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Princípios aplicados ao recurso:

1) Duplo grau de jurisdição:

Possibilidade de reexame em segundo grau, trata-se de Recuso de Apelação e RESE (decisão de


pronúncia).

A regra é que o Recurso de Apelação seja reexaminado pela segunda instância, em que há a
devolução da matéria ao tribunal.

Quem possui foro por prorrogativa de função não tem direito ao duplo grau de jurisdição,
embora seja uma garantia prevista no Pacto de São José da Costa Rica. O motivo se dá porque
eles já são julgados por colegiados. Em relação ao júri, ainda que tenha tribunal, quem prolata
a decisão é um juiz singular.

Recorrer de uma decisão monocrática para que o Tribunal reaprecia a matéria. Dentre seus
fundamentos, têm-se a 1) falhabilidade humana; 2) inconformismo.

2) Voluntariedade:

A regra é que todos os recursos sejam voluntários. No processo penal o réu pode recorrer
independente do advogado, portanto, tanto o advogado quanto o réu possuem capacidade
postulatória.

No entanto, há algumas hipóteses de recurso necessário, reexame compulsório da decisão. Art.


574, I do CPP. Hipótese em que se as partes não recorrerem, obrigatoriamente, a matéria
deverá ser devolvida ao tribunal para apreciação.

 Da sentença que concede habeas corpus se a parte contrária não recorrer. Em sendo
réu preso, terá em de modo geral, pedido liminar. Quando um magistrado de 1ª
instância concede a liminar, não caberá o recurso necessário, somente após, com a
prolação da sentença. Atenção: da decisão liminar não cabe recurso.
 Recurso necessário: reabilitação criminal, habeas data criminal.
 Rese, apelação e Agravo de Execução: contra decisões de juízes de 1º grau, tramitarão
nos TJ’s e TRF’s.

3) Taxatividade:

Para que uma decisão possa ser recorrida, é necessária que haja previsão legal. Em regra, as
decisões interlocutórias recorríeceis devem estar previstas no rol do art. 581 do CPP.

4) Unicorrebilidade:

Somente existe um recurso para a decisão recorrida.

Acordão que viola norma constitucional e infraconstitucional: Recuso Extraordinário e Recurso


Especial, deverão ser interpostos dentro do mesmo prazo.
5) Convolação:

Quando há a interposição do Recurso correto em um tribunal, e ele não o conhece.

Hipótese de evidente ilegalidade, ocorre quando o tribunal, embora tenha um recuso tenha
sido interposto com outra fundamentação, observa a legalidade e o concede a ordem de
habeas corpus.

Verifica a irregularidade porque não preenche os requisitos necessários, mas também não
pode deixar de receber o recurso frente a evidente infração legal, portanto, converte as razões
em habeas corpus.

Possibilidade do tribunal conhecer o recurso como habeas corpus.

6) Fungibilidade:

Mesmo que haja interposição de recurso sob nomenclatura diversa, pode o juiz aceita-lo.

Deve ser demonstrada a boa-fé.

7) Disponibilidade:

Capacidade que a parte tem de desistir do Recuso, o único que não pode desistir é o Ministério
Público.

O advogado, para desistir do recurso, precisa ter uma procuração com poderes especiais
emitida pelo cliente. Portanto, dativo e defensor público não possuem procuração, portanto,
não podem recorrer. Neste caso o réu terá que emitir documento de desistência a próprio
punho.

Devem tanto o advogado quanto o réu desistirem do recurso.

O ministério público não pode desistir devido ao princípio da indisponibilidade da ação penal
pública. Neste caso, pode formular pedido de IMPROVIMENTO do seu recurso.

Quando o promotor A recorre, saí de férias, e o seu substituto B ao receber prazo para razões,
não entender ser o recurso devido, neste caso, ainda assim, sob o pressuposto deste princípio,
deverá apresentar suas razões e ao final formular pedido de improvimento.

8) Reformatio in pejus:

Não é possível que o tribunal reforma a decisão para piorar a situação do réu quando o recurso
for exclusivo da defesa.

