Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 6ª VARA –

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL – DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO


DO PIAUÍ,

Processo nº. XXXXXXXXXXXXXX


Recorrente: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, já devidamente qualificado


nos autos em epígrafe, vem, com o devido acatamento e respeito, à
presença de V. Excelência, por intermédio desta XXXXXXXXXXXXXXXXX,
por sua XXXXXXXXXXXXXXXX e seu Estagiário ao final assinados, interpor
o presente

RECURSO INOMINADO

com fulcro no art. 42 et seq. da Lei 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei


10.259/01, em face da respeitável sentença de fls. 49/51 dos autos,
consoante razões em apenso, pelo que requer o regular processamento e
remessa do feito à Egrégia Turma Recursal para fins de julgamento.

Termos em que pede e espera deferimento.

Teresina, 2 de agosto de 2016.

XXXXXXXXXX
Processo nº. XXXXXXXXXXXXXXX
Recorrente: XXXXXXXXXXXXXXXXXX
Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social

EGRÉGIA TURMA RECURSAL,

Eméritos Julgadores,

Eminente Relator,

Trata-se de recurso inominado interposto contra decisão que,


julgando parcialmente procedente a demanda, condenou a Recorrida à
implantação da aposentadoria por invalidez, bem como ao pagamento dos
benefícios indevidamente não pagos, desde a data da perícia médica, por
entender que não foram apresentados inicialmente documentos capazes
de comprovar a condição de incapaz para o labor do Autor.

Todavia, consoante passaremos a demonstrar, deve ser


reformada a sentença, somente no que tange ao termo a quo do
pagamento dos atrasados, que deverá corresponder ao indeferimento
administrativo do mesmo. Vejamos.

1. DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

O autor reitera o pedido dos benefícios da Justiça Gratuita, por


ser declaradamente pobre na forma da lei, não podendo arcar com as
custas e despesas do processo sem prejuízo de seu sustento próprio e de
sua família, com o devido esteio no artigo 4º da Lei nº. 1.060/50.

2. SINOPSE FÁTICA

O recorrente requereu pela via administrativa junto ao INSS a


concessão do Benefício Auxílio-Doença, na data 20/08/07, tendo sua
pretensão indeferida após a realização de perícia médica, a qual concluiu
que o autor não possuía “incapacidade para o seu trabalho ou atividade
habitual”.

2
Devido ao indeferimento do pedido do auxílio, o recorrente
teve de buscar os meios judiciais para garantir o seu direito, desta forma,
acionou esta XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXpara assisti-lo judicialmente.

Em juízo, foi designada uma perícia judicial (fls.44/45) que


concluiu ser o requerente portador de doenças/moléstias (CID-10 I42.0 +
I.50) que o incapacita de forma permanente e total para o trabalho, ante
a impossibilidade de ser reabilitado em outra profissão.

O MM. Juiz monocrático, em sentença, analisou todos os


requisitos para o auxílio-doença e para a aposentadoria por invalidez,
destacando que o recorrente preencheu tais requisitos, antecipando os
efeitos da tutela e julgando parcialmente procedente o seu pedido.

Na concessão da aposentadoria por invalidez, o MM. Julgador


destacou que o recorrente teria direito a um salário-mínimo, a partir da
perícia realizada em juízo 19/11/2016, sob a alegação de que “nem o
laudo pericial, nem os documentos acostados na fornecerem elementos
capazes de atestar que o autor ostentava situação de incapaz à época.
Não compete a este juízo, portanto, adotar presunções sem respaldo
técnico necessário”.

Não conformado com a decisão do juízo a quo, no que tange a


concessão da aposentadoria apenas após a perícia judicial o recorrente
resolve interpor o presente recurso inominado.

3. DAS RAZÕES PARA REFORMA DA SENTENÇA.

Com a devida permissão de V. Excelências, é de se


argumentar, conforme consta na Inicial, que a perícia realizada pelo
recorrido à época do pedido administrativo foi imprecisa, não constatando
a incapacidade laboral do autor. Por conta disso, foi negado os direitos do
recorrente, posteriormente reconhecidos por parte deste Juízo.

Portanto, como a perícia realizada foi imprecisa, nada mais


lógico considerar que não representa instrumento idôneo para atestar a
capacidade laboral do Autor, logo teve seu entendimento modificado por
este Juízo, devido a perícia médica oficial.

Contudo, deve-se considerar que se a época da primeira


perícia o recorrente já estava disposto a ser avaliado pelo crivo de um
perito, tendo se submetido a tal por estar ciente da enfermidade que
possui e de como ela já naquela época o impedia de trabalhar e
conseqüentemente de manter-se.

