.

V - DAS TERRÍVEIS CONSEQUÊNCIAS JÁ EFETIVAMENTE GERADAS PELA


EQUIVOCADA E APRESSADA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA DA AGRAVANTE:

A Agravante peticionou em fls. 356/357 narrando que uma vez decretada a


falência da Agravante pela Decisão de fls. 222 usque 225, foi nomeado como Administrador
Judicial da Massa Falida da Empresa de Viação Algarve Ltda. CARLOS MAGNO, NERY &
MEDEIROS SOCIEDADE DE ADVOGADOS, representado por Jamile Medeiros de Souza,
inscrita na OAB-RJ sob o nº 166.261.

E, nessa condição, Jamile Medeiros de Souza, compareceu ao imóvel


situado na Avenida Cesário de Melo, nº11.800, Paciência, Rio de Janeiro, para
acompanhamento do Mandado de Arrombamento e Lacre, juntamente com o Oficial de
Justiça Amadeu e lá encontrou os portões devidamente fechados, com seus respectivos
cadeados, e um funcionário da empresa, o senhor Neivaldo que atuava, no turno do dia até
a noite quando era substituído por outro vigia.

Naquela oportunidade ela determinou que o funcionário da empresa se


retirasse, na medida em que a garagem a partir daquele momento estaria sob
responsabilidade dela, na condição de administradora da Falência da empresa de que trata.
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Ocorre que, após o lacre e a dispensa dos vigias, os bens que foram
encontrados e arrolados pela Administradora Judicial sofreram novos ataques de
vandalismo, com arrombamento dos portões e inclusive se tem notícia da entrada de
caminhão para retirar os bens guardados na garagem.

Devido a isto, alertou o Juízo de piso para estas circunstâncias e requereu na


mesma petição que fossem determinadas as medidas necessárias para apuração dos atos
de vandalismo praticados no local após a retirada dos vigias, produzindo-se novo
levantamento dos bens encontrados no local, com fim de proteção ao patrimônio da
Agravante, arrestado pelo Juízo de piso.

Em vista da petição de fls. 356/357, a Agravante provocou novamente o Juízo

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de piso por meio da petição de fls. 365/366/367, instruída com os docs. de fls. 368 usque
606, em que destacou que em 17.12.2018 deu conhecimento ao Juízo de piso sobre o
manifesto risco de invasão da garagem da empresa que abrigava não só as instalações do
escritório, almoxarifado, oficina, como também frota de ônibus pertencentes não só à
Agravante como também da Expresso Mangaratiba Ltda., já que a garagem se encontrava
desprotegida da guarda que a Administradora Judicial deveria exercer em relação ao
patrimônio da Empresa aos seus cuidados.

Assim é que, conquanto a Agravante tenha avisado à exaustão dos riscos que
se avizinhavam, de concreto tem-se que nenhuma medida foi adotada para a preservação
dos bens e veículos lá parqueados, repita-se já então sob a responsabilidade da
administradora Judicial.

Nessas condições, em 23.12.2018 o imóvel foi saqueado em todas as


instalações, escritório, oficina e respectivas sessões, almoxarifado e 983 (novecentos e
oitenta e três) janelas dos coletivos, 70 (setenta) chicotes, 17 (dezessete) radiadores, 19
(dezenove) intercoolers, tudo como se vê do registro de ocorrência lavrado na 36ª.
Delegacia Policial sob o nº 036-09906/2018, oportunidade em que se realizou-se, na
presença de Perito Técnico (Wagner) e Perícia Datiloscópica (Carlos e Alexandre) e o
Inventário dos bens subtraídos no interior da garagem, conforme fotografias de fls. 368
usque 412.
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Ainda nessa ocasião, nenhuma providência foi adotada para preservação do


patrimônio da Empresa, permanecendo a garagem desprotegida de guarda.

E tanto assim é que, em 02.02.2019 (sábado) através do Registro de


Ocorrência Policial lavrado sob nº 036-01005/2019 e veiculado na mídia social, deu-se
notícia de nova invasão no local, informando do incêndio de 98 (noventa e oito) ônibus,
sendo certo que no dia 04.02.2019 (segunda-feira), o sócio da empresa Álvaro Rodrigues
Lopes compareceu no Escritório Carlos Magno, Nery & Medeiros, na Avenida Almirante
Barroso, 97, grupo 408, Centro, Rio de Janeiro, onde foi recebido pela Dra. Jamile Medeiros
de Souza e na oportunidade reclamou providências que vinham sendo requeridas à
exaustão.

Dra. Jamile Medeiros limitou-se a colocar novos cadeados nos portões, pois

TJRJ 201900648992 11/10/2019 20:04:30 BJNJ Petição Inicial


os anteriores foram retirados pelo Corpo de Bombeiros, além do que nada foi feito até a
presente data, dando ensejo a novas invasões.

E foi alertado que naquela época os veículos incendiados estavam sendo


diariamente saqueados, retirando-se até mesmo sua fiação elétrica, pelo que se requereu
que se determinasse a ao inventário dos veículos saqueados, relacionando-se o material
subtraído dos ônibus saqueados e os incendiados, para fins de comunicação ao
DETRAN/RJ, identificando-se no inventário a propriedade de cada um dos ônibus, por se
tratar de ônibus pertencentes à Agravante e outros à Expresso Mangaratiba Ltda.

Inclusive informado pelo representante do Ministério Público às fls.


618/619/620 que, em vista da situação da garagem e o que lá se encontrava estar se
deteriorando de forma muito célere, o sócio da Agravante Álvaro Rodrigues Lopes, no
interesse da preservação do patrimônio, se comprometeu a informar nos autos todas as
informações necessárias ao bom andamento do processo, inclusive o seu endereço pessoal
completo (fl. 301), bem assim a custear integralmente com as despesas inerentes à
segurança do imóvel onde funcionava a garagem da Agravante, a fim de serem
preservados os ativos que lá se encontram.

Mas feito isto, o Juízo de piso equivocadamente substituiu o administrador


judicial, gerando mais trabalho a ser cumprido nos autos da Falência e tornando necessário
ao novo administrador judicial estudar os autos e o sócio da Agravante inteirar ao referido
administrador sobre a situação da garagem.
15
14

VI - DO PEDIDO:

À vista de todos os argumentos expendidos e levando em consideração o


fato de o ideal de justiça ser um dos valores supremos de nosso Estado Democrático de
Direito, como afirmado no preâmbulo da Constituição da República, só restou à Agravante
recorrer para este incidente processual para que seja corrigido o equívoco do decisum, nos
seguintes moldes:

1) Preliminarmente, que seja recebido o presente agravo de instrumento


com o devido efeito suspensivo do decisum ora agravado (art. 1.019, inciso I, do
CPC/2015);

TJRJ 201900648992 11/10/2019 20:04:30 BJNJ Petição Inicial


2) que seja conhecido o recurso nos moldes dos artigos 1.019, inciso I e
932, inciso V, ambos do CPC/2015, e anulada a Decisão agravada a fim de que o Juízo
de piso proceda a audiência de conciliação cuja realização ambas as partes
expressamente manifestaram interesse quando instadas pelo Juízo de piso, ou, se
assim não se entender, seja reformada a decisão atacada para julgar pela
improcedência do pedido de decretação de falência da ora agravante.

Nestes Termos,
Pede e Aguarda Provimento como prova da mais lídima JUSTIÇA.

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2019.

EURICO MOREIRA
OAB/RJ: 4.517

SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS


OAB/RJ: 116.106
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Página 1 de 1
eJUD TJRJ 16
Emitido em: 14/10/2019 15:41

TERMO DE RECEBIMENTO
REGISTRO E AUTUAÇÃO
NESTA DATA, APÓS RECEBIDOS, ESTES AUTOS FORAM REGISTRADOS E AUTUADOS POR PROCESSAMENTO
ELETRÔNICO, NA FORMA DO DEMONSTRATIVO ABAIXO DISCRIMINADO:

0066147-42.2019.8.19.0000 AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


Protocolo
3204/2019.00648992
Órgão
CAPITAL 1 VARA EMPRESARIAL
Ação Originária 0025940-32.2018.8.19.0001
Obs FALÊNCIA
DECISAO AGRAVADA DOC 639 DOS AUTOS ORIGINARIOS
Juiz que prolatou a sentença ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Data da Decisão 12/09/2019
Decisão/Sentença Agravada
Juízes da primeira instância
ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Volume(s): 1, Apenso(s): 0, Doc(s). J/P/L: 0, Anexo(s): 0
Folhas: 1
* Efeito Suspensivo *
Assunto 1 Concurso de Credores / Recuperação judicial e Falência / Empresas / DIREITO CIVIL

AGRAVANTE : EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE


LTDA. ADVOGADO : EURICO MOREIRA (RJ004517)
AGRAVADO : REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
ADVOGADO : RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA (Ativo)

Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2019

Preparado Por: MARIANA PIGNATARO STAVALE [MARIANAPIGNATARO]


FUNCIONÁRIO DA AUTUAÇÃO

MARIANAPIGNATARO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
17
eJUD TJRJ 14/10/2019 15:41
Certidão de Prevenção
Prevenção: 0066147-42.2019.8.19.0000
( Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL)

Impedimentos
475: JDS. DES. ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Motivo: ATUOU NA 1ª INSTANCIA
540: DES. RENATA MACHADO COTTA
Motivo: CONSTA ANOTAÇÃO DE IMPEDIMENTO EM CADASTRO PRÓPRIO DO TJ/RJ, COM BASE NO ART.144, VIII DO NCPC

Certidão
Certifico que, ao analisar os presentes autos, não encontrei prevenção.

Rio de Janeiro, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2019. [MARIANAPIGNATARO]

MARIANAPIGNATARO
ESTADO DO RIO DE
JANEIRO PODER
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE 18
JUSTIÇA
COMARCA DA CAPITAL 1VP - DIVISAO DE AUTUACAO

Extrato de GRERJ ELETRÔNICA


GRERJ: 0111339138987 Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000
CPF/CNPJ: 01435418000194 Autenticação: 03071102749
Pagamento: 11/10/2019
Nome de quem faz o recolhimento: EMPRESA
DE VIACAO ALGARVE LTDA
Uso: GRERJ conferida
Data de utilização da GRERJ:
correta Informação

complementar:

Receita/Conta Descrição Valor


1101-5 Atos das Secretarias dos Tribunais R$325,24
2001-6 CAARJ / IAB R$32,52
6898-0000215-1 OUTROS FUNDOS R$16,26
6898-0000208-9 OUTROS FUNDOS R$16,26
Total: R$390,28

Rio de Janeiro, 14-outubro-2019

.
MARIANA PIGNATARO STAVALE
010000031528

Observação: Cálculo do FUNDPERJ e do FUNPERJ -: 5% dos valores atinentes às custas judiciais e


aos emolumentos de registro/baixa.

MARIANAPIGNATARO
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 19

1ª Vice-Presidência (1VP)
Departamento de Autuação e Distribuição Cível (DECIV)

TERMO DE DISTRIBUIÇÃO

Processo Distribuído: 0066147-42.2019.8.19.0000


Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL
Data da Distribuição: 14/10/2019 16:30
Forma da Distribuição: Distribuição Automatica
Ordem da Distribuição: 90
Órgão Julgador: QUARTA CAMARA CIVEL
Relator(a): DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM

O presente feito foi distribuído de forma livre, pois não foi encontrada prevenção.

Rio de janeiro, 14 de outubro de 2019.

DES. REINALDO PINTO ALBERTO FILHO


1º Vice-Presidente

Certifico que nesta data foi aberta conclusão do presente feito a(o) Excelentíssimo(a)
Relator(a) DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM .

Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2019, 16:47:22

1VP - DIVISAO DE DISTRIBUICAO


20
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado
do Rio de Janeiro Quarta
Câmara Cível

AGRAVO DE INSTRUMENTO 0066147-42.2019.8.19.0000


PARTE AGRAVANTE: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA
PARTE AGRAVADA: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS
LTDA

RELATOR: DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM

DECISÃO

Por motivo de foro íntimo declaro-me suspeito para oficiar no presente


feito.

Redistribua-se.

Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2019.

DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM


Relator
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
21
eJUD TJRJ 17/10/2019 14:10
Certidão de Prevenção
Prevenção: 0066147-42.2019.8.19.0000
( Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL)

Prevenções
Man
0066147-42.2019.8.19.0000 DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM Distribuição 14/10/2019 16:30 04cciv

Impedimentos

450: DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM


Motivo: RELATOR DEU-SE POR IMPEDIDO/SUSPEITO, CONFORME DECISÃO EXARADA NOS AUTOS.
475: JDS. DES. ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Motivo: ATUOU NA 1ª INSTANCIA
540: DES. RENATA MACHADO COTTA
Motivo: CONSTA ANOTAÇÃO DE IMPEDIMENTO EM CADASTRO PRÓPRIO DO TJ/RJ, COM BASE NO ART.144, VIII DO NCPC

Certidão
Certifico que, após analisar os presentes autos, deverão ser distribuídos por
prevenção à Egregia QUARTA CAMARA CIVEL, em virtude dos seguintes feitos
anteriores.
REDISTRIBUIÇÃO - IMPEDIMENTO DO RELATOR CONFORME DECISÃO DE FLS.20

Rio de Janeiro, QUINTA-FEIRA , 17 DE OUTUBRO DE 2019. [ALEXSANDROSILVA]


Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 22

1ª Vice-Presidência (1VP)
Departamento de Autuação e Distribuição Cível (DECIV)

TERMO DE DISTRIBUIÇÃO

Processo Distribuído: 0066147-42.2019.8.19.0000


Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL
Data da Distribuição: 17/10/2019 15:00
Forma da Distribuição: Redistribuição do Por prevencao
Ordem da Distribuição: 126
Órgão Julgador: QUARTA CAMARA CIVEL
Relator: DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO

PREVENÇÃO:

A distribuição do presente feito ocorreu de forma preventa em decorrência do seguinte


processo anteriormente distribuído:
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL
Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000
Relator: DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM
Órgão Julgador: QUARTA CAMARA CIVEL
Observação: REDISTRIBUIÇÃO - IMPEDIMENTO DO RELATOR CONFORME DECISÃO DE
FLS.20

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2019

DES. REINALDO PINTO ALBERTO FILHO


1º Vice-Presidente

Certifico que nesta data foi aberta conclusão do presente feito a(o) Excelentíssimo(a)
Relator(a) DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO .
Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2019, 15:09:29
1VP - DIVISAO DE DISTRIBUICAO
23

Poder Judiciário do Estado do Rio de


Janeiro

Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

DECISÃO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE


VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da
Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE MANAUS
COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001),
decretou a falência da agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:

......................................................................................................

“(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA


DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME, sociedade por quotas de
responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº
11.800 - Parte, Paciência, Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-
126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94,
cujos sócios são: ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS,
português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito
no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2,
apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-011; FERNANDO
FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante,
portador da identidade nº RNE-W-214.862-K expedida pelo
SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-
34, residente e domiciliado nesta cidade à avenida
Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca,
CEP 22630-010; MANUEL CORREA DE FREITAS,
português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no
CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e domiciliado nesta
cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801,
Barra da Tijuca, CEP 22630-010; JACOB BARATA, brasileiro,
casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984
expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-
20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB
BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 – Lâmina
III
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-090
24

Poder Judiciário do Estado do Rio de


Janeiro

e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e


domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350,
Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID FERREIRA
BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 3.774.905 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no
CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado
nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa
Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA,
brasileira, divorciada, comerciante, portadora da identidade
nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob
o nº 629.075.907-82, residente e domiciliada nesta cidade à
estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP
20531-081; e JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A,
situada na avenida Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita
no CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao


pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo


99, III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias,


contados da publicação do edital no parágrafo único do artigo
99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei


11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações


do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco) dias.

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio,


com juros e correção monetária, com base no IPC (artigo
27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se
o ativo da massa comportar, em segundo rateio, estender-se-
ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o
efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros


Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada Jamille
Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-
0617), que desempenhará suas funções na forma do inciso III
do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do
disposto na alínea "a" do inciso II do caput do artigo 35 do
mesmo diploma legal. (...)” (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292),

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 – Lâmina
III
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-090
25

Poder Judiciário do Estado do Rio de


Janeiro

foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo, em 11/09/2019, consoante


decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

“Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento


para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já retirantes
da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas,
Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia de Freitas,
Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata,
Rosane Ferreira Barata e Jacob &Daniel Participações
S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes,
Valter dos Santos Lopes e Sérgio Alexandre Rodrigues
Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls.


301, expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação da
quebra. (...)” (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirmam, em síntese, a ocorrência de cerceamento


de defesa consistente na prolação da decisão de decretação da falência sem
se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação
pretendida por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em


decorrência da má gestão do administrador judicial à época, posteriormente
substituído, atitude que o agravante considera equivocada.

Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o


provimento do presente agravo de instrumento, para anular a decisão agravada
e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão,


julgando-se improcedente o pedido de decretação de falência da recorrente
(index 2).

É o breve relatório.

Ao menos em juízo perfunctório, pode-se afirmar que não se


encontram presentes, in casu, os requisitos necessários ao deferimento do
efeito suspensivo.

Ao contrário do que alega a agravante, não é possível vislumbrar,

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 – Lâmina
III
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-090
26

Poder Judiciário do Estado do Rio de


Janeiro

de modo inequívoco, a probabilidade do direito consubstanciada na suposta


ocorrência de cerceamento de defesa da agravante, haja vista o longo tempo
decorrido desde a prolação da decisão agravada, assim como os diversos atos
que vêm sendo promovidos desde então.

Tampouco se verifica a existência de perigo de dano ou risco ao


resultado útil do processo, haja vista o decurso de cerca de um ano desde a
decretação da falência, sendo os alegados prejuízos (invasão da empresa,
vandalismo e saque de bens) datados de dezembro de 2018.

Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento


jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante teria optado diretamente
pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de
embargos de declaratórios.

Ademais, os embargos de declaração foram opostos com o fim


único de excluir da sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da
sociedade há mais de 13 (treze) anos, não havendo qualquer menção a pedido
de provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de
conciliação ou à ausência de despacho saneador prévio.

Assim, por não vislumbrar, em uma primeira análise, a presença


dos requisitos legais, INDEFIRO O EFEITO SUSPENSIVO.

Intime-se a parte agravada para apresentar contrarrazões, no


prazo de 15 (quinze) dias – art. 1019, II, do CPC/2015.

Após, dê-se vista à douta Procuradoria de Justiça.

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2019.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 – Lâmina
III
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-090
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE 27
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 21/10/2019

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2019

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

DECISÃO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:

......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME, sociedade
por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência, Rio de
Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios são:
ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-
011; FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-
214.862-K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da

CRISTIANENAUFEL
Data: 21/10/2019 12:35:42
28

Emitido em: 21/10/2019 12:35


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,

comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº
629.075.907-82,
20531-081; e JACOBresidente e domiciliada
& DANIEL nesta cidade à estrada
PARTICIPAÇÕES Velha da
S/A, situada na Tijuca nº 2350,
avenida BrasilAlto da Boaparte,
nº 8255, Vista, CEP
Ramos, inscrita no CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.
Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.
Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.
Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.
Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.
Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na forma
do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do caput
do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a
decretação da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirmam, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação
pretendida por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
29

Emitido em: 21/10/2019 12:35


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de

instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.
Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).
É o breve relatório.
Ao menos em juízo perfunctório, pode-se afirmar que não se encontram presentes, in casu, os requisitos
necessários ao deferimento do efeito suspensivo.
Ao contrário do que alega a agravante, não é possível vislumbrar, de modo inequívoco, a probabilidade do
direito consubstanciada na suposta ocorrência de cerceamento de defesa da agravante, haja vista o longo tempo
decorrido desde a prolação da decisão agravada, assim como os diversos atos que vêm sendo promovidos desde
então.
Tampouco se verifica a existência de perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, haja vista o
decurso de cerca de um ano desde a decretação da falência, sendo os alegados prejuízos (invasão da empresa,
vandalismo e saque de bens) datados de dezembro de 2018.
Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios.

Ademais, os embargos de declaração foram opostos com o fim único de excluir da sentença o nome de
ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade há mais de 13 (treze) anos, não havendo qualquer menção a
pedido de provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de
despacho saneador prévio.

Assim, por não vislumbrar, em uma primeira análise, a presença dos requisitos legais, INDEFIRO O
EFEITO SUSPENSIVO.

Intime-se a parte agravada para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias - art. 1019, II, do
CPC/2015.

Após, dê-se vista à douta Procuradoria de Justiça.

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2019.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

Secretaria da
Quarta Câmara Cível
Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
30

Emitido em: 21/10/2019 12:35


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090

4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE 31
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 21/10/2019

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2019

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

DECISÃO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:

......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME, sociedade
por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência, Rio de
Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios são:
ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-
011; FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-
214.862-K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da

CRISTIANENAUFEL
Data: 21/10/2019 12:35:43
32

Emitido em: 21/10/2019 12:35


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,

comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº
629.075.907-82,
20531-081; e JACOBresidente e domiciliada
& DANIEL nesta cidade à estrada
PARTICIPAÇÕES Velha da
S/A, situada na Tijuca nº 2350,
avenida BrasilAlto da Boaparte,
nº 8255, Vista, CEP
Ramos, inscrita no CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.
Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.
Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.
Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.
Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.
Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na forma
do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do caput
do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a
decretação da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirmam, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação
pretendida por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
33

Emitido em: 21/10/2019 12:35


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de

instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.
Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).
É o breve relatório.
Ao menos em juízo perfunctório, pode-se afirmar que não se encontram presentes, in casu, os requisitos
necessários ao deferimento do efeito suspensivo.
Ao contrário do que alega a agravante, não é possível vislumbrar, de modo inequívoco, a probabilidade do
direito consubstanciada na suposta ocorrência de cerceamento de defesa da agravante, haja vista o longo tempo
decorrido desde a prolação da decisão agravada, assim como os diversos atos que vêm sendo promovidos desde
então.
Tampouco se verifica a existência de perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, haja vista o
decurso de cerca de um ano desde a decretação da falência, sendo os alegados prejuízos (invasão da empresa,
vandalismo e saque de bens) datados de dezembro de 2018.
Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios.

Ademais, os embargos de declaração foram opostos com o fim único de excluir da sentença o nome de
ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade há mais de 13 (treze) anos, não havendo qualquer menção a
pedido de provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de
despacho saneador prévio.

Assim, por não vislumbrar, em uma primeira análise, a presença dos requisitos legais, INDEFIRO O
EFEITO SUSPENSIVO.

Intime-se a parte agravada para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias - art. 1019, II, do
CPC/2015.

Após, dê-se vista à douta Procuradoria de Justiça.

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2019.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

Secretaria da
Quarta Câmara Cível
Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
34

Emitido em: 21/10/2019 12:35


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090

4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553


35

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL 0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que, tendo sido expedida intimação eletrônica ao(s) interessado(s) acerca
do(a) ato ordinatório/despacho/decisão/acórdão em 21/10/2019 12:35, o(s) ato(s) se
deu(deram) da seguinte forma:

- RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA (representando REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA),
INTIMAÇÃO TÁCITA, em 01/11/2019 00:53.
- SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS (representando EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.),
INTIMAÇÃO TÁCITA, em 01/11/2019 00:57.

Rio de janeiro, 05/11/2019.

