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Princípios recursos processo penal

Duplo grau de jurisdição

É entendido como a possibilidade de um reexame integral da decisão do juízo a quo, que vai
ser confiado a juízo diverso ao que proferiu, de hierarquia superior na ordem judiciaria.

Em regra, os acusados com foro por prerrogativa de função não têm direito ao duplo grau de
jurisdição.

Taxatividade dos recursos: para interpor recurso é necessário que ele esteja previsto em lei,
para aquele tipo de decisão em especifico.

Unirrecorribilidade das decisões: a cada decisão recorrível corresponde um único recurso,


existem exceções a esse principio.

Principio da fungibilidade: a parte não será prejudicada pela substituição de um recurso por
outro, desde que não exista má-fé.

Principio da convolação: a convolação consiste no recebimento de recurso, reconhecendo-o


como recurso mais vantajoso para a parte, logo a impugnação adequada será recebida e
conhecida como se fosse outra.

Voluntariedade dos recursos: apesar dos recursos ser em regra voluntario, existem exceções,
como por exemplo o reexame necessário, onde mesmo não havendo a interposição de recurso
pela parte interessada, o juízo deverá submeter a decisão para reexame pelo tribunal
competente.

Disponibilidade dos recursos: permite que o recorrente desista do recurso. O MP não poderá
desistir de recurso.

Non reformatio in pejus: existem dois possíveis caminhos a se tomar após a interposição de
recurso, se o recurso for interposto pela defesa, será adotada a non reformatio in pejus, onde a
situação não poderá ser piorada, já em relação a recurso do acusador, será adotado o benefício
comum de forma que será possível que a situação do recorrente (acusador) piore.

Non reformatio in pejus indireta temos de exemplo decisão anulada que sentenciava o réu a 4
anos de prisão, nova decisão não poderá ultrapassar essa margem.

Non reformatio in pejus indireta e incompetência absoluta: não cabe ao juiz natural agravar a
pena.

Non reformatio in pejus e soberania dos vereditos: o segundo conselho que julgar a causa não
fica vinculada a votação quesitos e pena do primeiro julgamento, porém se a votação dos
quesitos do segundo julgamento permanecerem iguais ao do primeiro, haverá que ser
respeitado o principio do non reformatio in pejus.

Reformatio in Mellius: beneficio comum já citado acima.

Dialeticidade: o recurso deve conter os fundamentos de fato e de direito, além os pedidos, esse
principio existe para garantir que a parte possa elaborar suas contrarrazões e para fixar os
limites de atuação do tribunal.
Complementariedade: no processo penal, há a possibilidade de interpor recurso e
posteriormente apresentar as respectivas razões, no momento de apresentação das razões,
independente do momento, será afastada a possibilidade de complementar, a não ser que
surja nova sucumbência em virtude da alteração ou integração da decisão.

Variabilidade: o recorrente poderá interpor novo recurso em substituição do anterior, desde


que esteja dentro do prazo legal. Atualmente não é admitida no processo penal ????????????

Colegiabilidade

Pressupostos de admissibilidade

Objetivos

Cabimento: é entendido como a verificação de possibilidade de recurso contra a decisão.

Adequação: O pressuposto objetivo da adequação deve ser compreendido, portanto, como a


utilização da via impugnativa correta para se insurgir contra a decisão.

Tempestividade: quanto ao prazo legal correto para a interposição do recurso. , o prazo deve
começar a fluir, para o Ministério Público, da data da entrada dos autos naquele órgão, e não
da aposição do ciente pelo órgão ministerial.

Prazos dos recursos:

48 horas para carta testemunhal

2 dias para embargo de declaração

5 dias para apelação, RESE

10 dias para embargos infringentes e de nulidade

15 dias para recurso extraordinário e especial

20 dias para RESE contra lista de jurados

Os membros da Defensoria Pública da União, da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos


Territórios, e da Defensoria Pública dos Estados têm prazo em dobro para recorrer

Inexistência de fato impeditivo

Efeitos

Efeito obstativo: interposição de recurso impede a preclusão temporal, obstando o transito em


julgado.

