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Processo DO TRABALHO II

09.08.2004
Objetivo:
Abordagem teórica e prática dos institutos de Direito Processual do Trabalho
previstos na Consolidação das Leis do Trabalho, no Código de Processo Civil e na
Legislação Extravagante; Discussão de temas atuais; Aprofundamento dos institutos
processuais mais utilizados na Justiça do Trabalho, visando, sempre a prática da
advocacia.

Ementa
Recursos no Processo de Trabalho; Procedimento nos Dissídios Coletivos; Ação de
Cumprimento; Liquidação de Sentença no Processo do Trabalho; Execução
Trabalhista; Processo Cautelar do Trabalho.

Metodologia
Aulas expositivas estimulando o debate; pesquisa doutrinária e jurisprudencial sobre
temas polêmicos ou de interesse geral; realização de seminários sobre temas
previamente definidos, estimulando o aluno à pesquisa.

Sistema de Avaliação
Prova escrita, levando em conta a participação do aluno e os trabalhos realizados
durante o curso para efeitos de nota final.

Programa

UNIDADE I – RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO


1.1 Princípios informativos, regras gerais, pressupostos objetivos (previsão legal,
adequação, tempestividade e preparo) e subjetivos (legitimidade, capacidade
e interesse), efeitos, juízo de admissibilidade.
1.2 Recursos em espécie: embargos de declaração, recurso ordinário, recurso de
revista, agravo de instrumento, agravo de petição, agravo regimental e
recurso extraordinário.

UNIDADE II – PROCEDIMENTOS NOS DISSÍDIOS COLETIVOS


2.1 Conceito, competência, instauração, contestação, conciliação, instrução e
julgamento, efeitos da sentença, sua vigência e extensão, revisão.
2.2 Ação de cumprimento, natureza jurídica, competência, exigências legais,
legitimação, audiência, defesa, instrução e sentença.

UNIDADE III – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA


3.1 Sentenças ilíquidas, carta de sentença, regras gerais, natureza jurídica da
liquidação da sentença (distinção do processo civil), legitimação, formas
(arbitramento, artigos, cálculos), decisão homologatória da liquidação e seu
reexame.

UNIDADE IV – EXECUÇÃO
4.1 Conceito de execução, títulos executivos, objeto, natureza, princípios
informativos da execução trabalhista, pressupostos (requisitos), legitimação,
autonomia do processo de execução, competência, regras gerais, execução
provisória e definitiva, espécies de execução (entrega de coisa certa, incerta,
obrigação de fazer, de não fazer, quantia certa), procedimentos.

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Processo DO TRABALHO II

4.2 Expropriação, penhora e avaliação de bens, bens penhoráveis e não


penhoráveis, nomeação de bens, auto de penhora, avaliação e depósito,
penhora de créditos, nomeação de depositário, responsabilidade civil do
depositário.
4.3 Execução contra a Fazenda Pública, execução conta a massa falida.
4.4 Embargos à execução, embargos de terceiro (legitimidade, matéria alegável,
procedimentos, decisão e recurso).
4.5 Alienação de bens: praça e leilão, licitação, arrematação, adjudicação,
remição, embargos à arrematação e à adjudicação.
4.6 Execução por prestações sucessivas.
4.7 Suspensão e extinção da execução.

UNIDADE V – PROCESSO CAUTELAR


5.1 Conceito, natureza jurídica, pressuposto da ação cautelar, cautelar satisfativa,
poder geral de cautela, medidas cautelares inominadas, competência, liminar,
inicial, contestação, cessação da medida, sentença, coisa julgada, recurso,
transferência de empregados.
5.2 Medidas cautelares específicas, considerações gerais sob arresto, seqüestro,
produção antecipada de provas, exibição, justificação, protestos, notificações
e interpelações, atentado, caução.

Bibliografia
GIGLIO, Walter D. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: LTR.
MALTA, Cristóvão Piragibe Tostes. Prática do Processo Trabalhista. São Paulo:
LTR.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho. São
Paulo: Saraiva.
OLIVEIRA, Francisco Antônio de. A Execução na Justiça do Trabalho: doutrina,
jurisprudência, enunciados e súmulas. São Paulo: Revista dos Tribunais.
ZANGRANDO, Carlos Henrique da Silva. Resumo do Direito Processual do
Trabalho. Rio de Janeiro: Edições Trabalhistas.

Recurso  possibilidade de reexame de uma sentença.

Recurso ex-officio – REMESSA OBRIGATÓRIA ou REMESSA EX-OFFICIO.


Regra Geral – art. 475, do CPC
Exceção: §§ 2º e 3º, do art. 475, do CPC

Recurso em litisconsortes  a todos aproveita, exceto se distintos ou opostos os


interesses (art. 509, do CPC).
Art. 191, do CPC, não se aplica à Justiça do Trabalho.
OJ nº 310, SDI-I, do TST. Litisconsortes. Procuradores distintos. Prazo em dobro.
Art. 191 do CPC. Inaplicável ao processo do trabalho.

Todos recursos têm como resposta as Contra-Razões, as quais têm o mesmo prazo
do recurso original.

Duplo grau de jurisdição obrigatória  Exceção: Causa de Alçada Exclusiva das


Varas – art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584/70.

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Processo DO TRABALHO II

Decisões Interlocutórias não são passíveis de recurso (art. 893, § 1º, da CLT).

Em regra, na Justiça do Trabalho, os recursos são recebidos apenas no efeito


devolutivo. Só leva o efeito suspensivo se a parte requerer e este requerimento tem
que ser formalizado através de cautelar inominada, sendo possível, apenas, no
processo coletivo (art. 899, da CLT).

Juízo de Admissibilidade – juízo a quo examina os pressupostos objetivos e


subjetivos daquele recurso. Se admitido, encaminha ao juízo ad quem.
Obs.: Recurso de Revista tem três juízos de admissibilidade: presidente do TRT e
duas vezes no TST.

Pressupostos Recursais

Previsão legal
Cabimento
Tempestividade
Objetivos Custas
Preparo
Depósito recursal

Capacidade
Subjetivos Legitimidade
Interesse

16.08.2004
Embargos de Declaração
Divergência doutrinária
 Corrente minoritária – não é recurso e sim incidente processual;
 Corrente majoritária – é recurso (art. 496, IV, do CPC)

Serve para sanar obscuridade, contradição e omissão em sentença (art. 535, do


CPC)
Erro material  não cabe embargo de declaração mas simples petição (art. 833, da
CLT)
Embargo de declaração – art. 897-A, da CLT.
Interrompe o prazo (art. 538, do CPC).
Embargos protelatórios – SANÇÃO – parágrafo único, do art. 538, do CPC.
Embargo declaratório com efeito modificativo – Enunciado 278, do TST. Não abrindo
vistas à parte contrária nula será a decisão (OJ nº 142, da SDI-I, do TST).
Embargo de declaração – pré-questiona matéria – Enunciado 297, do TST.

