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Direito Processual Civil | Material Complementar

Prof. Juliana | julianavipe@gmail.com

RECURSOS

►Disposições gerais dos recursos


O recurso é um instrumento processual que tem por objetivo atacar uma decisão judicial que causou prejuízo a
alguma das partes.
A possibilidade de o interessado atacar decisões judiciais por meio de um recurso é consequência do princípio do
duplo grau de jurisdição.
Sendo assim, podemos conceituar o recurso como meio voluntário de se obter o reexame de uma decisão dentro
do mesmo processo para anulá-la, reformá-la ou aperfeiçoá-la.
É voluntário porque é uma continuação do direito de ação e sujeita-se ao princípio da inércia ou princípio
dispositivo, portanto, recorrer é um ônus processual, ou seja, depende da vontade da parte. É taxativo porque tem
previsão expressa em lei federal como recurso, ou seja, as partes não podem criar recurso. Além disso, o recurso
desenvolve-se no mesmo processo, como extensão do direito de ação ou de defesa, o recurso é só uma fase, um
incidente na mesma relação processual (ainda que seja em outros autos). Ainda, é um instrumento disponível às
partes, só os legitimados do art. 996 podem usar – autor, réu, MP e terceiro prejudicado. Por último, o recurso tem
como objetivo reformar, anulação, esclarecimento ou integração de uma decisão judicial.
Importante: o reexame necessário equivocadamente as vezes é chamado de recurso de ofício. Está previsto no
artigo 496 do CPC e, na verdade, trata-se da chamada remessa necessária, que é uma condição suspensiva de
eficácia da decisão prolatada contra a Fazenda Pública, que só produzirá efeito depois de confirmada pelo tribunal,
salvo exceções previstas em lei. Assim, a sentença proferida contra a Fazenda Pública deverá ser submetida ao
julgamento pelo tribunal, ainda que nenhuma das partes tenha interposto recurso de forma voluntária. É, portanto,
um benefício para a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas autarquias e fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público.

Quadro sinótico (art. 496)

Quando não haverá remessa necessária?


Quando a condenação ou o proveito Quando a sentença estiver fundada em:
econômico obtido na causa for de valor I - súmula de tribunal superior;
certo e líquido inferior a: II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ
I - 1.000 salários mínimos para a União e as em julgamento de recursos repetitivos;
respectivas autarquias e fundações de III - entendimento firmado em incidente de
direito público resolução de demandas repetitivas ou de
II - 500 salários mínimos para os Estados, o assunção de competência;
Distrito Federal, as respectivas autarquias e IV - entendimento coincidente com
fundações de direito público e os Munícipios orientação vinculante firmada no âmbito
que constituam capitais dos Estados; administrativo do próprio ente público,
III - 100 salários mínimos para todos os consolidada em manifestação, parecer ou
demais Municípios e respectivas autarquias súmula administrativa.
e fundações de direito público.

Súmulas relacionadas:

Súmula 45, STJ: “É proibida a reforma prejudicial à Fazenda no reexame necessário”.


Súmula 325, STJ: “O reexame é de todas as parcelas de condenação, inclusive honorários advocatícios”.
Súmula 490, STJ: “A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for
inferior a sessenta salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas”.
Súmula 423, STF: “Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se considera
interposto ex lege”.

►Cabimento
Nos termos do artigo 994 do Código de Processo Civil, são cabíveis os seguintes recursos:
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I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.

IMPORTANTE: O novo CPC excluiu os embargos infringentes e o agravo retido.

►Prazo dos recursos

✓ 15 dias, salvo os Embargos de Declaração que terá o prazo de 5 dias.

Art. 1.003 [...]


§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para
responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

Início da contagem dos prazos (art. 1.003):


✓ Conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública
ou o Ministério Público são intimados da decisão.
✓ Conta-se da data da audiência, quando nesta for proferida a decisão (consideram-se intimados).

Observações:
1. na contagem dos prazos, deve-se excluir o dia do início e incluir o dia do vencimento (art. 224, CPC).
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do
começo e incluindo o dia do vencimento.