MARCUS VINICIUS DE SEIXAS FREITAS


36

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA DESEMBARGADORA RELATORA DO


AI Nº 0066147-42.2019.8.19.0000 – ORGÃO JULGADOR E. 4ª
CÂMARA CIVEL do TJRJ

TJRJ 201900745078 20/11/2019 10:02:00 AO?D - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por RAFAEL AUGUSTO DE MOURA
REDE MANAUS COMÉRCIO DE PNEUS LTDA., nos autos do
recurso em referência, sendo recorrente EMPRESA DE VIAÇÃO
ALGARVE LTDA., vem, por seus advogados abaixo assinados,
requerer a juntada das suas contrarrazões ao agravo de
instrumento, nos termos abaixo:

Preliminarmente
A - Intimações, notificações e publicações

1. Preliminarmente, requer a recorrida que todas as


publicações, intimações e notificações sejam feitas em
conjunto em nome dos advogados Diniz Manuel Mendes Paiva
– OAB/RJ 30.928 e Rafael Augusto de Moura Paiva – OAB/RJ
145.640, sob pena de nulidade.

B – Tempestividade

2. (i) Tendo sido o 2º patrono da recorrida sido


intimado em 01/11/2019 do despacho que, além de indeferir
o efeito suspensivo pleiteado pela recorrente, determinou
que a agravada apresentasse as suas contrarrazões em 15
(quinze) dias (ver fl. 35 deste agravo); (ii) tendo sido
em vista que são feriados sem expediente forense nem
contagem de prazos os dias 15 de novembro (sexta-feira) –
Proclamação da República – cf. Lei Federal nº 10.607, de
19 de dezembro de 2002 - (Publicação 20.12.2002 – DOU-I,
37

nº 246, p. 1.) e 20 de novembro (quarta-feira) – Dia


Nacional da Consciência Negra – cf. Lei Estadual nº
4.007, de 11 de novembro de 2002 (Publicação -
14/11/2002 - DORJ-I, nº 217, p. 3) e Art. 66, Inciso V da
Lei Estadual nº 6956, de 13 de janeiro de 2015
(Publicação 14/01/2015 - DORJ-I, n. 8, p. 4.); (iii) o
prazo para a apresentação das presentes contrarrazões se
encerraria em 26/11/2019, portanto elas são plenamente
tempestivas, apresentadas hoje, em 20/11/2019.

Síntese da lide

3. A agravada ajuizou o requerimento de falência


contra a agravante com base no art. 94, I da Lei de
Falência, por ser credora da ré em importância líquida e
certa muito superior a 40 (quarenta salários mínimos) –
fato incontroverso nos autos, dívida esta consubstanciada
em duplicatas vencidas e não pagas, prenhes de
regularidade.

4. A ora agravada apresentou contestação ao pedido


falimentar, sem oferecer depósito elisivo.

5. Houve réplica. Após exaustivas manifestações das


partes sobre as infundadas questões suscitadas pela
agravada nos autos, foi decretada a quebra da recorrente,
porque preenchidos os pressupostos legais e cumpridas as
formalidades legais.

6. Busca a recorrente, com o presente agravo, a


reforma da r. sentença prolatada, lastreada na alegada
ocorrência de cerceamento de defesa, porque não lhe foi
oportunizada a chance de conciliar, acenada, no curso do
feito, pelo MM. Juízo a quo, no momento processual em que
38

indagou das partes se havia interesse na produção de


outras provas e em conciliar (fl. 193).

7. Emerge e deflui das razões postas no recurso de


agravo em apreço, que a agravante parte da suposição de
que a quebra não seria decretada se as partes aceitassem
a realização de audiência de conciliação. Essa
expectativa restou reforçada na medida em que, atenta ao
sistema do direito processual brasileiro em vigor, que
tende para o incentivo à autocomposição, a agravada, em
obediência ao r. despacho do MM. Juízo Falimentar, após
se manifestar sobre a questão probatória – frise-se - não
se opôs à realização de conciliação.

8. A ora agravada entende que a questão preliminar


suscitada pela agravante, calcada no alegado cerceamento
de defesa, que é um postulado constitucional, comporta
um juízo de possibilidades de difícil conclusão, na
medida em que não se pode afirmar com certeza que, se
deferida e designada audiência de conciliação, poderia a
agravante, na presença de conciliador(a), obter como que
um acordo com a ora agravada e assim evitar a quebra e
conseguir a manutenção da empresa.

9. Trata-se de indagação angustiante e torturante


para quem pensa no peso das dores decorrente da quebra de
uma empresa (por que não dizer?). Doutro lado, o sistema
de legalidade permitia a utilização do remédio falimentar
em decorrência da conduta da agravada, mas é inegável
que, consoante consta de um dos Considerandos da
Resolução nº 125/2010, do Conselho Nacional de Justiça,
“a conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de
pacificação social...”.
39

10. Pelo exposto, diante dos termos da preliminar e


das razões da agravante, outra conduta processual não se
pode esperar da ora agravada que não a de, coerentemente,
dizer que, sempre muito respeitosamente, acatará o
entendimento de Vossas Excelências quanto à preliminar
sob exame.

CONCLUSÃO

11. A ora agravada pede muitas vênias a essa e.


CÂMARA para se reportar às suas anteriores manifestações
no processo originário, visando, sobretudo, não se tornar
enfadonha, requerendo que, na hipótese de rejeição da
preliminar de cerceamento de defesa, seja negado
provimento ao agravo de instrumento interposto pela
recorrente.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2019

Diniz Manuel Mendes Paiva - OAB/RJ 30928


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Página 1 de 1
eJUD TJRJ 40
Emitido em: 21/11/2019 12:41

TERMO DE RETIFICAÇÃO
REGISTRO E AUTUAÇÃO
NESTA DATA, FOI RETIFICADA A AUTUAÇÃO DESTES AUTOS NA FORMAS DAS NORMAS REGIMENTAIS DO
E DO DEMONSTRATIVO ABAIXO DISCRIMINADO:

0066147-42.2019.8.19.0000 AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


Protocolo
3204/2019.00648992
Órgão
CAPITAL 1 VARA EMPRESARIAL
Ação Originária 0025940-32.2018.8.19.0001
Obs FALÊNCIA
DECISAO AGRAVADA DOC 639 DOS AUTOS ORIGINARIOS
Juiz que prolatou a sentença ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Data da Decisão 12/09/2019
Decisão/Sentença Agravada
Juízes da primeira instância
ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Volume(s): 1, Apenso(s): 0, Doc(s). J/P/L: 0, Anexo(s): 0
Folhas: 1
* Efeito Suspensivo *
Assunto 1 Concurso de Credores / Recuperação judicial e Falência / Empresas / DIREITO CIVIL

AGRAVANTE : EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE


LTDA. ADVOGADO : EURICO MOREIRA (RJ004517)
ADVOGADO : SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS
(Ativo) AGRAVADO : REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
ADVOGADO : RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA (Ativo)
ADVOGADO : DINIZ MANUEL MENDES PAIVA (Ativo)

Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2019

Preparado Por: []
DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

HISIO
41

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que as contrarrazões retro foram apresentadas


tempestivamente.

Rio de janeiro, 21/11/2019.

HISIO BRITO DE MELO MENDONCA


Secretaria da 4ª Câmara Cível

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de


Janeiro
Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090.
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT.
553

HISIO
42

Emitido em: 21/11/2019 12:43


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ
DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL
INTIMAÇÃO ELETRÔNICA
Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2019

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (4 PROCURADORIA DA 4


CAMARA CIVEL DO TJRJ)
Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

DECISÃO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:

......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME,
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência,
Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios
são: ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-
W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-011;
FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-214.862-
K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado nesta
cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,

HISIO
43

Emitido em: 21/11/2019 12:43


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ
comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº
629.075.907-82, residente
20531-081; e JACOB e domiciliada
& DANIEL nesta cidade à estrada
PARTICIPAÇÕES Velha da
S/A, situada na Tijuca nº 2350,
avenida BrasilAlto da Boaparte,
nº 8255, Vista, CEP
Ramos, inscrita no CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.
Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.
Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.
Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do
caput do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a
decretação da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirmam, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação
pretendida por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.

Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE 44
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 21/11/2019

instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).

É o breve relatório.

Ao menos em juízo perfunctório, pode-se afirmar que não se encontram presentes, in casu, os requisitos
necessários ao deferimento do efeito suspensivo.

Ao contrário do que alega a agravante, não é possível vislumbrar, de modo inequívoco, a probabilidade do
direito consubstanciada na suposta ocorrência de cerceamento de defesa da agravante, haja vista o longo tempo
decorrido desde a prolação da decisão agravada, assim como os diversos atos que vêm sendo promovidos desde
então.

Tampouco se verifica a existência de perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, haja vista o
decurso de cerca de um ano desde a decretação da falência, sendo os alegados prejuízos (invasão da empresa,
vandalismo e saque de bens) datados de dezembro de 2018.

Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios.

Ademais, os embargos de declaração foram opostos com o fim único de excluir da sentença o nome de
ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade há mais de 13 (treze) anos, não havendo qualquer menção a
pedido de provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de
despacho saneador prévio.

Assim, por não vislumbrar, em uma primeira análise, a presença dos requisitos legais, INDEFIRO O
EFEITO SUSPENSIVO.

Intime-se a parte agravada para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias - art. 1019, II, do
CPC/2015.

Após, dê-se vista à douta Procuradoria de Justiça.

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2019.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

Secretaria da
Quarta Câmara Cível
Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE 45
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 21/11/2019

4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553


46 4

4ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO


DE JANEIRO

4ª PROCURADORIA CÍVEL

TJRJ 201900750020 22/11/2019 01:37:00 JL?@ - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por ELISA MARIA TORELLY SANTOS
AGRAVO DE INSTRUMENTO

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000

AGRAVANTE: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.

AGRAVADO: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA

COLENDA CÂMARA

RELATORA EMINENTE DESEMBARGADORA MARIA HELENA PINTO


MACHADO,

Trata-se de Agravo de Instrumento, interposto pela


EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., contra Decisão Interlocutória
proferida em Ação de Falência que lhe move a REDE MANAUS
COMERCIO DE PNEUS LTDA, ora Agravada,nos seguintes termos:

Ao contrário do pretendido pela ré e pelo MP, a


questão a ser decidida não necessita da
produção de outras provas além das já
existentes nos autos, como a seguir se
demonstrará. Examinemos a preliminar suscitada
pela ré, qual seja, a de falta de interesse de agir,
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
47 4

uma vez que a autora instruiu a inicial com


duplicatas sem aceite, acompanhadas por
protesto por indicação e notas fiscais, sem
absolutamente nenhuma identificação dos
supostos recebedores das mercadorias, sendo
que desconhece as assinaturas apostas nos
canhotos juntados às notas fiscais, como sendo
de seu representante legal. Examinando-se os
documentos que instruem a petição inicial,
verifica-se que a mesma veio acompanhada das
duplicatas vencidas não pagas e protestadas (fls.
25/60), dos respectivos termos de protesto (fls.
61/85 e 120/129) e das notas fiscais e dos
respectivos comprovantes de entrega das
mercadorias (fls. 86/95), tudo isso no endereço
da ré, qual seja, avenida Cesário de Melo nº
11.800. Assim, está claro que as mercadorias
foram entregues e que houve aceite nas
duplicatas, razão pela qual rejeito a preliminar e
passo ao exame do mérito. No mérito, alega a ré
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
48 4

inicialmente que não é lícito que a autora


pretenda receber valores inexigíveis no
procedimento falimentar, como verbas de
honorários advocatícios e correção monetária
que, se cabíveis, o seriam no processo de
execução, não no de falência. Não vejo como lhe
dar razão, pois o entendimento do STJ é no
sentido de que, ´antes da decretação da falência,
são devidos os juros de mora, sendo viável,
portanto, a aplicação da Selic, englobando a
correção monetária e juros´ (AgInt no REsp
1505917/RS, Rel. Ministra REGINA HELENA
COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
07/11/2017, DJe 16/11/2017). Afirma a ré que
são inexigíveis honorários advocatícios, assim
como não é devida na falência a correção
monetária, nem se admite venha parte autora
inserir o custo do protesto no crédito perseguido.
Ao contrário do alegado pela ré, tais valores
foram determinados de ofício pelo juízo, como se
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
49 4

verifica pelo despacho de fls. 131. Caso não


concordasse, caberia, na primeira oportunidade
que teve de se manifestar nos autos, agravar de
tal fixação. Aduz a ré que, ao ajuizar a presente
demanda em 14/12/2017, a autora informou um
crédito de R$ 125.986,72 (cento e vinte e cinco
mil, novecentos e oitenta e seis reais e setenta e
dois centavos), já acrescido de juros, correção
monetária, custas de cartório e 10% (dez por
cento) de verba honorária, como se vê do cálculo
de fls. 96 dos autos, totalizando a quantia de R$
138.585,40 (cento e trinta e oito mil, quinhentos e
oitenta e cinco reais e quarenta centavos) e que,
em seguida, às fls. 136/137, dos autos, vê-se
uma nova planilha de 05/03/2018, apontando
para um crédito de valor superior e ainda assim,
inserindo novamente os honorários de advogado
e custas, alcançando novo valor de R$
182.445,37. A questão relativa aos valores é
despicienda, pois poderia a ré efetuar o depósito
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
50 4

da importância que entende como incontroversa,


e não ficar se insurgindo contra valores devidos à
autora. Por tais fundamentos, DECRETO a
falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE
LTDA - ME, sociedade por quotas de
responsabilidade limitada, (...)

Em suas razões recursais, o Agravante suscitou


“cerceamento de defesa consistente na apressada prolação da decisão
de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e
realização da audiência de conciliação pretendida por ambas as partes”.
Indigitou vícios nas duplicatas que fundamentaram o pedido de falência,
no seu protesto e nas respectivas notas fiscais.

A Eminente Desembargadora Relatora indeferiu o


pleiteado efeito suspensivo (indexador 023).

A Agravada apresentou Contrarrazões (indexador 036)


prestigiando o Decisum.

É o relatório.

Estão presentes os requisitos de admissibilidade do


recurso, devendo ele ser conhecido.

Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais


Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
51 4

As alegações manejadas pela empresa Agravante são


relevantes. Contudo, “a possibilidade de dilação probatória somente se
opera na hipótese de suspensão da falência pela realização do depósito
elisivo, o que não ocorreu”, nos termos da jurisprudência do nosso
egrégio Tribunal de Justiça, senão vejamos (grifo nosso):

0060624-59.2013.8.19.0000 - AGRAVO DE
INSTRUMENTO
Des(a). HELENO RIBEIRO PEREIRA NUNES -
Julgamento: 10/12/2013 - QUINTA CÂMARA
CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO
PROCESSUAL CIVIL E FALÊNCIA. PEDIDO DE
QUEBRA FUNDADO EM IMPONTUALIDADE
INJUSTIFICADA(ARTIGO 94, INC. I, DA LEI
11.101/05). DEPÓSITO ELISIVO. INTIMAÇÃO.
GARANTIA PRÓPRIA. 1) Em se tratando de
pedido de falência com assento no art. 94, inc. I,
da Lei nº 11.101/2005(impontualidade
injustificada), a inexistência de relevante razão
para o inadimplemento da obrigação líquida e

Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais


Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
52 4

certa por si só é considerada pela lei como


sinalizador da insolvência e, portanto, ensejador
da quebra. 2) Uma vez citado, o devedor tem a
seu dispor três opções de comportamento
processual ativo que a ele se apresentam: a)
depositar a importância do débito em pagamento,
com correção, juros, custas e honorários
advocatícios, nas hipóteses dos incs. I e II do art.
94 da Lei de Quebras; b) contestar o pedido e,
no mesmo prazo, apresentar depósito elisivo,
obstando, assim, o decreto de quebra; ou c)
apenas apresentar defesa. 3) O depósito elisivo
previsto pela Lei de Falência atua como
mecanismo obstativo do decreto da quebra
através do qual o devedor tem a possibilidade de
comprovar que não se encontra insolvente. 4) No
caso, o pedido de decretação de quebra da
sociedade agravante veio instruído com
documento particular que atende aos requisitos
previstos no art. 585, inc. II, do CPC para se
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
53 4

qualificar como título executivo extrajudicial, o


qual, porque protestado, se revela apto, de
acordo com o art. 94, inc. I, da Lei nº
11.101/2005, a legitimar a tal requerimento:
contém a assinatura do credor e da devedora e
encontra-se referendado por seus advogados,
salientando que o agravado, enquanto causídico,
nele figura como patrocinador de seus próprios
interesses, enquanto que a agravante aparece
assistida naquele ato pelo mesmo advogado
signatário da petição inicial do presente agravo.
5) Ademais, o referido instrumento estabelece,
não só a anuência da agravante à cessão de
crédito feita pelo seu credor originário ao ora
agravado dos direitos e obrigações oriundas dos
processos 0366784-29.2010.8.19.0001(Ação
Monitória) e nº 0419456-
14.2010.8.19.0001(Medida Cautelar Inominada)
que tramitaram perante a 40ª Vara Cível, como
também destaca o valor correspondente à
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
54 4

quantia líquida objeto da cessão - R$


R$281.550,00(Duzentos e oitenta e um mil,
quinhentos e cinquenta reais). 6) Por seu turno, o
inadimplemento encontra-se comprovado pela
inobservância da forma de pagamento
estabelecida no contrato protestado de que a
importância devida seria paga mediante
expedição de mandado de pagamento em favor
do cessionário(ora agravado) nos autos da
mencionada ação monitória, o que, contudo não
ocorreu, uma vez que o valor integral depositado
na conta judicial nº 1700109542134, transferido à
disposição do Juízo da 40ª Vara Cível, foi
levantado, na sua totalidade, pela própria
recorrente, em setembro de 2012. 7) Não
merece prosperar a alegação de cerceamento
de defesa, fundada na ausência de apreciação
dos pedidos de produção de prova oral e
expedição de ofício ao Cartório de Protestos
de Títulos, vez que a possibilidade de dilação
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
55 4

probatória somente se opera na hipótese de


suspensão da falência pela realização do
depósito elisivo, o que não ocorreu. 8) Na
espécie, a devedora agravante, uma vez citada,
optou por tão somente ofertar contestação, em
petição protocolada em abril de 2013,
desacompanhada do depósito elisivo, o que
autoriza o decreto de quebra, já que os
argumentos deduzidos na peça de defesa não se
revelam, como visto alhures, suficientes para
debelar a higidez do título executivo que
aparelha o pedido de falência. 9) A determinação
do juiz a quo para que se processe à intimação
da agravante para a realização do depósito
elisivo mesmo após decorrido o prazo para o
exercício de tal opção tem sua gênese em
sentimento de mera benevolência por parte do
julgador em conceder mais uma chance à
devedora de comprovar que não se encontra em
estado de insolvência, inspirado pelo princípio da
Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais
Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
56 4

preservação da empresa, o que, entretanto,


implica injustificável tratamento diferenciado a
uma das partes processuais, o que é repudiado
pelo Direito, além de configurar negativa de
vigência a dispositivo da Lei de Quebras, tendo,
assim, o magistrado de piso obrado com acerto
ao rever seu ato após verificar a sua
contrariedade ao comando legal. 10) O
oferecimento de garantia própria pela recorrente
não se presta à substituição do depósito elisivo,
cuja finalidade é justamente provar a solvência
do devedor, sendo que, ao revés, comprova não
possuir a devedora outros meios para saldar seu
débito, a não ser abrindo mão de seu patrimônio.
11) Recurso ao qual se nega provimento.

Vale colacionar o parágrafo único do Art. 98, da Lei de


Falências, in verbis:

Art. 98. (...)

Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais


Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
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Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos


incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o
devedor poderá, no prazo da contestação,
depositar o valor correspondente ao total do
crédito, acrescido de correção monetária,
juros e honorários advocatícios, hipótese em
que a falência não será decretada e, caso
julgado procedente o pedido de falência, o juiz
ordenará o levantamento do valor pelo autor.

De outro giro, a ausência de audiência de conciliação não


é óbice à decretação da falência; de forma que não tem o condão de
macular a Decisão combatida. Entretanto, é dever do Juiz promover, a
qualquer tempo, a autocomposição das partes, nos precisos termos do
art. 139, V, do NCPC.Portanto, deve ser agendada audiência de
conciliação, para que se possibilite a autocomposição, mas sem que se
afaste, no momento, a decretação da falência.

Por todo o exposto, esta Procuradoria de Justiça oficia


pelo conhecimento e parcial provimento do recurso, apenas para que
seja designada audiência de conciliação.

Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2019.

Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais


Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
58 4

ELISA MARIA TORELLY SANTOS


ROCHA PROCURADORA DE JUSTIÇA

Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais


Código / Nome Movimento: 1000068 / Parecer final sobre o mérito em 2º
59

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos estes autos à


Excelentíssima Senhora Desembargadora Relatora.

Rio de Janeiro, 22/11/2019.

MONICA PRINCIPE VIEGAS

MONICAPV
Data: 22/11/2019 15:21:47 Local DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL
60

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


GAB. DES(A). MARIA HELENA PINTO MACHADO
QUARTA CAMARA CIVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


nº 0066147-42.2019.8.19.0000

DESPACHO
Baixem para juntada de petição. (4)

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2019.

DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO

PALÁCIO DA JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FÓRUM CENTRAL


Av. Erasmo Braga, 115 - Centro / CEP: 20020-903
61
1

MM. DESEMBARGADOR RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO CÍVEL


Nº0066147- 42.2019.8.19.0000, EM TRÂMITE PELA 4ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

GRERJ Eletrônica nº11704991344-56.


Agravo de Instrumento Cível nº0066147-42.2019.8.19.0000.

TJRJ 201900751800 22/11/2019 15:50:00 C?UC - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por EURICO
EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., já devidamente qualificada nos
autos do feito em epígrafe, cuja Agravada é REDE MANAUS COMÉRCIO DE PNEUS
LTDA., inconformada com o teor da Decisão do Relatora de fls. 23 usque 26, cuja intimação
eletrônica foi aberta em 01/11/2019, com base no com base no parágrafo único do art. 995
c/c art. 1021 do CPC/2015, vem interpor o presente AGRAVO INTERNO, ut as razões a
seguir:

PRIMEIRAMENTE - DAS PUBLICAÇÕES:

Reitera a informação prestada em fl. 02, quando identificou patrono


específico, pelo que requer (art. 272, §5º, CPC/2015) que doravante as publicações venham
(bem como as intimações eletrônicas sejam expedidas) no nome do Dr. EURICO MOREIRA,
inscrito na OAB/RJ sob o nº4.517D, ut Procuração acostada nos autos originários, e se
inclua seus dados no sistema, sob pena de NULIDADE dos atos posteriores:

Agravo de Instrumento contra decisão que indeferiu devolução de


prazo. Havendo pedido expresso de publicação em nome de um
determinado advogado, nula a publicação realizada em nome de outro.
Jurisprudência dominante deste TJRJ e do STJ.
(Ag. de Instr. nº2009.002.29200, 15ª Câmara Cível do TJ/RJ, Rel. Des.
Galdino Siqueira Netto)

DA TEMPESTIVIDADE:
62
2

A certidão de fl. 35 exara que a intimação eletrônica relativa a Decisão de fls.