Recurso Ordinário (art. 895, da CLT)


Primeiro recurso trabalhista.
Prazo: 8 dias
Cabimento:

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Processo DO TRABALHO II

 Das decisões definitivas das varas;


 Das decisões definitivas do TRT, em processo de sua competência originária.
Sentenças homologatórias de acordo são irrecorríveis (art. 831, parágrafo único). O
que se faz é entrar com Ação Rescisória (Enunciado 259, do TST).
Outras possibilidades de cabimento do Recurso Ordinário:
 No caso de arquivamento dos autos em razão do não comparecimento do
reclamante (art. 844, da CLT);
 No caso de extinção do processo por algum dos motivos expostos no art. 267, do
CPC;
 Da decisão que aplica ao empregado pena de não poder reclamar por 6 meses
(art. 731 c/c art. 786, da CLT);
 Na competência originária do TST
a. dissídio coletivo
b. ação rescisória
c. mandado de segurança (no mérito)

Agravo de Instrumento
Só tem uma função: destrancar o recurso (remeter o recurso que foi denegado –
juízo de admissibilidade – pelo juízo).
Prazo: 8 dias (art. 897, “b”, da CLT)
 despacho do Juiz do Trabalho que inadmitir o Recurso Ordinário ou o Agravo de
Petição;
 despacho do Presidente do TRT que inadmitir o Recurso de Revista ou o
Recurso Ordinário;
 despacho do Presidente do TST quando inadmitir o Recurso Extraordinário para
o STF;
 despacho do Presidente da Turma do STF que negar segmento ao embargo no
TST.
Instrução da Petição de Agravo (art. 525, do CPC)
Instrução Normativa 16, do TST (§§ 1º e 2º, foram revogados).

23.08.2004
Embargos no TST
 Infringentes
 De Divergência
 De Nulidade

Embargos Infringentes
São interpostos para a SDC (Seção de Dissídio Coletivo), do TST, das decisões não
unânimes, proferidas em dissídios coletivos que excedam à área de um TRT, ou
seja, os Embargos Infringentes caberão das decisões não unânimes da competência
originária do TST.
Ex.: Dissídio coletivo do Banco do Brasil, da Petrobrás.

Embargos de Divergência
Serão interpostos em última instância, das decisões das Turmas para as SDI
(Seção de Dissídios Individuais), quando houver divergência jurisprudencial entre as

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Processo DO TRABALHO II

Turmas do TST, entre Turma do TST e a SDI, ou quando, a decisão da Turma


divergir de Enunciado do TST.

Embargos de Nulidade
Caberá Embargos de Nulidade para a SDI onde houver violação literal de preceito
da Constituição Federal ou de Lei Federal.

Recurso Extraordinário (art. 542, do CPC)


O Recurso Extraordinário assegura, em todo território nacional, a aplicação uniforme
da Lei Maior.
Não é um recurso tipicamente trabalhista e por este motivo, utilizamos o CPC.
Seu prazo é de 15 dias e seu efeito é devolutivo.

Agravo Regimental
Previsão: Regimento Interno do Tribunal.
Prazo: definido pelo Regimento Interno do Tribunal.
Não comporta contra-razões.
Muitos doutrinadores entendem não ser recurso.
Cabimento: Decisões Liminares (Monocráticas) e Decisões do Juiz Corregedor.
Decisão do Agravo Regimental: Colegiado, sendo que o relator que proferiu a
decisão contestada não vota novamente na decisão do Colegiado.

30.08.2004
Recurso de Revista (art. 896, da CLT)
Reexame de matéria de direito.
Competência: TST
Três juízos de admissibilidade:
i. Presidente do Tribunal prolator do acórdão recorrido (decisão denegatória  cabe
Agravo do Instrumento);
ii. Ministro-relator – art. 896, § 5º (decisão denegatória  cabe Agravo Regimental);
iii. Ministro-relator – art. 896-A (decisão denegatória  cabe Agravo Regimental)
(Transcendência = relevância, importância).
Processo sumaríssimo (art. 896, § 6º) – admissibilidade – contrariedade a súmula de
jurisprudência uniforme do TST e violação direta da Constituição Federal.

Art. 896, “a” – Lei Federal – a interpretação divergente deverá ser em relação a outro
TRT. A razão é que os TRT’s deverão proceder a unificação de sua jurisprudência
(Lei nº 7.701/88 e art. 896, § 3º, da CLT);

Art. 896, “b” – Refere-se à interpretação divergente de Lei estadual, convenção ou


acordo coletivo ou regulamento de empresa, de observância obrigatória no território
que exceda à jurisdição de um TRT (não é cláusula de contrato de trabalho);

Art. 896, “c” – Se o acórdão afirma o que a lei nega, se nega o que a lei afirma, se
aplica à lei hipótese que ela não rege ou não se aplica à lei a hipótese que ela rege.

Enunciados vinculados:
23, 53, 126, 153, 161, 184, 192, 218, 221, 266, 285, 296, 312, 333 e 337.

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Processo DO TRABALHO II

Processo Coletivo
 Convenção – sindicato profissional (trabalhadores) e sindicato econômico
(empregadores) – art. 611, caput, da CLT;
 Acordo Coletivo – sindicado profissional (trabalhadores) e empregadores – art.
611, § 1º, da CLT.

Base Territorial
Art. 8º, CF/88. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo
ser inferior à área de um Município.

Dissídios Coletivos podem ser de:


 Natureza Econômica – cria novas condições de trabalho;
 Natureza Jurídica – interpreta ou modifica as normas pré-existentes.

Sentença que julga Dissídios Coletivos: SENTENÇA NORMATIVA.

06.09.2004
EXERCÍCIO 1

Preencha as lacunas:

1. Via de regra, os recursos são voluntários. Porém, existe uma exceção, que é em
relação aos Entes Públicos, que têm a chamada remessa obrigatória.
Também chamado de remessa ex-officio, previsto no artigo 475, do CPC.

2. Para todos os recursos temos uma contra-razão (art. 900, da CLT), que será
oferecida no mesmo prazo do recurso correspondente.

3. Os recursos trabalhistas têm seus efeitos devolutivos, conforme previsão no art.


899, da CLT.

4. O juízo de admissibilidade é o poder do qual está dotado o juízo a quo de


examinar os pressupostos de admissibilidade do recurso para a remessa ao
tribunal superior.

5. Os embargos de declaração (art. 897-A, da CLT) são considerados, por parte


da doutrina, incidentes processuais. Porém, o CPC (art. 496, IV), ao tratar do
assunto, os colocou geograficamente localizados no capítulo de Recursos. Seu
prazo é de 5 dias (art. 536, do CPC) e interrompem (art. 538, do CPC) o prazo
do recurso subseqüente. Podendo, algumas vezes, ser admitido seu efeito
modificativo (Enunciado 278, do TST), o que impõe a obrigatoriedade de que
seja dado vistas (OJ 142, SDI-I, do TST) a parte contrária, sob pena de
nulidade.

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Processo DO TRABALHO II

6. Os embargos de nulidade terão cabimento quando o acórdão ferir preceito de


lei federal ou constitucional.

7. O recurso ordinário (art. 895, da CLT) não caberá contra acordo homologado
na Vara do Trabalho (art. 831, parágrafo único da CLT). Nesse caso, somente
caberá ação rescisória (Enunciado 259, do TST).

8. O agravo de instrumento (art. 897, “b”, da CLT) caberá no processo do


trabalho no caso de ser denegado seguimento a recurso. Seu prazo é de 8 dias
(art. 897, caput, da CLT).

9. O recurso de revista (art. 896, da CLT) não será interponível quando se tratar
de reexame de provas e fatos (Enunciado 126, do TST). Seu prazo é de 8 dias.