2. Para fins de contagem de prazo, o recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do
recurso.
3. Para o prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação, aplica-se o
disposto no art. 231, CPC.
4. É possível interposição de recurso pelo correio. Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio,
será considerada como data de interposição a data de postagem. Exemplo: Agravo de Instrumento (Art. 1.017, § 2º,
III, CPC).
5. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou
ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do
herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da intimação (art. 1.004, CPC).

►Requisitos de admissibilidade

a) Tempestividade: o recurso deve ser interposto no prazo previsto em lei.


b) Preparo: o recurso, em regra, exige o pagamento do preparo, salvo exceções previstas em lei.
c) Legitimidade: só o legitimados, nos termos do artigo 966, podem interpor recurso.
d) Regularidade formal: varia de recurso para recurso.

►Juízo de admissibilidade
No novo CPC, o juízo de admissibilidade é único, sendo realizado pelo órgão jurisdicional encarregado do julgamento
do recurso, sem atuação prévia da autoridade perante o qual o recurso foi interposto (Art. 1.010, § 3º).
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O julgamento dos recursos tem duas fases:


1. O órgão jurisdicional avalia o preenchimento dos requisitos e admissibilidade.
1. Se o recurso passar dessa fase, ou seja, ele será conhecido (termo técnico).
2. O órgão jurisdicional enfrentará as questões de mérito.
2. Nessa fase, o tribunal dará ou não provimento ao recurso.
3.
►Efeito dos recursos
4.
5. Como regra, os recursos não são dotados de efeitos suspensivos. A consequência dessa regra é que a
decisão produz efeitos imediatos, permitindo a instauração da execução fundada em título provisório.

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão
judicial em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator,
se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

6. Excepcionalmente o recurso poderá ter efeito suspensivo, da seguinte forma:


1. Requerimento da parte como preliminar no próprio recurso ou por petição avulsa dirigida ao relator,
mediante a demonstração da fumaça do bom direito e perigo na demora (fumus boni iuris e
periculum in mora), que será analisado pelo tribunal, que poderá atribuir ao recurso o efeito
suspensivo.
2. Recurso de apelação, que sempre terá efeito suspensivo, salvo as exceções listadas no art. 1.012.

Observação: caberá interposição de agravo interno, nos termos do art. 1.201, da decisão proferida pelo relator que:
a) concede efeito suspensivo excepcional; b) nega efeito suspensivo excepcional.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


7. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
8. III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.

►Legitimidade

Tem legitimidade recursal, nos termos do art. 996 as partes, o MP e o terceiro prejudicado. O termo “partes” inclui
autor, réu, intervenientes e MP (como parte ou fiscal da ordem jurídica) que participa do processo.
Observação: o juiz, nos incidentes em que é parte, também tem legitimidade para recorrer (art. 146, § 5º).
O termo “Partes” é no sentido amplo, inclui autor, réu, terceiro interveniente e o MP. O advogado tem legitimidade
para recorrer em nome próprio em relação aos honorários de sucumbência.
A legitimidade é analisada em abstrato - ser vencedor ou perdedor só diz respeito ao interesse recursal.

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a
relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou
que possa discutir em juízo como substituto processual.
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►Recurso adesivo

Nos termos do art. 997, caput, cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das
exigências legais.
Dispõe o art. 997, § 1º, que sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o
outro. Trata-se do chamado “recurso adesivo” que, na verdade, não se trata de um novo recurso, mas um modo de
interpretação. A parte que não recorreu no prazo legal, preenchidos os requisitos legais, no prazo das contrarrazões
ao recurso interposto pelo seu adversário processual, poderá interpor o seu recurso.
O “recurso adesivo” somente é admissível na:
✓ Apelação
✓ Recurso extraordinário
✓ Recurso especial

O recurso adesivo depende do êxito de tramitação do recurso principal e não será conhecido, por exemplo, se
ausente algum pressuposto de admissibilidade do recurso principal, não for conhecido pelo tribunal ou se o
recorrente desistir do recurso.
O prazo para interposição do recurso adesivo é o prazo de apresentação das contrarrazões.

►Desistência e renúncia dos recursos.