23 usque 26 foi aberta tacitamente em 01.11.2019 (sexta-feira) e o CPC/2015 ordena em
seu art. 219 o cômputo só dos dias úteis, pelo que o primeiro dia da contagem do prazo
recursal seria o primeiro dia útil subsequente, dia 04.11.2019 (segunda-feira).

Mas como já se viu que somente se computa os dias úteis, não se pode
computar o dia 15 de novembro de 2019 (sexta-feira), por se tratar de feriado da
Proclamação da República instituído pela Lei Federal nº 10.607, de 19 de dezembro de
2002 (Publicação 20.12.2002 - DOU-I, nº 246, p. 1).

Pelo mesmo motivo não se pode computar o dia 20 de novembro de 2019


(quarta-feira), por se tratar de feriado do Dia Nacional da Consciência Negra, instituído pela
Lei Estadual nº 4.007, de 11 de novembro de 2002 (Publicação - 14/11/2002 - DORJ-I, nº
217, p. 3) e pelo Art. 66, Inciso V da Lei Estadual nº 6956, de 13 de janeiro de 2015
(Publicação 14/01/2015 - DORJ-I, n. 8, p. 4.).

Portanto, computando-se somente os dias úteis, tem-se que o décimo quinto


dia útil do prazo recursal (art. 1.003, §5º, CPC/2015) é o dia 26.11.2019 (terça-feira), pelo
que o presente recurso é tempestivo.

DA NECESSÁRIA REFORMA DA DECISÃO DE FLS. 23 USQUE 26 QUE INDEFERIU O


EFEITO SUSPENSIVO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO QUANTO A DECRETAÇÃO DE
FALÊNCIA:

Segundo o Código de Processo Civil atual (Lei nº13.105/2015), existem duas


espécies de tutela de urgência que podem ser pedidas no agravo de instrumento: o pedido
de efeito suspensivo e a tutela antecipada, que poderá ser total ou parcial.

O efeito suspensivo caberá sempre que a decisão impugnada de primeira


instância tiver conteúdo positivo, ou seja, ser uma decisão que concede, acolhe, defere
alguma espécie de tutela. Nesse caso, a decisão positiva gera efeitos práticos, sendo
permitido ao respectivo Agravante requerer que tais efeitos sejam suspensos até o
julgamento do agravo de instrumento.
63
3

Como o CPC/2015 e a Lei nº11.101/2005 não impedem a concessão do efeito


suspensivo para a hipóteses de cabimento de recurso contra Decisão que decreta falência,
tem-se que plenamente cabível para o caso em tela.

Tratando-se de efeito suspensivo ope judicis (impróprio), não basta o mero


pedido do Agravante, sendo necessário o preenchimento dos requisitos previstos pelo
parágrafo único do art. 995 do CPC/2015: probabilidade de provimento do recurso, ou seja,
a aparência de razão do Agravante, e o perigo de risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, demonstrada sempre que a espera do julgamento do agravo de
instrumento puder gerar o perecimento de seu direito.

Nesse sentido, ensina o professor Humberto Theodoro Junior que “O relator


suspenderá a decisão impugnada, quando cabível a providência, até o pronunciamento do
colegiado sobre o agravo. De ordinário, a suspensão da decisão é suficiente para afastar o
risco de dano, porque o ato do juiz de primeiro grau deixará, temporariamente, de produzir
seus efeitos.” (Junior, Humberto Theodoro, Curso de Direito Processual Civil - 47ª edição,
Ed. Forense).

Com efeito, o regramento da falência e da recuperação judicial tem como um


dos seus princípios norteadores a preservação da empresa e seus ativos, notadamente
porque as sociedades empresárias são agentes econômicos que produzem externalidades
relevantes, como empregos e circulação de riquezas. Eis a lição da melhor doutrina sobre o
tema:

“Como corolário da função social da empresa surgiu o princípio da


preservação da empresa, o qual é, sem dúvida, o mais importante na
interpretação da recuperação judicial. (...) A recuperação judicial não se
preocupa em salvar o empresário (individual ou sociedade), mas sim em
manter a atividade em funcionamento. A empresa (atividade) é mais
importante que o interesse individual do empresário, dos sócios e dos
dirigentes, o fundamental é manter a atividade funcionando, pois isso
permitirá a proteção de mais interesses (fisco, comunidade,
fornecedores, empregados...).” (TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito
Empresarial, volume 3: falência e recuperação de empresas. São Paulo:
Atlas, 2016, p. 53).
64
4

Compulsando-se os autos, resta evidente o perigo de risco de dano grave, de


difícil ou impossível reparação, tendo em vista que plenamente comprovado que a
Agravante interpôs Embargos de Declaração a Decisão que decretou a falência e o Juízo de
piso, em lugar de apreciar imediatamente tais embargos, permaneceu reiteradamente se
esquivando de tal apreciação por vários meses e mantendo os embargos incógnitos nos
autos sem qualquer razão que justifique, a despeito de inúmeras petições da Agravante
requerendo o julgamento de tal recurso e alertando para os consecutivos arrombamentos,
invasões, vandalismos e saques ocorridos na garagem, sem que o Juízo de piso se
manifestasse nos autos sobre tais petições.

Ora, os embargos de fls. 292 usque 296 foram interpostos em 26/11/2018 e


só foram finalmente apreciados em 12/09/2019 (fls. 639/640/641), já demonstrando a
desnecessária demora em primeira instância quanto a qualquer ato concreto.

Conforme alertado nos autos originários, assim que a garagem da Agravante


passou para a responsabilidade do administrador judicial foram dispensados os vigias que
até então guarneciam o local, permanecendo desde então desprotegida e significando um
verdadeiro convite aos maus elementos que os jornais diariamente noticiam que dominam
esta cidade, conquanto a Agravante tenha avisado à exaustão dos riscos que se
avizinhavam, de concreto tem-se que nenhuma medida foi adotada para a preservação dos
bens e veículos lá parqueados, repita-se já então sob a responsabilidade da administradora
Judicial.

Observe-se que todos aqueles episódios específicos mencionados no Agravo


de Instrumento o foram a título meramente exemplificativo, sendo certo que, pelas regras de
experiência comum quanto ao que ordinariamente acontece (art. 375 do CPC/2015 c/c art.
5º da Lei nº9.099/95), o local permanece desprotegido e, portanto, continua manifesto alvo
fácil e suscetível de novas e periódicas invasões e saques.

Inclusive informado pelo representante do Ministério Público às fls.


618/619/620 que, em vista da precária situação da garagem e o que lá se encontrava estar
se deteriorando de forma muito célere, o sócio da Agravante Álvaro Rodrigues Lopes, no
interesse da preservação do patrimônio, se comprometeu a informar nos autos todas as
informações necessárias ao bom andamento do processo, inclusive o seu endereço pessoal
completo (fl. 301), bem assim a custear integralmente com as despesas inerentes à
65
5

segurança do imóvel onde funcionava a garagem da Agravante, a fim de serem


preservados os ativos que lá se encontram.

Mas feito isto, o Juízo de piso equivocadamente substituiu o administrador


judicial, gerando mais trabalho a ser cumprido nos autos da Falência e tornando necessário
ao novo administrador judicial estudar os autos e o sócio da Agravante inteirar ao referido
administrador sobre a situação da garagem.

Ora, considerando o retrato que se desenha do que ocorre nos autos


originários quanto a forma como se administra a segurança dos ativos da Agravante,
demonstrado está que a espera do julgamento do agravo de instrumento pode e
efetivamente vai causar dano à efetiva prestação jurisdicional, caso continue a garagem sob
a administração judicial até o julgamento final do presente agravo.

Suspendendo-se os efeitos da decretação da falência, logo de largada já se


pode apontar que concretamente haverá os efeitos de melhor proteção dos ativos da
garagem com o retorno dos vigias e, por via de consequência necessária, serão
assegurados os ativos fazendo com que os mesmo deixem de ser dilapidados, de forma a
permitir que os ativos não se encontrem dissipados caso a decretação da falência seja
revertida.

Há, no caso sob exame, evidente risco de dano, não apenas para a
sociedade agravante, mas para todo o complexo de externalidades que a envolvem
(funcionários, fornecedores e outros), não havendo, por outro lado, periculum in mora in
reverso na suspensão da decisão, eis que, caso confirmada, seguirá o feito seu curso
normal a partir de então e a medida ora pleiteada será de interesse dos credores, porque
garantirá ativos a permitir algum pagamento.

De outro viés, verifica-se presente verossimilhança das alegações da


Agravante, pois, nota-se que as sociedades Agravante e Agravada vinham realizando
tratativa de acordo para quitação do débito, havendo inclusive requerimento de designação
de audiência de conciliação, o que indicia o manejo do pedido falimentar como sucedâneo
de ação de cobrança, o que contraria entendimento sedimentado pela jurisprudência pátria,
tendo como caso paradigma o julgamento do REsp nº1.633.271/PR (3ª Turma do STJ, Rel.
Min. Nancy Andrighi, Data do Julgamento: 26/09/2017, Data da Publicação/Fonte: DJE
29/09/2017, REVPRO vol. 277 p. 654):
66
6

DIREITO FALIMENTAR. RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE


FALÊNCIA FUNDAMENTADO EM EXECUÇÃO FRUSTRADA. PENHORA E
DEPÓSITO ELISIVO REALIZADOS. CIRCUNSTÂNCIAS QUE NÃO
AUTORIZAM A DECRETAÇÃO DA QUEBRA. FUNDAMENTAÇÃO
DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. REEXAME DE FATOS E PROVAS.
INADMISSIBILIDADE.
1 - Ação distribuída em 11/10/2012. Recurso especial interposto em
29/10/2014 e atribuído à Relatora em 25/8/2016.
2 - O propósito recursal é definir se o pedido de falência deduzido
pela recorrente preenche os requisitos exigidos pela legislação de
regência.
3 - As premissas fáticas assentadas no acórdão recorrido revelam
não somente que houve a indicação de bens à penhora no processo
executivo prévio, mas também que foi efetuado, no curso da presente
ação, o depósito elisivo exigido pelo art. 98, parágrafo único, da LFRE,
circunstâncias que inviabilizam a decretação da falência.
4 - A ausência de fundamentação ou a sua deficiência implica o
não conhecimento do recurso quanto ao tema.
5 - O reexame de fatos e provas em recurso especial é
inadmissível. 6 - A jurisprudência do STJ tem rechaçado a prática
de substituição
da via judicial legalmente prevista para satisfação de pretensão
creditícia (execução) pelo requerimento de falência, não admitindo que a
ação falimentar sirva como instrumento de coação para cobrança de
dívidas. Precedentes.
7 - Recurso especial não provido.

DO PEDIDO:

À vista de todos os argumentos expendidos e levando em consideração o


fato de o ideal de justiça célere ser um dos valores supremos de nosso Estado Democrático
de Direito, como afirmado no preâmbulo da CRFB/1988, só restou à ora Agravante opor o
presente Agravo Interno para que este I. Colegiado reforme o decisum monocrático,
67
7

concedendo o efeito suspensivo ao Agravo de Instrumento manejado pela ora Agravante,


para sustar os efeitos da decretação da falência até final julgamento.

Nestes Termos,
Pede e Aguarda Deferimento como prova da mais Lídima JUSTIÇA.

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2018.

EURICO MOREIRA
OAB/RJ: 4.517D

SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS


OAB/RJ: 116.106
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 68
COMARCA DA CAPITAL TRIBUNAL DE JUSTICA 4 CAMARA CIVEL - 1

Extrato de GRERJ ELETRÔNICA


GRERJ: Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000
1170499134456
CPF/CNPJ: 01435418000194 Autenticação: 03071103343
Pagamento: 21/11/2019
Nome de quem faz o recolhimento: EMPRESA DE
VIACAO ALGARVE LTDA.
Uso: GRERJ conferida correta
Data de utilização da GRERJ:
Informação complementar: PROCESSO: 0066147-42.2019.8.19.0000
AGDO: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA AGTE: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.

Receita/Conta Descrição Valor


1101-5 Atos das Secretarias dos Tribunais R$266,71
2001-6 CAARJ / IAB R$26,67
6898-0000215-1 OUTROS FUNDOS R$13,33
6898-0000208-9 OUTROS FUNDOS R$13,33
Total: R$320,04
Rio de Janeiro, 25-novembro-2019

.
CRISTIANE PINTO PEREIRA NAUFEL DO
AMARAL 010000026243

Observação: Cálculo do FUNDPERJ e do FUNPERJ -: 5% dos valores atinentes às custas judiciais e


aos emolumentos de registro/baixa.

CRISTIANENAUFEL
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Página 1 de 1
eJUD TJRJ 69
Emitido em: 25/11/2019 13:02

TERMO DE RETIFICAÇÃO
REGISTRO E AUTUAÇÃO
NESTA DATA, FOI RETIFICADA A AUTUAÇÃO DESTES AUTOS NA FORMAS DAS NORMAS REGIMENTAIS DO
E DO DEMONSTRATIVO ABAIXO DISCRIMINADO:

0066147-42.2019.8.19.0000 AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


Protocolo
3204/2019.00648992
Órgão
CAPITAL 1 VARA EMPRESARIAL
Ação Originária 0025940-32.2018.8.19.0001
Obs FALÊNCIA
DECISAO AGRAVADA DOC 639 DOS AUTOS ORIGINARIOS
Juiz que prolatou a sentença ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Data da Decisão 12/09/2019
Decisão/Sentença Agravada
Juízes da primeira instância
ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Volume(s): 1, Apenso(s): 0, Doc(s). J/P/L: 0, Anexo(s): 0
Folhas: 1
* Efeito Suspensivo *
Assunto 1 Concurso de Credores / Recuperação judicial e Falência / Empresas / DIREITO CIVIL

AGRAVANTE : EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE


LTDA. ADVOGADO : EURICO MOREIRA (Ativo)
ADVOGADO : SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS
(Ativo) AGRAVADO : REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
ADVOGADO : RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA (Ativo)
ADVOGADO : DINIZ MANUEL MENDES PAIVA (Ativo)

Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2019

Preparado Por: []
DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

CRISTIANENAUFEL
70

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

CERTIDÃO

Certifico que o agravo interno é


tempestivo e que as custas foram recolhidas
corretamente para o Fundo Especial do Tribunal
de Justiça.

CRISTIANE PINTO PEREIRA NAUFEL DO AMARAL

Rio de Janeiro,25/11/2019.
Sec. 4ª Câmara Cível

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090 .
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT.
553

CRISTIANENAUFEL
71

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

0066147-42.2019.8.19.0000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos estes autos à


Excelentíssima Senhora Desembargadora Relatora.

Rio de Janeiro, 25/11/2019.

CRISTIANE PINTO PEREIRA NAUFEL DO AMARAL

CRISTIANENAUFEL
72

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


GAB. DES(A). MARIA HELENA PINTO MACHADO
QUARTA CAMARA CIVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


nº 0066147-42.2019.8.19.0000

DESPACHO
Intime-se a parte agravada para manifestar-se acerca do Agravo
Interno de fls. 61/67.

Após, abra-se nova vista à douta Procuradoria de Justiça. (4)

Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2019.

DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO

PALÁCIO DA JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FÓRUM CENTRAL


Av. Erasmo Braga, 115 - Centro / CEP: 20020-903
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE 73
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 26/11/2019

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2019

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:DINIZ MANUEL MENDES PAIVA

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Intime-se a parte agravada para manifestar-se acerca do Agravo Interno de fls. 61/67.
Após, abra-se nova vista à douta Procuradoria de Justiça. (4)

HISIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE 74
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 26/11/2019

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2019

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Intime-se a parte agravada para manifestar-se acerca do Agravo Interno de fls. 61/67.
Após, abra-se nova vista à douta Procuradoria de Justiça. (4)

HISIO
75

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL 0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que, tendo sido expedida intimação eletrônica ao(s) interessado(s) acerca
do(a) ato ordinatório/despacho/decisão/acórdão em 21/11/2019 12:43, o(s) ato(s) se
deu(deram) da seguinte forma:

- MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, INTIMAÇÃO REALIZADA, em 22/11/2019


01:36.

Rio de janeiro, 05/12/2019.

MARCUS VINICIUS DE SEIXAS FREITAS


76

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL 0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que, tendo sido expedida intimação eletrônica ao(s) interessado(s) acerca
do(a) ato ordinatório/despacho/decisão/acórdão em 26/11/2019 14:37, o(s) ato(s) se
deu(deram) da seguinte forma:

- DINIZ MANUEL MENDES PAIVA (representando REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA),
INTIMAÇÃO TÁCITA, em 09/12/2019 00:07.
- RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA (representando REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA),
INTIMAÇÃO TÁCITA, em 09/12/2019 00:18.

Rio de janeiro, 10/12/2019.

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO


77

EXMO. SR. DESEMBARGADOR RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO CÍVEL


Nº0066147-42.2019.8.19.0000 - 4ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Agravo interno no agravo de instrumento n. 0066147-42.2019.8.19.0000

TJRJ 202000035612 25/01/2020 15:01:00 DNES - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por RAFAEL AUGUSTO DE MOURA
REDE MANAUS COMÉRCIO DE PNEUS LTDA., nos autos do processo
em epígrafe, em atendimento ao r. despacho de fl. 72, vem apresentar as suas
contrarrazões ao agravo interno interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE, nos
seguintes termos:

1. Inicialmente, reitera o pedido para que as publicações e intimações sejam feitas


em conjunto em nome dos advogados Diniz Manuel Mendes Paiva (OAB/RJ 30.928) e
Rafael Augusto de Moura Paiva (OAB/RJ 145.640), sob pena de nulidade.

2. Outrossim, quanto à tempestividade, a agravada foi intimada em 09/12/2019, de


modo que, levando em conta a suspensão de prazos no dia 16/12/2019 e o recesso
forense de 20/12/2019 e 20/01/2020, o prazo terminaria em 29/01/2020, sendo portanto
plenamente tempestivas as contrarrazões apresentadas hoje.

3. No mérito, a agravante requer agora a concessão de efeito suspensivo ao


agravo de instrumento antes interposto, efeito este que foi negado monocraticamente pela
ilustre Relatora. Alega a agravante risco de problemas relacionados com o imóvel que
servia de sede/garagem à empresa, o qual se encontra sob administração judicial,
problemas estes relacionados com a segurança no local.

4. Como é fácil perceber, este tipo de discussão entre a agravante, o(s)


administrador(es) e/ou terceiros não foi causado pela autora/agravada, que em nada
contribuiu para causar ou remediar os alegados problemas de segurança, os quais, por
óbvio, não deseja que ocorram a quem quer que seja.

5. Por este motivo, para não se tornar cansativa nem enfadonha, reporta-se
aos argumentos elencados na sua resposta ao agravo de instrumento, a qual consta de fls.
36-39 dos autos, aduzindo apenas alguns comentários a seguir, em virtude de breve
alusão da agravante à necessidade de utilização de “outras vias” previamente ao
requerimento de falência fundado no art. 94, I da Lei 11.101/2005.
78

Comportamento da autora conforme a Lei, a doutrina e a Jurisprudência

6. A agravante referiu em seu recurso que o pedido de falência,


fundamentado no art. 94, I da Lei 11.101/2005, não teria sido corretamente manejado, pois
a requerente, ora agravada, não teria esgotado os meios de cobrança antes de propor a
falência, induzindo esse MM. Juízo em erro, pois o requerimento não foi fundado em
execução frustrada, nem tem como requisito prévio o manejo de execução contra o
devedor.

7. Sobre o assunto, esclareça-se: (i) a alegação não foi feita em momento


oportuno, restando preclusa de há muito; (ii) a decisão citada pela agravante em seu
agravo interno se referiu a requerimento de falência por execução frustrada, embasada no
inciso II do art. 94 da Lei 11.101/2005, enquanto o presente pedido é fundamentado no
inciso I da mesma Lei (impontualidade injustificada) e (iii) a doutrina e jurisprudência
não se cansam de afirmar que, instruído o pedido com a documentação pertinente e
superado o limite mínimo de 40 salários previstos do art. 94, I da Lei 11.101/2005 (como
ocorre no caso em tela), não é requisito necessário para a decretação de falência que
se promova primeiro a execução ou outro meio de cobrança, nem é cabível esse tipo
de discussão após a entrada em vigor da Lei 11.101/2005.

8. Nesse sentido, confira-se o claro posicionamento do SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
QUARTA TURMA DO STJ

DIREITO EMPRESARIAL. HIPÓTESE EM QUE NÃO SE CARACTERIZA USO


ABUSIVO DA VIA FALIMENTAR. Diante de depósito elisivo de falência requerida com
fundamento na impontualidade injustificada do devedor (art. 94, I, da Lei 11.101/2005),
admite-se, embora afastada a decretação de falência, a conversão do processo
falimentar em verdadeiro rito de cobrança para apurar questões alusivas à existência e
à exigibilidade da dívida cobrada, sem que isso configure utilização abusiva da via
falimentar como sucedâneo de ação de cobrança/execução. Com efeito, o referido uso
abusivo da via falimentar tem sido uma preocupação tanto da lei quanto da
jurisprudência, ainda na vigência do Decreto-Lei 7.661/1945 (antiga Lei de Falências).

De um modo geral, entendia-se que "o processo de falência não deve ser desvirtuado
para servir de instrumento de coação para a cobrança de dívidas. Considerando os
graves resultados que decorrem da quebra da empresa, o seu requerimento merece
ser examinado com rigor formal, e afastado sempre que a pretensão do credor seja tão
somente a satisfação do seu crédito" (REsp 136.565-RS, Quarta Turma, DJ 14/6/1999).
79

Nesse particular, é de se ter em mente que, diferentemente da Lei 11.101/2005 (art.


94, I), o sistema disciplinado pelo Decreto-Lei 7.661/1945 não estabelecia valor
mínimo para que o credor ajuizasse pedido de falência do devedor com base na
impontualidade injustificada. Tal circunstância propiciava pedidos de falência
apoiados em valores de somenos importância, sugestivos, deveras, de mera
substituição do processo de execução/cobrança pelo falimentar. No sistema
antigo, por não haver parâmetro legal seguro para abortar essas empreitadas,
ficou a cargo da jurisprudência obstar o abuso no exercício do direito de pleitear
a quebra do devedor.

Porém, a anomia anterior quanto a critérios de aferição do abuso foi colmatada


com a edição da Lei de Falências atual, tendo esta previsto o valor de 40 salários
mínimos como piso a justificar o pedido de falência com fulcro na
impontualidade injustificada. Com efeito, a questão do abuso ou da substituição
da cobrança por falência há de ser vista sob o enfoque da nova Lei de Falências.
Os pedidos de falência por impontualidade de dívidas aquém desse piso são
legalmente considerados abusivos, e a própria lei encarrega-se de embaraçar o
atalhamento processual, pois elevou tal requisito à condição de procedibilidade
da falência (art. 94, I).

Porém, superando-se esse valor, a ponderação legal já foi realizada segundo a


ótica e prudência do legislador. Assim, não cabe ao judiciário obstar pedidos de
falência que observaram os critérios estabelecidos pela lei, a partir dos quais o
legislador separou as situações já de longa data conhecidas, de uso controlado e
abusivo da via falimentar. Portanto, tendo o pedido de falência sido aparelhado
em impontualidade injustificada de títulos que superam o piso legal de 40
salários mínimos (art. 94, i, da lei 11.101/2005), por absoluta presunção legal, fica
afastada a alegação de atalhamento do processo de execução pela via falimentar,
devendo a ação prosseguir, mesmo que seja sob o rito de mera cobrança, tendo em
vista o depósito elisivo efetuado com o propósito de afastar a possibilidade de
decretação da quebra (art. 98, parágrafo único). Precedente citado: REsp 604.435-
SP, Terceira Turma, DJ 1º/2/2006. REsp 1.433.652-RJ, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 18/9/20141.

