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Exame da OAB
Direito Administrativo
Sabrina Oliveira Silva Sabino
Assessora Jurídica e DPO
Especialista em Direito Público
MBA em Compliance Digital
• Preparação: memorização da estrutura mínima das peças,
resolução de questões e provas completas
• Inteligência emocional
• Utilizar o vade mecum como guia, em especial o índice
remissivo
Minha experiência no
exame da OAB
• Leitura dinâmica de toda a prova;
• Rascunho da estrutura mínima da peça, registrando o que não pode
faltar;
• Não é necessário escrever a peça e depois passá-la a limpo, pois costuma
não dar tempo... Basta pontuar aquilo que é essencial – juízo, partes,
ação, tutela provisória, etc....
• Responder primeiro as questões que possui mais facilidade;
• Fazer questões anteriores, reserve um tempo para fazer provas completas
de exames passados, assim pode medir seu desempenho (quantas
questões está acertando, quanto tempo está gastando, etc.);
• Para Direito Administrativo: CRFB/88 (arts. 37 a 43), princípios,
licitações e contratos.
Dicas
O Estado Beta realizou licitação e formalizou contrato administrativo, com base na
Lei nº 14.133/21, para a realização de uma obra de grande relevância para a
coletividade, da qual se sagrou vencedora a sociedade Alfa S/A, a qual iniciou a
execução do contrato após a mobilização do equipamento necessário para tanto.
Posteriormente, durante o período de validade da avença, verificou-se a existência de
irregularidade na respectiva licitação, à qual a sociedade Alfa não concorreu ou deu
causa. Em razão disso, a Administração iniciou procedimento administrativo para
promover a invalidação do contrato. No trâmite de tal procedimento, em que respeitado
o princípio da ampla defesa e contraditório, questões relevantes foram ponderadas, tais
como a impossibilidade de sanar o vício em questão e as consequências de se
promover a anulação do contrato, aspecto em que foi especialmente debatido o fato de
que eventual invalidação seria contrária ao interesse público, notadamente em razão
dos impactos financeiros, econômicos e sociais decorrentes do atraso na fruição do
objeto em questão, assim como os custos para a desmobilização e o posterior retorno às
atividades.
Peça
Não obstante, o Poder Público, por meio de decisão assinada pela
autoridade competente, decidiu anular o contrato, com efeitos
pretéritos, mediante indenização do contratado pelo que já tinha
executado até então e pelos prejuízos comprovados.
A única justificativa invocada para o aludido ato de invalidação
foi a violação ao princípio da legalidade, na medida em que, dos
atos nulos, não se originam direitos.
Não houve menção a qualquer alternativa possível no caso
concreto, ou à caracterização de interesse público que justificasse
a medida, ou mesmo às consequências práticas, jurídicas e
administrativas que decorreriam de tal decisão.
Peça
O advogado constituído pelos representantes da sociedade Alfa, tempestivamente, impetrou
mandado de segurança, mediante apresentação da prova pré-constituída e dos argumentos
jurídicos pertinentes, sendo certo que as normas de organização judiciária estadual
apontavam para a competência do Tribunal de Justiça Local, o que ocasionou a regular
tramitação do feito perante a câmara competente. Inicialmente, foi deferida a liminar para
suspender os efeitos da decisão de invalidação do contrato, mas sobreveio acórdão, unânime,
que revogou a liminar e denegou a segurança, sob o fundamento de que não cabe ao
Judiciário verificar a existência de interesse púbico na situação, na medida em que a matéria
se submete à discricionariedade administrativa. Foram opostos embargos de declaração,
rejeitados por não haver omissão, contradição ou obscuridade a ser sanada, cuja decisão foi
publicada na última sexta-feira.
Observando o Art. 105, inciso II, da CRFB/88, redija a petição da medida pertinente à
defesa dos interesses da sociedade Alfa contra a decisão prolatada em única instância pelo
Tribunal de Justiça estadual, desenvolvendo todos os argumentos jurídicos adequados à
admissibilidade do recurso e ao mérito da demanda, considerando a urgência da
manifestação jurisdicional.
Peça
A competência para julgamento do MS é fixada de acordo
com a autoridade coatora e não em virtude do ato
impugnado
Mandado de segurança
• Qual o recurso cabível?
Decisão Recurso Competência para julgar
Mandado de segurança
• Os recursos podem ser divididos entre ordinários e extraordinários. São ordinários aqueles
recursos que tenham por objeto próximo a proteção do direito subjetivo do recorrente, que
permitam a discussão das matérias de direito e de fato e que tenham admissibilidade geral não se
sujeitando a requisitos especialíssimos (Ex.: a Apelação). Os extraordinários (RE ou RESP), com
sede na Constituição, restringem a análise à matéria de direito, exigem a comprovação de
prequestionamento, além de outras condições de admissibilidade.
• Nesse sentido, o Recurso Ordinário Constitucional (ROC), denominado por alguns autores
de “Apelação Constitucional”, é verdadeiramente um recurso ordinário muito embora sua
previsão seja constitucional.
• O ROC é dirigido ao STF e ao STJ, exclusivamente nas hipóteses disciplinadas nos art. 102, II, e
105, II, da CRFB/88. Não há ROC fora da Constituição!
