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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


, por intermédio de seu advogado que esta (e) subscreve (Nome, OAB e endereço
profissional), respeitosamente, vem à presença de Vossa Excelência, não se
conformando, data vênia, com a respeitável decisão do Meritíssimo Juiz da 5ª
Vara Cível do Foro de Monróvia, expedida nos autos da AÇÃO DE OBRIGAÇÃO
DE FAZERC/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA proposta em
face de Health 100%,devidamente inscrito no CNPJ sob n° 4321567890-0001/56,
situado na Avenida da Solidão,525, Vila da Saudade, da cidade de Monróvia do
Estado de São Paulo, agravar por instrumento, observando o procedimento dos
artigos 1.015 V , do Código de Processo Civil l, em conformidade com as inclusas
razões.
Para tanto, junta cópia de “todo o processo” de primeiro grau (petição inicial e
documentos que a acompanham, inclusive procuração outorgada pela parte,
decisão ora agravada e certidão de intimação). Deixa de juntar procuração ad
judicia do Agravado, pois não ocorreu a citação nos autos -- Apenas em caso de a
parte Agravada não ter sido citada.
A subscritora da presente petição declara, sob as penas da lei, que todas as
cópias que formam o presente instrumento conferem com os originais (artigo 425,
inciso IV, do Código de Processo Civil).
O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, visto que a publicação da
decisão ocorreu dia 03 de outubro de 2023. Assim, o presente instrumento jurídico
está sendo utilizado dentro do prazo legal, a saber, dentro de 15 (quinze) dias,
consubstanciado no artigo 1.003, parágrafo 5º do Código de Processo Civil.
A Agravante deixa de acostar o comprovante de recolhimento do preparo, dado
que o tema em vertente diz respeito ao benefício da gratuidade da justiça, na
hipótese negado.
Com efeito, utiliza-se do preceito contido no artigo 101, parágrafo 1º do Código de
Processo Civil. Assim, figurando dispositivo com essa exceção legal, aplica-se o
conteúdo do artigo 1.007, caput cumulado com o artigo 1.017, parágrafo 1º,
ambos do Código de Ritos.
Caso não seja este o entendimento do Digníssimo Julgador, respeitosamente,
requer que, alternativamente, defira o prazo de 10 (dez) dias para que a Agravante
faça o recolhimento do preparo.
Facie ao exposto, requer que digne-se Vossa Excelência, em recebendo as
razões do presente recurso, conceder efeito suspensivo à decisão agravada,
conforme artigos 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, encaminhando à
posterior apreciação desse Egrégio Tribunal de Justiça através de uma de suas
Câmaras, a qual, por certo, fará a costumeira justiça, dando provimento ao
presente, reformando a respeitável decisão proferida pelo Juízo a quo.
Respeitosamente, nestes termos em que pede deferimento.
Cidade, data.
Advogada, OAB
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RAZÕES DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
JUIZO “A QUO” 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MONRÓVIA, FORO DE
MONRÓVIA- SÃO PAULO
TRIBUNAL “ AD QUEM” EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
PROCESSO Nº 0987654-98.2023.8.16.1098
AGRAVANTE: Eudora Pandora
AGRAVADO: Health 100%
Colenda Câmara,
I- BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO
A Agravante propôs AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZERC/C PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA em face do Agravante Health 100% -
Sendo que a agravante é possuidora de um plano de saúde e desde 2015 diz ser
portadora de câncer de mama, ou seja, neste mesmo ano, passou por uma
cirurgia para remoção total das duas mamas e realizou um tratamento
quimioterápico.
Por outro lado, a agravante diz: que habitualmente realiza os exames de rotina
períodicos, devido a doença que fora acometer e que nessas vericações
constantes, apontou-se na resssonânia magnética outros achados oncológicos
relevantes,ou seja, o Médico constatou a volta do cancer da agravante, cujo o
resultado foi na parte do fígado de forma extramente agressiva.
Portanto, a agravante, necessita da ulitização de um fármaco experimental,
denominado “adamantium” a ser ministrado no próprio hospital, haja vista, que
seu estado de saúde é crítico e necessita de extrema urgência a medicação.
Juntos com a inicial foram apresentados documento que demonstram que a
Agravante faz jus à benesse da gratuidade da justiça, entretanto, o Douto Juiz de
primeiro grau indeferiu à Agravante os benefícios da justiça gratuita, determinando
que a Agravante providenciasse o recolhimento das custas e despesas
processuais, “Portanto, indefiro o pedido de assistência judiciária gratuita, de
plano”.
Em síntese, o necessário.
II- DO EFEITO SUSPENSIVO
Ab initio, consoante permissivo do artigo 1.019, inciso I, do Código de Processo
Civil, “requer-se” seja deferido o efeito suspensivo ao presente recurso,
determinando-se ao respeitável Magistrado a quo que faça constar nos autos
estar a Agravante amparada pelos benefícios da justiça gratuita.
A medida se justifica: primeiro, por estar presente o fumus boni iuris, fato que se
constata pela simples consulta de farta jurisprudência deste Egrégio Tribunal,
onde se afirma que, para se obter o referido benefício, basta a simples afirmação
nos autos (a declaração de pobreza foi juntada aos autos, firmada pela própria
Agravante), sendo sabidamente desnecessário que a Agravante faça prova
negativa; segundo, por estar presente o periculum in mora, tendo em vista que a
ausência do referido benefício trará graves prejuízos processuais a Agravante,
inclusive, na extinção da presente demanda.
Portanto, o fumus boni iuris e periculum in mora estão presentes nos autos, como
se demonstrou, assim, respeitosamente, requer que seja concedida a liminar, com
escopo de determinar o Juízo a quo que, por sua vez, que anote nos autos ser a
Agravante beneficiária da justiça gratuita, determinando, no mais, o
prosseguimento do feito.
III- DO DIREITO
Antes de tudo, urge asseverar que a Lei nº 1.060 de 05 de fevereiro de 1950, até
então principal legislação correspondente a regular os benefícios da justiça
gratuita, ainda permanece em vigor, embora parcialmente.
Disciplina a Legislação Adjetiva Civil, “Art. 1.072 – Revogam-se: (...) III os arts. 2º,
3º, 4º, 6º, 7º, 11º, 12º e 17º da Lei n.º 1.060 de 5 de fevereiro de 1950;”.
Nesse compasso, com a vigência do Código de Processo Civil, há uma revogação
limitada, a saber:
A Lei 1.060/1950. Até a edição do CPC/2015, a Lei 1.060/1960 constituía a
principal base normativa do benefício da justiça gratuita. Essa lei não foi
completamente revogada pelo CPC/2015, sobretudo porque há nela disposições
que se relacionam à assistência judiciária. (Teresa Arruda Alvim Wambier ... [et.
al.], coordenadores. Breves comentários ao Novo Código de Processo Civil. – São
Paulo: RT, 2015, p. 355).
A Constituição Federal afirma que tal benefício passou a constituir-se em
verdadeira garantia constitucional. Nessa diretriz, estabelece o inciso LXXIV, de
seu artigo 5º, em observância ao devido processo legal.
Uma vez que trata de pessoa física, a justiça gratuita deve ser concedida à vista
da simples afirmação da parte, posto que essa goza de presunção juris tantum de
veracidade [1], cabendo à parte contrária produzir prova em sentido contrário,
arguindo a indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça como matéria
preliminar (inciso XIII, do artigo 337).
A Agravante não tem condições de recolher as custas e despesas processuais,
uma vez que, é aposentada e seus ganhos auferido é em proveito de seu
tratatamento medico.
A jurisprudência é uníssona, quando aduz que:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA. PRESUNÇÃO LEGAL DE VERACIDADE DA
DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA DE PESSOA NATURAL . AUSÊNCIA
DE EFICÁCIA RETROATIVA DA AIJ. PEDIDO INDEFERIDO ÀS FLS. 25/26.
AUSÊNCIA DE RECURSO. PRECLUSÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
PEDIDO IMPLÍCITO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. O entendimento
vanguardista norteador da edição do Código de Processo Civil, atento à
jurisprudência do STJ e do STF no que tange à disciplina constitucional
acerca da matéria em questão, estabeleceu presunção legal que milita em
favor do jurisdicionado pessoa física que só pode ser desconstituída
mediante a existência de elementos objetivos nos autos pelos quais o juiz
possa entender em sentido diverso a tal presunção . No caso dos autos,
ante a presunção legal e a ausência de produção de prova por parte da
apelada em sentido diverso, tenho que o caso é de acolher o pleito para
conceder a AJG requerida. Contudo, a concessão da benesse legal não
isenta a apelante do pagamento dos consectários da sua derrota em
primeiro grau. [...] (TJ-BA - APL: 00003402520078050020, Relator: MÁRIO
AUGUSTO ALBIANI ALVES JÚNIOR, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 18/02/2020)