1
No mesmo sentido, entre outros, ver (i) REsp 1.532.154-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
unanimidade, julg. 18/10/2016, DJe 3/2/2017; (ii) Acórdão da 20ª Câm. Cível do TJRJ no Ag. Interno
na Apelação Cível Nº 0241927-13.2007.8.19.0001, Rel. Des. Marília de Castro Neves Vieira, julg.
19/09/2012, referindo diversas outras decisões; (iii) Súmula 42 do TJSP: “A possibilidade de execução
singular do título executivo não impede a opção do credor pelo pedido de falência”; e (iv) FÁBIO
ULHOA COELHO, Comentários à lei de falências e de recuperação de empresas., 8 ed., São Paulo:
Saraiva, 2011, 345-346 apud REsp 1.532.154-SC, acima referido.
80

PREQUESTIONAMENTO EXPRESSO

9. Para fins de prequestionamento expresso, na remotíssima hipótese de se


se julgar improcedente o presente pedido de falência e/ou de se exigir da parte autora a
utilização de “outras vias” diversas da falência, por qualquer motivo, designadamente para
esgotar os meios de cobrança antes da falência, aponta a autora manifesta violação à
Lei de Falências (Lei Federal nº 11.101/2005), designadamente ao seu art. 94, I, nos
termos desta petição e de suas anteriores manifestações no processo.

CONCLUSÃO

10. Esclarecido esse ponto, reitera a autora os termos de suas contrarrazões


ao agravo de instrumento, constantes de fls. 36-39 do processo eletrônico, requerendo
que, na hipótese de rejeição da preliminar de cerceamento de defesa, suscitada pela
agravante, no agravo de instrumento, a fim de conseguir como que um acordo para evitar
a sua quebra, tema sobre o qual a agravada já se manifestou no sentido de que acatará
respeitosamente o que for decidido por essa Egrégia Câmara, dizia-se, em caso de
rejeição de tal preliminar, requer seja negado provimento ao agravo interposto pela
recorrente.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2020.

Diniz Manuel Mendes Paiva – OAB/RJ 30.928

Rafael Augusto de Moura Paiva- OAB/RJ 145.640


81

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que as contrarrazões retro foram apresentadas


tempestivamente.

Rio de janeiro, 27/01/2020.

MONICA PRINCIPE VIEGAS


Secretaria da 4ª Câmara Cível

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de


Janeiro
Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090.
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT.
553

MONICAPV
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ Emitido em:
82
27/01/2020 14:00

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2020

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (4 PROCURADORIA DA 4


CAMARA CIVEL DO TJRJ)
Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Intime-se a parte agravada para manifestar-se acerca do Agravo Interno de fls. 61/67.
Após, abra-se nova vista à douta Procuradoria de Justiça. (4)

MONICAPV
83

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL 0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que, tendo sido expedida intimação eletrônica ao(s) interessado(s) acerca
do(a) ato ordinatório/despacho/decisão/acórdão em 27/01/2020 14:00, o(s) ato(s) se
deu(deram) da seguinte forma:

- MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, INTIMAÇÃO TÁCITA, em 07/02/2020


00:36.

Rio de janeiro, 11/02/2020.

MARCUS VINICIUS DE SEIXAS FREITAS


84

Quarta Câmara Cível

Agravo de Instrumento n.º 0066147-42.2019.8.19.000


Agravante: Empresa de Viação Algarve Ltda.
Agravado: Rede Manaus Comercio de Pneus Ltda.

TJRJ 202000085573 13/02/2020 10:49:00 BHHF - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por JOSE ALUIZIO DE
Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator,
Egrégia Câmara,

Ciente de todo o acrescido.

Destarte, esta Procuradoria de Justiça


reitera o parecer meritório exarado no indexador 046.

Ex positis, devolvem-se os autos com as


homenagens de estilo.

Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2020.

José Aluízio de Arruda


Procurador de Justiça

Atribuição: Massas Falidas e Liquidações Extrajudiciais


Código / Nome Movimento: 1000173 / Outras manifestações em 2º grau
85

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos estes autos à


Excelentíssima Senhora Desembargadora Relatora.

Rio de Janeiro, 13/02/2020.

MERY NUNES FERREIRA DA SILVA

MERYNFS
Data: 13/02/2020 14:57:05 Local DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL
86

Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

RELATÓRIO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE


VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da
Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE MANAUS
COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001),
decretou a falência da agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:

......................................................................................................

“(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA


DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME, sociedade por quotas de
responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº
11.800 - Parte, Paciência, Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-
126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94,
cujos sócios são: ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS,
português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito
no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2,
apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-011; FERNANDO
FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante,
portador da identidade nº RNE-W-214.862-K expedida pelo
SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-
34, residente e domiciliado nesta cidade à avenida
Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca,
CEP 22630-010; MANUEL CORREA DE FREITAS,
português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no
CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e domiciliado nesta
cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801,
Barra da Tijuca, CEP 22630-010; JACOB BARATA, brasileiro,
casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984
expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-
20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB
BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no
CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e domiciliado nesta
cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa
Vista, CEP 20531-081; DAVID FERREIRA
BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 3.774.905 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no
CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado
nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa
87

Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA,


brasileira, divorciada, comerciante, portadora da identidade
nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob
o nº 629.075.907-82, residente e domiciliada nesta cidade à
estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP
20531-081; e JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A,
situada na avenida Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita
no CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao


pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo


99, III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias,


contados da publicação do edital no parágrafo único do artigo
99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei


11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações


do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco) dias.

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio,


com juros e correção monetária, com base no IPC (artigo
27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se
o ativo da massa comportar, em segundo rateio, estender-se-
ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o
efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros


Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada Jamille
Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-
0617), que desempenhará suas funções na forma do inciso III
do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do
disposto na alínea "a" do inciso II do caput do artigo 35 do
mesmo diploma legal. (...)” (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292),


foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo, em 11/09/2019, consoante
decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

“Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento


para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já retirantes
da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas,
Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia de Freitas,
Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata,
Rosane Ferreira Barata e Jacob &Daniel Participações
S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes,
88

Valter dos Santos Lopes e Sérgio Alexandre Rodrigues


Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls.


301, expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação da
quebra. (...)” (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirma, em síntese, a ocorrência de cerceamento de


defesa consistente na prolação da decisão de decretação da falência sem se
permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação
pretendida por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em


decorrência da má gestão do administrador judicial à época, posteriormente
substituído, atitude que o agravante considera equivocada.

Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o


provimento do presente agravo de instrumento, para anular a decisão agravada
e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão,


julgando-se improcedente o pedido de decretação de falência da recorrente
(index 2).

Decisão indeferindo o efeito suspensivo (index 23).

Contrarrazões ofertadas pelo agravado, alegando, em suma, que


a quebra da recorrente, foi decretada porque preenchidos os pressupostos
legais e cumpridas as formalidades legais, razão pela qual a decisão agravada
deve ser mantida (index 36).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça, no sentido de que a


ausência de audiência de conciliação não é óbice à decretação da falência,
tampouco tem o condão de macular a decisão combatida.

Outrossim, destaca que é dever do Juiz promover, a qualquer


tempo, a autocomposição das partes, nos precisos termos do art. 139, V,
do CPC, razão pela qual opina pelo conhecimento e parcial provimento do
recurso, apenas para que seja designada audiência de conciliação (index 46).

Agravo interno ofertado em face do indeferimento do efeito


suspensivo (index 61).

Contrarrazões ao agravo interno pugnando pelo desprovimento do


recurso e reiterando as razões ofertadas às fls. 36/39 (index 77).

Manifestação da Procuradoria de Justiça, reiterando o parecer de


fls. 46/58 (index 84).
89

É o relatório.
90

Poder Judiciário
GAB. DES(A). do HELENA
MARIA Estado do Rio MACHADO
PINTO de Janeiro
QUARTA CAMARA CIVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


nº 0066147-42.2019.8.19.0000

DESPACHO
Inclua-se em pauta.

Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2020.

DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO

PALÁCIO DA JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FÓRUM CENTRAL


Av. Erasmo Braga, 115 - Centro / CEP: 20020-903
91

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que os presentes autos foram incluídos na


pauta de julgamento do dia 11/03/2020, conforme publicação
no DJEERJ do dia 03/03/2020.

Rio de Janeiro, 03/03/2020.

Marcus Vinícius de Seixas Freitas


Assistente da Secretária da 4ª Câmara Cível
Mat. 01/18513

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090.
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT.
553
F'ER:"IIANDO SETEMBRJNO MÁRQllEZ DE AL\1EIDA
92
Advogado

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO QUARTA CÂMARA CÍVEL

TJRJ 202000141612 09/03/2020 12:40:00 KNR= - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por FERNANDO SETEMBRINO MARQUEZ DE
Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. -AGRAVANTE

REDE MANAUS COMÉRCIO DE PNEUS LTDA-AGRAVADA

A agravante, EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., junta, em


anexo, substabelecimento, com reserva de poderes, outorgado ao
signatário, e pede, ainda, que o nome e a inscrição na OAB do signatário
sejam incluídos nos registros e assentamentos do feito, notadamente para
os fins do art. 272, § SQ, do CPC.

Ri 1_: \ 9de março de 2020

FERNANDO SETEMBRIN0 MÁRQUEZ DE ALMEIDA


OAB·RJ 31.564

AV. GRAÇA ARANHA, N" 19-SALA 602 -TEt.: (21) 2SJ2-6439


RIO DE JANEIRO - BRASIi.
[MAll,: FERNANDO.si,:n:MBRINO®GMAJL.COM
93

SUBSTABELECIMENTO

Substabeleço ao DR FERNANDO SETEMBRINO MARQUES DE ALMEIDA,


brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB-RJ sob o nº 31.564, com
escritório na cidade Do Rio de Janeiro, á Av. Graça Aranha, 19 grupo 602,
no Centro, os poderes que me foram outorgados por EMPRESA DE VIAÇÃO
ALGARVE LTDA., nos autos da Ação de Falência que lhe move REDE
MANAUS - COMÉRCIO DE PNEAUS LTDA., em trâmite pela 1ª. Vara
Empresarial da Comarca da Capital - proc, nº 0025940-32.2018.8.19.0001,
em grau de recurso junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro - proc. nº 0066147-42.2019.8.19.0000, na 4ª. Câmara Cível - ,
reservando-me iguais poderes.

Rio de Janeiro, 09n de Março de 2020.

,.--=-
• <( ... .,, ,

---=---:---
=--::---,-
OAB-RJ 4.517-D
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO Página 1 de 1
eJUD TJRJ 94
Emitido em: 09/03/2020 16:36

TERMO DE RETIFICAÇÃO
REGISTRO E AUTUAÇÃO
NESTA DATA, FOI RETIFICADA A AUTUAÇÃO DESTES AUTOS NA FORMAS DAS NORMAS REGIMENTAIS DO
E DO DEMONSTRATIVO ABAIXO DISCRIMINADO:

0066147-42.2019.8.19.0000 AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


Protocolo
3204/2019.00648992
Órgão
CAPITAL 1 VARA EMPRESARIAL
Ação Originária 0025940-32.2018.8.19.0001
Obs FALÊNCIA
DECISAO AGRAVADA DOC 639 DOS AUTOS ORIGINARIOS
Juiz que prolatou a sentença ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Data da Decisão 12/09/2019
Decisão/Sentença Agravada
Juízes da primeira instância
ALEXANDRE DE CARVALHO MESQUITA
Volume(s): 1, Apenso(s): 0, Doc(s). J/P/L: 0, Anexo(s): 0
Folhas: 1
* Efeito Suspensivo *
Assunto 1 Concurso de Credores / Recuperação judicial e Falência / Empresas / DIREITO CIVIL

AGRAVANTE : EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


ADVOGADO : FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA (Ativo)
ADVOGADO : EURICO MOREIRA (Ativo)
ADVOGADO : SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS
(Ativo) AGRAVADO : REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
ADVOGADO : RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA (Ativo)
ADVOGADO : DINIZ MANUEL MENDES PAIVA (Ativo)

Rio de Janeiro, 09 de março de 2020

Preparado Por: []
DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL
CRISTIANENAUFEL
Data: 09/03/2020 16:36:47 Local 1VP - DIVISAO DE AUTUACAO
FERNANDO SETEMBRINO MARQUEZ DE ALMEIDA
95
Advogado

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

QUARTA CÂMARA CÍVEL

TJRJ 202000142277 09/03/2020 14:46:00 F@G5 - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por FERNANDO SETEMBRINO MARQUEZ DE
Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

PEDIDO AD.IAJJIEN-TE>
SES$ÃQ OQ Q!A 11.03:r202'0

EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. -AGRAVANTE

REDE MANAUS COMÉRCIO DE PNEUS LTDA-AGRAVADA

A agravante, EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.,


considerando que o signatário foi substabelecido somente hoje, pela
manhã, estando o recurso em pauta para a sessão de depois de amanhã, dia
11 do corrente mês, pede a V. Exa., em caráter de urgência, o adiamento do
julgamento por uma sessão, para que possam ser confeccionados e
entregues os memoriais, necessários a um julgamento do recurso, o qual
visa reformar sentença que decretou a falência de empresa comercial,
exercendo-se, de modo amplo, a adequada defesa, mormente em face da
circunstância, já apurada pelo signatário (fls. 794/798 dos autos
eletrônicos da falência), de que nenhum credor habilitou o seu crédito na
falência, sendo certo, ademais, que a demora na interposição do
agravo de
instrumento se deu ao fato de ter o Juízo de 1º grau demorado 10 (dez)
meses para apreciar os embargos de declaração opostos à sentença de
quebra (a sentença é de 5.11.18 e a decisão dos declaratórios é de 12.9.19),
cabendo ressaltar que a agravante não poderia ter recorrido da sentença
de quebra (5.11.18) na pendência de embargos de declaração opostos,
inclusive, por vários terceiros interessados.

Ri \" d:arço de2020

FERNANDO MBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA


OAB-RJ 31.564

AV. GRAÇA ARANIIA. N' 19-SALA 602 -TEL.: (21) 2532-6439


RIO DE .IANEIRO - BRASIL
EMAIL: FERNA.''<DO.SETEMBRINO@GMAIL.C0:\1
96

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos estes autos à


Excelentíssima Senhora Desembargadora Relatora.

Rio de Janeiro, 09/03/2020.

MARCUS VINICIUS DE SEIXAS FREITAS


97

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


GAB. DES(A). MARIA HELENA PINTO MACHADO
QUARTA CAMARA CIVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


nº 0066147-42.2019.8.19.0000

DESPACHO
Defiro o adiamento da sessão de julgamento, a fim de evitar futura
e eventual alegação de cerceamento de defesa. (4)

Rio de Janeiro, 10 de março de 2020.

DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO

PALÁCIO DA JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FÓRUM CENTRAL


Av. Erasmo Braga, 115 - Centro / CEP: 20020-903
98

Certidão de Julgamento de Sessão ORDINÁRIA


QUARTA CAMARA CIVEL

Pauta: 11/03/2020 Julgado: 11/03/2020


0066147-42.2019.8.19.0000
AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL
Processo Originário:0025940-32.2018.8.19.0001
Origem: CAPITAL 1 VARA EMPRESARIAL
Relator: Exmo. Sr.DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO
Presidente da Sessão: Exmo. Sr. DES. MARIA AUGUSTA VAZ
MONTEIRO DE FIGUEIREDO

Procurador: Exmo. Sr. Dr(a).JOSÉ ALUÍSIO ARRUDA


AGTE: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.
ADVOGADO: FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA
ADVOGADO: EURICO MOREIRA
ADVOGADO: SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS
AGDO: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
ADVOGADO: RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA
ADVOGADO: DINIZ MANUEL MENDES PAIVA

CERTIDÃO
Certifico que o(a) Egrégio(a) QUARTA CAMARA CIVEL ao apreciar o processo em
epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
ADIADO O JULGAMENTO.

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO


Secretário(a)
99

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

Processo 0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico que a sessão de julgamento marcada para o dia 18/03/2020 fica


cancelada, em função do art. 20 do Ato Normativo Conjunto nº 04/2020 do
TJRJ, publicado às fl. 03/05 do DJEERJ do dia 13/03/2020.

Rio de janeiro, 16/03/2020.

Marcus Vinícius de S. Freitas


Assistente da secretária da 4ª Câmara Cível
Mat. 01/18513

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de


Janeiro
Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090.
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT.
553
100

Certidão de Julgamento de Sessão ORDINÁRIA


QUARTA CAMARA CIVEL

Pauta: 11/03/2020 Julgado: 18/03/2020


0066147-42.2019.8.19.0000
AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL
Processo Originário:0025940-32.2018.8.19.0001
Origem: CAPITAL 1 VARA EMPRESARIAL
Relator: Exmo. Sr.DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO
Presidente da Sessão: Exmo. Sr. DES. MARIA AUGUSTA VAZ
MONTEIRO DE FIGUEIREDO

AGTE: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


ADVOGADO: FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA
ADVOGADO: EURICO MOREIRA
ADVOGADO: SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS
AGDO: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
ADVOGADO: RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA
ADVOGADO: DINIZ MANUEL MENDES PAIVA

CERTIDÃO
Certifico que o(a) Egrégio(a) QUARTA CAMARA CIVEL ao apreciar o processo em
epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
SESSÃO DE JULGAMENTO CANCELADA, EM FUNÇÃO DO ART. 20 DO ATO
NORMATIVO CONJUNTO Nº 04/2020, PUBLICADO ÀS FL. 03/05 DO DJEERJ DO DIA
1 3 / 0 3 / 2 0 2 0 .

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO


Secretário(a)
FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUZ OE ALMEll>1\
101
Advogado

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO QUARTA CÂMARA CÍVEL

TJRJ 202000182490 31/03/2020 12:14:00 GE>F - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por FERNANDO SETEMBRINO MARQUEZ DE
Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. -AGRAVADA


GBOE =XGREMIO BENEFICENTE-AGRAVANTE
A agravada, EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., tendo em
vista a inclusão deste agravo de instrumento na pauta virtual de julgamento,
para a sessão que terá início às 00:00hs. do dia 13 de abril, vem requerer a
V. Exa. que o feito seja dela retirado e colocado, oportunamente, em pauta
presencial, porquanto o signatário deseja estar presente ao julgamento,
para os devidos fins de direito, apresentando, previamente, seus memoriais.

· d Jaieif, 1de março de 2020


'
FER SETEMBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA
OAB-RJ 31.564

AV. GRA('A ARMIIIA. N" 19 - SALA 602 - TEI..: (21)2:-32-6439


RIO OE .IANElKO- BRASIL
EMAIL: FERNANOO.SETtMIIRINOlé!,C.MAIL.C-0 1
102

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO

Certifico a impossibilidade de atendimento ao


requerimento retro, em virtude do presente feito não constar na pauta de
sessão de julgamento do dia 01/04/2020.

Rio de Janeiro, 31/03/2020.

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090.
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT.
553
103

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

QUARTA CÂMARA CÍVEL

TJRJ 202000493338 12/08/2020 17:44:00 GAPb - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por ANA VIRGINIA BOTELHO DE MOURA
Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

EXMA. SENHORA DESEMBARGADORA RELATORA:

EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. e REDE MANAUS


COMÉRCIO DE PNEUS LTDA., por seus advogados, vêm aos autos do agravo
de instrumento em referência, para expor e requerer a V. Exa. o seguinte:

1. Como se pode verificar das razões do agravo, uma das


matérias postas em debate diz respeito à não designação, pelo MM Juízo
de 1º grau, da audiência de conciliação, que era do interesse de ambas as
partes, assim manifestado por elas nos autos do requerimento de falência.

2. Emitindo parecer sobre o tema, a douta representante do


Ministério Público, a fls. 57, opinou pelo provimento do agravo para que
seja realizada a audiência de conciliação, cujo resultado terá influência
sobre a decretação da quebra, ainda sub judice neste mesmo agravo, que
impugna a decisão que decretou a falência.

3. Assim, tendo em vista a concordância da aqui agravada, REDE


MANAUS, que esta também subscreve, pedem as partes que V. Exa.
designe dia e hora para a realização de audiência, junto à essa colenda
Quarta Câmara Cível, com a presença da ilustre representante do
Ministério Público, para que as partes possam efetivamente chegar a uma
composição amigável, encerrando a questão.

4. A agravante, 1ª requerente, desde logo, faz a sua proposta de


acordo, para ser analisada pela agravada, 2ª requerente, devendo a
resposta ser dada na própria audiência a ser designada.
104

Proposta: 1) A agravante pagará à agravada o valor do


principal do débito cobrado no requerimento de falência,
acrescido de todas as despesas inerentes ao seu ajuizamento,
inclusive as do protesto extrajudicial e mais honorários de
sucumbência aos advogados dela, agravada, no montante de
10% (dez por cento) do valor do débito principal, mais juros,
ficando excluída a correção monetária; e, 2) Por outro lado, a
1ª requerente, agravante, se obriga a pagar as despesas
eventualmente devidas ao Administrador Judicial, exonerando
a 2ª requerente, agravada, desse ônus.

5. Assim, pedem a V. Exa. que seja designada a audiência ora


requerida, dando-se ciência às partes e à douta representante do
Ministério Público.

Rio de Janeiro, 16 de julho de 2020

FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA


OAB-RJ 31.564

DINIZ M. M. PAIVA
OAB-RJ 30.928

RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA


OAB-RJ 145.640

.2.
105

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

0066147-42.2019.8.19.0000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos estes autos à


Excelentíssima Senhora Desembargadora Relatora.

Rio de Janeiro, 17/08/2020.

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO


106

Poder Judiciário do Estado do Rio de

Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

DECISÃO

Compulsando os autos, verifica-se que o feito estava incluído “em


pauta” para julgamento em 11/03/2020, em sessão virtual (index 91), tendo a
agravante apresentado petição solicitando o adiamento do recurso para ter
tempo hábil de entregar memoriais (index 95).

Após deferimento do referido pleito, a recorrente solicitou a


retirada do recurso da pauta virtual para oportuno julgamento presencial, posto
que deseja estar presente na sessão (index 101), sendo certificado que o
processo em questão ainda não fora inserido em pauta (index 102).

Novamente, a agravante oferta petição, desta feita solicitando a


designação de data para a realização de audiência, junto a este Órgão Ad
quem, com a presença da ilustre representante do Ministério Público, para que
as partes possam logo, sua proposta de acordo (index 103).

Pois bem, Embora seja louvável e recomendável a composição


entre as partes envolvidas em celeumas, o que é fomentado pelo Direito Pátrio
e em diversos dispositivos do Código de Processo Civil de 2015, tal como a
pretensão foi deduzida, in casu, não pode ser acolhida.

Considerando que já houve a decretação da falência, a


proposta/realização de acordo entre as partes deverá ser promovida perante o
Juízo de primeiro grau e, necessariamente, com a participação do
Administrador Judicial, da agravada e demais credores/interessados, bem
assim com a interveniência do Ministério Público.