10. Para o agravo regimental não caberá contra-razão e sua previsão dependerá
do regimento interno do tribunal.

11. Contra decisão que arquiva o processo trabalhista pela ausência do autor,
caberá recurso ordinário (sentença definitiva - art. 895, da CLT).

12. Os embargos de divergência caberão no caso de divergência jurisprudencial


entre turmas e, os embargos infringentes caberão no caso de decisão não
unânime em competência originária do TST (art. 894, da CLT e Lei nº 7.701/88).

13. Os embargos de declaração (art. 496, IV, do CPC e art. 897-A, da CLT)
também servem para o chamado pré-questionamento da matéria (Enunciado
297, do TST) que é a demonstração da tese que se pretende discutir no recurso
subseqüente.

14. Contra extinção do processo por algum dos motivos expostos no artigo 267 do
CPC, caberá recurso ordinário, no prazo de 8 dias (sentença definitiva - art.
895, da CLT).

13.09.2004
Competência para julgar Dissídio Coletivo
 TRT  julga os dissídios de sua jurisdição;
 TST  julga os dissídios de jurisdição de mais de um TRT.

Espécies de Dissídios Coletivos:

1. Originário  quando não existe nenhum dissídio para a categoria (primeiro


dissídio) – determina a data-base da categoria;
2. de Revisão  arts. 873 a 875, da CLT;
3. de Extensão  arts. 868 a 871, da CLT.

Instauração de Instância (arts. 856 a 859, da CLT)


 Sindicato (substituto processual - CF/88, art. 8º, III);
 Presidente do Tribunal

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Processo DO TRABALHO II

 Procuradoria da Justiça do Trabalho Em caso de greve

Quando não houver sindicato representativo – parágrafo único, do art. 857, da CLT.

Pressupostos Processuais do Dissídio Coletivo


1. Negociação coletiva frustrada (art. 114, §§ 1º e 2º, da CF/88);
2. Autorização assemblear (art. 859, da CLT);
3. Cumprimento do estatuto do sindicato;
4. Fundamentação das cláusulas reivindicatórias (art. 858, da CLT);
5. Observação da época própria para ajuizamento do dissídio coletivo (data-
base) – antes do termo final do dissídio – Ajuizar até 60 dias antes da data-base
(art. 616, § 3º, da CLT)
Perda de prazo do ajuizamento na data-base (art. 867, parágrafo único, “a”).

Procedimentos
1. Procuração do sindicato, firmada pelo presidente, a qual concede poderes ao
advogado;
2. Dissídio Individual – pode ser verbal (art. 840, da CLT)
Dissídio Coletivo – só pode ser escrito (art. 856, da CLT)
3. Contra-fé para cada um dos reclamados;
4. Juntar a ata da autorização assemblear e das negociações frustradas;
5. Provar a base territorial do sindicato (art. 8º, II, da CF/88).

Conciliação e Julgamento (artigos 860 a 867, da CLT)


Ausência das partes não gera revelia nem arquivamento (art. 864, da CLT).
Não existe previsão de contestação.

Sentença Normativa
Sentença do Dissídio Coletivo – cria norma entre as partes.
Nunca é condenatória, por isso, não é passível de execução. Há necessidade de
uma Ação de Cumprimento para que esta sentença ganhe natureza condenatória.

Tem natureza:
 Declaratória  quando o dissídio for de natureza jurídica;
 Constitutiva  quando o dissídio for de natureza econômica.

Cláusulas constantes do Dissídio Coletivo


 Econômicas  aumento percentual, gratificação de função, piso, etc.;
 Sociais  atinentes às situações de garantia de emprego, garantias pessoais,
etc.;
 Sindicais  atinentes às situações que envolvem os sindicatos – contribuição
devida em face do dissídio, dispensa de funcionários para atuarem no sindicato,
etc.
20.09.2004
Ação de cumprimento (art. 872 e parágrafo único, da CLT)
Competência da Vara de Trabalho.
 Sentença condenatória – início da execução.

Exceção ao art. 877, da CLT (não se aplica ao dissídio coletivo)


Lei nº 7.701/88, art. 7º, § 6º:

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Processo DO TRABALHO II

Art. 7º - Das decisões proferidas pelo Grupo Normativo dos Tribunais


Regionais do Trabalho, caberá recurso ordinário para o Tribunal Superior do
Trabalho.

§ 6º - A sentença normativa poderá ser objeto de ação de cumprimento a


partir do 20º (vigésimo) dia subseqüente ao do julgamento, fundada no
acórdão ou na certidão de julgamento, salvo se concedido efeito suspensivo
pelo Presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
Em regra, os efeitos dos recursos trabalhistas é devolutivo, porém, no caso dos
dissídios coletivos poderá ser concedido o efeito suspensivo se for requerido.

Enunciado 246, do TST – Dispensável trânsito em julgado da sentença normativa


para propositura de ação de cumprimento.
Enunciado nº 246 - Ação de cumprimento. Trânsito em julgado da sentença
normativa. É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para
a propositura da ação de cumprimento.
Não cabe reconvenção.

EXERCÍCIO 2

1. Empregados de uma determinada categoria profissional cujo sindicato


representativo tem como base Niterói e São Gonçalo, após inúmeras tentativas
de composição, reuniram-se em assembléia e decidiram por ajuizar ação coletiva
para cobrar aumento percentual que entendia devido pelos empregadores na
Vara do Trabalho de São Gonçalo, sede do sindicato.
Analisando a assertiva acima, fale sobre:
a. A legitimidade do sindicato.
Substituto processual – artigo 8º, III, da Constituição Federal.
b. A competência para processar e julgar o dissídio.
A competência para processar e julgar o dissídio coletivo é do TRT-RJ. Desta
forma, a Vara do Trabalho de São Gonçalo é incompetente para julgar tal
feito.
c. Os procedimentos adotados pela categoria.
Os procedimentos adotados pela categoria foram corretos, uma vez que
houve a tentativa de negociação que se frustrou, bem como, a autorização
assemblear para o ajuizamento da ação coletiva. Os demais procedimentos
deverão ser tomados no curso do processo.
d. A natureza do dissídio coletivo instaurado.
Dissídio de natureza econômica (aumento percentual de salários).

2. Genoveva Assumpção de Souza ajuizou ação trabalhista em face de seu ex-


empregador para ter satisfeitos pedidos que envolvem matérias já pacificadas
pela jurisprudência do TST.
O juiz da Vara do Trabalho julgou improcedente o pedido com a devida
fundamentação, dando, assim, ensejo a recurso interposto pela reclamante.
Já no Tribunal da Região correspondente, o processo foi novamente analisado e
a sentença confirmada pela Turma.
Analisando a assertiva acima, fale sobre:

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Processo DO TRABALHO II

a. Qual foi o primeiro recurso interposto, qual o prazo e qual o juízo de


admissibilidade?
Recurso Ordinário (art. 895, da CLT), no prazo de 8 dias é o juízo de
admissibilidade é feito pela própria Vara (a quo).
b. Caberá recurso da segunda decisão? Em caso positivo qual recurso, qual o
prazo e o juízo de admissibilidade?
Sim, Recurso de Revista (art. 896, “a”, da CLT), em 8 dias, havendo três
juízos de admissibilidade – um do TRT e 2 do TST.

