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JOÃO PEDRO, apelante, nos autos da Apelação Cível em que figura como apelada a
Concessionária de Serviço de Transporte Público de Teresina- UNIFSA
Transportes, inconformada com o r. Acórdão que negou provimento ao recurso de
apelação, vem perante V. Exa., interpor o presente
RECURSO ESPECIAL
O que faz com fundamento no art. 105, III, alíneas “a” e “c”, da Constituição Federal e
do art. 1029 do CPC/2015, requerendo seja o mesmo recebido, processado e admitido,
determinando-se sua remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça para apreciação e
julgamento.
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
ADVOGADO
OAB n° xxx
RAZÕES DO RECURSO
Colenda Turma,
Eméritos Ministros:
“Permissa maxima venia” o v. Acórdão recorrido merece integral reforma, eis que
infringiu vários dispositivos de leis federais, divergindo também de decisões de outros
tribunais pátrios e, inclusive do presente E. Tribunal, conforme a seguir será
demonstrado.
I RAZÕES RECURSAIS:
I.I ) Do Cabimento:
Conforme análise dos autos foi concluído que a decisão mantida pelo acórdão
caminhou, data vênia, em sentido contrário à lei federal, lhe contradizendo e negando-
lhe vigência; acórdão esse julgado em última instância pelo Tribunal Regional, e por
último, nota-se a existência de divergência jurisprudencial quanto à questão suscitada no
feito.
Portanto, com base no art. 105, III, “a”, da Constituição Federal de 1988, nota-se o
cabimento do presente RECURSO ESPECIAL para o Superior Tribunal de Justiça
quando acórdãos dos Tribunais Regionais em última instância contrariarem Lei Federal
ou negar-lhe vigência, uma vez que a decisão recorrida violou o Código de Defesa do
Consumidor. Para enfim alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para
modificar da sentença de primeiro grau.
I. II) Da Tempestividade:
Nos termos do art. 1003, § 5º do NCPC/2015, o prazo para interpor o presente recurso é
de 15 dias. Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário Oficial na
data de 19/05/2023, tendo sido o recorrente intimado da mesma nesta data,
reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento, pois o prazo vai até dia
12/06/2023.
I. III) Do Preparo:
O requerente deixa de efetuar o preparo, uma vez que já foi concedido o benefício da
Justiça Gratuita pelo Juízo de 1º grau, conforme o disposto no art. 1007, § 1º do Novo
Código de Processo Civil.
I. IV) Do Prequestionamento:
Por oportuno, cabe esclarecer que a ocorrência provisionada no art. 1022, II do CPC, o
tribunal “ a quo” foi omisso, deixou de suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual
devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, no caso concreto, em sede de
embargos de declaração, não analisou a fundamentação apresentado pelo Recorrente.
Por conseguinte, atrai a aplicação do art. 1.025 do CPC, tendo em vista que não foi
enfrentado pelo tribunal “a quo”, os elementos que o embargante suscitou , no caso
concreto, as teses levantadas pelo Recorrente em sede das razões de apelação e também
ventilados nos aclamatórios, para fins de acesso à instância superior, deve, ser aceito, o
pré-questionamento na modalidade Ficta, conforme evidenciado no Acórdão ora,
recorrido.
Sendo assim, Requer a essa Corte STJ, que reconheça a nulidade do acordão recorrido
do tribunal “a quo”, por omissão, e enfrente a questão do caso concreto, para tanto, deve
ser recebido, conhecido e, ao final, acolhido o presente Recurso Especial, a fim de
anular a acórdão retro, por ofensa aos art. 1.022, II, pelo vício de omissão; consoante
com art. 1.025 e art. 489, § 1º, IV e VI, todos do CPC, e violação aos art. 4º , inciso I,
art. 6º VI e VIII, art. 14 art. 42. Parágrafo Único, art. 39, inciso I, combinado com artigo
51 inciso IV; todos do Código de Defesa do Consumidor.
I.V) Da relevância:
O recorrente alegou que a sua relação com a Concessionária de Serviço Público foi
definida como uma relação de consumo e que, portanto, a contagem do prazo
prescricional deveria ser interrompida em razão do claro conhecimento do dano e de
suas consequências, conforme estabelecido no referido art. dispositivo de tortura. Mas a
decisão do TJ-PI rejeitou o pedido do CDC, mantendo o argumento da prescrição de
três anos do Código Civil. Portanto, a aplicação incorreta do CDC configura infração à
legislação federal.
A ação original foi proposta em 2023 tendo como objeto uma indenização decorrente de
acidente no transporte público em 2019. A ação foi ajuizada somente em 2023, depois
que a parte autora teve acesso à perícia médica que concluiu que a mesma estava com
sequelas permanentes que a incapacitavam totalmente para exercer atividade laboral. Na
referida ação, foi comprovado nos autos (fls. xxx) a existência do dano, a culpa
exclusiva da parte ré e o nexo de causalidade entre a conduta da ré e o dano sofrido pela
parte autora. Foi deferido o benefício da justiça gratuita. Entretanto, a sentença
prolatada foi de improcedência, sob o fundamento de que ocorrera a prescrição, vez que
já tinham se passado 03 (três) anos entre a ocorrência do fato e o ajuizamento da ação
nos termos do art. 206, § 3º, V do Código Civil.
II – DO DIREITO:
Por tanto nota-se a existência de uma relação de consumo. Então, de acordo com o
artigo 27 do CDC e o proposto no 1-C lei 9.494/97, o prazo para interpor a ação
prescreve em 5 anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto
ou do serviço, em que Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos
danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviços públicos.
Conforme previsto na súmula 278 do STJ, por se tratar de uma relação de consumo, os
prazos prescricionais devem ser contados a partir do conhecimento inequívoco do dano
e de suas consequências e não a partir do laudo médico que serviu para instruir a
execução. Argumenta-se que o recorrente só teve conhecimento das sequelas
permanentes decorrentes do acidente em 04/04/2023, quando teve acesso ao laudo
médico
Ainda, o requerido deve ser responsabilizado, uma vez que ao se tratar de uma relação
de consumo, usa-se o disposto no Código de Defesa do Consumidor, com base no artigo
14, do CDC, pois o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.
Ademais, ao ter acesso aos autos do processo inicial, e analisar a situação passada pelo
recorrente, é cabível o pedido de pagamento de indenização pela parte requerida, por
danos morais, com base no disposto no artigo 927 e 186 e do Código Civil. E
conforme o artigo 950 do CC, devido a sua situação médica em que o recorrente possui
sequelas permanentes possui o direito ressarcimento, pois se encontra, não podendo
exercer o seu ofício ou profissão, cabendo a indenização, para o pagamento das
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente a depreciação que ele sofreu.
B) Seja intimada a recorrida, para, querendo, apresentar sua resposta, no prazo previsto
em lei;
C) Condenação do recorrido a indenização por danos morais, com base no art. 186 e
927 do Código Civil vigente;
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
TERESINA-PI, data.
ADVOGADO
OAB n° xxx