Note-se que após o decreto da quebra, a empresa passa a ser


representada pelo Administrador Judicial e, desta forma, não pode o Órgão Ad
quem promover atos de composição sem a integração daquele que exerce a
gestão do falido.

Caso o acordo seja celebrado com êxito, com a mantença da


atividade empresarial, haverá, consequentemente, a perda de objeto do
presente agravo, bastando, para tanto, as partes peticionarem nesse sentido.

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manoel, 37, 5º andar – Sala 511 – Lâmina
III Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090
3 - Tel.: + 55 21 3133-6294/+55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br –
PROT.
107

Poder Judiciário do Estado do Rio de

Diante disto, INDEFIRO O PEDIDO de realização de audiência de


conciliação nos moldes propostos, sendo recomendável, contudo, que tal
pretensão seja deduzida perante o Juízo de 1o Grau, com a presença daquele
que tem legitimidade para representação do falido.

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2020.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manoel, 37, 5º andar – Sala 511 – Lâmina
III Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090
3 - Tel.: + 55 21 3133-6294/+55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br –
PROT.
108

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

CERTIDÃO

Certifico que foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico


do Rio de Janeiro, parte II do dia 26/08/2020 00:00 a notícia da
decisão.

Rio de Janeiro, 26/08/2020.

MARCUS VINICIUS DE SEIXAS FREITAS


4ª Câmara Cível

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de


Janeiro
Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090 .
109

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

0066147-42.2019.8.19.0000

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos estes autos à


Excelentíssima Senhora Desembargadora Relatora.

Rio de Janeiro, 06/10/2020.

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO


110

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


GAB. DES(A). MARIA HELENA PINTO MACHADO
QUARTA CAMARA CIVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL


nº 0066147-42.2019.8.19.0000

DESPACHO
Reinclua-se em pauta presencial ou por videoconferencia. (4)

Rio de Janeiro, 07 de outubro de 2020.

DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO

PALÁCIO DA JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FÓRUM CENTRAL

Av. Erasmo Braga, 115 - Centro / CEP: 20020-


111

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível0066147-42.2019.8.19.0000

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DO EDITAL-PAUTA DA SESSÃO


POR VIDEOCONFERÊNCIA

Certifico que os presentes autos foram incluídos na pauta de sessão


de julgamento POR VIDEOCONFERÊNCIA, na forma do caput do artigo 9º do Ato
Normativo nº 25 do TJ/RJ, que realizar-se-á na plataforma Microsoft Teams, no dia
20/10/2021, às 13:00, conforme publicação no DJEERJ do dia 01/10/2021.
Rio de Janeiro, 01/10/2021.

Cristina Florentino
Sec. 4ª Câmara Cível

LINK PARA ACESSO:

https://teams.microsoft.com/l/meetup-
join/19%3ameeting_NWNkMWIzZjgtNTRkYy00NzFmLTg4ZmUtMTQ1NGNlMjk0YTQ3%40th
read.v2/0?context=%7b%22Tid%22%3a%22ce4e1164-986f-4132-85d1- 1e3c17cf7d6e
%22%2c%22Oid%22%3a%22e0e50ef7-3a3e-47ea-850e- 157e0140db76%22%7d

ORIENTAÇÕES:

1) É IMPRESCINDÍVEL O INGRESSO NA SALA VIRTUAL COM O NOME (SEM ABREVIATURAS) APRESENTADO


PARA FAZER A INSCRIÇÃO, SEJA PARA SUSTENTAÇÃO ORAL OU PARA ACOMPANHAR O JULGAMENTO. NOS
PROCESSOS SEM INSCRIÇÃO NÃO HÁ DEBATE ENTRE A TURMA JULGADORA.

2) PEDIDO DE PREFERÊNCIA/INSCRIÇÃO: NOS TERMOS DO INCISO I, DO ARTIGO 13, DO ATO NORMATIVO TJ Nº


25/2020, PUBLICADO EM 11/09/2020, OU SEJA, REALIZADO ATRAVÉS DE PETIÇÃO VINCULADA AO PROCESSO,
APÓS A PUBLICAÇÃO DA PAUTA E EM ATÉ 24 HORAS DO DIA DA SESSÃO;

3) A SESSÃO POSSUI SERVIÇO DE CHAT QUE PODERÁ SER UTILIZADO PELOS ADVOGADOS PARA DIRIMIR
EVENTUAIS DÚVIDAS PONTUAIS DURANTE A REALIZAÇÃO DO EVENTO.

4) A PARTIR DAS 12:30h A SESSÃO JÁ ESTÁ ABERTA, MAS OS ADVOGADOS SÓ PASSAM A TER ACESSO
QUANDO OFICIALMENTE O PRESIDENTE DETERMINA O INÍCIO DOS TRABALHOS, O QUE OCORRE A PARTIR
DAS 13:00 HORAS;

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090.
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6004 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT.
553
FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE 112
ALMEIDA CARLOS FERNANDO CARVALHO
MOTTA FILHO

EXMA. SENHORA DESEMBARGADORA RELATORA


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO QUARTA CÂMARA CÍVEL

TJRJ 202104562749 19/10/2021 11:39:00 CMC< - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por FERNANDO SETEMBRINO MARQUEZ DE
Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

PEDIDO DE PREFERÊNCIA - RECURSO EM PROCESSO DE FALÊNCIA

ART. 60, III, DO REGIMENTO INTERNO

EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., vem, por seus


advogados, tempestivamente, conforme se colhe da certidão fls. 111
destes autos eletrônicos, requerer a V. Exa. seja o agravo de
instrumento em referência (Agravo de Instrumento nº 0066147-
42.2019.8.19.0000) incluído na pauta de preferência para ser julgado na
sessão do dia 20.10.2021, a realizar-se amanhã, por videoconferência,
ressaltando tratar-se de dupla preferência, na medida em que
decorrente de pedido previsto no art. 9, do Ato Normativo n25 do
TJ/RJ, bem como por tratar-se do julgamento de recurso oriundo do
processo de falência da ora suplicante, EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE
LTDA, recurso para o qual está prevista preferência específica na norma
do art. 60, III, do Regimento Interno deste c. Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro1.

1
Art.60- Obedecer-se-á nos julgamentos à ordem da pauta, ressalvada a preferência devida nos seguintes
casos: I- feitos originários ou recursos com julgamento iniciado em sessão anterior; II- mandados de segurança
e recursos de decisões neles proferidas; III- recursos em processos de falência, concordata e outros em que
houver preferência imposta por lei; (Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro)

AV. GRAÇA ARANHA, Nº 19 – SALA 602 – TEL.: 2532-


6439 RIO DE JANEIRO - BRASIL
EMAIL: FERNANDOSETEMBRINO@GMAIL.COM
FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE 113
ALMEIDA CARLOS FERNANDO CARVALHO
MOTTA FILHO

Finalmente, a suplicante informa que seus advogados não


farão uso da palavra em sustentação oral, mas esclarece que, o
segundo signatário, DR. CARLOS FERNANDO CARVALHO MOTTA FILHO (OAB/RJ n
116.964), com o endereço eletrônico: cf@carvalhomotta.com.br,
acompanhará o julgamento.

Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2021

FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA CARLOS FERNANDO C. MOTTA


OAB/RJ Nº 31.564
FILHO OAB/RJ Nº 116.964

.2.
114

Certidão de Julgamento de Sessão POR VIDEOCONFERÊNCIA


QUARTA CAMARA CIVEL

Pauta: 20/10/2021 Julgado: 20/10/2021


0066147-42.2019.8.19.0000
AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL
Processo Originário:0025940-32.2018.8.19.0001
Origem: CAPITAL 1 VARA EMPRESARIAL
Relator: Exmo. Sr.DES. MARIA HELENA PINTO MACHADO
Presidente da Sessão: Exmo. Sr. DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM

Procurador: Exmo. Sr. Dr(a).JOSÉ ANTONIO LEAL PEREIRA


AGTE: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.
ADVOGADO: FERNANDO SETEMBRINO MÁRQUEZ DE ALMEIDA
ADVOGADO: EURICO MOREIRA
ADVOGADO: SERGIO GUIMARÃES XAVIER DOS SANTOS
AGDO: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
ADVOGADO: RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA
ADVOGADO: DINIZ MANUEL MENDES PAIVA

CERTIDÃO
Certifico que o(a) Egrégio(a) QUARTA CAMARA CIVEL ao apreciar o processo em
epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
POR UNANIMIDADE, NEGOU-SE PROVIMENTO AO AGRAVO INTERNO E AO
AGRAVO DE INSTRUMENTO, NOS TERMOS DO VOTO DA DESEMBARGADORA
R EL ATOR A.

Esteve presente, pelo agravante, o Dr. Carlos Fernando Carvalho Motta Filho.
Lavrará o acórdão o(a) Exmo(a). Sr.(Sra.) DES. MARIA HELENA PINTO
MACHADO.Participaram do julgamento os Exmos. Srs.: DES. MARIA HELENA PINTO
MACHADO, DES. ANTONIO ILOIZIO BARROS BASTOS e DES. MYRIAM MEDEIROS
DA FONSECA COSTA.

Impedido o(a) Exmo(a). Sr(a). DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM.

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO


Secretário(a)
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Janeiro

Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

AGRAVO INTERNO E AGRAVO DE INSTRUMENTO.


DIREITO CIVIL. AÇÃO FALIMENTAR. DECRETAÇÃO
DE FALÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO.
INDEFERIMENTO. ART. 932, III C/C ART. 1.021, §1º,
DO CPC/2015.ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE
DEFESA. PRECLUSÃO LÓGICO-CONSUMATIVA
(ART. 507 E 1.000 DO CPC). EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO OFERTADOS À ÉPOCA COM O FIM
ÚNICO DE EXCLUIR DA SENTENÇA DE FALÊNCIA
O NOME DE EX-SÓCIOS. MANUTENÇÃO DA
DECISÃO.
- Inconformismo da agravante com a decisão que
decretou sua falência, alegando cerceamento de
defesa, eis que não foi permitida a produção de
provas e a realização da audiência de conciliação
pretendida por ambas as partes. Discorre acerca de
prejuízos decorrentes da má gestão do
administrador judicial à época, o qual foi
posteriormente substituído, atitude esta que o
agravante considera igualmente equivocada.
Requer seja anulada a decisão agravada, com a
designação de audiência de conciliação.
- Agravante que se limita a reproduzir no agravo
interno os mesmos argumentos apresentados na
peça recursal do agravo de instrumento, sem
qualquer fato novo e/ou com relevância capaz de
modificar o entendimento desta Câmara acerca do
efeito atribuído ao recurso. Aplicação do art. 932, III
c/c art. 1.021, §1º, ambos do CPC/2015.
- Inarredável a conclusão acerca da preclusão
lógico-consumativa da questão relativa ao suposto
cerceamento de defesa, à luz dos arts. 507 e 1000,
do CPC, posto que referido tópico não foi abordado
nas razões dos embargos de declaração, em
26/11/2018, opostos em face da decisão de
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Janeiro

decretação da falência com o fim único de excluir


da sentença o nome de ex-sócios que já haviam se
retirado da sociedade, inexistindo qualquer menção
a pedido de provas não apreciado, à necessidade
de designação de audiência de conciliação ou à
ausência de despacho saneador prévio.
- Ademais, os alegados prejuízos ocorridos após a
decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo
e saque de bens) datam de dezembro de 2018, o
que leva à total descredibilidade a tese recursal.
DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de


Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000 em que figura como agravante
EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., sendo agravado REDE MANAUS
COMERCIO DE PNEUS LTDA.

Acordam, por unanimidade de votos, os Desembargadores que


compõem a Quarta Câmara Cível do Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, em
negar provimento aos recursos, nos termos do voto da relatora.

RELATÓRIO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE


VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da
Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE MANAUS
COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001),
decretou a falência da agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:

......................................................................................................

“(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA


DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME, sociedade por quotas de
responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº
11.800 - Parte, Paciência, Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-
126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos
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sócios são: ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS,


português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-
W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF
sob o nº 010.851.237-15, residente e domiciliado nesta
cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503,
Barra da Tijuca, CEP 22630-011; FERNANDO FERREIRA
AMADO, português, casado, comerciante, portador da
identidade nº RNE-W-214.862-K expedida pelo
SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34,
residente e domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº
3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
MANUEL CORREA DE FREITAS, português, casado,
comerciante, portador da identidade nº RNE-W-495.495-S
expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº
010.851.587-72, residente e domiciliado nesta cidade à avenida
Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP
22630-010; JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante,
portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto
da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro,
casado, comerciante, portador da identidade nº 2.654.554-1
expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-
91, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca
nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID FERREIRA
BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade
nº 3.774.905 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº
629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada
Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081;
ROSANE FERREIRA BARATA,
brasileira, divorciada, comerciante, portadora da identidade nº
3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº
629.075.907-82, residente e domiciliada nesta cidade à estrada
Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; e
JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A, situada na avenida
Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita no CNPJ sob o nº
07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao


pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99,


III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias,


contados da publicação do edital no parágrafo único do artigo 99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.


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Determino que o representante da falida preste as declarações do


artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco) dias.

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com


juros e correção monetária, com base no IPC (artigo 27 da
Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da
massa comportar, em segundo rateio, estender-se-ão, nesta
hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento
do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros


Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada Jamille
Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617),
que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput
do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea
"a" do inciso II do caput do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)”
(index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram


os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo, em 11/09/2019, consoante decisão abaixo
transcrita:

......................................................................................................

“Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para


excluir da sentença o nome dos ex-sócios já retirantes da
sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando
Ferreira Amado, Manuel Correia de Freitas, Jacob Barata,
Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira
Barata e Jacob &Daniel Participações S/A, figurando, em seu
lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e Sérgio
Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301,


expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação da quebra.
(...)” (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirma, em síntese, a ocorrência de cerceamento de


defesa consistente na prolação da decisão de decretação da falência sem se
permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação pretendida
por ambas as partes.

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Janeiro

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em


decorrência da má gestão do administrador judicial à época, posteriormente
substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o
provimento do presente agravo de instrumento, para anular a decisão agravada e
designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se


improcedente o pedido de decretação de falência da recorrente (index 2).

Decisão indeferindo o efeito suspensivo (index 23).

Contrarrazões ofertadas pelo agravado, alegando, em suma, que a


quebra da recorrente, foi decretada porque preenchidos os pressupostos legais e
cumpridas as formalidades legais, razão pela qual a decisão agravada deve ser
mantida (index 36).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça, no sentido de que a


ausência de audiência de conciliação não é óbice à decretação da falência,
tampouco tem o condão de macular a decisão combatida.

Outrossim, destaca que é dever do Juiz promover, a qualquer


tempo, a autocomposição das partes, nos precisos termos do art. 139, V, do
CPC, razão pela qual opina pelo conhecimento e parcial provimento do recurso,
apenas para que seja designada audiência de conciliação (index 46).

Agravo interno ofertado em face do indeferimento do efeito


suspensivo (index 61).

Contrarrazões ao agravo interno pugnando pelo desprovimento do


recurso e reiterando as razões ofertadas às fls. 36/39 (index 77).

Manifestação da Procuradoria de Justiça, reiterando o parecer de fls.


46/58 (index 84).

É o relatório.

VOTO

Os recursos são tempestivos e encontram-se devidamente


instruídos.

Não merece acolhimento a tese recursal.


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Primeiramente, deve ser dito que a decisão agravada está


suficientemente fundamentada, ao contrário do que alega a recorrente, não tendo
sido demonstrada, de forma irrefutável, a presença dos requisitos legais para o
deferimento do efeito suspensivo.

Em segundo lugar, revela-se incabível a reanálise da questão


relativa ao suposto cerceamento de defesa da parte agravante, posto que atingida
pela preclusão lógico-consumativa, na forma dos artigos 507 e 1.000 do
CPC/2015, in verbis:

......................................................................................................

“Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo


questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão.”

“Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a


decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem
reserva alguma, de um ato incompatível com a vontade de
recorrer.”
......................................................................................................

A preclusão é o impedimento da prática de ato processual depois do


momento adequado, em prol da efetividade e da razoável duração do processo,
com vistas a impedir que a qualquer tempo sejam suscitadas matérias
anteriormente resolvidas, evitando-se, assim, a eternização do feito e o tumulto
processual.

Nesse sentido, leia-se esclarecedora lição do doutrinador Fredie


1
Didier Jr :

..........................................................................................................

“A preclusão não serve somente à ordem, à segurança e à


duração razoável do processo. Não se resume à condição de
mera mola impulsionadora do processo. A preclusão tem,
igualmente, fundamentos éticos-políticos, na medida em que
busca preservar a boa-fé e a lealdade no itinerário processual. A
preclusão é técnica, pois, a serviço do direito fundamental à
segurança jurídica, do direito à efetividade (como impulsionadora
do processo) e da proteção à boa-fé. É importante essa
observação: como técnica, a preclusão deve ser pensada e
aplicada em função dos valores a que busca proteger.”
..........................................................................................................

1
In Curso de Direito Processual Civil. Vol. 01. 17ª ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2015. p. 417.
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A preclusão consumativa, mais especificamente, consiste na


impossibilidade do sujeito processual praticar determinado ato após a prática de
um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar.

Já a preclusão lógica decorre de o sujeito processual haver


praticado outro ato incompatível com o ato que ele quer praticar.

A preclusão é definida pela doutrina como a perda de uma situação


jurídica ativa processual: seja a perda de poder processual das partes, seja a
perda de um poder do julgador2.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Giuseppe Chiovenda


esclarece que a preclusão consiste na perda, extinção ou consumação de uma
faculdade processual, em razão de: 1) a parte não ter observado a ordem
assinalada pela lei para a prática de uma faculdade; 2) a parte ter realizado
atividade incompatível com o exercício da de uma faculdade; 3) ter a parte já
exercido validamente a faculdade3.

Enfim, o instituto da preclusão tem por escopo a preservação da


segurança jurídica, devendo ser reconhecida, in casu, a ocorrência da preclusão
lógico-consumativa da matéria atinente à violação à ampla defesa da agravante,
uma vez que foram ofertados embargos de declaração, em 26/11/2018,
exclusivamente no intuito de extirpar da sentença o nome de ex-sócios que já
haviam se retirado da sociedade.

No entanto, nas razões do sobredito recurso, não houve qualquer


menção à cerceamento de defesa, com fundamento na existência de pedido de
provas não apreciado, na necessidade de designação de audiência de conciliação
ou na ausência de despacho saneador prévio.

Vale notar que os alegados prejuízos ocorridos após a decisão


agravada (invasão da empresa, vandalismo e saque de bens) datam de dezembro
de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.

Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional


verdadeiramente urgente, a agravante teria optado diretamente pela propositura
de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos de
declaratórios, o que inocorreu.

2
ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz de. “Preclusão”. Estudos em homenagm ao Professor Galeno Lacerda. Porto
Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1989, p. 156-157.
3
CHIOVENDA, Giuseppe. Cosa giudicata e preclusione. Saggi di diritto processuale civile, p. 233.
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Confira-se a jurisprudência deste Tribunal de Justiça acerca do tema


em exame, através das ementas abaixo colacionadas:

..........................................................................................................

0046090-03.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


Des(a). RENATA MACHADO COTTA - Julgamento: 31/07/2019
- TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS.
DECISÃO DE INDEFERIMENTO DE ALIMENTOS
PROVISÓRIOS. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. NÃO
OCORRÊNCIA DE SUSPENSÃO OU INTERRUPÇÃO DE
PRAZO RECURSAL. MANIFESTA PRECLUSÃO. Segundo as
lições de Giuseppe Chiovenda, a doutrina conceitua o instituto da
preclusão como sendo a perda da faculdade de praticar
determinado ato processual. A doutrina classifica a preclusão em
(i) temporal, ao não ser observado o prazo próprio para o
exercício do ato; (ii) lógica, em função da prática incompatível com
o ato a ser realizado; (iii) consumativa, em razão de o ato
processual já ter sido realizado; e (iv) pro uidicato, em virtude de a
matéria encontrar-se decidida pelo magistrado. In casu, o juízo de
1ª instância indeferira o pedido de concessão de alimentos
provisórios (doc. 60), contudo, deixando a parte de oferecer
recurso, o formulou pedido de reconsideração (doc. 63), que fora
rechaçado pelo juízo de 1º instância (doc. 94). Ora, a renovação
do seu pedido por meio de pleito de reconsideração não importa
na interrupção de prazo recursal, restando portanto, preclusa a
reanálise da questão por essa via. Nessa esteira, inclusive, o
verbete nº 46 da súmula da jurisprudência dominante deste E.
Tribunal: "Não se suspende, com o pedido de reconsideração, o
prazo para interposição de qualquer recurso". Com efeito,
diversamente dos Embargos de Declaração que, nos termos do
art. 1.026 do NCPC, interrompem o prazo para a interposição de
outros recursos por qualquer das partes, o pedido de
reconsideração não interrompe aquele prazo. Assim sendo,
tornar-se inafastável a constatação de que restou precluso o
direito de recorrer, uma vez que não interpôs a parte, no momento
apropriado, o agravo respectivo contra o provimento que
originalmente rejeitou sua pretensão. Precedentes do TJERJ e do
STJ. Inteligência da Súmula nº 46 do TJERJ. Não conhecimento
do recurso.
..........................................................................................................

0038846-57.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


Des(a). FERNANDO FOCH DE LEMOS ARIGONY DA SILVA -
Julgamento: 19/06/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL. REMESSA DOS AUTOS AO CONTADOR.
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EXCESSO DE EXECUÇÃO. JUROS DE MORA. SENTENÇA


QUE JULGOU EMBARGOS DO DEVEDOR TRANSITADA EM
JULGADO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. TAXA DE JUROS
CONTRATUAIS. INEXISTÊNCIA DE MATÉRIA DE ORDEM
PÚBLICA. Agravo de instrumento interposto de decisão que, em
execução de título extrajudicial, indeferiu pedido de remessa dos
autos ao contador para exclusão de excesso de execução
decorrente da aplicação de taxa de juros superior à legal. 1. É
extemporânea a não deve ser conhecida em decorrência de
preclusão consumativa alegação de excesso de execução
decorrente de incorreta taxa de juros de mora depois de transitada
em julgado sentença de parcial procedência em embargos à
execução. 2. Taxa de juros de mora só constitui matéria de ordem
pública se constituir consectário lógico de condenação e não se
decorrer da livre manifestação das partes em contrato. 3. Recurso
ao qual se nega provimento.
..........................................................................................................

0040350-35.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


Des(a). ANDREA FORTUNA TEIXEIRA - Julgamento:
07/03/2018 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL
CONSUMIDOR
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER. EXECUÇÃO DE SENTENÇA.
DECISÃO QUE REJEITA IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO, AO
FUNDAMENTO DE QUE INTEMPESTIVA. MANIFESTA
INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO, OFERTADA,
INCLUSIVE, QUANDO JÁ LEVANTADOS OS VALORES
DEPOSITADOS E BLOQUEADOS, E FINDA A EXECUÇÃO.
RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
..........................................................................................................