A desistência ocorre quando o recorrente já interpôs o recurso, mas decide dele desistir. A renúncia ocorre quando a
parte ainda não recorreu, mas ainda poderia recorrer, por estar dentro do prazo legal.
O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. No
entanto, a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida
e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos (art. 998).
A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte (art. 999). A parte que aceitar expressa ou
tacitamente a decisão não poderá recorrer. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato
incompatível com a vontade de recorrer – preclusão lógica (art. 1000). Exemplo de aceitação tácita: após ser
intimado da sentença, ainda no prazo recursal réu de ação de indenização por danos morais efetua pagamento da
condenação.

►Não cabimento de recurso contra despacho (art. 1.001)

Não se justifica interposição de recurso contra despacho, pois é espécie de pronunciamento que não acarreta
prejuízo a nenhuma das partes e apenas impulsiona o processo. Ex.: despacho do juiz que ordena a citação do réu.

►Preparo (art. 1.007)

O preparo dos recursos é o valor do serviço de julgamento do recurso, mas a jurisprudência inclui na expressão
"preparo" todas as custas do recurso, inclusive porte de remessa e retorno.

Súmula 187 STJ


É DESERTO O RECURSO INTERPOSTO PARA O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, QUANDO O RECORRENTE NÃO
RECOLHE, NA ORIGEM, A IMPORTANCIA DAS DESPESAS DE REMESSA E RETORNO DOS AUTOS.

IMPORTANTE: É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.

Isenções subjetivas (partes que não pagam preparo):


✓ Ministério Público
✓ União, Distrito Federal, Estados, Municípios, e respectivas autarquias
✓ Os gozam de isenção legal. Ex.: beneficiários da Justiça Gratuita.

O que ocorre se a parte não recolher preparo ou se recolhido, o valor dor insuficiente?
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A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente,
intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
Se o recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte
de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob
pena de deserção. Nesse caso, se esse recolhimento for insuficiente, é vedada a complementação do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno.

Observações:
1. Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível,
fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
2. O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao
relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5
(cinco) dias.

►Outras regras importantes sobre os recursos

a)O recurso pode ser atacado no todo ou em parte, a critério do recorrente. A parte não atacada é acobertada pela
preclusão, autorizando a sua execução.

Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.

b)O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses
(art. 1.005).
c)Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas
opostas ao credor lhes forem comuns (art. 1.005, parágrafo único)
d)Certificado o trânsito em julgado, com menção expressa da data de sua ocorrência, o escrivão ou o chefe de
secretaria, independentemente de despacho, providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5
(cinco) dias (art. 1.006).
e)O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso (art.
1.008).

►Recursos em Espécie

DA APELAÇÃO
A apelação é um recurso contra sentença. A parte que tiver interesse em pedir a reforma da decisão proferida pelo
juiz, deverá interpor recurso de Apelação.
Na apelação, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente
interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Se essas questões forem suscitadas em contrarrazões, o
recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau e apelado será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.

Recurso Adesivo
O recurso adesivo não é propriamente um tipo de recurso, mas uma forma de interposição de recursos
"tardiamente" para aqueles que inicialmente não tinham intenção de recorrer, mas aproveitando o recurso da parte
contrária, apresenta juntamente com suas contrarrazões, o recurso adesivo, recorrendo da parte da decisão em que
foi sucumbente.
Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões.
Atenção: após recebidos os recursos e intimadas a parte contrária, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz,
independentemente de juízo de admissibilidade. O juiz de admissibilidade do recurso no novo CPC é feito pelo
tribunal e não pelo juiz de 1 instância, que somente recebe recurso e intima a parte contrária para apresentar suas
contrarrazões e encaminha o recurso ao Tribunal.
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Efeitos da Apelação: a apelação terá efeito suspensivo.


Exceção (em algumas hipóteses a apelação não terá efeito suspensivo, ouseja, só terá efeito devolutivo) ► São elas:
I – sentença que homologa divisão ou demarcação de terras;
II - sentença que condena a pagar alimentos;
III - sentença que extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - sentença que julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - sentença que confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - sentença que decreta a interdição.