3. Amaralina Juventina da Silva ajuizou Ação Trabalhista em face de seu ex-


empregador pleiteando horas extras que totalizavam, na época da distribuição da
ação o valor de R$ 2.000,00.
A ação foi julgada improcedente pela Vara do Trabalho sob o argumento de que
Amaralina não logrou êxito em provar o alegado na peça inicial.
Amaralina interpôs recurso sendo certo que a sentença da Vara do Trabalho foi
confirmada pelo Tribunal da Região correspondente.
Analisando a assertiva acima, fale sobre:
a. Qual o recurso interposto, qual o juízo de admissibilidade e qual o prazo?
Recurso Ordinário (art. 895, da CLT), no prazo de 8 dias, juízo de
admissibilidade da própria Vara do Trabalho.
b. Caberá recurso da última decisão? Em caso positivo, qual, citando o prazo e
o juízo de admissibilidade?
Não, por dois motivos: 1) por se tratar de procedimento sumaríssimo (art. 896,
§ 6º, da CLT) o Recurso de Revista só seria admissível por contrariedade a
súmula de jurisprudência uniforme do TST ou por violação direta da
Constituição Federal, o que não foi o caso; 2) Seria a apreciação de provas, o
que é expressamente vedado pelo Enunciado 126, do TST).
Enunciado nº 126, do TST - Recurso. Cabimento - Incabível o recurso de
revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos
e provas.

4. Gelôncio da Silveira teve seu pedido julgado improcedente na Vara do Trabalho


o que ensejou a interposição de Recurso.
Ao analisar os pressupostos do recurso interposto por Gelôncio, o juízo de
admissibilidade negou seguimento ao mesmo.
Analisando a assertiva acima, fale sobre:
a. Qual o recurso interposto por Gelôncio, prazo e juízo de admissibilidade?
Recurso Ordinário (art. 895, da CLT), no prazo de 8 dias, juízo de
admissibilidade da própria Vara do Trabalho.
b. Caberá alguma providência a ser adotada por Gelôncio que teve seu recurso
negado seguimento? Qual?
Agravo de Instrumento (art. 897, “b”, da CLT), no prazo de 8 dias, juízo de
admissibilidade da própria Vara do Trabalho.

5. Leomil Boa Pinta ajuizou Ação Trabalhista em face da empresa que trabalhou
durante 3 anos, pleiteando aviso prévio, 13º salário, horas extras, férias
proporcionais e depósito do FGTS.

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Processo DO TRABALHO II

Ao julgar a ação, o juiz da Vara do Trabalho julgou procedente os seguintes


pedidos: aviso prévio e FGTS e improcedentes os seguintes pedidos: horas
extras e 13º salário.
Analisando a assertiva acima, fale sobre:
a. Qual o procedimento que Leomil deve adotar? Qual o prazo e juízo de
admissibilidade?
Embargos de Declaração (art. 496, IV, do CPC), prazo de 5 dias, do próprio
que proferiu a sentença, exceto se o magistrado se aposentou ou faleceu.

6. Marivaldo da Silveira Limoeiro ajuizou Ação Trabalhista em face de seu ex-


empregador pleiteando horas extras no percentual de 50% constitucionalmente
garantidos, cujo empregador remunerava na base de 30%.
Desta decisão, Marivaldo interpôs recurso que confirmou a sentença da Vara do
Trabalho, ensejando mais um recurso que também confirmou a sentença do
Tribunal.
Analisando a assertiva acima, fale sobre:
a. Quais os recursos interpostos por Marivaldo? Quais os prazos de cada um?
Recurso Ordinário (art. 895, da CLT), no prazo de 8 dias é o juízo de
admissibilidade é feito pela própria Vara.
Recurso de Revista (art. 896, “a”, da CLT), em 8 dias, havendo três juízos de
admissibilidade – um do TRT e 2 do TST.
b. Caberá mais algum recurso? Qual o prazo?
Embargos de Nulidade, em 8 dias.
Recurso Extraordinário (art. 542, do CPC), em 15 dias.

18.10.2004
Liquidação de Sentença (art. 879, da CLT)
Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua
liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir
matéria pertinente à causa principal.
§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias
devidas.
§ 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de
liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.
§ 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de
10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão.
§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz
procederá à intimação por via postal do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por
intermédio do órgão competente, para manifestação, no prazo de dez dias, sob pena de
preclusão.
§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios
estabelecidos na legislação previdenciária.
Quando a sentença for ilíquida, somente se discute o valor.

Liquidação por cálculo (art. 604, do CPC)

Art. 604. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo


aritmético, o credor procederá à sua execução na forma do art. 652 e seguintes, instruindo o
pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.
§ 1o Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder
do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando
prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência; se os dados não forem,

11
Processo DO TRABALHO II

injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos


apresentados pelo credor e a resistência do terceiro será considerada desobediência.
§ 2o Poderá o juiz, antes de determinar a citação, valer-se do contador do juízo quando a
memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda
e, ainda, nos casos de assistência judiciária. Se o credor não concordar com esse
demonstrativo, far-se-á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora
terá por base o valor encontrado pelo contador.

Os §§ 1º-A e 1º-B, do art. 879, da CLT, acrescentados pela Lei nº


10.035/2000, tratam da liquidação por cálculo das contribuições
previdenciárias devidas.

Liquidação por artigo (art. 608, do CPC)

Art. 608.  Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação,


houver necessidade de alegar e provar fato novo

Fato novo = fato complementar (entendimento doutrinário)

Liquidação por arbitramento (art. 606, do CPC)

Art. 606.  Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:


I - determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;
II - o exigir a natureza do objeto da liquidação.

Mais rara e mais difícil de acontecer no processo do trabalho, por ser muito
onerosa para as partes.
Suas possibilidades de aplicação estão elencadas nos incisos I e II, do art.
606, do CPC.

Princípios Específicos da Execução

1. Prevalência do credor (art. 612, do CPC)


Interesse do credor
Art. 612.  Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso
universal (art. 751, III), realiza-se a execução no interesse do credor, que adquire, pela
penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.

2. Isonomia de Tratamento (art. 5º, caput, da CF)


Também vigora no processo de execução
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
3. Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, da CF)
Também vigora no processo de execução
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

4. Natureza real da execução (art. 646, do CPC)


Atinge o patrimônio e não a pessoa do executado.
Art. 646.  A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim
de satisfazer o direito do credor (art. 591).

5. Limite expropriatório
Limitado ao valor da obrigação.

12
Processo DO TRABALHO II

6. Não prejudicialidade do devedor (art. 620, do CPC)


Menos gravoso ao devedor.
Art. 620.  Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará
que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.

Autonomia do Processo de Execução

Doutrina amplamente majoritária – autônomo


Art. 878, da CLT e execução de título extrajudicial relativo a termos de ajuste de
conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de
conciliação firmados perante as CCP’s.
Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo
próprio Juiz (própria Vara) ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo
anterior.
Parágrafo único - Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução
poderá ser promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabalho

Principal motivo para se dar início a uma execução é a inadimplência do devedor.


Pagamento no meio da execução acarreta a extinção da execução.

Decisão (art. 832 e § 1º, da CLT)


Regra geral
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa,
a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as
condições para o seu cumprimento.