Efeito devolutivo: consiste na transferência do conhecimento da matéria impugnada ao órgão


jurisdicional, objetivando a reforma, invalidação, integração ou esclarecimento da decisão
impugnada.

Efeito suspensivo: impossibilidade da decisão produzir seus efeitos enquanto o recurso não for
apreciado.
Em regra os recursos interpostos pelo MP não são dotados de efeito suspensivo, porém
havendo o perigo de dano irreparável, existe a possibilidade de impetração de mandado de
segurança para que o recurso possa ser dotado de efeito suspensivo.

Efeito regressivo: consiste na devolução da matéria impugnada para fins de reexame pelo
próprio órgão expedidor da decisão, permitindo a retratação antes de endereçar o recurso para
o órgão ad quem.

Efeito extensivo: possibilidade de estender os efeitos do recurso favorável para todos os outros
acusados que não tenham recorrido. Será possível desde que a fundamentação não se recolha
a motivos exclusivamente pessoais.

basta que os agentes sejam acusados pela prática do mesmo crime em concurso de agentes,
pouco importando se houve a reunião dos processos ou a separação dos feitos

efeito substitutivo: o julgamento proferido por órgão ad quem substituirá a decisão impugnada
no que tiver sido objeto de recurso, ainda que seja negado provimento.

Efeito translativo: devolução ao juízo ad quem de toda a matéria não atingida pela preclusão.

Efeito dilatório-procedimental: efeito natural de todo recurso, com a instauração da instância


recursal, haverá uma ampliação do rito procedimental.

Recursos em espécie

RESE

Cabimento

Contra decisões interlocutórias, porém apenas nas hipóteses previstas em lei.


Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; (Redação
dada pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989) VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;

VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;

IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da


punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-
A desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

É cabível contra decisões de juízes singulares, não abrangendo a decisão monocrática do relator.

Tem prazo de 5 dias e é dotado de efeito devolutivo, regressivo e extensivo.

Apelação

Recurso cabível contra sentença definitiva de condenação ou absolvição proferida por juiz
singular, decisões definitivas ou com força de definitivas ( interlocutórias mistas) quando n]ao
couber RESE, decisões do tribunal do júri quando:

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz presidente contrária à


lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação
da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados manifestamente
contrária à prova dos autos

Tipos de apelação

Principal e subsidiaria: principal quando interposta pelo MP e subsidiaria quando interposta


pelo ofendido

Sumaria e ordinária: sumaria no caso de a infração penal ser punida com detenção, hipótese
que o procedimento será mais curto. Ordinária quando a infração penal for punida com
reclusão

Tem prazo de 5 dias

É dotada de efeito devolutivo, e, a depender do caso dotada de efeito suspensivo: absolutória


impropria

EMBARGOS INFRIGENTES E DE NULIDADE

Recursos autônomos cabíveis contra:

Infringentes: contra decisões não unanimes proferidas pelos tribunais de 2° instancia que
versem sobre matéria de mérito

Nulidade: contra decisões não unanimes proferidas pelos tribunais de 2°instancia que versem
sobre materia de nulidade processual

Não é possivel a interposição desses recursos se a decisão julgar habeas corpus ou revisão
criminal.

Em caso de competencia originaria não será cabivel a interposição dos recursos.

Tem prazo de 10 dias

Embargos de declração

Mesma função do processo civil, prazo de 2 dias


Agravo em execução

Cabivel contra decisões proferidas pelo juizo de execuções

Tem prazo de 5 dias para interposição e 2 dias para apresentação de razões e contrarrazões

Carta testemunhavel se o juiz sumir para não receber recurso

Prazo de 48 hrs

Correição parcial

Destina-se a correição ao questionamento de decisões judiciais não impugnáveis por outros


recursos e que representem erro ou abuso dos quais resulte a inversão tumultuária do
processo.

Tem prazo de 5 dias

Ações autônomas de impugnação pag 1847

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