Se a defesa recorrer, o tribunal poderá recorrer ou manter, já se o promotor recorrer, pode o


tribunal dar provimento para piorar, manter (improvimento) ou, de ofício, reformar para
melhor.

Proibição da reformatio in pejus indireta: quando um TJ conhece a nulidade (declara sentença


nula) em sede de preliminar de recurso de apelação, deverá ser devolvida ao juízo de 1º grau
para que reforme a sua decisão. E neste caso, o juiz de 1º grau, fica limitado a condenar o réu
ao máximo de pena aplicado na sentença anterior recorrida.

Tribunal do júri: nulidade posterior à pronúncia, apelação conhecida pelo TJ, declarará o júri
nulo e remetera ao processo para que seja realizado novo júri, ainda sob a capitulação do júri.
Portanto, excepcionalmente, poderá neste caso ter a sua pena aumentada. Caso o júri entenda
pelos mesmos motivos do júri anterior, sua pena ficará adstrita à sentença recorrida, se o novo
júri entenderem por motivos diferentes, poderá a pena ser maior.

13/09/2023

Recorribilidade das decisões:


Art. 573.
RESE de decisão que nomeou júri: motivo religioso, político ou filosófico.

2.2 Interesse em recorrer de sentença absolutória:


Art. 386 – há fundamentos que geram consequências negativas para o réu – quando a sentença
penal absolutória não fizer coisa julgada no civil, podendo o réu vir a responder no âmbito civil
– o interesse em recorrer visa mudar o teor decisório.
Absolvição pela culpabilidade, possibilidade em recorrer.
 Execução da sentença de absolvição imprópria, pode ser executada no juízo cível? Não
é um título executivo.
Excludente de licitude, faz coisa julgada no cível (exceto estado de necessidade agressivo que
gera consequências civis).
Extinção de punibilidade, pode ter prescrito/decaído/perempto o direito no penal mas não no
civil.

Prazo processual: 798, §5º do CPP.


Decisões de primeiro grau são oponíveis em 05 dias (contados em corrido).
Matérias hibridas, terão prazo penal.

O réu que renuncia o direito de recorrer sem a assistência do advogado não preclui o interesse
e a tempestividade do advogado. Súmula 705. O contrário também é verdadeiro.
Desistência do recurso: Ministério Público e Dativo não podem desistir, entretanto o advogado
pode, desde que haja procuração com poderes especiais.

Efeito Extensivo do Recurso:


Art. 580 do CPP – são incomunicáveis os elementos pessoais, salvo se constituir elementar do
crime (teoria monista) – comunicação das decisões do recurso independente se foi recorrida
ou não. Remissão também ao art. 30 do CP.

20/09/2023

Recurso em sentido estrito: Art. 581 ss. do CPP


 Interposição: 586 do CPP – 5 dias;
 Razões: 588 do CPP – 2 dias;
 Contagem de partir da intimação, em dias corridos;
Efeito devolutivo; e em algumas hipóteses o suspensivo; efeito iterativo (juízo de retratação,
art. 583 do CPP);
Na hipótese de interposição de RESE pela defesa e acusação, o TJ geralmente julgará primeiro o
da acusação.
Linha do tempo - Recursos: Tudo o que vem antes da Sentença, cabe RESE. No entanto, todas
as hipóteses oponíveis da Sentença, será realizado por meio de Apelação. Após, o que for
concernente à execução, será recorrido por Agravo à Execução (197 da LEP); Os recursos são
oponíveis contra decisões de primeiro grau.

I – Da decisão que não recebe a denúncia.