0033573-34.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


Des(a). CONCEIÇÃO APARECIDA MOUSNIER TEIXEIRA DE
GUIMARÃES PENA - Julgamento: 21/02/2018 - VIGÉSIMA
CÂMARA CÍVEL
Agravo de instrumento. Cumprimento de Sentença. Decisão que
rejeitou a impugnação interposta. Entendimento desta relatora
pela manutenção da decisão. Não há dúvidas de que, quanto à
impugnação aos cálculos já se operou a preclusão lógico-
consumativa, tendo em vista a parte ré, explicitamente, haver
concordado com aqueles. A não incidência da verba honorária
sobre o capital garantidor é flagrante, pois, no que se refere à
alegação, a Contadoria judicial expressamente afirmou que nos
cálculos por si apresentados não havia a incidência da verba
honorária sobre o referido capital. Por derradeiro, no que se refere
ao aduzido excesso de execução, conforme se disse, e quanto ao
índice de correção monetária debatido, se operou a preclusão
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124

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Janeiro

lógica. Precedentes desta Corte. NEGADO PROVIMENTO AO


RECURSO.
..........................................................................................................

No que tange ao agravo interno, note-se que a recorrente não traz


qualquer nova alegação capaz de ensejar a reforma da decisão indeferitória do
efeito suspensivo, limitando-se apenas a reafirmar a inexistência dos requisitos
legais para decretação de sua falência.

Enfim, sendo o objeto do recurso a reforma de uma decisão já


preclusa, voto no sentido de negar-lhe provimento, para manter na íntegra a
decisão agravada.

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2021.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
125
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2021

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:EURICO MOREIRA

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

AGRAVO INTERNO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. AÇÃO FALIMENTAR.


DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO. INDEFERIMENTO. ART. 932, III C/C ART. 1.021,
§1º, DO CPC/2015.ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO
LÓGICO-CONSUMATIVA (ART. 507 E 1.000 DO CPC). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OFERTADOS À
ÉPOCA COM O FIM ÚNICO DE EXCLUIR DA SENTENÇA DE FALÊNCIA O NOME DE EX-SÓCIOS.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO.
- Inconformismo da agravante com a decisão que decretou sua falência, alegando cerceamento de defesa, eis que
não foi permitida a produção de provas e a realização da audiência de conciliação pretendida por ambas as partes.
Discorre acerca de prejuízos decorrentes da má gestão do administrador judicial à época, o qual foi posteriormente
substituído, atitude esta que o agravante considera igualmente equivocada. Requer seja anulada a decisão agravada,
com a designação de audiência de conciliação.
- Agravante que se limita a reproduzir no agravo interno os mesmos argumentos apresentados na peça recursal do
agravo de instrumento, sem qualquer fato novo e/ou com relevância capaz de modificar o entendimento desta
Câmara acerca do efeito atribuído ao recurso. Aplicação do art. 932, III c/c art. 1.021, §1º, ambos do CPC/2015.
- Inarredável a conclusão acerca da preclusão lógico-consumativa da questão relativa ao suposto cerceamento de
defesa, à luz dos arts. 507 e 1000, do CPC, posto que referido tópico não foi abordado nas razões dos embargos de
declaração, em 26/11/2018, opostos em face da decisão de decretação da falência com o fim único de excluir da
sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade, inexistindo qualquer menção a pedido de
provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de despacho
saneador prévio.
- Ademais, os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e saque de
bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de Instrumento nº 0066147-


126

Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

em que figura como agravante EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., sendo agravado REDE MANAUS

COMERCIO DE PNEUS LTDA.


Acordam, por unanimidade de votos, os Desembargadores que compõem a Quarta Câmara Cível do
Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, em negar provimento aos recursos, nos termos do voto da relatora.
RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:
......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME,
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência,
Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios são:
ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-
011; FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-
214.862-K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,
comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.075.907-
82, residente e domiciliada nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; e
JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A, situada na avenida Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita no
CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
127
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do
caput do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação
da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirma, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação pretendida
por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de
instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).

Decisão indeferindo o efeito suspensivo (index 23).

Contrarrazões ofertadas pelo agravado, alegando, em suma, que a quebra da recorrente, foi decretada
porque preenchidos os pressupostos legais e cumpridas as formalidades legais, razão pela qual a decisão agravada
deve ser mantida (index 36).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça, no sentido de que a ausência de audiência de conciliação não é
óbice à decretação da falência, tampouco tem o condão de macular a decisão combatida.

Outrossim, destaca que é dever do Juiz promover, a qualquer tempo, a autocomposição das partes, nos
precisos termos do art. 139, V, do CPC, razão pela qual opina pelo conhecimento e parcial provimento do recurso,
apenas para que seja designada audiência de conciliação (index
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Agravo interno ofertado em face do indeferimento do efeito suspensivo (index 61).


Contrarrazões
às fls. 36/39 ao agravo interno pugnando pelo desprovimento do recurso e reiterando as razões ofertadas
(index 77).
Manifestação da Procuradoria de Justiça, reiterando o parecer de fls. 46/58 (index 84).

É o relatório.

VOTO

Os recursos são tempestivos e encontram-se devidamente instruídos.

Não merece acolhimento a tese recursal.


Primeiramente, deve ser dito que a decisão agravada está suficientemente fundamentada, ao contrário do
que alega a recorrente, não tendo sido demonstrada, de forma irrefutável, a presença dos requisitos legais para o
deferimento do efeito suspensivo.
Em segundo lugar, revela-se incabível a reanálise da questão relativa ao suposto cerceamento de defesa da
parte agravante, posto que atingida pela preclusão lógico-consumativa, na forma dos artigos 507 e 1.000 do
CPC/2015, in verbis:
......................................................................................................
"Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão."

"Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a
vontade de recorrer."
......................................................................................................

A preclusão é o impedimento da prática de ato processual depois do momento adequado, em prol da


efetividade e da razoável duração do processo, com vistas a impedir que a qualquer tempo sejam suscitadas
matérias anteriormente resolvidas, evitando-se, assim, a eternização do feito e o tumulto processual.

Nesse sentido, leia-se esclarecedora lição do doutrinador Fredie Didier Jr1:

..........................................................................................................

"A preclusão não serve somente à ordem, à segurança e à duração razoável do processo. Não se resume à condição
de mera mola impulsionadora do processo. A preclusão tem, igualmente, fundamentos éticos-políticos, na medida
em que busca preservar a boa-fé e a lealdade no itinerário processual. A preclusão é técnica, pois, a serviço do
direito fundamental à segurança jurídica, do direito à efetividade (como impulsionadora do processo) e da proteção
à boa-fé. É importante essa observação: como técnica, a preclusão deve ser pensada e aplicada em função dos
valores a que busca proteger."
..........................................................................................................
A preclusão consumativa, mais especificamente, consiste na impossibilidade do sujeito processual praticar
determinado ato após a prática de um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar.

Já a preclusão lógica decorre de o sujeito processual haver praticado outro ato incompatível com o ato que
ele quer
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

A preclusão é definida pela doutrina como a perda de uma situação jurídica ativa processual: seja a perda

de poder processual das partes, seja a perda de um poder do julgador2.


Seguindo a mesma linha de raciocínio, Giuseppe Chiovenda esclarece que a preclusão consiste na perda,
extinção ou consumação de uma faculdade processual, em razão de: 1) a parte não ter observado a ordem
assinalada pela lei para a prática de uma faculdade; 2) a parte ter realizado atividade incompatível com o exercício
da de uma faculdade; 3) ter a parte já exercido validamente a faculdade3.
Enfim, o instituto da preclusão tem por escopo a preservação da segurança jurídica, devendo ser
reconhecida, in casu, a ocorrência da preclusão lógico-consumativa da matéria atinente à violação à ampla defesa
da agravante, uma vez que foram ofertados embargos de declaração, em 26/11/2018, exclusivamente no intuito de
extirpar da sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade.
No entanto, nas razões do sobredito recurso, não houve qualquer menção à cerceamento de defesa, com
fundamento na existência de pedido de provas não apreciado, na necessidade de designação de audiência de
conciliação ou na ausência de despacho saneador prévio.
Vale notar que os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e
saque de bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios, o que inocorreu.
Confira-se a jurisprudência deste Tribunal de Justiça acerca do tema em exame, através das ementas abaixo
colacionadas:
..........................................................................................................

0046090-03.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). RENATA MACHADO COTTA -


Julgamento: 31/07/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. DECISÃO DE INDEFERIMENTO DE
ALIMENTOS PROVISÓRIOS. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA DE SUSPENSÃO
OU INTERRUPÇÃO DE PRAZO RECURSAL. MANIFESTA PRECLUSÃO. Segundo as lições de Giuseppe
Chiovenda, a doutrina conceitua o instituto da preclusão como sendo a perda da faculdade de praticar determinado
ato processual. A doutrina classifica a preclusão em (i) temporal, ao não ser observado o prazo próprio para o
exercício do ato; (ii) lógica, em função da prática incompatível com o ato a ser realizado; (iii) consumativa, em
razão de o ato processual já ter sido realizado; e (iv) pro uidicato, em virtude de a matéria encontrar-se decidida
pelo magistrado. In casu, o juízo de 1ª instância indeferira o pedido de concessão de alimentos provisórios (doc.
60), contudo, deixando a parte de oferecer recurso, o formulou pedido de reconsideração (doc. 63), que fora
rechaçado pelo juízo de 1º instância (doc. 94). Ora, a renovação do seu pedido por meio de pleito de
reconsideração não importa na interrupção de prazo recursal, restando portanto, preclusa a reanálise da questão por
essa via. Nessa esteira, inclusive, o verbete nº 46 da súmula da jurisprudência dominante deste E. Tribunal: "Não
se suspende, com o pedido de reconsideração, o prazo para interposição de qualquer recurso". Com efeito,
diversamente dos Embargos de Declaração que, nos termos do art. 1.026 do NCPC, interrompem o prazo para a
interposição de outros recursos por qualquer das partes, o pedido de reconsideração não interrompe aquele prazo.
Assim sendo, tornar-se inafastável a constatação de que restou precluso o direito de recorrer, uma vez que não
interpôs a parte, no momento apropriado, o agravo respectivo contra o provimento que originalmente rejeitou sua
pretensão. Precedentes do TJERJ e do STJ. Inteligência da Súmula nº 46 do TJERJ. Não conhecimento do recurso.

..........................................................................................................

0038846-57.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). FERNANDO FOCH DE LEMOS


ARIGONY DA SILVA - Julgamento: 19/06/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
130

Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. REMESSA DOS AUTOS AO

CONTADOR. EXCESSO DE EXECUÇÃO. JUROS DE MORA. SENTENÇA QUE JULGOU EMBARGOS DO


DEVEDOR
CONTRATUAIS. TRANSITADAINEXISTÊNCIA EM JULGADO. DE MATÉRIA PRECLUSÃO DE ORDEM CONSUMATIVA. TAXA
PÚBLICA. Agravo deDE JUROS interposto de
instrumento
decisão que, em execução de título extrajudicial, indeferiu pedido de remessa dos autos ao contador para exclusão
de excesso de execução decorrente da aplicação de taxa de juros superior à legal. 1. É extemporânea a não deve ser
conhecida em decorrência de preclusão consumativa alegação de excesso de execução decorrente de incorreta taxa
de juros de mora depois de transitada em julgado sentença de parcial procedência em embargos à execução. 2.
Taxa de juros de mora só constitui matéria de ordem pública se constituir consectário lógico de condenação e não
se decorrer da livre manifestação das partes em contrato. 3. Recurso ao qual se nega provimento.
..........................................................................................................
0040350-35.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). ANDREA FORTUNA TEIXEIRA -
Julgamento: 07/03/2018 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. EXECUÇÃO DE
SENTENÇA. DECISÃO QUE REJEITA IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO, AO FUNDAMENTO DE QUE
INTEMPESTIVA. MANIFESTA INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO, OFERTADA, INCLUSIVE,
QUANDO JÁ LEVANTADOS OS VALORES DEPOSITADOS E BLOQUEADOS, E FINDA A EXECUÇÃO.
RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
..........................................................................................................
0033573-34.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -Des(a). CONCEIÇÃO APARECIDA
MOUSNIER TEIXEIRA DE GUIMARÃES PENA - Julgamento: 21/02/2018 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
Agravo de instrumento. Cumprimento de Sentença. Decisão que rejeitou a impugnação interposta. Entendimento
desta relatora pela manutenção da decisão. Não há dúvidas de que, quanto à impugnação aos cálculos já se operou
a preclusão lógico-consumativa, tendo em vista a parte ré, explicitamente, haver concordado com aqueles. A não
incidência da verba honorária sobre o capital garantidor é flagrante, pois, no que se refere à alegação, a Contadoria
judicial expressamente afirmou que nos cálculos por si apresentados não havia a incidência da verba honorária
sobre o referido capital. Por derradeiro, no que se refere ao aduzido excesso de execução, conforme se disse, e
quanto ao índice de correção monetária debatido, se operou a preclusão lógica. Precedentes desta Corte. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.
..........................................................................................................
No que tange ao agravo interno, note-se que a recorrente não traz qualquer nova alegação capaz de ensejar
a reforma da decisão indeferitória do efeito suspensivo, limitando-se apenas a reafirmar a inexistência dos
requisitos legais para decretação de sua falência.
Enfim, sendo o objeto do recurso a reforma de uma decisão já preclusa, voto no sentido de negar-lhe
provimento, para manter na íntegra a decisão agravada.
Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2021.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

1 In Curso de Direito Processual Civil. Vol. 01. 17ª ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2015. p. 417.
2 ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz de. "Preclusão". Estudos em homenagm ao Professor Galeno Lacerda. Porto
Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1989, p. 156-157.
3 CHIOVENDA, Giuseppe. Cosa giudicata e preclusione. Saggi di diritto processuale civile, p. 233.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
131
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090
4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
132
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2021

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:DINIZ MANUEL MENDES PAIVA

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

AGRAVO INTERNO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. AÇÃO FALIMENTAR.


DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO. INDEFERIMENTO. ART. 932, III C/C ART. 1.021,
§1º, DO CPC/2015.ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO
LÓGICO-CONSUMATIVA (ART. 507 E 1.000 DO CPC). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OFERTADOS À
ÉPOCA COM O FIM ÚNICO DE EXCLUIR DA SENTENÇA DE FALÊNCIA O NOME DE EX-SÓCIOS.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO.
- Inconformismo da agravante com a decisão que decretou sua falência, alegando cerceamento de defesa, eis que
não foi permitida a produção de provas e a realização da audiência de conciliação pretendida por ambas as partes.
Discorre acerca de prejuízos decorrentes da má gestão do administrador judicial à época, o qual foi posteriormente
substituído, atitude esta que o agravante considera igualmente equivocada. Requer seja anulada a decisão agravada,
com a designação de audiência de conciliação.
- Agravante que se limita a reproduzir no agravo interno os mesmos argumentos apresentados na peça recursal do
agravo de instrumento, sem qualquer fato novo e/ou com relevância capaz de modificar o entendimento desta
Câmara acerca do efeito atribuído ao recurso. Aplicação do art. 932, III c/c art. 1.021, §1º, ambos do CPC/2015.
- Inarredável a conclusão acerca da preclusão lógico-consumativa da questão relativa ao suposto cerceamento de
defesa, à luz dos arts. 507 e 1000, do CPC, posto que referido tópico não foi abordado nas razões dos embargos de
declaração, em 26/11/2018, opostos em face da decisão de decretação da falência com o fim único de excluir da
sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade, inexistindo qualquer menção a pedido de
provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de despacho
saneador prévio.
- Ademais, os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e saque de
bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000


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Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

em que figura como agravante EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., sendo agravado REDE MANAUS

COMERCIO DE PNEUS LTDA.


Acordam, por unanimidade de votos, os Desembargadores que compõem a Quarta Câmara Cível do
Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, em negar provimento aos recursos, nos termos do voto da relatora.
RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:
......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME,
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência,
Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios são:
ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-
011; FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-
214.862-K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,
comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.075.907-
82, residente e domiciliada nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; e
JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A, situada na avenida Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita no
CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
134
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do
caput do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação
da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirma, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação pretendida
por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de
instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).

Decisão indeferindo o efeito suspensivo (index 23).

Contrarrazões ofertadas pelo agravado, alegando, em suma, que a quebra da recorrente, foi decretada
porque preenchidos os pressupostos legais e cumpridas as formalidades legais, razão pela qual a decisão agravada
deve ser mantida (index 36).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça, no sentido de que a ausência de audiência de conciliação não é
óbice à decretação da falência, tampouco tem o condão de macular a decisão combatida.

Outrossim, destaca que é dever do Juiz promover, a qualquer tempo, a autocomposição das partes, nos
precisos termos do art. 139, V, do CPC, razão pela qual opina pelo conhecimento e parcial provimento do recurso,
apenas para que seja designada audiência de conciliação (index
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Agravo interno ofertado em face do indeferimento do efeito suspensivo (index 61).


Contrarrazões
às fls. 36/39 ao agravo interno pugnando pelo desprovimento do recurso e reiterando as razões ofertadas
(index 77).
Manifestação da Procuradoria de Justiça, reiterando o parecer de fls. 46/58 (index 84).

É o relatório.

VOTO

Os recursos são tempestivos e encontram-se devidamente instruídos.

Não merece acolhimento a tese recursal.


Primeiramente, deve ser dito que a decisão agravada está suficientemente fundamentada, ao contrário do
que alega a recorrente, não tendo sido demonstrada, de forma irrefutável, a presença dos requisitos legais para o
deferimento do efeito suspensivo.
Em segundo lugar, revela-se incabível a reanálise da questão relativa ao suposto cerceamento de defesa da
parte agravante, posto que atingida pela preclusão lógico-consumativa, na forma dos artigos 507 e 1.000 do
CPC/2015, in verbis:
......................................................................................................
"Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão."

"Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a
vontade de recorrer."
......................................................................................................

A preclusão é o impedimento da prática de ato processual depois do momento adequado, em prol da


efetividade e da razoável duração do processo, com vistas a impedir que a qualquer tempo sejam suscitadas
matérias anteriormente resolvidas, evitando-se, assim, a eternização do feito e o tumulto processual.

Nesse sentido, leia-se esclarecedora lição do doutrinador Fredie Didier Jr1:

..........................................................................................................

"A preclusão não serve somente à ordem, à segurança e à duração razoável do processo. Não se resume à condição
de mera mola impulsionadora do processo. A preclusão tem, igualmente, fundamentos éticos-políticos, na medida
em que busca preservar a boa-fé e a lealdade no itinerário processual. A preclusão é técnica, pois, a serviço do
direito fundamental à segurança jurídica, do direito à efetividade (como impulsionadora do processo) e da proteção
à boa-fé. É importante essa observação: como técnica, a preclusão deve ser pensada e aplicada em função dos
valores a que busca proteger."
..........................................................................................................
A preclusão consumativa, mais especificamente, consiste na impossibilidade do sujeito processual praticar
determinado ato após a prática de um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar.

Já a preclusão lógica decorre de o sujeito processual haver praticado outro ato incompatível com o ato que
ele quer
136

Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

A preclusão é definida pela doutrina como a perda de uma situação jurídica ativa processual: seja a perda

de poder processual das partes, seja a perda de um poder do julgador2.


Seguindo a mesma linha de raciocínio, Giuseppe Chiovenda esclarece que a preclusão consiste na perda,
extinção ou consumação de uma faculdade processual, em razão de: 1) a parte não ter observado a ordem
assinalada pela lei para a prática de uma faculdade; 2) a parte ter realizado atividade incompatível com o exercício
da de uma faculdade; 3) ter a parte já exercido validamente a faculdade3.
Enfim, o instituto da preclusão tem por escopo a preservação da segurança jurídica, devendo ser
reconhecida, in casu, a ocorrência da preclusão lógico-consumativa da matéria atinente à violação à ampla defesa
da agravante, uma vez que foram ofertados embargos de declaração, em 26/11/2018, exclusivamente no intuito de
extirpar da sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade.
No entanto, nas razões do sobredito recurso, não houve qualquer menção à cerceamento de defesa, com
fundamento na existência de pedido de provas não apreciado, na necessidade de designação de audiência de
conciliação ou na ausência de despacho saneador prévio.
Vale notar que os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e
saque de bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios, o que inocorreu.
Confira-se a jurisprudência deste Tribunal de Justiça acerca do tema em exame, através das ementas abaixo
colacionadas:
..........................................................................................................

0046090-03.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). RENATA MACHADO COTTA -


Julgamento: 31/07/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. DECISÃO DE INDEFERIMENTO DE
ALIMENTOS PROVISÓRIOS. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA DE SUSPENSÃO
OU INTERRUPÇÃO DE PRAZO RECURSAL. MANIFESTA PRECLUSÃO. Segundo as lições de Giuseppe
Chiovenda, a doutrina conceitua o instituto da preclusão como sendo a perda da faculdade de praticar determinado
ato processual. A doutrina classifica a preclusão em (i) temporal, ao não ser observado o prazo próprio para o
exercício do ato; (ii) lógica, em função da prática incompatível com o ato a ser realizado; (iii) consumativa, em
razão de o ato processual já ter sido realizado; e (iv) pro uidicato, em virtude de a matéria encontrar-se decidida
pelo magistrado. In casu, o juízo de 1ª instância indeferira o pedido de concessão de alimentos provisórios (doc.
60), contudo, deixando a parte de oferecer recurso, o formulou pedido de reconsideração (doc. 63), que fora
rechaçado pelo juízo de 1º instância (doc. 94). Ora, a renovação do seu pedido por meio de pleito de
reconsideração não importa na interrupção de prazo recursal, restando portanto, preclusa a reanálise da questão por
essa via. Nessa esteira, inclusive, o verbete nº 46 da súmula da jurisprudência dominante deste E. Tribunal: "Não
se suspende, com o pedido de reconsideração, o prazo para interposição de qualquer recurso". Com efeito,
diversamente dos Embargos de Declaração que, nos termos do art. 1.026 do NCPC, interrompem o prazo para a
interposição de outros recursos por qualquer das partes, o pedido de reconsideração não interrompe aquele prazo.
Assim sendo, tornar-se inafastável a constatação de que restou precluso o direito de recorrer, uma vez que não
interpôs a parte, no momento apropriado, o agravo respectivo contra o provimento que originalmente rejeitou sua
pretensão. Precedentes do TJERJ e do STJ. Inteligência da Súmula nº 46 do TJERJ. Não conhecimento do recurso.

..........................................................................................................