O que é executável na Justiça do Trabalho (art. 876, da CLT)


Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com
efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta
firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação
firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executados pela forma
estabelecida neste Capítulo.
Parágrafo único. Serão executados ex officio os créditos previdenciários devidos em
decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de
condenação ou homologação de acordo.
As decisões e os acordos são títulos executivos judiciais, enquanto que, os
termos são títulos executivos extrajudiciais.
Além do disposto no art. 876, podem ainda ser executado na Justiça do
Trabalho os Honorários Periciais e Honorários Advocatícios (Lei nº 5.584/70,
art. 16)
Art 16. Os honorários do advogado pagos pelo vencido reverterão em favor do Sindicato
assistente.

Ordem para Execução Trabalhista


1. CLT
2. Lei nº 6.830/80 – Execução Fiscal
3. CPC

Legitimação ativa (art. 878, da CLT)


Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo
próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.

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Processo DO TRABALHO II

Parágrafo único - Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução


poderá ser promovida pela Procuradoria da Justiça do Trabalho.
Qualquer interessado: herdeiro, sucessor, cônjuge.
O devedor também pode ter legitimação ativa (art. 570, do CPC)
Art. 570.  O devedor pode requerer ao juiz que mande citar o credor a receber em juízo o
que Ihe cabe conforme o título executivo judicial; neste caso, o devedor assume, no
processo, posição idêntica à do exeqüente.

Legitimação passiva (Lei nº 6.830/80, art. 4º)


Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:
I - o devedor;
II - o fiador;
III - o espólio;
IV - a massa;
V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou
pessoas jurídicas de direito privado; e
VI - os sucessores a qualquer título.
Grupo Econômico - com o cancelamento, em 21.11.2003, do Enunciado nº
205, do TST, e por se tratar de responsabilidade solidária, não haveria mais
a necessidade do integrante de grupo econômico participar da relação
processual para ser sujeito passivo na execução. Entretanto, existem Turmas
no TST que continuam entendendo na forma do Enunciado nº 205.
Enunciado do TST Nº 205 Grupo econômico. Execução. Solidariedade - Cancelado -
Res.121/2003, DJ 21.11.2003
O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação
processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como
devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.(Res. 11/1985, DJ 11.07.1985)
Já, no caso de responsabilidade subsidiária permanece a exigência de
participação da relação processual como reclamado, para ter legitimação
passiva na execução (Enunciado 331, do TST)
Enunciado do TST Nº 331 Contrato de prestação de serviços. Legalidade
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,formando-se o vínculo
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº
6.019, de 03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta,não gera vínculo de
emprego com os órgãos da administração pública direta,indireta ou fundacional (art. 37, II,
da CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza,bem como a de serviços
especializados ligados à atividade-meio do tomador,desde que inexistente a pessoalidade e
a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações,
inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam
participado da relação processual e constem também do título executivo judicial
(art.71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993).

25.10.2004
Execução de Devedor Falido (art. 449, da CLT)
Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso
de falência, concordata ou dissolução da empresa.
§ 1º - Na falência constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao
empregado e a totalidade das indenizações a que tiver direito.
§ 2º - Havendo concordata na falência, será facultado aos contratantes tornar sem efeito
a rescisão do contrato de trabalho e conseqüente indenização, desde que o

14
Processo DO TRABALHO II

empregador pague, no mínimo, a metade dos salários que seriam devidos ao empregado
durante o interregno.

Art. 768 - Terá preferência em todas as fases processuais o dissídio cuja decisão tiver de
ser executada perante o Juízo da falência.

A Justiça do Trabalho é competente para executar a empresa em concordata


ou em liquidação extrajudicial.

Execução Provisória
Quando houver um recurso cujo efeito seja devolutivo, que é a regra no Processo do
Trabalho.
Não cabe caução no Processo do Trabalho.
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente
devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a
penhora.
Até a penhora: para a maioria da doutrina – não inclui a penhora.

Carta de Sentença (art. 590, do CPC)


Art. 590.  São requisitos da carta de sentença:
I - autuação;
Il - petição inicial e procuração das partes;
III - contestação;
IV - sentença exeqüenda;
V - despacho do recebimento do recurso.
No Processo do Trabalho, outros documentos deverão compor a Carta de Sentença,
tais como: contra-cheques, instrumento normativo, etc.

Execução de Obrigação de Fazer e Não Fazer (art. 461, do CPC)


Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido,
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.

Exemplos de Obrigação de Fazer


 Obrigação de reintegrar empregado estável;
 Conceder férias;
 Assinar carteira de trabalho;
 Devolver a carteira anotada.

Exemplo de Obrigação de Não Fazer


 Transferência Abusiva – Empregado Estável (Dirigente Sindical).

Obrigação de Dar Coisa Certa e Incerta (artigos 621 a 631, do CPC)


Coisa Certa – identificável junto das outras – individualizada.
Praticamente inexistente no Processo do Trabalho, no âmbito urbano.
Coisa Incerta – na área rural
Ex.: 50% da colheita de milho, feijão, etc.

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Processo DO TRABALHO II

Execução contra a Fazenda Pública (art. 100, da CF e art. 730, do CPC)

CF/88 - Art. 100. À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos
pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba
necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de
sentença transitada em julgado.

CPC - Art. 730.  Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a
devedora para opor embargos em 10 (dez) dias; se esta não os opuser, no prazo legal,
observar-se-ão as seguintes regras: (vide art. 1º-B, da Lei nº 9.494/97)
I - o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente;
II - far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo
crédito.

Lei nº 9.494/97 - Art. 1o-B.  O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de
Processo Civil, e 884 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n o
5.452, de 1o de maio de 1943, passa a ser de trinta dias"

Execução da Contribuição Previdenciária (artigos 831, parágrafo único, 832, §§ 3º e


4º, 876, parágrafo único, 878-A, 879, § 1º-A, § 1º-B, § 3º, § 4º e 880, do CPC)
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de
conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão
irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.

Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa,
a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
§ 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica
das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o
caso.
§ 4o O INSS será intimado, por via postal, das decisões homologatórias de acordos que
contenham parcela indenizatória, sendo-lhe facultado interpor recurso relativo às
contribuições que lhe forem devidas.

Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com
efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta
firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados
perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida
neste Capítulo.
Parágrafo único. Serão executados ex officio os créditos previdenciários devidos em
decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de
condenação ou homologação de acordo.

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Processo DO TRABALHO II

Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento imediato da parte que entender devida à
Previdência Social, sem prejuízo da cobrança de eventuais diferenças encontradas na
execução ex officio.

Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua


liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias
devidas.
§ 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de
liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.
§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz
procederá à intimação por via postal do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por
intermédio do órgão competente, para manifestação, no prazo de dez dias, sob pena de
preclusão.
§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios
estabelecidos na legislação previdenciária.

Art. 880. O juiz ou presidente do tribunal, requerida a execução, mandará expedir mandado
de citação ao executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e
sob as cominações estabelecidas, ou, em se tratando de pagamento em dinheiro, incluídas
as contribuições sociais devidas ao INSS, para que pague em quarenta e oito horas, ou
garanta a execução, sob pena de penhora.
Doutrina majoritária/jurisprudência – Recurso Ordinário do INSS.

Execução de Prestações Sucessivas (artigos 890 a 892, do CLT)

Art. 890 - A execução para pagamento de prestações sucessivas far-se-á com


observância das normas constantes desta Seção, sem prejuízo das demais estabelecidas
neste Capítulo.