 Crimes de menor potencial ofensivo, Lei. 9.099/95, art. 82, recurso cabível no âmbito
do juizado especial: Apelação;
 Da decisão que recebe o recurso, poderá ser apresentado Habeas Corpus.
 Tudo o que for Maria da Penha, não se aplica a Lei 9.099, desse modo, se for crime de
menor potencial ofensivo, caberá RESE;
II e III – que concluir pela incompetência do juízo; que julgar procedentes as exceções, salvo de
suspensão.
 Incompetência (inciso I trata do reconhecimento de ofício, já o inciso II trata da
exceção de incompetência proposta pela parte), litispendência, coisa julgada.
IV – que pronunciar o réu;
 Reconhece o indicio de autoria e prova de materialidade de crime doloso contra a vida.
 Teses: impronúncia, desclassificação e absolvição sumária;
 Da decisão que desclassificar, caberá RESE pela acusação, visto que no momento em
que o juiz do tribunal do júri, ao desclassificar o crime, implicitamente já se declara
incompetente para julgar a ação;
V – Que conceber, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de
prisão preventiva ou revoga-lo, conceber liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante:
 Estas hipóteses, em regre, somente são viáveis para a acusação, já para a defesa não
compensa, devendo, portanto, impetrar Habeas Corpus tendo em vista que é mais
célere.
VII – que julgar quebra de fiança ou perdido o seu valor;

VIII ou IX – art. 107 do CP – causas extintivas da punibilidade; Trata-se de recurso interposto em


hipótese anterior à sentença, visto que se for reconhecido em sentença, caberá Apelação, e se
for reconhecida na execução, caberá Agravo.

X – que conceder ou negar a ordem de HC;

 Não concessão, em regra, será impetrado um novo HC perante o superior. Sendo


assim, basicamente o inciso se trata de “letra morta”;

XI – que conceder, negar ou revogar livramento condicional da pena.

 Sursi é um instituto em que a pena é aplicada, mas tem a sua execução suspensa nos
termos do art. 74 do CP;
 Verbos: Negar ou conceder é na Sentença, cabe Apelação; revogar, Agravo;

XII – Livramento condicional – último degrau do sistema progressivo da pena – art. 83 do CP –


Agravo em Execução ou HC (preferível o último);

27/09/2023
XXIV – converter a multa em detenção ou em prisão simples.

 Agravo em execução – se for decisão de juízo de execução.

O agravo em execução foi instituído em 1982 pela LEP, a jurisprudência foi entendendo com o
passar do tempo, que suas especificações são iguais a do RESE, incluindo prazos ( 05 dias para
interposição e 02 dias para razões) e juízo de retratabilidade.

Recurso de Apelação:

Art. 593 do CPP

Peça bipartida, interposição em 05 dias e razões em 08 dias;

Após a interposição, o recurso irá para o juízo a quo que verificará sua admissibilidade, em
sendo admitido, intimará a recorrente para apresentar suas razões nos termos do art. 600.

No âmbito do JECRIM, o prazo será de 10 dias sendo que deverá ser juntada a interposição
junto com as razões.

Hipóteses:

I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular.

Efeitos: Devolutivo, suspensivo (quando a sentença for condenatória),

Execução provisória da sentença condenatória com pena maior de 15 anos do Tribunal do Juri
– art. 492, §4º e 5º do CPP.

O recurso de apelação pode ser pleno ou parcial – devolve toda a matéria ou parte dela. E
parcial, o Tribunal poderá apenas dirimir sobre a matéria sob o risco de ultra ou extra petita. É
recomendável que seja plena pois neste caso o juízo poderá resolver questões irregulares de
ofício.

O inciso I é o mais utilizado.

II – das decisões definitivas, ou com forças de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos
não previstos no capítulo anterior; (são raras, visto que a apelação é residual – exemplo:
incidente de restituição de coisas aprendidas. Se a restituição for pedida ao delegado e ele
denegar, caberá medida de segurança. Se for perante o Juiz em processo incidental, cabe
Apelação.)

III – tudo o que for relativo ao Tribunal do Juri.

a) Ocorrer nulidade posterior à pronúncia; (novo júri)


b) For a sentença contrária a lei expressa ou à decisão de jurados; (retificação da decisão
no tribunal)
c) Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança.
(Erro na dosimetria). (retificação da decisão no tribunal)
d) For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
(fundamentação mais comum) (novo júri)
04/10 – cheguei atrasada

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