3
Tanto assim o é, que não conformou-se com a negativa
administrativa e buscou esteio na seara judicial para ver seu direitos
garantidos. Dessa forma, é notória e clara a existência do direito ao
benefício desde a data daquela negativa a qual, por falta de zelo (visto
que a enfermidade perdura até os dias atuais), baseou-se em laudo
infundado para indeferir o pedido de auxílio-doença do autor.

Vale ressaltar que a majoritária jurisprudência tem se erigido


no sentido de conceder o benefício vindicado desde a data do
requerimento administrativo, senão vejamos:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE


TEMPORÁRIA PARA O TRABALHO. EXAME PERICIAL. TERMO
INICIAL.
1. Apontando o laudo pericial a incapacidade temporária para o
trabalho, e atendidos os demais requisitos previstos em lei,
pertine a concessão de auxílio doença
2. Tendo o laudo pericial atestado a existência da incapacidade
em data anterior à sua elaboração, não merece reparos a
sentença que reconheceu o direito à aposentadoria por invalidez a
partir do requerimento administrativo.
3. Apelação a que se nega provimento.
(TRF 1. AC 94.01.25397-8/MG. Órgão Julgador: 1ª Turma
Suplementar. Relator: Juiz Federal Saulo Jose Casali Bahia. Data
da Publicação: 03/03/2005 DJ p.26)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


COMPROVAÇÃO, POR LAUDO PERICIAL, DA INCAPACIDADE DO
AUTOR, DESDE A DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO,
DIREITO AO BENEFÍCIO (ART. 42 DA LEI 8.231/91), DESDE
AQUELA ÉPOCA. DEDUÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS A TÍTULO
DE AUXÍLIO DOENÇA. JUROS MORATÓRIOS E CORREÇÃO
MONETÁRIA (SÚMULAS 43 E 148 - STJ).
1. Demonstrado, através de laudo pericial, que o autor estava
incapacitado para o trabalho desde 18.03.82, data em que
formulou o pedido de concessão da aposentadoria por invalidez na
esfera administrativa, ele faz jus ao beneficio desde então, sendo-
lhe devidas as parcelas compreendidas entre aquela data e
01.02.94, quando lhe foi concedida a aposentadoria.
2. Omissis (...)
3. Apelação parcialmente provida.
(TRF 1. AC 96.01.12982-0/MG. Órgão Julgador: PRIMEIRA
TURMA. Relator: JUIZ LUCIANO TOLENTINO AMARAL.
13/03/2000 DJ p.07)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


COMPROVAÇÃO, POR LAUDO PERICIAL, DA INCAPACIDADE DO
AUTOR, DESDE A DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.
DIREITO AO BENEFÍCIO (ART. 42 DA LEI 8.213/91), DESDE
AQUELA ÉPOCA. DEDUÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS A TÍTULO
DE AUXÍLIO DOENÇA. JUROS MORATÓRIOS E CORREÇÃO
MONETÁRIA (SÚMULAS 43 E 148 - STJ).
1. Demonstrado, através de laudo pericial, que o autor, por sofrer
de hipertensão arterial e epilepsia crônica congênita, estava
incapacitado para o trabalho desde 06.05.86, data em que

4
formulou o pedido de concessão da aposentadoria por invalidez na
esfera administrativa, ele faz jus ao beneficio desde então,
observada a prescrição quinqüenal.
2. Omissis.
3. Apelação do autor provida. Apelação do réu improvida.
(TRF 1. AC 1997.01.00.029108-4/MG. Órgão Julgador: 1ª Turma.
Relator: JUIZ LUCIANO TOLENTINO AMARAL. Data da Publicação:
04/09/2000 DJ p.07)

4. DO PEDIDO.

Em razão do exposto, requer o autor a esta Egrégia Turma


Recursal:

a) os benefícios da Justiça Gratuita, por ser pessoa


declaradamente pobre, não podendo arcar com as custas e despesas do
processo, sem prejuízo do sustento próprio e da família, com esteio no
art. 4º da Lei n° 1.060/50;

b) o recebimento e processamento do presente recurso, eis que


preenchidos os pressupostos legais, bem como a intimação da parte
recorrida, para, querendo, contra-arrazoar o presente recurso no
prazo legal por seu ilustre procurador(a);

c) que seja provido o recurso em apreço reformando em


parte a sentença exarada, por toda argumentação exposta,
condenando-se o INSS ao pagamento dos atrasados, referente ao
benefício de aposentadoria por invalidez a partir do pedido
administrativo (20/08/2016), acrescido dos devidos consectários legais.

Termos em que pede deferimento

Teresina, 25 de agosto de 2016.

XXXXXXXXXXXXXX

Você também pode gostar