Art. 891 - Nas prestações sucessivas por tempo determinado, a execução pelo não-
pagamento de uma prestação compreenderá as que lhe sucederem.

Art. 892 - Tratando-se de prestações sucessivas por tempo indeterminado, a execução


compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso na execução.

Ex.: Acordo parcelado em 10 vezes.


Vencimento antecipado se houver inadimplência no acordo.
Cláusula Penal – sobre o saldo devedor.

01.11.2004
Penhora (art. 646, do CPC)
Art. 646.  A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim
de satisfazer o direito do credor (art. 591).

 Art. 591.  O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os


seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Representa ato material que o Estado realiza com objetivo de ensejar a
expropriação e a conseqüente satisfação do direito do credor.
Obs.:
Consiste tal ato na apreensão dos bens do devedor tanto quanto bastem para a
satisfação do crédito do exeqüente (art. 883, da CLT e Enunciados 211 e 304, do
TST)
Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos
bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida
de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que
for ajuizada a reclamação inicial.

17
Processo DO TRABALHO II

TST - Enunciado Nº 211 Juros de mora e correção monetária. Independência do pedido


inicial e do título executivo judicial
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o
pedido inicial ou a condenação.

TST – Enunciado Nº 304 Correção monetária. Empresas em liquidação. Art. 46 do


ADCT/CF - Revisão do Enunciado nº 284 - Res. 17/1988, DJ 18.03.1988
Os débitos trabalhistas das entidades submetidas aos regimes de intervenção ou liquidação
extrajudicial estão sujeitos a correção monetária desde o respectivo vencimento até seu
efetivo pagamento, sem interrupção ou suspensão, não incidindo, entretanto, sobre tais
débitos, juros de mora.

Tipos de Penhora
De acordo com o objeto da expropriação, é que poderá definir o tipo ou modalidade
de penhora. Assim é que temos:
1. Penhora de crédito (obrigação não exigível)
É aquela que recai em crédito do devedor (art. 671, do CPC).
Art. 671.  Quando a penhora recair em crédito do devedor, o oficial de justiça o
penhorará. Enquanto não ocorrer a hipótese prevista no artigo seguinte, considerar-se-á
feita a penhora pela intimação:
I - ao terceiro devedor para que não pague ao seu credor;
II - ao credor do terceiro para que não pratique ato de disposição do crédito.
2. Penhora da renda da empresa
Caracteriza-se pela constrição e expropriação da renda empresarial, entendida
esta como parte integrante do seu patrimônio.
Compondo o patrimônio do devedor, é incontestável que a renda da empresa
possa ser objeto de penhora, seja ela renda diária ou mensal.
Na dinâmica das relações jurídicas-processuais trabalhistas, a modalidade de
penhora de renda é a mais pretendida, em especial, pela natureza alimentar do
crédito. Sendo a mais pretendida, é, sem sombra de dúvida, a mais polêmica.
Limite subjetivo da coisa julgada  o patrimônio daquele que figura na relação
jurídico-processual é que será expropriado.
Obs. 1: Cabe consignar que a penhora da renda deve obedecer a padrões de
razoabilidade, de modo a permitir o regular desempenho da atividade
empresarial ou a sobrevivência da pessoa natural.
Padrão adotado = percentual da renda.
Obs. 2: Cabe consignar atualmente, que a renda da empresa poderá ser objeto
de penhora de dívidas da própria empresa, como também, do sócio,
conforme autoriza o artigo 1.026, do CC.
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor,
fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte
que lhe tocar em liquidação.

Patrimônio do Devedor
Na execução por quantia certa contra devedor solvente, a inércia do devedor no
cumprimento da obrigação constante de título executivo provoca a expropriação de
bens do patrimônio do devedor. Porém, alguns bens são protegidos e, portanto,
insuscetíveis de expropriação, são os denominados bens impenhoráveis. Assim, é
que são impenhoráveis também na execução trabalhista os bens arrolados no artigo
649, do CPC, bem como, o bem de família (art. 1.715, do CC), a pequena
propriedade rural (art. 5º, XXVI, da CF), a parte do produto do espetáculo reservada
ao direito autoral e aos cachês dos artistas (art. 76, da Lei nº 9.610/1998) e os
depósitos das contas vinculadas do FGTS (Lei nº 8.036/90, art. 2º, § 2º).

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Processo DO TRABALHO II

Art. 649.  São absolutamente impenhoráveis:


I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - as provisões de alimento e de combustível, necessárias à manutenção do devedor e
de sua família durante 1 (um) mês;
III - o anel nupcial e os retratos de família;
IV - os vencimentos dos magistrados, dos professores e dos funcionários públicos, o
soldo e os salários, salvo para pagamento de prestação alimentícia;
V - os equipamentos dos militares;
Vl - os livros, as máquinas, os utensílios e os instrumentos, necessários ou úteis ao
exercício de qualquer profissão;
Vll - as pensões, as tenças ou os montepios, percebidos dos cofres públicos, ou de
institutos de previdência, bem como os provenientes de liberalidade de terceiro, quando
destinados ao sustento do devedor ou da sua família;
Vlll - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem
penhoradas;
IX - o seguro de vida;
X - o imóvel rural, até um modulo, desde que este seja o único de que disponha o
devedor, ressalvada a hipoteca para fins de financiamento agropecuário.
Obs.: À falta de outros bens, podem ser penhorados aqueles mencionados nos
incisos I e II, do art. 650, do CPC.
Art. 650.  Podem ser penhorados, à falta de outros bens:
I - os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados a alimentos de
incapazes, bem como de mulher viúva, solteira, desquitada, ou de pessoas idosas;
II - as imagens e os objetos do culto religioso, sendo de grande valor.

Depósito
É ato que encerra a denominada fase de constrição da execução. Caracteriza-se
como sendo elemento constitutivo essencial da penhora, que, via de regra, acarreta
a retirada da posse direta do devedor.

Depositário
Com o depósito, surge a figura do depositário, definida no ordenamento jurídico
como auxiliar da justiça (art. 139, do CPC)
Art. 139.  São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas
pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o
depositário, o administrador e o intérprete.
A condição de depositário faz surgir diversos deveres e obrigações, em especial, o
dever de guarda e conservação de bens penhorados (art. 148, do CPC)
Art. 148.  A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, seqüestrados ou
arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de
outro modo.
A nomeação do depositário é um Ato de Império do Juízo e, assim sendo, poderá
acarretar, entre outras, a prisão do depositário, desde que desrespeitadas as
determinações daquele ato, como é o caso do depositário infiel (art. 5º, LXVII, da
CF) Vide Informativo 187, do STF, sobre Depositário Infiel.

Alienação
 Praça  bem imóvel;
 Leilão  bem móvel.
Conseqüência imediata da praça e do leilão é a arrematação, que é caracterizada
pela aquisição, por terceiros, de bens penhorados, mediante pagamento em
dinheiro, que posteriormente se reverterá em benefício do credor.
CPC – Art. 647.  A expropriação consiste:
I - na alienação de bens do devedor;

19
Processo DO TRABALHO II

CLT – Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da
nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital
afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a
antecedência de vinte (20) dias.
Além da arrematação, a expropriação pode se dar através da adjudicação pelo
credor. A satisfação do crédito se dá pela aquisição pelo credor do bem expropriado
(art. 888, §§ 1º e 3º, da CLT)
§ 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos
pelo maior lance, tendo o exeqüente preferência para a adjudicação.
§ 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exeqüente a adjudicação dos bens
penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou
Presidente.