0038846-57.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). FERNANDO FOCH DE LEMOS


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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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eJUD TJRJ

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. REMESSA DOS AUTOS AO

CONTADOR. EXCESSO DE EXECUÇÃO. JUROS DE MORA. SENTENÇA QUE JULGOU EMBARGOS DO


DEVEDOR
CONTRATUAIS. TRANSITADAINEXISTÊNCIA EM JULGADO. DE MATÉRIA PRECLUSÃO DE ORDEM CONSUMATIVA. TAXA
PÚBLICA. Agravo deDE JUROS interposto de
instrumento
decisão que, em execução de título extrajudicial, indeferiu pedido de remessa dos autos ao contador para exclusão
de excesso de execução decorrente da aplicação de taxa de juros superior à legal. 1. É extemporânea a não deve ser
conhecida em decorrência de preclusão consumativa alegação de excesso de execução decorrente de incorreta taxa
de juros de mora depois de transitada em julgado sentença de parcial procedência em embargos à execução. 2.
Taxa de juros de mora só constitui matéria de ordem pública se constituir consectário lógico de condenação e não
se decorrer da livre manifestação das partes em contrato. 3. Recurso ao qual se nega provimento.
..........................................................................................................
0040350-35.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). ANDREA FORTUNA TEIXEIRA -
Julgamento: 07/03/2018 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. EXECUÇÃO DE
SENTENÇA. DECISÃO QUE REJEITA IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO, AO FUNDAMENTO DE QUE
INTEMPESTIVA. MANIFESTA INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO, OFERTADA, INCLUSIVE,
QUANDO JÁ LEVANTADOS OS VALORES DEPOSITADOS E BLOQUEADOS, E FINDA A EXECUÇÃO.
RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
..........................................................................................................
0033573-34.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -Des(a). CONCEIÇÃO APARECIDA
MOUSNIER TEIXEIRA DE GUIMARÃES PENA - Julgamento: 21/02/2018 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
Agravo de instrumento. Cumprimento de Sentença. Decisão que rejeitou a impugnação interposta. Entendimento
desta relatora pela manutenção da decisão. Não há dúvidas de que, quanto à impugnação aos cálculos já se operou
a preclusão lógico-consumativa, tendo em vista a parte ré, explicitamente, haver concordado com aqueles. A não
incidência da verba honorária sobre o capital garantidor é flagrante, pois, no que se refere à alegação, a Contadoria
judicial expressamente afirmou que nos cálculos por si apresentados não havia a incidência da verba honorária
sobre o referido capital. Por derradeiro, no que se refere ao aduzido excesso de execução, conforme se disse, e
quanto ao índice de correção monetária debatido, se operou a preclusão lógica. Precedentes desta Corte. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.
..........................................................................................................
No que tange ao agravo interno, note-se que a recorrente não traz qualquer nova alegação capaz de ensejar
a reforma da decisão indeferitória do efeito suspensivo, limitando-se apenas a reafirmar a inexistência dos
requisitos legais para decretação de sua falência.
Enfim, sendo o objeto do recurso a reforma de uma decisão já preclusa, voto no sentido de negar-lhe
provimento, para manter na íntegra a decisão agravada.
Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2021.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

1 In Curso de Direito Processual Civil. Vol. 01. 17ª ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2015. p. 417.
2 ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz de. "Preclusão". Estudos em homenagm ao Professor Galeno Lacerda. Porto
Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1989, p. 156-157.
3 CHIOVENDA, Giuseppe. Cosa giudicata e preclusione. Saggi di diritto processuale civile, p. 233.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
138
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090
4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
139
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2021

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:FERNANDO SETEMBRINO MARQUEZ DE ALMEIDA

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

AGRAVO INTERNO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. AÇÃO FALIMENTAR.


DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO. INDEFERIMENTO. ART. 932, III C/C ART. 1.021,
§1º, DO CPC/2015.ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO
LÓGICO-CONSUMATIVA (ART. 507 E 1.000 DO CPC). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OFERTADOS À
ÉPOCA COM O FIM ÚNICO DE EXCLUIR DA SENTENÇA DE FALÊNCIA O NOME DE EX-SÓCIOS.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO.
- Inconformismo da agravante com a decisão que decretou sua falência, alegando cerceamento de defesa, eis que
não foi permitida a produção de provas e a realização da audiência de conciliação pretendida por ambas as partes.
Discorre acerca de prejuízos decorrentes da má gestão do administrador judicial à época, o qual foi posteriormente
substituído, atitude esta que o agravante considera igualmente equivocada. Requer seja anulada a decisão agravada,
com a designação de audiência de conciliação.
- Agravante que se limita a reproduzir no agravo interno os mesmos argumentos apresentados na peça recursal do
agravo de instrumento, sem qualquer fato novo e/ou com relevância capaz de modificar o entendimento desta
Câmara acerca do efeito atribuído ao recurso. Aplicação do art. 932, III c/c art. 1.021, §1º, ambos do CPC/2015.
- Inarredável a conclusão acerca da preclusão lógico-consumativa da questão relativa ao suposto cerceamento de
defesa, à luz dos arts. 507 e 1000, do CPC, posto que referido tópico não foi abordado nas razões dos embargos de
declaração, em 26/11/2018, opostos em face da decisão de decretação da falência com o fim único de excluir da
sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade, inexistindo qualquer menção a pedido de
provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de despacho
saneador prévio.
- Ademais, os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e saque de
bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000


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Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

em que figura como agravante EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., sendo agravado REDE MANAUS

COMERCIO DE PNEUS LTDA.


Acordam, por unanimidade de votos, os Desembargadores que compõem a Quarta Câmara Cível do
Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, em negar provimento aos recursos, nos termos do voto da relatora.
RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:
......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME,
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência,
Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios são:
ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-
011; FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-
214.862-K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,
comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.075.907-
82, residente e domiciliada nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; e
JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A, situada na avenida Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita no
CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
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JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do
caput do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação
da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirma, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação pretendida
por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de
instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).

Decisão indeferindo o efeito suspensivo (index 23).

Contrarrazões ofertadas pelo agravado, alegando, em suma, que a quebra da recorrente, foi decretada
porque preenchidos os pressupostos legais e cumpridas as formalidades legais, razão pela qual a decisão agravada
deve ser mantida (index 36).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça, no sentido de que a ausência de audiência de conciliação não é
óbice à decretação da falência, tampouco tem o condão de macular a decisão combatida.

Outrossim, destaca que é dever do Juiz promover, a qualquer tempo, a autocomposição das partes, nos
precisos termos do art. 139, V, do CPC, razão pela qual opina pelo conhecimento e parcial provimento do recurso,
apenas para que seja designada audiência de conciliação (index
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

Agravo interno ofertado em face do indeferimento do efeito suspensivo (index 61).


Contrarrazões
às fls. 36/39 ao agravo interno pugnando pelo desprovimento do recurso e reiterando as razões ofertadas
(index 77).
Manifestação da Procuradoria de Justiça, reiterando o parecer de fls. 46/58 (index 84).

É o relatório.

VOTO

Os recursos são tempestivos e encontram-se devidamente instruídos.

Não merece acolhimento a tese recursal.


Primeiramente, deve ser dito que a decisão agravada está suficientemente fundamentada, ao contrário do
que alega a recorrente, não tendo sido demonstrada, de forma irrefutável, a presença dos requisitos legais para o
deferimento do efeito suspensivo.
Em segundo lugar, revela-se incabível a reanálise da questão relativa ao suposto cerceamento de defesa da
parte agravante, posto que atingida pela preclusão lógico-consumativa, na forma dos artigos 507 e 1.000 do
CPC/2015, in verbis:
......................................................................................................
"Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão."

"Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a
vontade de recorrer."
......................................................................................................

A preclusão é o impedimento da prática de ato processual depois do momento adequado, em prol da


efetividade e da razoável duração do processo, com vistas a impedir que a qualquer tempo sejam suscitadas
matérias anteriormente resolvidas, evitando-se, assim, a eternização do feito e o tumulto processual.

Nesse sentido, leia-se esclarecedora lição do doutrinador Fredie Didier Jr1:

..........................................................................................................

"A preclusão não serve somente à ordem, à segurança e à duração razoável do processo. Não se resume à condição
de mera mola impulsionadora do processo. A preclusão tem, igualmente, fundamentos éticos-políticos, na medida
em que busca preservar a boa-fé e a lealdade no itinerário processual. A preclusão é técnica, pois, a serviço do
direito fundamental à segurança jurídica, do direito à efetividade (como impulsionadora do processo) e da proteção
à boa-fé. É importante essa observação: como técnica, a preclusão deve ser pensada e aplicada em função dos
valores a que busca proteger."
..........................................................................................................
A preclusão consumativa, mais especificamente, consiste na impossibilidade do sujeito processual praticar
determinado ato após a prática de um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar.

Já a preclusão lógica decorre de o sujeito processual haver praticado outro ato incompatível com o ato que
ele quer
143

Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

A preclusão é definida pela doutrina como a perda de uma situação jurídica ativa processual: seja a perda

de poder processual das partes, seja a perda de um poder do julgador2.


Seguindo a mesma linha de raciocínio, Giuseppe Chiovenda esclarece que a preclusão consiste na perda,
extinção ou consumação de uma faculdade processual, em razão de: 1) a parte não ter observado a ordem
assinalada pela lei para a prática de uma faculdade; 2) a parte ter realizado atividade incompatível com o exercício
da de uma faculdade; 3) ter a parte já exercido validamente a faculdade3.
Enfim, o instituto da preclusão tem por escopo a preservação da segurança jurídica, devendo ser
reconhecida, in casu, a ocorrência da preclusão lógico-consumativa da matéria atinente à violação à ampla defesa
da agravante, uma vez que foram ofertados embargos de declaração, em 26/11/2018, exclusivamente no intuito de
extirpar da sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade.
No entanto, nas razões do sobredito recurso, não houve qualquer menção à cerceamento de defesa, com
fundamento na existência de pedido de provas não apreciado, na necessidade de designação de audiência de
conciliação ou na ausência de despacho saneador prévio.
Vale notar que os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e
saque de bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios, o que inocorreu.
Confira-se a jurisprudência deste Tribunal de Justiça acerca do tema em exame, através das ementas abaixo
colacionadas:
..........................................................................................................

0046090-03.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). RENATA MACHADO COTTA -


Julgamento: 31/07/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. DECISÃO DE INDEFERIMENTO DE
ALIMENTOS PROVISÓRIOS. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA DE SUSPENSÃO
OU INTERRUPÇÃO DE PRAZO RECURSAL. MANIFESTA PRECLUSÃO. Segundo as lições de Giuseppe
Chiovenda, a doutrina conceitua o instituto da preclusão como sendo a perda da faculdade de praticar determinado
ato processual. A doutrina classifica a preclusão em (i) temporal, ao não ser observado o prazo próprio para o
exercício do ato; (ii) lógica, em função da prática incompatível com o ato a ser realizado; (iii) consumativa, em
razão de o ato processual já ter sido realizado; e (iv) pro uidicato, em virtude de a matéria encontrar-se decidida
pelo magistrado. In casu, o juízo de 1ª instância indeferira o pedido de concessão de alimentos provisórios (doc.
60), contudo, deixando a parte de oferecer recurso, o formulou pedido de reconsideração (doc. 63), que fora
rechaçado pelo juízo de 1º instância (doc. 94). Ora, a renovação do seu pedido por meio de pleito de
reconsideração não importa na interrupção de prazo recursal, restando portanto, preclusa a reanálise da questão por
essa via. Nessa esteira, inclusive, o verbete nº 46 da súmula da jurisprudência dominante deste E. Tribunal: "Não
se suspende, com o pedido de reconsideração, o prazo para interposição de qualquer recurso". Com efeito,
diversamente dos Embargos de Declaração que, nos termos do art. 1.026 do NCPC, interrompem o prazo para a
interposição de outros recursos por qualquer das partes, o pedido de reconsideração não interrompe aquele prazo.
Assim sendo, tornar-se inafastável a constatação de que restou precluso o direito de recorrer, uma vez que não
interpôs a parte, no momento apropriado, o agravo respectivo contra o provimento que originalmente rejeitou sua
pretensão. Precedentes do TJERJ e do STJ. Inteligência da Súmula nº 46 do TJERJ. Não conhecimento do recurso.

..........................................................................................................

0038846-57.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). FERNANDO FOCH DE LEMOS


ARIGONY DA SILVA - Julgamento: 19/06/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
144

Emitido em: 22/10/2021 14:49


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
eJUD TJRJ

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. REMESSA DOS AUTOS AO

CONTADOR. EXCESSO DE EXECUÇÃO. JUROS DE MORA. SENTENÇA QUE JULGOU EMBARGOS DO


DEVEDOR
CONTRATUAIS. TRANSITADAINEXISTÊNCIA EM JULGADO. DE MATÉRIA PRECLUSÃO DE ORDEM CONSUMATIVA. TAXA
PÚBLICA. Agravo deDE JUROS interposto de
instrumento
decisão que, em execução de título extrajudicial, indeferiu pedido de remessa dos autos ao contador para exclusão
de excesso de execução decorrente da aplicação de taxa de juros superior à legal. 1. É extemporânea a não deve ser
conhecida em decorrência de preclusão consumativa alegação de excesso de execução decorrente de incorreta taxa
de juros de mora depois de transitada em julgado sentença de parcial procedência em embargos à execução. 2.
Taxa de juros de mora só constitui matéria de ordem pública se constituir consectário lógico de condenação e não
se decorrer da livre manifestação das partes em contrato. 3. Recurso ao qual se nega provimento.
..........................................................................................................
0040350-35.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). ANDREA FORTUNA TEIXEIRA -
Julgamento: 07/03/2018 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. EXECUÇÃO DE
SENTENÇA. DECISÃO QUE REJEITA IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO, AO FUNDAMENTO DE QUE
INTEMPESTIVA. MANIFESTA INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO, OFERTADA, INCLUSIVE,
QUANDO JÁ LEVANTADOS OS VALORES DEPOSITADOS E BLOQUEADOS, E FINDA A EXECUÇÃO.
RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
..........................................................................................................
0033573-34.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -Des(a). CONCEIÇÃO APARECIDA
MOUSNIER TEIXEIRA DE GUIMARÃES PENA - Julgamento: 21/02/2018 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
Agravo de instrumento. Cumprimento de Sentença. Decisão que rejeitou a impugnação interposta. Entendimento
desta relatora pela manutenção da decisão. Não há dúvidas de que, quanto à impugnação aos cálculos já se operou
a preclusão lógico-consumativa, tendo em vista a parte ré, explicitamente, haver concordado com aqueles. A não
incidência da verba honorária sobre o capital garantidor é flagrante, pois, no que se refere à alegação, a Contadoria
judicial expressamente afirmou que nos cálculos por si apresentados não havia a incidência da verba honorária
sobre o referido capital. Por derradeiro, no que se refere ao aduzido excesso de execução, conforme se disse, e
quanto ao índice de correção monetária debatido, se operou a preclusão lógica. Precedentes desta Corte. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.
..........................................................................................................
No que tange ao agravo interno, note-se que a recorrente não traz qualquer nova alegação capaz de ensejar
a reforma da decisão indeferitória do efeito suspensivo, limitando-se apenas a reafirmar a inexistência dos
requisitos legais para decretação de sua falência.
Enfim, sendo o objeto do recurso a reforma de uma decisão já preclusa, voto no sentido de negar-lhe
provimento, para manter na íntegra a decisão agravada.
Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2021.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

1 In Curso de Direito Processual Civil. Vol. 01. 17ª ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2015. p. 417.
2 ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz de. "Preclusão". Estudos em homenagm ao Professor Galeno Lacerda. Porto
Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1989, p. 156-157.
3 CHIOVENDA, Giuseppe. Cosa giudicata e preclusione. Saggi di diritto processuale civile, p. 233.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
145
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090
4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
146
JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2021

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:SERGIO GUIMARAES XAVIER DOS SANTOS

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

AGRAVO INTERNO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. AÇÃO FALIMENTAR.


DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO. INDEFERIMENTO. ART. 932, III C/C ART. 1.021,
§1º, DO CPC/2015.ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO
LÓGICO-CONSUMATIVA (ART. 507 E 1.000 DO CPC). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OFERTADOS À
ÉPOCA COM O FIM ÚNICO DE EXCLUIR DA SENTENÇA DE FALÊNCIA O NOME DE EX-SÓCIOS.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO.
- Inconformismo da agravante com a decisão que decretou sua falência, alegando cerceamento de defesa, eis que
não foi permitida a produção de provas e a realização da audiência de conciliação pretendida por ambas as partes.
Discorre acerca de prejuízos decorrentes da má gestão do administrador judicial à época, o qual foi posteriormente
substituído, atitude esta que o agravante considera igualmente equivocada. Requer seja anulada a decisão agravada,
com a designação de audiência de conciliação.
- Agravante que se limita a reproduzir no agravo interno os mesmos argumentos apresentados na peça recursal do
agravo de instrumento, sem qualquer fato novo e/ou com relevância capaz de modificar o entendimento desta
Câmara acerca do efeito atribuído ao recurso. Aplicação do art. 932, III c/c art. 1.021, §1º, ambos do CPC/2015.
- Inarredável a conclusão acerca da preclusão lógico-consumativa da questão relativa ao suposto cerceamento de
defesa, à luz dos arts. 507 e 1000, do CPC, posto que referido tópico não foi abordado nas razões dos embargos de
declaração, em 26/11/2018, opostos em face da decisão de decretação da falência com o fim único de excluir da
sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade, inexistindo qualquer menção a pedido de
provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de despacho
saneador prévio.
- Ademais, os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e saque de
bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000


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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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em que figura como agravante EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., sendo agravado REDE MANAUS

COMERCIO DE PNEUS LTDA.


Acordam, por unanimidade de votos, os Desembargadores que compõem a Quarta Câmara Cível do
Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, em negar provimento aos recursos, nos termos do voto da relatora.
RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:
......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME,
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência,
Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios são:
ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-
011; FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-
214.862-K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,
comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.075.907-
82, residente e domiciliada nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; e
JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A, situada na avenida Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita no
CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
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JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do
caput do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação
da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirma, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação pretendida
por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de
instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).

Decisão indeferindo o efeito suspensivo (index 23).

Contrarrazões ofertadas pelo agravado, alegando, em suma, que a quebra da recorrente, foi decretada
porque preenchidos os pressupostos legais e cumpridas as formalidades legais, razão pela qual a decisão agravada
deve ser mantida (index 36).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça, no sentido de que a ausência de audiência de conciliação não é
óbice à decretação da falência, tampouco tem o condão de macular a decisão combatida.

Outrossim, destaca que é dever do Juiz promover, a qualquer tempo, a autocomposição das partes, nos
precisos termos do art. 139, V, do CPC, razão pela qual opina pelo conhecimento e parcial provimento do recurso,
apenas para que seja designada audiência de conciliação (index
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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Agravo interno ofertado em face do indeferimento do efeito suspensivo (index 61).


Contrarrazões
às fls. 36/39 ao agravo interno pugnando pelo desprovimento do recurso e reiterando as razões ofertadas
(index 77).
Manifestação da Procuradoria de Justiça, reiterando o parecer de fls. 46/58 (index 84).

É o relatório.

VOTO

Os recursos são tempestivos e encontram-se devidamente instruídos.

Não merece acolhimento a tese recursal.


Primeiramente, deve ser dito que a decisão agravada está suficientemente fundamentada, ao contrário do
que alega a recorrente, não tendo sido demonstrada, de forma irrefutável, a presença dos requisitos legais para o
deferimento do efeito suspensivo.
Em segundo lugar, revela-se incabível a reanálise da questão relativa ao suposto cerceamento de defesa da
parte agravante, posto que atingida pela preclusão lógico-consumativa, na forma dos artigos 507 e 1.000 do
CPC/2015, in verbis:
......................................................................................................
"Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão."

"Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a
vontade de recorrer."
......................................................................................................

A preclusão é o impedimento da prática de ato processual depois do momento adequado, em prol da


efetividade e da razoável duração do processo, com vistas a impedir que a qualquer tempo sejam suscitadas
matérias anteriormente resolvidas, evitando-se, assim, a eternização do feito e o tumulto processual.

Nesse sentido, leia-se esclarecedora lição do doutrinador Fredie Didier Jr1:

..........................................................................................................

"A preclusão não serve somente à ordem, à segurança e à duração razoável do processo. Não se resume à condição
de mera mola impulsionadora do processo. A preclusão tem, igualmente, fundamentos éticos-políticos, na medida
em que busca preservar a boa-fé e a lealdade no itinerário processual. A preclusão é técnica, pois, a serviço do
direito fundamental à segurança jurídica, do direito à efetividade (como impulsionadora do processo) e da proteção
à boa-fé. É importante essa observação: como técnica, a preclusão deve ser pensada e aplicada em função dos
valores a que busca proteger."
..........................................................................................................
A preclusão consumativa, mais especificamente, consiste na impossibilidade do sujeito processual praticar
determinado ato após a prática de um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar.

Já a preclusão lógica decorre de o sujeito processual haver praticado outro ato incompatível com o ato que
ele quer
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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A preclusão é definida pela doutrina como a perda de uma situação jurídica ativa processual: seja a perda

de poder processual das partes, seja a perda de um poder do julgador2.


Seguindo a mesma linha de raciocínio, Giuseppe Chiovenda esclarece que a preclusão consiste na perda,
extinção ou consumação de uma faculdade processual, em razão de: 1) a parte não ter observado a ordem
assinalada pela lei para a prática de uma faculdade; 2) a parte ter realizado atividade incompatível com o exercício
da de uma faculdade; 3) ter a parte já exercido validamente a faculdade3.
Enfim, o instituto da preclusão tem por escopo a preservação da segurança jurídica, devendo ser
reconhecida, in casu, a ocorrência da preclusão lógico-consumativa da matéria atinente à violação à ampla defesa
da agravante, uma vez que foram ofertados embargos de declaração, em 26/11/2018, exclusivamente no intuito de
extirpar da sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade.
No entanto, nas razões do sobredito recurso, não houve qualquer menção à cerceamento de defesa, com
fundamento na existência de pedido de provas não apreciado, na necessidade de designação de audiência de
conciliação ou na ausência de despacho saneador prévio.
Vale notar que os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e
saque de bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios, o que inocorreu.
Confira-se a jurisprudência deste Tribunal de Justiça acerca do tema em exame, através das ementas abaixo
colacionadas:
..........................................................................................................

0046090-03.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). RENATA MACHADO COTTA -


Julgamento: 31/07/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. DECISÃO DE INDEFERIMENTO DE
ALIMENTOS PROVISÓRIOS. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA DE SUSPENSÃO
OU INTERRUPÇÃO DE PRAZO RECURSAL. MANIFESTA PRECLUSÃO. Segundo as lições de Giuseppe
Chiovenda, a doutrina conceitua o instituto da preclusão como sendo a perda da faculdade de praticar determinado
ato processual. A doutrina classifica a preclusão em (i) temporal, ao não ser observado o prazo próprio para o
exercício do ato; (ii) lógica, em função da prática incompatível com o ato a ser realizado; (iii) consumativa, em
razão de o ato processual já ter sido realizado; e (iv) pro uidicato, em virtude de a matéria encontrar-se decidida
pelo magistrado. In casu, o juízo de 1ª instância indeferira o pedido de concessão de alimentos provisórios (doc.
60), contudo, deixando a parte de oferecer recurso, o formulou pedido de reconsideração (doc. 63), que fora
rechaçado pelo juízo de 1º instância (doc. 94). Ora, a renovação do seu pedido por meio de pleito de
reconsideração não importa na interrupção de prazo recursal, restando portanto, preclusa a reanálise da questão por
essa via. Nessa esteira, inclusive, o verbete nº 46 da súmula da jurisprudência dominante deste E. Tribunal: "Não
se suspende, com o pedido de reconsideração, o prazo para interposição de qualquer recurso". Com efeito,
diversamente dos Embargos de Declaração que, nos termos do art. 1.026 do NCPC, interrompem o prazo para a
interposição de outros recursos por qualquer das partes, o pedido de reconsideração não interrompe aquele prazo.
Assim sendo, tornar-se inafastável a constatação de que restou precluso o direito de recorrer, uma vez que não
interpôs a parte, no momento apropriado, o agravo respectivo contra o provimento que originalmente rejeitou sua
pretensão. Precedentes do TJERJ e do STJ. Inteligência da Súmula nº 46 do TJERJ. Não conhecimento do recurso.

