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3ª PARTE DA MATÉRIA
V – Possibilidade de desistência dos Recursos: Tendo por base do recurso como prolongamento
da demanda, nessa qualidade, poderá ser revogada, ou mais tecnicamente falando, poderá requerer
desistência total ou parcial, até a prolatação do voto.
Quanto à forma, poderá ocorrer de forma escrita ou oral, independendo da anuencia da parte
adversária.
OBS1: Não confundir com a renúncia ao Direito de Recorrer, que ocorre antes do recurso ser
interposto, e em geral ocorre para antecipar o transito em julgado de uma decisão judicial. A renúncia
do Direito de recorrer pode inclusive ocorrer antes da sentença.
OBS4: Para o advogado poder desistir pela parte, deverá ter procuração com poderes especiais para
dispor de tal direito.
*O juízo de admissibilidade, para alguns autores mais tradicionais da teoria geral do processo,
também é denominado como “juízo de prelibação”, tal como no Processo Penal. Ressalta-se para
evitar a nomenclatura, pois a mesma é motivo de divergência entre doutrinadores. Mas vale a pena
saber desse detalhe.
a) O juízo de admissibilidade recai sobre o plano de validade dos atos jurídicos, nas palavras de
Fredie Didier. Em outras palavras, seria o juízo pelo qual o orgão julgador do recurso declara que o
processo está apto a ter seu mérito analisado. Nesse momento, “conhece-se” do recurso, ou “admite-
se” o mesmo. Verifica-se, assim, se o procedimento está todo correto, os requisitos processuais e
condições da ação estão presentes para então se passar à análise do mérito, muito embora, conforme
ressaltado por Araken de Assis, a natureza jurídica no âmbito recursal seja sui generis, diferenciada,
pela sua propria finalidade.
A) Requisitos de admissibilidade dos recursos: Utiliza-se aqui a linha do mestre Jose Carlos
Barbosa Moreira, seguida por Didier e Araken de Assis. Pode ocorrer pequenas variações na doutrina,
mas o mais importante é vocês compreenderem quais são e como atual os requisitos de
admissibilidade dos recurso, certo?
***Intrínsecos: - Cabimento
(existência) - Legitimação
- Interesse
- Inexistência de fato extintivo, modificativo ou impeditivo do recurso
OBS: Autores como Marcus Vinicius Rios Gonçalves posicionam a inexistência de fato impeditivo,
modificativo ou impeditivo do direito de recorrer como requisitos extrínsecos. Reitera-se que é
importante sim, vocês compreenderem o que são e quais implicações de cada um deles.
*** INTRÍNSECOS:
b) Legitimidade – Nem todo mundo tem legitimidade para interpor recursos. Autor e réu (partes por
excelência) tem legitimidade para recorrer. Além das partes, terceiros também podem ingressar no
processo (intervenção de terceiros), sempre que forem admitidos no processo e se tornar
interveniente, terá legitimidade recursal; também pode o MP nas causas em que deverá intervir; e
ainda, o CPC admite que terceiro prejudicado (que tenha interesse jurídico em que a sentença
favorável a uma das partes.
OBS1: Funcionário da justiça nem juiz tem legitimidade de recorrer – o atecnicamente chamado
“recurso de oficio”, nada mais é do que o reexame ou remessa necessário, o qual, como já se viu, é
um sucedâneo recursal.
OBS2: Perito pode recorrer? Teria ele legitimidade? Há controvérsia em relação a fixação de seus
honorários, mas predomina o entendimento na jurisprudência de que não cabe.
OBS3: O advogado poderia em algum momento recorrer? Teria ele legitimidade em algum momento
para recorrer em nome próprio? Lei 8.906/94 – Estatuto da OAB, art. 23 – o honorário é do advogado,
podendo o advogado executá-lo em nome próprio. O STF já pacificou que o advogado tem
legitimidade para recorrer em nome próprio para reclamar sobre direito pertencente a ele, e não à
parte (recurso exclusivamente sobre isso), podendo recorrer inclusive em nome da parte. O STJ
também o admite, denominando assim hipótese de letigimidade extraordinária.
a) Tempestividade – Todos os recursos tem prazo para serem interpostos sob pena de preclusão
(temporal) por serem extemporâneos, atemporais, e, portanto, inadmissíveis. Atenção!!!! Lembrem-se
dos atos processuais – dos prazos processuais que vocês aprenderam em Processo de
Conhecimento.
*** Regra geral: Todos os prazos são de 15 dias, salvo Agravo – 10 dias.
- Embargos de declaração – 5 dias
OBS: Isso é somente uma regrinha geral ok? Vamos ver depois as peculiaridades de outros recursos.
OBS2: 188 e 191. – Privilégio de prazo.
OBS3: Embargos de Declaração – interrompem o prazo para outros recursos. Ainda que protelatórios
e aplicado multa, não se retira o efeito interruptivo. Só é interruptivo de intempestivo. – No juizado é
apenas suspenso por força da lei 9.099/95.
OBS: Nada impede que leis estaduais isentem em sua organização judiciária, outros recursos.
OBS1: O Regimento Interno do STJ, no seu art. 112, vai eximir de preparo também o Recurso
Especial. MAS deve-se pagar o porte de remessa e retorno para o envio para Brasília.
OBS2: Entes isentos do recolhimento de preparo: MP, Fazenda Pública, Beneficiários da Justiça
gratuita (que não recolhem preparo nem porte).
OBS3: O recurso adesivo, que se verá mais adiante, não é recurso, mas técnica de interposição de
um recurso. Não exime de preparo.
O recolhimento do preparo - art. 511 O recolhimento do preparo deve ser feito no ato de
interposição do recurso. Não haverá prazo superveniente – A parte deve anexar a guia de pagamento
(recebida no momento da interposição e pagamento no banco) e anexar.
OBS4: O STJ já se pronunciou que o preparo deve ser apresentado no ato de interposição, pela
interpretação literal do art. 511. Assim, não adianta interpor recurso e pagar a guia logo no dia
seguinte. Não será admitido. Não é o caso de esquecer de anexar a guia do recolhimento de custas já
pago.
OBS5: O horário do Banco para pagamento da guia de recolhimento das custas é diferente do horário
do cartório. Deve pagar antes de ir ao cartório, não cabe alegação do fechamento das instituições
bancárias. É diferente da ocasião em que os bancos são fechados por caso fortuito ou força maior,
como uma greve bancária, caso em que o advogado deveria se justificar.
OBS6: art. 511, §2º - Preparo a menor. Complementação. Controvérsia; pois poderia gerar má-fe.
OBS7: Assistência gratuita. Autor pagou todas as custas, mas no recurso ele não tinha condições.
Requer assistência desde logo ab initio. Mas corre o risco do juiz inadmitir e declarar o recurso
deserto.
c) Regularidade Formal – Requisitos formais.. Em regra, os recursos no Brasil são interpostos de
forma escrita. Mas há uma única exceção: O agravo retido será interposto no momento da audiência:
sua forma de interposição, portanto, é oral.
Os recursos somente são admissíveis quando acompanhados das respectivas razões. No processo
civil deve vir acompanhado das razões sob pena de preclusão consumativa.
OBS: Não cabe aditamento do recurso, salvo, na hipótese de, sem saber, seu adversário propõe
Embargos de Declaração e modifica a sentença ao mesmo tempo em que se apela.