08.11.2004
Impugnação do Credor (artigos 879 e 884, da CLT)
Preclui ou não a possibilidade de impugnação do cálculo, tendo em vista o disposto
nos artigos 879, § 2º e 884, ambos da CLT?
Existem duas correntes: uma que defende a posição que com a preclusão do art.
879, § 2º, não seria possível a impugnação do art. 884. A outra, de forma contrária,
defende a posição de ser possível a impugnação do art. 884, pois trata-se de uma
ação incidental e não de um recurso (embargos ação).
Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua
liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. § 2º -
Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10
(dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
discordância, sob pena de preclusão.
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.
Não será apenas o devedor que demonstrará interesse em impugnar a sentença de
liquidação. O credor, também, poderá pretender modifica-la, só que o credor, via de
regra, não estará legitimado à apresentação dos embargos, estará limitado tão
somente à impugnação, conforme disposto no artigo 884, caput.

Embargos do devedor ou à execução


O vocábulo embargos pode denotar institutos processuais de natureza distinta. Ora
denota recursos, ora ação de natureza incidental. Aqui, vamos tratar dos embargos
no processo de execução trabalhista, ou seja, dos embargos ação.
Embargo é uma ação incidental que visa a desconstituição de um crédito. É uma
ação de cognição.

Espécies de embargos
A leitura desavisada do artigo 884, da CLT, sugere que o direito processual do
trabalho admite apenas as modalidades embargos do devedor e embargos à
penhora, mas, na verdade, os embargos são o gênero, do qual são espécies os
Embargos do Devedor, Embargos à Penhora, Embargos à Adjudicação e Embargos
à Arrematação.

Assim temos:
1. Embargos à Arrematação e à Adjudicação (art. 746, do CPC)

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Processo DO TRABALHO II

Art. 746.  É lícito ao devedor oferecer embargos à arrematação ou à adjudicação,


fundados em nulidade da execução, pagamento, novação, transação ou prescrição,
desde que supervenientes à penhora.
Somente o devedor poderá embargar a arrematação ou a adjudicação, sempre no
prazo de 5 dias (art. 884, da CLT), a contar da assinatura do auto de arrecadação
ou da adjudicação.
2. Embargos do Devedor
Tornada líquida a sentença, o devedor é citado para cumprir ou para honrar com
o crédito. Porém, isso não significa que não defender seus interesses diante de
eventuais lesões injustas e ilegítimas. Assim é que poderá o devedor na execução
fundada em título executivo judicial alegar inexigibilidade do título, ilegitimidade
da parte, incompetência do juízo, excesso ou nulidade da execução, falta ou
nulidade de citação, no processo de conhecimento, se a ação lhe correu à revelia,
tudo conforme disposto no artigo 741, do CPC.
Art. 741. Na execução fundada em título judicial, os embargos só poderão versar
sobre: 
I - falta ou nulidade de citação no processo de conhecimento, se a ação Ihe correu à
revelia;
II - inexigibilidade do título;
III - ilegitimidade das partes;
IV - cumulação indevida de execuções;
V - excesso da execução, ou nulidade desta até a penhora;
Vl - qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação com execução aparelhada, transação ou prescrição, desde que
supervenientes à sentença;
Vll - incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz.
No que tange à execução de título executivo extrajudicial, vale consignar o
disposto no art. 745, do CPC.
Art. 745.  Quando a execução se fundar em título extrajudicial, o devedor poderá
alegar, em embargos, além das matérias previstas no art. 741, qualquer outra que Ihe
seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento.

Embargos de Terceiros
O terceiro é aquela pessoa ordinariamente estranha à relação processual,
deduzida em juízo em juízo e à relação processual já constituída. Penhorado os
bens de terceiros, estes terão direito de embargar para garantir, em especial, a
integridade de seu patrimônio. Estão previstos nos artigos 1.046 a 1.064, do CPC.
Art. 1.046.  Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse
de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito,
arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha,
poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos.
§ 1o  Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor.
§ 2o  Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que,
pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser
atingidos pela apreensão judicial.
§ 3o  Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens dotais,
próprios, reservados ou de sua meação.
Art. 1.047.  Admitem-se ainda embargos de terceiro:
I - para a defesa da posse, quando, nas ações de divisão ou de demarcação, for o
imóvel sujeito a atos materiais, preparatórios ou definitivos, da partilha ou da fixação de
rumos;
II - para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca,
penhor ou anticrese.
Art. 1.048.  Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de

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Processo DO TRABALHO II

execução, até 5 (cinco) dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas


sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Art. 1.049.  Os embargos serão distribuídos por dependência e correrão em autos
distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreensão.
Art. 1.050.  O embargante, em petição elaborada com observância do disposto no art.
282, fará a prova sumária de sua posse e a qualidade de terceiro, oferecendo
documentos e rol de testemunhas.
§ 1o  É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
§ 2o  O possuidor direto pode alegar, com a sua posse, domínio alheio.
Art. 1.051.  Julgando suficientemente provada a posse, o juiz deferirá liminarmente os
embargos e ordenará a expedição de mandado de manutenção ou de restituição em
favor do embargante, que só receberá os bens depois de prestar caução de os devolver
com seus rendimentos, caso sejam afinal declarados improcedentes.
Art. 1.052.  Quando os embargos versarem sobre todos os bens, determinará o juiz a
suspensão do curso do processo principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá o
processo principal somente quanto aos bens não embargados.
Art. 1.053.  Os embargos poderão ser contestados no prazo de 10 (dez) dias, findo o
qual proceder-se-á de acordo com o disposto no art. 803.
Art. 1.054.  Contra os embargos do credor com garantia real, somente poderá o
embargado alegar que:
I - o devedor comum é insolvente;
II - o título é nulo ou não obriga a terceiro;
III - outra é a coisa dada em garantia.

De todas as modalidades de decisões de embargos cabem Agravo de Petição, no


prazo de 8 dias (art. 897, “a”, da CLT).
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;

EXERCÍCIO 3

1. Qual o recurso cabível no processo do trabalho contra decisão interlocutória?


a. Recurso Ordinário;
b. Agravo de Petição;
c. Agravo de Instrumento;
d. Não cabe recurso algum. (art.893, § 1º, da CLT)

2. Qual o remédio processual utilizado para atacar sentença omissa?


a. Embargos de Declaração; (art.897, da CLT e art. 535, do CPC)
b. Recurso Ordinário;
c. Agravo de Petição;
d. Não cabe recurso algum.

3. Contra decisão que julga improcedentes os Embargos à Execução é cabível:


a. Embargos de Declaração;
b. Recurso de Revista;
c. Agravo de Petição; (art. 897, “a”, da CLT)
d. Agravo de Instrumento.

4. Contra decisão de primeiro grau que julga improcedente o pedido do autor com
relação às horas extras, aviso prévio e 13º salário proporcional, é cabível:
a. Recurso de Revista;
b. Agravo de Instrumento;
c. Recurso Ordinário; (art. 895, da CLT)

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Processo DO TRABALHO II

d. Agravo de Petição.