..........................................................................................................

0038846-57.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). FERNANDO FOCH DE LEMOS


ARIGONY DA SILVA - Julgamento: 19/06/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. REMESSA DOS AUTOS AO

CONTADOR. EXCESSO DE EXECUÇÃO. JUROS DE MORA. SENTENÇA QUE JULGOU EMBARGOS DO


DEVEDOR
CONTRATUAIS. TRANSITADAINEXISTÊNCIA EM JULGADO. DE MATÉRIA PRECLUSÃO DE ORDEM CONSUMATIVA. TAXA
PÚBLICA. Agravo deDE JUROS interposto de
instrumento
decisão que, em execução de título extrajudicial, indeferiu pedido de remessa dos autos ao contador para exclusão
de excesso de execução decorrente da aplicação de taxa de juros superior à legal. 1. É extemporânea a não deve ser
conhecida em decorrência de preclusão consumativa alegação de excesso de execução decorrente de incorreta taxa
de juros de mora depois de transitada em julgado sentença de parcial procedência em embargos à execução. 2.
Taxa de juros de mora só constitui matéria de ordem pública se constituir consectário lógico de condenação e não
se decorrer da livre manifestação das partes em contrato. 3. Recurso ao qual se nega provimento.
..........................................................................................................
0040350-35.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). ANDREA FORTUNA TEIXEIRA -
Julgamento: 07/03/2018 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. EXECUÇÃO DE
SENTENÇA. DECISÃO QUE REJEITA IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO, AO FUNDAMENTO DE QUE
INTEMPESTIVA. MANIFESTA INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO, OFERTADA, INCLUSIVE,
QUANDO JÁ LEVANTADOS OS VALORES DEPOSITADOS E BLOQUEADOS, E FINDA A EXECUÇÃO.
RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
..........................................................................................................
0033573-34.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -Des(a). CONCEIÇÃO APARECIDA
MOUSNIER TEIXEIRA DE GUIMARÃES PENA - Julgamento: 21/02/2018 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
Agravo de instrumento. Cumprimento de Sentença. Decisão que rejeitou a impugnação interposta. Entendimento
desta relatora pela manutenção da decisão. Não há dúvidas de que, quanto à impugnação aos cálculos já se operou
a preclusão lógico-consumativa, tendo em vista a parte ré, explicitamente, haver concordado com aqueles. A não
incidência da verba honorária sobre o capital garantidor é flagrante, pois, no que se refere à alegação, a Contadoria
judicial expressamente afirmou que nos cálculos por si apresentados não havia a incidência da verba honorária
sobre o referido capital. Por derradeiro, no que se refere ao aduzido excesso de execução, conforme se disse, e
quanto ao índice de correção monetária debatido, se operou a preclusão lógica. Precedentes desta Corte. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.
..........................................................................................................
No que tange ao agravo interno, note-se que a recorrente não traz qualquer nova alegação capaz de ensejar
a reforma da decisão indeferitória do efeito suspensivo, limitando-se apenas a reafirmar a inexistência dos
requisitos legais para decretação de sua falência.
Enfim, sendo o objeto do recurso a reforma de uma decisão já preclusa, voto no sentido de negar-lhe
provimento, para manter na íntegra a decisão agravada.
Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2021.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO


MACHADO Relatora

1 In Curso de Direito Processual Civil. Vol. 01. 17ª e d. Salvador: E ditora JusPodivm, 2 015. p . 417.
2 ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz de. "Preclusão". Estudos em homenagm ao Professor Galeno Lacerda. Porto
Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1989, p. 156-157.
3 CHIOVENDA, Giuseppe. Cosa giudicata e preclusione. S aggi d i d iritto p rocessuale c ivile, p . 233.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
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JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090
4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553
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DGJUR - SECRETARIA DA 4ª CÂMARA CÍVEL

INTIMAÇÃO ELETRÔNICA

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2021

Processo: 0066147-42.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL

Destinatario:RAFAEL AUGUSTO DE MOURA PAIVA

Fica V. Sª / V. Exª intimado da determinação abaixo:

Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000

Agravante: EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA.


Agravado: REDE MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA
Origem: JUÍZO DA 1ª VARA EMPRESARIAL DA COMARCA DA CAPITAL
Relatora: Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO

AGRAVO INTERNO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. AÇÃO FALIMENTAR.


DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO. INDEFERIMENTO. ART. 932, III C/C ART. 1.021,
§1º, DO CPC/2015.ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO
LÓGICO-CONSUMATIVA (ART. 507 E 1.000 DO CPC). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OFERTADOS À
ÉPOCA COM O FIM ÚNICO DE EXCLUIR DA SENTENÇA DE FALÊNCIA O NOME DE EX-SÓCIOS.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO.
- Inconformismo da agravante com a decisão que decretou sua falência, alegando cerceamento de defesa, eis que
não foi permitida a produção de provas e a realização da audiência de conciliação pretendida por ambas as partes.
Discorre acerca de prejuízos decorrentes da má gestão do administrador judicial à época, o qual foi posteriormente
substituído, atitude esta que o agravante considera igualmente equivocada. Requer seja anulada a decisão agravada,
com a designação de audiência de conciliação.
- Agravante que se limita a reproduzir no agravo interno os mesmos argumentos apresentados na peça recursal do
agravo de instrumento, sem qualquer fato novo e/ou com relevância capaz de modificar o entendimento desta
Câmara acerca do efeito atribuído ao recurso. Aplicação do art. 932, III c/c art. 1.021, §1º, ambos do CPC/2015.
- Inarredável a conclusão acerca da preclusão lógico-consumativa da questão relativa ao suposto cerceamento de
defesa, à luz dos arts. 507 e 1000, do CPC, posto que referido tópico não foi abordado nas razões dos embargos de
declaração, em 26/11/2018, opostos em face da decisão de decretação da falência com o fim único de excluir da
sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade, inexistindo qualquer menção a pedido de
provas não apreciado, à necessidade de designação de audiência de conciliação ou à ausência de despacho
saneador prévio.
- Ademais, os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e saque de
bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de Instrumento nº 0066147-42.2019.8.19.0000


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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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em que figura como agravante EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA., sendo agravado REDE MANAUS

COMERCIO DE PNEUS LTDA.


Acordam, por unanimidade de votos, os Desembargadores que compõem a Quarta Câmara Cível do
Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, em negar provimento aos recursos, nos termos do voto da relatora.
RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento interposto por EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA. contra
decisão do Juízo da 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital que, em ação de falência proposta por REDE
MANAUS COMERCIO DE PNEUS LTDA (processo nº 0025940-32.2018.8.19.0001), decretou a falência da
agravante, em 05/11/2018, nos seguintes termos:
......................................................................................................

"(...) Por tais fundamentos, DECRETO a falência de EMPRESA DE VIAÇÃO ALGARVE LTDA - ME,
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com sede à Av. Cesário de Melo nº 11.800 - Parte, Paciência,
Rio de Janeiro, RJ, CEP 23.585-126, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 01.435.418/0001-94, cujos sócios são:
ANTONIO AUGUSTO ALVES FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-214.870-L expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.237-15, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3636, bloco 2, apto. 503, Barra da Tijuca, CEP 22630-
011; FERNANDO FERREIRA AMADO, português, casado, comerciante, portador da identidade nº RNE-W-
214.862-K expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.317-34, residente e domiciliado
nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1201, Barra da Tijuca, CEP 22630-010; MANUEL
CORREA DE FREITAS, português, casado, comerciante, portador da identidade nº
RNE-W-495.495-S expedida pelo SE/DPMAF/DPF e inscrito no CPF sob o nº 010.851.587-72, residente e
domiciliado nesta cidade à avenida Sernambetiba nº 3600, bloco 2, apto. 1801, Barra da Tijuca, CEP 22630-010;
JACOB BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 976.984 expedida pelo IFP/RJ e
inscrito no CPF sob o nº 005.805.707-20, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº
2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; JACOB BARATA FILHO, brasileiro, casado, comerciante, portador da
identidade nº 2.654.554-1 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 341.137.627-91, residente e
domiciliado nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; DAVID
FERREIRA BARATA, brasileiro, casado, comerciante, portador da identidade nº 3.774.905 expedida pelo
IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.076.207-97, residente e domiciliado nesta cidade à estrada Velha da
Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; ROSANE FERREIRA BARATA, brasileira, divorciada,
comerciante, portadora da identidade nº 3.503.331 expedida pelo IFP/RJ e inscrito no CPF sob o nº 629.075.907-
82, residente e domiciliada nesta cidade à estrada Velha da Tijuca nº 2350, Alto da Boa Vista, CEP 20531-081; e
JACOB & DANIEL PARTICIPAÇÕES S/A, situada na avenida Brasil nº 8255, parte, Ramos, inscrita no
CNPJ sob o nº 07.161.900/0001-60.

Fixo o termo legal da falência no nonagésimo dia anterior ao pedido de falência.

Ao falido para que cumpra, em cinco dias, o disposto no artigo 99, III da Lei 11.101/05.

Os credores deverão apresentar seus créditos em 15 dias, contados da publicação do edital no parágrafo único do
artigo 99.

Ao cartório para cumprir o inciso V do artigo 99 da Lei 11.101/05.

Determino que o representante da falida preste as declarações do artigo 104 da Lei de Falências, em 05 (cinco)
dias.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
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JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Os créditos habilitados serão pagos, em primeiro rateio, com juros e correção monetária, com base no
IPC (artigo 27 da Lei 9.069), calculados até a data da quebra e, se o ativo da massa comportar, em
segundo rateio, estender-se-ão, nesta hipótese, a correção monetária e os juros até o efetivo pagamento do crédito.

Nomeio administrador judicial Carlos Magno, Nery & Medeiros Advocacia Empresarial, na pessoa da advogada
Jamille Medeiros de Souza (contato@cmnm.adv.br, tel.: 2533-0617), que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do artigo 22 da Lei 11.101/05, sem prejuízo do disposto na alínea "a" do inciso II do
caput do artigo 35 do mesmo diploma legal. (...)" (index 222 do feito de origem)
......................................................................................................

Opostos embargos de declaração pela agravante (index 292), foram os mesmos acolhidos pelo Juízo a quo,
em 11/09/2019, consoante decisão abaixo transcrita:

......................................................................................................

"Fls. 292/296: conheço dos embargos e lhes dou provimento para excluir da sentença o nome dos ex-sócios já
retirantes da sociedade, ou seja: Antônio Augusto Alves Freitas, Fernando Ferreira Amado, Manuel Correia
de Freitas, Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata e Jacob
&Daniel Participações S/A, figurando, em seu lugar, Álvaro Rodrigues Lopes, Valter dos Santos Lopes e
Sérgio Alexandre Rodrigues Henriques.

Fls. 337/346: fixo o termo legal da falência no dia 04/11/2017.

Ao cartório para cumprir integralmente a decisão de fls. 301, expedindo-se os ofícios de praxe após a decretação
da quebra. (...)" (index 639 dos autos originários)
......................................................................................................

A agravante afirma, em síntese, a ocorrência de cerceamento de defesa consistente na prolação da decisão


de decretação da falência sem se permitir a produção de provas e realização da audiência de conciliação pretendida
por ambas as partes.

Discorre acerca de prejuízos ocorridos em dezembro de 2018, em decorrência da má gestão do


administrador judicial à época, posteriormente substituído, atitude que o agravante considera equivocada.
Solicita a concessão de efeito suspensivo e, no mérito, requer o provimento do presente agravo de
instrumento, para anular a decisão agravada e designar a audiência de conciliação requerida pelas partes.

Subsidiariamente, pleiteia que seja reformada a decisão, julgando-se improcedente o pedido de decretação
de falência da recorrente (index 2).

Decisão indeferindo o efeito suspensivo (index 23).

Contrarrazões ofertadas pelo agravado, alegando, em suma, que a quebra da recorrente, foi decretada
porque preenchidos os pressupostos legais e cumpridas as formalidades legais, razão pela qual a decisão agravada
deve ser mantida (index 36).

Parecer da douta Procuradoria de Justiça, no sentido de que a ausência de audiência de conciliação não é
óbice à decretação da falência, tampouco tem o condão de macular a decisão combatida.

Outrossim, destaca que é dever do Juiz promover, a qualquer tempo, a autocomposição das partes, nos
precisos termos do art. 139, V, do CPC, razão pela qual opina pelo conhecimento e parcial provimento do recurso,
apenas para que seja designada audiência de conciliação (index
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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Agravo interno ofertado em face do indeferimento do efeito suspensivo (index 61).


Contrarrazões
às fls. 36/39 ao agravo interno pugnando pelo desprovimento do recurso e reiterando as razões ofertadas
(index 77).
Manifestação da Procuradoria de Justiça, reiterando o parecer de fls. 46/58 (index 84).

É o relatório.

VOTO

Os recursos são tempestivos e encontram-se devidamente instruídos.

Não merece acolhimento a tese recursal.


Primeiramente, deve ser dito que a decisão agravada está suficientemente fundamentada, ao contrário do
que alega a recorrente, não tendo sido demonstrada, de forma irrefutável, a presença dos requisitos legais para o
deferimento do efeito suspensivo.
Em segundo lugar, revela-se incabível a reanálise da questão relativa ao suposto cerceamento de defesa da
parte agravante, posto que atingida pela preclusão lógico-consumativa, na forma dos artigos 507 e 1.000 do
CPC/2015, in verbis:
......................................................................................................
"Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo questões já decididas a cujo respeito se operou a
preclusão."

"Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a
vontade de recorrer."
......................................................................................................

A preclusão é o impedimento da prática de ato processual depois do momento adequado, em prol da


efetividade e da razoável duração do processo, com vistas a impedir que a qualquer tempo sejam suscitadas
matérias anteriormente resolvidas, evitando-se, assim, a eternização do feito e o tumulto processual.

Nesse sentido, leia-se esclarecedora lição do doutrinador Fredie Didier Jr1:

..........................................................................................................

"A preclusão não serve somente à ordem, à segurança e à duração razoável do processo. Não se resume à condição
de mera mola impulsionadora do processo. A preclusão tem, igualmente, fundamentos éticos-políticos, na medida
em que busca preservar a boa-fé e a lealdade no itinerário processual. A preclusão é técnica, pois, a serviço do
direito fundamental à segurança jurídica, do direito à efetividade (como impulsionadora do processo) e da proteção
à boa-fé. É importante essa observação: como técnica, a preclusão deve ser pensada e aplicada em função dos
valores a que busca proteger."
..........................................................................................................
A preclusão consumativa, mais especificamente, consiste na impossibilidade do sujeito processual praticar
determinado ato após a prática de um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar.

Já a preclusão lógica decorre de o sujeito processual haver praticado outro ato incompatível com o ato que
ele quer
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eJUD TJRJ

A preclusão é definida pela doutrina como a perda de uma situação jurídica ativa processual: seja a perda

de poder processual das partes, seja a perda de um poder do julgador2.


Seguindo a mesma linha de raciocínio, Giuseppe Chiovenda esclarece que a preclusão consiste na perda,
extinção ou consumação de uma faculdade processual, em razão de: 1) a parte não ter observado a ordem
assinalada pela lei para a prática de uma faculdade; 2) a parte ter realizado atividade incompatível com o exercício
da de uma faculdade; 3) ter a parte já exercido validamente a faculdade3.
Enfim, o instituto da preclusão tem por escopo a preservação da segurança jurídica, devendo ser
reconhecida, in casu, a ocorrência da preclusão lógico-consumativa da matéria atinente à violação à ampla defesa
da agravante, uma vez que foram ofertados embargos de declaração, em 26/11/2018, exclusivamente no intuito de
extirpar da sentença o nome de ex-sócios que já haviam se retirado da sociedade.
No entanto, nas razões do sobredito recurso, não houve qualquer menção à cerceamento de defesa, com
fundamento na existência de pedido de provas não apreciado, na necessidade de designação de audiência de
conciliação ou na ausência de despacho saneador prévio.
Vale notar que os alegados prejuízos ocorridos após a decisão agravada (invasão da empresa, vandalismo e
saque de bens) datam de dezembro de 2018, o que leva à total descredibilidade a tese recursal.
Ora, se o caso em tela estivesse a exigir um provimento jurisdicional verdadeiramente urgente, a agravante
teria optado diretamente pela propositura de recurso de agravo de instrumento àquela época, em vez de embargos
de declaratórios, o que inocorreu.
Confira-se a jurisprudência deste Tribunal de Justiça acerca do tema em exame, através das ementas abaixo
colacionadas:
..........................................................................................................

0046090-03.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). RENATA MACHADO COTTA -


Julgamento: 31/07/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. DECISÃO DE INDEFERIMENTO DE
ALIMENTOS PROVISÓRIOS. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA DE SUSPENSÃO
OU INTERRUPÇÃO DE PRAZO RECURSAL. MANIFESTA PRECLUSÃO. Segundo as lições de Giuseppe
Chiovenda, a doutrina conceitua o instituto da preclusão como sendo a perda da faculdade de praticar determinado
ato processual. A doutrina classifica a preclusão em (i) temporal, ao não ser observado o prazo próprio para o
exercício do ato; (ii) lógica, em função da prática incompatível com o ato a ser realizado; (iii) consumativa, em
razão de o ato processual já ter sido realizado; e (iv) pro uidicato, em virtude de a matéria encontrar-se decidida
pelo magistrado. In casu, o juízo de 1ª instância indeferira o pedido de concessão de alimentos provisórios (doc.
60), contudo, deixando a parte de oferecer recurso, o formulou pedido de reconsideração (doc. 63), que fora
rechaçado pelo juízo de 1º instância (doc. 94). Ora, a renovação do seu pedido por meio de pleito de
reconsideração não importa na interrupção de prazo recursal, restando portanto, preclusa a reanálise da questão por
essa via. Nessa esteira, inclusive, o verbete nº 46 da súmula da jurisprudência dominante deste E. Tribunal: "Não
se suspende, com o pedido de reconsideração, o prazo para interposição de qualquer recurso". Com efeito,
diversamente dos Embargos de Declaração que, nos termos do art. 1.026 do NCPC, interrompem o prazo para a
interposição de outros recursos por qualquer das partes, o pedido de reconsideração não interrompe aquele prazo.
Assim sendo, tornar-se inafastável a constatação de que restou precluso o direito de recorrer, uma vez que não
interpôs a parte, no momento apropriado, o agravo respectivo contra o provimento que originalmente rejeitou sua
pretensão. Precedentes do TJERJ e do STJ. Inteligência da Súmula nº 46 do TJERJ. Não conhecimento do recurso.

..........................................................................................................

0038846-57.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). FERNANDO FOCH DE LEMOS


ARIGONY DA SILVA - Julgamento: 19/06/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
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Emitido em: 22/10/2021 14:49


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eJUD TJRJ

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. REMESSA DOS AUTOS AO

CONTADOR. EXCESSO DE EXECUÇÃO. JUROS DE MORA. SENTENÇA QUE JULGOU EMBARGOS DO


DEVEDOR
CONTRATUAIS. TRANSITADAINEXISTÊNCIA EM JULGADO. DE MATÉRIA PRECLUSÃO DE ORDEM CONSUMATIVA. TAXA
PÚBLICA. Agravo deDE JUROS interposto de
instrumento
decisão que, em execução de título extrajudicial, indeferiu pedido de remessa dos autos ao contador para exclusão
de excesso de execução decorrente da aplicação de taxa de juros superior à legal. 1. É extemporânea a não deve ser
conhecida em decorrência de preclusão consumativa alegação de excesso de execução decorrente de incorreta taxa
de juros de mora depois de transitada em julgado sentença de parcial procedência em embargos à execução. 2.
Taxa de juros de mora só constitui matéria de ordem pública se constituir consectário lógico de condenação e não
se decorrer da livre manifestação das partes em contrato. 3. Recurso ao qual se nega provimento.
..........................................................................................................
0040350-35.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - Des(a). ANDREA FORTUNA TEIXEIRA -
Julgamento: 07/03/2018 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. EXECUÇÃO DE
SENTENÇA. DECISÃO QUE REJEITA IMPUGNAÇÃO À EXECUÇÃO, AO FUNDAMENTO DE QUE
INTEMPESTIVA. MANIFESTA INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO, OFERTADA, INCLUSIVE,
QUANDO JÁ LEVANTADOS OS VALORES DEPOSITADOS E BLOQUEADOS, E FINDA A EXECUÇÃO.
RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
..........................................................................................................
0033573-34.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO -Des(a). CONCEIÇÃO APARECIDA
MOUSNIER TEIXEIRA DE GUIMARÃES PENA - Julgamento: 21/02/2018 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
Agravo de instrumento. Cumprimento de Sentença. Decisão que rejeitou a impugnação interposta. Entendimento
desta relatora pela manutenção da decisão. Não há dúvidas de que, quanto à impugnação aos cálculos já se operou
a preclusão lógico-consumativa, tendo em vista a parte ré, explicitamente, haver concordado com aqueles. A não
incidência da verba honorária sobre o capital garantidor é flagrante, pois, no que se refere à alegação, a Contadoria
judicial expressamente afirmou que nos cálculos por si apresentados não havia a incidência da verba honorária
sobre o referido capital. Por derradeiro, no que se refere ao aduzido excesso de execução, conforme se disse, e
quanto ao índice de correção monetária debatido, se operou a preclusão lógica. Precedentes desta Corte. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO.
..........................................................................................................
No que tange ao agravo interno, note-se que a recorrente não traz qualquer nova alegação capaz de ensejar
a reforma da decisão indeferitória do efeito suspensivo, limitando-se apenas a reafirmar a inexistência dos
requisitos legais para decretação de sua falência.
Enfim, sendo o objeto do recurso a reforma de uma decisão já preclusa, voto no sentido de negar-lhe
provimento, para manter na íntegra a decisão agravada.
Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2021.

Desembargadora MARIA HELENA PINTO MACHADO


Relatora

1 In Curso de Direito Processual Civil. Vol. 01. 17ª ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2015. p. 417.
2 ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz de. "Preclusão". Estudos em homenagm ao Professor Galeno Lacerda. Porto
Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 1989, p. 156-157.
3 CHIOVENDA, Giuseppe. Cosa giudicata e preclusione. Saggi di diritto processuale civile, p. 233.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE
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JANEIRO eJUD TJRJ Emitido em: 22/10/2021

Secretaria da Quarta Câmara Cível


Rua Dom Manuel, 37, Sala 511 - Lâmina III
Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20010-090
4 - Tel.: + 55 21 3133-6294 - E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br - PROT. 553
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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
4ª Câmara Cível

CERTIDÃO

Certifico que foi publicada no Diário da


Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro, parte II
do dia 25/10/2021 00:05 a notícia do Acórdão.

Rio de Janeiro,25/10/2021 00:05.

MARIA CRISTINA DOS SANTOS FLORENTINO


Sec. 4ª Câmara Cível

4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Rua Dom Manuel, 37 – Sala 511 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.010-090.
Tel.: + 55 21 3133-6294 / + 55 21 3133-6684 – E-mail: 04cciv@tjrj.jus.br – PROT. 553

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