Recurso Ordinário
Constitucional
• Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
• II – julgar, em recurso ordinário:
• a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção
decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
• b) o crime político;
• Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
• II - julgar, em recurso ordinário:
• a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for
denegatória;
• b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
• c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e,
do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
Recurso Ordinário
Constitucional
EXMº. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
BETA
Termos em que,
Pede deferimento.
Local... E data...
Advogado...
OAB n.º ...
Peça de interposição
AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RAZÕES DE RECURSO
I – DA TEMPESTIVIDADE
Prazo de 15 (quinze) dias previsto no art. 1.003, § 5º, do CPC ou art. 33 da Lei n.º 8.038/90...
II – DO CABIMENTO DO RECURSO
O recurso é cabível em face da decisão denegatória...
III – PREPARO
IV – DA TUTELA PROVISÓRIA
Pedir a concessão de efeito suspensivo... Art. 294 e seguintes, art. 1.207, § 2º, e art. 1.029, § 5º, todos do CPC
Fundamento relevante de direito: violação às disposição constantes da Lei de Licitações e da LINDB
Fundado receio de ineficácia da medida: pois até o julgamento as obras ficarão paralisadas e há iminente necessidade de
desmobilização...
Peça de razões
VI – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Na fundamentação, deve ser impugnado o fundamento da decisão, ao argumento de que a violação do direito líquido e
certo da recorrente não se submete à discricionariedade administrativa ou que o ato impugnado está sujeito ao controle
de legalidade/juridicidade.
Quanto à reiteração dos fundamentos que deveriam ter constado da inicial, deve ser apontada a violação de direito
líquido e certo da impetrante (Art. 5º, inciso LXIX, da CRFB/88 ou Art. 1º da Lei nº 12.016/09), pelos seguintes
fundamentos:
a. Impossibilidade de invalidar contrato administrativo sem que fique caracterizado tratar-se de medida de interesse
público, para a qual, devem ser ponderados, dentre outros fatores, os impactos financeiros, econômicos e sociais e as
despesas inerentes à desmobilização e ao posterior retorno às atividades, na forma do Art. 147 ou do Art. 148, ambos da
Lei nº 14.133/21.
b. Violação ao postulado da proporcionalidade e/ou ao princípio da segurança jurídica e/ou eficiência, notadamente
diante das disposições do Decreto-Lei nº 4.657/42 – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), cuja
observância é necessária, inclusive, como expressamente mencionado no Art. 5º, da Lei nº 14.133/21:
b1. Nulidade da motivação, que não considerou as alternativas possíveis no momento da invalidação, consoante Art. 20,
parágrafo único, da LINDB.
b2. Violação ao Art. 21, da LINDB, na medida em que não foram consideradas as consequências jurídicas e
administrativas para decretar a invalidação do contrato.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local... E data...
A) Em face de quem deverão ser manejadas as ações judiciais a serem propostas? Justifique.
Da sociedade empresária, art. 37, § 6º, da CRFB/88
Questão 1
José é servidor público federal estável e, no exercício de suas atribuições, retirou
documentos da repartição sem prévia anuência da autoridade competente, motivo pelo
qual, após sindicância, garantidos o contraditório e a ampla defesa, foi advertido por
escrito. Posteriormente, José reincidiu na aludida conduta, de modo que, após nova
sindicância, foi a ele aplicada a pena de suspensão pelo prazo de 30 dias. Inconformado,
José ajuizou ação para anular as referidas penalidades ou, eventualmente, substituir a pena
de suspensão por multa. Diante da situação descrita, na qualidade de advogado de José,
responda aos questionamentos a seguir.
Questão 2
No ano corrente, a sociedade empresária Correcta praticou conduta que caracteriza, a um só tempo,
violação à nova lei de licitações e contratos (Lei nº 14.133/21) e ato lesivo à Administração Pública federal
(Lei nº 12.846/13 – Lei Anticorrupção). Ciente de que tanto a Administração Pública quanto o Ministério
Público estão tomando as medidas pertinentes para a responsabilização com fulcro em cada uma das
mencionadas normas, os dirigentes da sociedade empresária Correcta procuram você, como advogado(a),
para prestar assessoria jurídica. Diante dessa situação hipotética, responda aos questionamentos a seguir.
Questão 3
Renato e Jorge são servidores públicos federais estáveis e ambos se recusaram a apresentar a declaração
anual de imposto sobre a renda solicitada pela autoridade administrativa competente, a que estão
submetidos, no prazo determinado, no ano corrente. A conduta de Renato decorreu de receio
concernente a vultoso incremento patrimonial em virtude do recebimento de uma inesperada herança de
um parente distante. Já a recusa de Jorge decorreu de seu patrimônio ter triplicado a descoberto de um
ano para o outro, de modo que ele não conseguiria demonstrar a origem lícita de tal acréscimo
desproporcional em seus bens. Diante dessa situação hipotética, responda aos itens a seguir.
A) Renato e Jorge podem ser demitidos administrativamente em razão da recusa em prestar a declaração
anual de imposto sobre a renda no prazo determinado pela autoridade competente? Justifique.
Sim. A recusa a apresentar a declaração de imposto sobre a renda no prazo determinado pela
autoridade competente está sujeita à penalidade de demissão, na forma do Art. 13, § 3º, da Lei nº
8.429/92.
Questão 4