5. Nas ações sujeitas ao procedimento sumaríssimo o recurso de revista é


interponível quando houver:
a. Violação direta da CRFB, contrariar súmula da jurisprudência do TST; (art. 896, § 6º,
da CLT)
b. Violação direta da CRFB;
c. Contraria súmula da jurisprudência uniforme do TST ou pedido do autor;
d. Matéria de direito e de fato sendo discutida, violação de súmula uniforme do
TST e violação da CRFB.

6. A apresentação do rol de testemunhas no procedimento ordinário, sumaríssimo e


no inquérito para apuração de falta grave será de, respectivamente, no máximo
a. 2, 3 e 4;
b. 3, 2 e 6; (artigos 821 e 852-H, § 2º, da CLT)
c. 3, 3 e 6;
d. 3, 2 e 3.

7. As CCP’s são:
a. Em caráter obrigatório, em composição paritária, com representantes dos
empregados e empregadores, sempre em números superiores aos dos
empregadores, com atribuição de conciliação;
b. Em caráter facultativo, com composição paritária, onde se decide os processos
antes de serem ajuizados;
c. Em caráter obrigatório, com composição paritária, com atribuição de conciliar
os dissídios coletivos;
d. Em caráter facultativo, com composição paritária, onde os prazos prescricionais
são suspensos no decorrer das negociações, com atribuição de tentativa de
conciliação. (artigos 625-A, 625-B, I e 625-G, da CLT)

8. O Recurso de Revista contra acórdão do TRT, em sede de Agravo de Petição é


cabível apenas quando:
a. Houver violação literal de dispositivo de Lei;
b. Houver violação literal de súmula de jurisprudência do TST;
c. Houver violação literal à CRFB; (art. 896, § 2º, da CLT)
d. Em nenhuma hipótese é cabível.

9. Contra decisão que homologa cálculos de liquidação, o reclamante/autor pode


oferecer:
a. Embargos à Execução;
b. Agravo de Petição;
c. Impugnação à liquidação de sentença; (artigos 879 e 884, da CLT)
d. Nenhuma das alternativas acima.

10. Na Justiça do Trabalho qual o recurso que é sucedâneo da Apelação, cabível nas
demais esferas do Judiciário
a. Extraordinário;
b. Ordinário; (art. 895, da CLT)
c. Revista;
d. Nenhuma das alternativas acima.

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Processo DO TRABALHO II

11. Como se processa a execução contra a massa falida no processo do trabalho,


segundo a CLT?
a. Após tornada líquida a obrigação, será remetido o processo ao Juízo de
Falência; (art. 768, da CLT)
b. Será remetida de imediato ao Juízo de Falência;
c. Será executada até o final no Juízo Trabalhista;
d. Nenhuma das alternativas acima.

12. Quanto ao Termo de Conciliação devidamente homologado, este é:


a. Decisão irrecorrível, apenas sendo anulado por meio de Agravo de
Instrumento;
b. Decisão irrecorrível apenas para as partes, para o INSS não; (art. 831, parágrafo único
da CLT)
c. Decisão poderá ser atacada por meio de Recurso Ordinário por quaisquer das
partes;
d. Nenhuma das alternativas acima.

13. Quanto à liquidação de sentença:


a. Deverá conter os valores referentes aos descontos previdenciários; (art. 879, § 1º-A,
da CLT)
b. Deverá conter os valores totais da execução;
c. Será apresentado pelo INSS o crédito que se encontra devido;
d. Nenhuma das alternativas acima.

14. Quanto aos acordos não cumpridos:


a. Não cabe recurso;
b. Caberá Recurso Ordinário;
c. Poderão ser executados pelo juiz da Vara que homologou; (artigos 876 e 877, da CLT)
d. Caberão Embargos à Execução.

15. Jade, namorada de Diogo, é executada na Justiça do Trabalho em processo


transitado em julgado contra sua loja de roupas finas. Jade mora em apartamento
que seu namorado Diogo lhe cedeu, pois já não possui mais nenhum bem, nem
para residência própria. O juiz da Vara do Trabalho penhora o apartamento que
Jade mora. Qual será o procedimento que Diogo adotará?
a. Embargos à Execução;
b. Recurso Ordinário;
c. Embargos de Terceiros; (art. 1.046, do CPC)
d. Agravo de Petição.

16. Qual a competência para a execução do Dissídio Coletivo na Justiça do


Trabalho?
a. A Vara do Trabalho que processou e julgou a Ação de cumprimento; (art.872,
parágrafo único, da CLT)
b. O TRT que processou e julgou a Ação de cumprimento;
c. O TRT correspondente à base territorial;
d. Nenhuma das alternativas acima.

17. Na execução, Fazenda Pública é citada para:


a. Nomear bens tantos quanto forem suficientes para a satisfação do crédito;

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Processo DO TRABALHO II

b. Oferecer embargos à execução; (art. 730, do CPC)


c. Pagar o crédito do exeqüente seja qual for o valor;
d. Nenhuma das alternativas acima.

18. Quanto ao Recurso de Revista, Agravo de Instrumento, Agravo de Petição,


Recurso Ordinário, Embargos à Execução, Embargos de Declaração e Recurso
Extraordinário, tem como prazo, respectivamente:
a. 8, 8, 5, 8, 5, 5 e 10 dias;
b. 8, 8, 8, 8, 5, 5 e 15 dias;
c. 8, 10, 8, 8, 8, 5 e 10 dias;
d. Nenhuma das alternativas acima.

19. A execução provisória no Processo de Trabalho será possível quando:


a. Não houver recurso da decisão definitiva da Vara;
b. Não houver sido dado efeito devolutivo ao recurso;
c. Não houver sido dado efeito suspensivo ao recurso; (art. 899, da CLT)
d. Nenhuma das alternativas acima.

20. Na execução de prestações sucessivas:


a. Se alguma das parcelas não for cumprida, executar-se-ão as que a sucederem;
(art. 891, da CLT)
b. Se alguma das parcelas não for cumprida, executar-se-á apenas aquela;
c. Se alguma das parcelas não for cumprida, executar-se-á o acordo em sua
totalidade;
d. Nenhuma das alternativas acima.

21. A penhora consiste no ato de apreensão dos bens:


a. Do devedor pessoa física tão somente;
b. Do devedor solvente; (art. 646, do CPC)
c. Do devedor insolvente;
d. Nenhuma das alternativas acima.

22. Utilizamos na execução trabalhista:


a. 1º – CLT, 2º – Lei 6.830/80 – 3º CPC;
b. 1º – CLT, 2º – CPC – 3º Lei 8.630/80;
c. 1º – CLT, 2º – CPC – 3º Lei 6.830/80 ;
d. CLT e CPC.

23. Da sentença que julga improcedente a impugnação à liquidação de sentença é


cabível:
a. Recurso Ordinário;
b. Recurso de Revista;
c. Embargos à Execução;
d. Agravo de Petição. (art. 897, “a”, da CLT)

24. A penhora de renda é possível quando:


a. A empresa encontra-se em atividade;
b. A empresa encontra-se em processo de falência;
c. A empresa encontra-se falida;
d. Nenhuma das alternativas acima.

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Processo DO TRABALHO II

25. A penhora de créditos é possível quando:


a. Não é possível em nenhuma hipótese;
b. Quando há conhecimento de valores a serem recebidos;
c. Quando a empresa encontra-se fechada;
d. Quando há conhecimento de que o proprietário pretende fugir.

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