O artigo 99, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil, prevê que:


Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
[...]
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente
por pessoa natural.
Nesse diapasão, o Ilustre Magistrado tão somente poderia indeferir o pedido
quando absolutamente seguro de que a parte, em verdade, teria condições de
arcar com as custas e despesas judiciais, o que não foi o caso.
De outro bordo, registra-se que a parte contrária poderá requerer, a qualquer
momento, durante a instrução processual, a revogação de tais benefícios,
condicionada a demonstração cabal quanto a existência de recursos pela parte
adversa (artigo 100, caput do Código de Processo Civil).
Posto isto, uma vez que Agravante demonstrou que não aufere rendimento
mensal acima do mínimo necessário para sua sobrevivência, requer aos Ilustres
Desembargadores a concessão do benefício a Agravante, com a consequente
reforma da decisão de primeira instância, pois os fatos comprovam a real
motivação do pleito.
IV- DOS PEDIDOS
Facie ex posit, requer a concessão do efeito suspensivo, bem como, requer que,
ao final, este agravo de instrumento seja reconhecido e provido em seu mérito por
esta Egrégia Turma.
Em suma, tem-se que a decisão guerreada, na parte citada em linhas anteriores,
com o devido respeito, merecer ser agravada, por todas as considerações
destacadas.
Pede, como questão de fundo, a reforma do decisório atacado, objetivando, em
consequência, conceder o benefício da justiça gratuita a Agravante. Além disso,
provendo-o para, anular o ato decisório, que denegou o pedido de gratuidade da
justiça.
Respeitosamente, nestes termos em que pede deferimento.
Cidade, data.
Advogado - OAB

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