MATERIAL PROCESSO PENAL III – Aula dia 13/10/2021

RECURSOS

3) Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos (juízo de prelibação)

* Regra: são analisados pelo próprio órgão prolator da decisão contra qual se recorreu.

* Exceção: são analisados pelo órgão superior:

a) quando o órgão a quo deixa de dar indevidamente seguimento ao recurso e a

parte reclama pelos instrumentos próprios diretamente ao Tribunal Superior;

b) por ocasião do julgamento do mérito do recurso.

Obs: Recurso conhecido. O juízo de admissibilidade feito pelo órgão jurisdicional a quo é
sempre precário, não vinculando o segundo juízo de admissibilidade a ser feito pelo órgão
ad quem (tribunal), que, por isso mesmo, é definitivo.

Para a análise do mérito recursal deve ter sido conhecido por ambos os juízos. Juízo de mérito
somente o ad quem promove (provimento parcial ou total do recurso).

Nos Embargos de Declaração, por confundirem em um só juízo as instâncias, não há análise

dos pressupostos por instância superior.

Já a Carta Testemunhável ocorre a análise do juízo de prelibação somente no juízo ad quem.

Obs.: mesmo descabida ou intempestiva, deve ser encaminhada ao tribunal para análise.

Conhecimento x provimento. Tem relevância diante do efeito substitutivo. A decisão do juízo

ad quem substitui a decisão do juízo a quo. Causa reflexos na competência do processo (RC e
HC).

Não admitido o recurso de apelação no juízo a quo, caberá RESE (Art. 581, XV CPP), nos
outros recursos, caberá Carta Testemunhável (Art. 639 CPP). Se não o fizer, ocorrerá
preclusão.

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* Pressupostos objetivos:

1) Cabimento: trata-se da previsão legal para a interposição (existência) do recurso.

Rol taxativo do CPP.

Não se pode interpor recurso que não exista no CPP: agravo de instrumento. (CAPEZ).

No CPP prevalece a idéia de irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Ex.: Juiz indefere a
produção de uma prova. Não há recurso imediato. Sentença desfavorável à parte prejudicada
pelo indeferimento, onde será alegado em preliminar no recurso de apelação (cerceamento de
defesa).

* Há decisões que não cabe recurso:

a) recebimento da denúncia e da queixa (cabe HC).

b) decisão que admite ou não o assistente de acusação (art. 273 do CPP) – cabe
Mandado de Segurança em matéria criminal.

2) Adequação: a parte necessita respeitar o recurso exato indicado na lei para cada
tipo de decisão impugnada.

* Princípio da singularidade e unirrecorribilidade: cada decisão admite, em regra, somente um

recurso. “A parte não pode interpor mais de um recurso contra a mesma decisão”. (RT,
644/287).

Apelação é residual. Critério da Especialidade. Art. 581 CPP.

* Princípio da fungibilidade e mitigação da adequação: a parte não pode ser prejudicada pela
interposição de um recurso pelo outro. Art. 579 CPP.

Ex.: Decisão de pronúncia, cabe recurso em sentido estrito. Se faz apelação. Juiz pode
processar como o recurso correto.

Obs.: Não vale para a prova da OAB.

* Princípio da variabilidade dos recursos: permite desistir de um para interpor outro, dentro do
prazo. Não vale para o MP (Art. 42 e 576 CPP).

3) Regularidade Formal: obediência às regras formais de interposição e sua

motivação.

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 1º grau: recursos interpostos, em regra, por termo nos autos ou petição: apelação,
recurso em sentido estrito, agravo em execução, onde razões podem ser apresentadas depois.
Art. 578 CPP.

Termo nos autos: manifestação nos autos de que deseja recorrer.

Motivação: Não aparece sempre. Requisito ligado aos recursos de fundamentação

vinculada: apelação contra decisão do juri, recurso extraordinário e recurso especial.

4) Tempestividade: trata-se do respeito ao prazo estabelecido em lei para a

interposição do recurso. Pressuposto de admissibilidade do recurso. A parte não pode exercer
seu inconformismo por tempo indeterminado.

* E se a parte oferecer o recurso antes do fim do prazo para ele previsto? Opera-se a
preclusão consumativa. Ex: complementar as razões já oferecidas.

* Súmula 216 do STJ.

* Defensoria Pública: prazo em dobro pra recorrer (art. 44, I, da LC nº 80/1994).

* Ministério Público: na esfera processual o MP não detém tal prerrogativa (STJ,

RESp nº 1.187.916-SP, j. 27/11/2013). Também não pode desistir do recurso (princípio da
obrigatoriedade).

* Difere das ações autônomas de impugnação, HC e Revisão Criminal, ações estas que
não estão sujeitas a prazos exíguos.

E se a culpa do processo não chegar ao cartório for do Distribuidor, e não do

advogado? Não haverá prejuízo.

Regra dos recursos: prazo 5 dias. Há variações.

Alguns recursos podem ser interpostos em 2 etapas. Interposição e depois

apresentação das razões. Ex.: Apelação (5 + 8 dias). Momento da interposição que conta o
prazo. Razões fora do prazo, para a jurisprudência é mera irregularidade (atendimento ao
princípio da ampla defesa e duplo grau de jurisdição). (RENATO BRASILEIRO).

As modificações no CPC não se aplicam ao CPP. Os prazos correm continuamente.

No Processo Penal não há suspensão e nem interrupção por ser domingo e feriado.

Art. 798 do CPP.

O prazo passa a correr no momento da intimação das partes.

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 Sumula 710 STF.

Intimação Pessoal: MP, defensor público, defensor dativo e acusado.

Intimação por publicação no DO: Defensor constituído, advogado do querelante e

advogado do assistente.

Intimação em dias diferentes para réu e defensor: vale a última para contagem de
prazo.

Há intimação por via postal (Art. 370, §2º CPP). Não há por telefone ( RT, 603/466).

Súmula 428 STF.

Recurso Artigo CPP Prazo

Sentido Estrito 581 5 dias
Embargos Infringentes 609, § único 10 dias
ou de nulidade
Embargos Declaratórios 619 2 dias
Carta Testemunhável 640 48 horas
Extraordinário ou 15 dias
Especial
Ordinário 310 do RI do 5 dias
Constitucional STF
Ex Offício Sem prazo
Apelação 593 5 dias
Juizado Especial 82, §1º, Lei 10 dias (com
Criminal 9.099/95 razoes)
Apelação subsidiária à 598, § único 15 dias
acusação

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