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Juizado Especial

2. Procedimento:
A petição inicial pode ser apresentada verbalmente, no setor de
atermação, ou por escrito.
Proposta a ação será designada audiência, que pode ser una ou
dividida em audiência de conciliação e audiência de instrução e julgamento (se
necessária).
Se na audiência de conciliação houver acordo, este será reduzido a
termo e encaminhado para que o juiz togado o homologue.
Não realizado acordo na audiência de conciliação, as partes poderão
optar, de comum acordo, se querem seguir com o procedimento para
designação de audiência de instrução e julgamento, conduzida pelo juiz leigo
ou juiz togado ou se preferem o juízo arbitral.
Caso optem pelo juízo arbitral, deverão escolher o árbitro dentre os
juízes leigos do Juizado Especial.
O árbitro conduzirá o procedimento, podendo produzir provas em
audiência, se necessário, e a sua sentença será homologada pelo juiz togado.
A sentença do juiz togado que homologa o laudo arbitral é irrecorrível!
Qual a consequência do não comparecimento das partes à audiência?
- Se for o autor, será a contumácia. (Contumácia: consiste na
extinção do processo sem resolução de mérito e no consequente
pagamento das custas pelo autor).
- Se for o réu, será considerado revel, ainda que esteja dentro do
prazo para contestar.
O prazo para oferecer contestação é até a data da audiência de
instrução e julgamento, inclusive na própria audiência (de forma escrita ou
verbal).
Se for caso de réplica, esta deverá ser apresentada pelo advogado do
autor, verbalmente, na própria audiência de instrução.
Haverá réplica se o réu, na contestação, alegar fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor e/ou se alegar na contestação
alguma das preliminares de mérito do art. 337, CPC (ou seja, se o réu alegar
fato novo na contestação, em relação ao qual o autor não teve oportunidade de
se manifestar, haverá réplica).
Se for necessário a produção de provas, ainda que a parte tenha
ingressado sem advogado, o juiz nomeará um advogado dativo, convocará a
Defensoria Pública ou adiará a audiência de instrução para que a parte
contrate advogado.
Apesar da Lei 9.099/95 não admitir prova pericial no procedimento
sumaríssimo, admite-se esclarecimento de perito em audiência, se só referido
esclarecimento for suficiente enquanto prova.
É possível a formulação de pedido contraposto na contestação. O
pedido contraposto é o pedido formulado pelo réu contra o autor, sobre os
mesmos fatos trazidos na petição inicial.
Como o pedido contraposto é um simples pedido feito na contestação,
se o autor desistir da ação, o pedido contraposto não será apreciado. Se for
feito pedido contraposto, o autor o impugnará em réplica.
Não se admite reconvenção no procedimento dos Juizados
Especiais.
O juiz poderá proferir sentença na própria audiência ou posteriormente.
Dispensa-se o relatório na sentença proferida pelo juiz nos Juizados
Especiais.
Além disso, nos Juizados Especiais, não se admite a prolação de
sentença ilíquida (nem mesmo nas hipóteses em que se admite pedido
genérico).
Não se admite fase de liquidação de sentença no Juizado Especial em
virtude de celeridade processual.
A Lei 9.099/95 prevê três espécies recursais no procedimento dos
Juizados Especiais: recurso inominado, embargos de declaração e recurso
extraordinário.
O recurso inominado, que é cabível contra a sentença do juiz de 1ª
instância, deverá ser proposto no prazo de 10 dias.
Jurisprudência amplamente majoritária não admite a interposição do
recurso inominado contra sentença na modalidade de recurso adesivo, por
ausência de previsão legal.
Nos Juizados Especiais a isenção de custas processuais para ambas as
partes só ocorre em 1ª instância. Caso haja a interposição de recurso, terá que
ser recolhido o preparo (é o recolhimento das custas recursais e, se forem
autos físicos, do porte de remessa e de retorno), a menos que a parte esteja
amparada pela gratuidade de justiça.
Preparo: é o recolhimento das custas recursais e, se forem autos físicos, do
porte de remessa e de retorno.
O preparo para a interposição de recurso nos Juizados Especiais deve
ser feito até 48 horas após a interposição do recurso.
O recurso inominado será julgado pela Turma Recursal (a Turma
Recursal será composta por juízes de 1ª instância da Justiça Comum Estadual
ou Federal).
Não se admite recurso de decisão proferida por órgão de 2ª
instância dos Juizados Especiais para o STJ. Então, não cabe nem
Recurso Especial e nem Recurso Ordinário Constitucional para o STJ
contra decisões proferidas pela Turma Recursal dos Juizados Especiais.
Cabe recurso extraordinário para o STF contra as decisões
proferidas pelas Turmas Recursais (2ª instância) se houver violação a
uma questão constitucional.
As decisões interlocutórias proferidas pelo juiz nos Juizados Especiais
em 1ª instância são recorríveis? - Em regra, não. Vigora o princípio da
irrecorribilidade das interlocutórias.
Porém, jurisprudência pacífica vem admitindo a interposição de agravo
de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre tutela de
urgência, por analogia ao art. 1015, I, CPC. Trata-se de entendimento que tem
por objetivo evitar a impetração de mandado de segurança contra decisão
judicial.
Quanto às demais decisões interlocutórias, que não estejam em
situação de urgência, a parte deverá aguardar a prolação da sentença e por
ocasião da interposição do recurso inominado ou nas contrarrazões do recurso
inominado, requerer expressamente e preliminarmente que a Turma Recursal,
ao julgar o recurso inominado contra a sentença, aprecie também aquela
decisão interlocutória.
Cabe também, nos Juizados Especiais, os embargos de declaração, se
a decisão judicial for omissa, obscura, contraditória ou contiver erros materiais.
Uma vez interposto os embargos de declaração, se tempestivos,
interrompem o prazo para a interposição de outro recurso.
Nos Juizados Especiais, do trânsito em julgado da decisão, começa a
fluir o prazo de 15 dias para o réu efetuar o pagamento do débito. De forma
que, transcorrido estes 15 dias sem pagamento, quando o credor iniciar a
execução, já o fará solicitando o acréscimo da multa de 10% prevista no art.
523, §1º, CPC e aqui utilizada subsidiariamente.
Além disso, no processo de execução de título extrajudicial, nos
Juizados Especiais, há previsão de audiência de conciliação, na qual, não
havendo acordo, deverá o executado oferecer embargos à execução.
Uma vez transitada em julgado a sentença nos Juizados Especiais, não
se admite ação rescisória.
Quem pode ser parte no Juizado Especial? - Art. 8º, Le 9099/95
Em regra, o incapaz, o preso e a pessoa jurídica de direito público não
podem ser parte nos Juizados Especiais.
A Lei 9.099/95 autoriza a ação de despejo para uso próprio no âmbito
dos Juizados Especiais.

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