Nesses casos, acima descritos, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de
publicada a sentença.
Em que pese nesses casos o recurso só tenha efeito devolutivo, o pedido de concessão de efeito suspensivo poderá
ser feito pelo apelante se demonstrar:
• Probabilidade de provimento do recurso ou
• Se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator
designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.

O efeito devolutivo é a devolução ao tribunal do conhecimento da matéria impugnada no recurso de apelação.


Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no
processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
Observações:
• Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação
devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
• O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
• As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar
que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
O recurso de Agravo de Instrumento é um recurso cabível contra decisões interlocutórias, se previsto na lei. Isso
significa que nem toda decisão interlocutória é recorrível por Agravo de Instrumento. As decisões interlocutórias que
não puderem ser impugnadas por esse recurso, somente poderão ser discutidas em preliminar de apelação, nos
termos do art. 1.009, § 1º, CPC.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.
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Além das hipóteses previstas no art. 1.015, também cabe Agravo de Instrumento das decisões que julgam
parcialmente o processo, nos termos do art. 354, parágrafo único e 356, § 5º). Ex.: se o juiz indeferir parcialmente a
petição inicial, cabe agravo de instrumento (art. 354, parágrafo único). Se o juiz julgar antecipado parcialmente o
mérito, cabe agravo de instrumento (art. 356, § 5º). Tratam-se de decisões proferidas pelo juiz durante o processo,
que não são sentença (que extingue), portanto, interlocutórias e impugnáveis por Agravo de Instrumento).

Da Extinção do Processo
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o
juiz proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do
processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.

Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito


Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados
ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de
obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão
que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso
contra essa interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será
definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser
processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.

O Agravo de Instrumento será dirigido diretamente ao Tribunal. Por isso, o recurso deve conter obrigatoriamente
cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, além das peças processuais facultativas.
Nos termos do art. 1.017, § 2º, o recurso de Agravo de Instrumento poderá ser protocolado por vários meios,
inclusive pelo correio e fac-símile. Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou
similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original.
O Agravado será intimado pelo Tribunal para apresentar a suas Contrarrazões ao Agravo no prazo de 15 dias. O
relator solicitará dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado.
Lembre-se: prazos que não são determinados em dias, considera-se na contagem de prazo os dias corridos e não
úteis.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por
meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.
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Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a
decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou
outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos
advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita
pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
§ 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do
porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.
§ 2o No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.
§ 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a
admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932,
parágrafo único.
§ 4o Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou
similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original.
§ 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e
II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para
a compreensão da controvérsia.

Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da
petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos
documentos que instruíram o recurso.
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará
prejudicado o agravo de instrumento.
§ 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput,
no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3o O descumprimento da exigência de que trata o § 2o, desde que arguido e provado pelo
agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se
não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total
ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento,
quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso
de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias,
facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso;
III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico,
quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.

DO AGRAVO INTERNO
O Agravo Interno é recurso cabível contra decisões proferidas pelo relator no tribunal. Exemplo: É cabível contra as
decisões do relator do agravo de instrumento que forem proferidas com base no artigo 1.019, CPC, inclusive quando
deferido (ou negado) o efeito suspensivo ou antecipação da tutela recursal (art. 527, parágrafo único, CPC).
O processamento desse recurso deverá obedecer as regras do regimento interno do tribunal. O agravo será dirigido
ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias.
O relator poderá reconsiderar sua decisão (retratação ou, se esse não for o caso, o relator levá-lo-á a julgamento
pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
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A decisão monocrática pode ser reformada na sessão de julgamento ou o órgão colegiado pode declarar o recurso
manifestamente inadmissível ou improcedente. Quando o agravo interno for declarado manifestamente
inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo
órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os
fundamentos da decisão agravada.
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator
levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para
julgar improcedente o agravo interno.
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente
em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante
a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor
da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da
justiça, que farão o pagamento ao final.

DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


Os Embargos de Declaração é recurso cabível contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade,
contradição, omissão ou correção de erro material (art. 1.022). Os Embargos do Declaração não possuem efeito
suspensivo e interrompem o prazo para outros recursos. É um recurso que não se sujeita a preparo (independe do
pagamento de custas).
• O juiz tem prazo de 5 dias para julgar os Embargos.
• Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não
havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.

Quando manifestamente protelatórios (intuito apenas de prolongar o processo, sem qualquer fundamentação) o juiz
ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a
dois por cento sobre o valor atualizado da causa. Na reiteração de embargos de declaração manifestamente
protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de
qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do
beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. Não serão admitidos novos embargos de declaração
se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.

Recurso Cabimento Prazo Efeitos (regra)


Apelação Contra Sentença 15 Suspensivo e
Devolutivo
Agravo de Contra algumas 15 Devolutivo
Instrumento decisões
interlocutória
Embargos de Contra qualquer 5 Devolutivo e
Declaração decisão judicial (juiz interrompe prazo
ou tribunal( para outros recursos
Agravo Interno Contra decisão 15 Devolutivo
relator
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JUIZADO ESPECIAL CÍVEL ESTADUAL

Competência (art. 3º)


Poderão ser propostas, facultativamente, perante o Juizado Especial Cível Estadual:
- causas cujo valor não exceda a 40 salários mínimos.
- causas enumeradas no art. 275, inciso II1, do CPC revogado2.
- a ação de despejo para uso próprio;
- as ações possessórias sobre bens imóveis de valor até 40 salários mínimos;
- execução de seus julgados;
- execução de títulos executivos extrajudiciais, no valor de até 40 vezes o salário mínimo.

Causas excluídas da competência do JEC (art. 3º, § 2º):


- estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
- alimentar.
- falimentar.
- fiscal.
- interesse da Fazenda Pública.
- acidentes de trabalho.
- resíduos (disposição testamentária).

A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite de 40 salários
mínimos estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Competência territorial.
É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer
natureza.

Obs.: Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde
aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou
escritório;

Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos


O Juiz:
✓ dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar
especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

1
Art. 275 [...]
II - nas causas, qualquer que seja o valor;
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de
execução;
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;
g) nos demais casos previstos em lei.
g) que versem sobre revogação de doação;
h) nos demais casos previstos em lei.
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas.
2
Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,
continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 1973.
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✓ adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às
exigências do bem comum.

Os conciliadores e Juízes leigos ► são auxiliares da Justiça:


✓ Os conciliadores serão recrutados preferentemente entre os bacharéis em Direito.
✓ Os Juízes leigos serão recrutados com preferentemente entre advogados com mais de 5 anos de experiência;
ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas
funções.

Capacidade de ser parte

A capacidade de ser parte é a aptidão para ser sujeito de um processo. Essa capacidade, no procedimento do Juizado
Especial Cível Federal, é mais restrita que no Código de Processo Civil.

Podem ser autores:


➢ Pessoas físicas capazes, excluídas cessionárias de direito de pessoas jurídicas;
➢ Microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte
➢ Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP);
➢ Sociedade de crédito a microempreendedor.

Não podem ser partes no Juizado Especial Estadual (art. 8º):


➢ Incapaz;
➢ Preso;
➢ Pessoas jurídicas de direito público;
➢ Empresas públicas da União;
➢ Massa falida;
➢ Insolvente civil.

Regras específicas quanto ao procedimento


1. Nas causas de valor até 20 salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por
advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
2. Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa
jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao
Juizado Especial, na forma da lei local.
3. O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.
4. O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.
5. O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado,
munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.
6. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência.
7. Permite-se o litisconsórcio.
8. A participação do Ministério Público somente ocorrerá nos casos previstos em lei, ou seja, não é obrigatória.
9. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de
organização judiciária. Serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados. Não se
pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
13. A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
comunicação. Dispensa-se carta precatória.
14. Os atos processuais essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas,
taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será
inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
15. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado. Se oral, será
reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos. É
lícito à parte formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
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16. Os pedidos poderão ser alternativos ou cumulados. Para cumular pedido exige-se conexão e que a soma deles
não ultrapasse 40 salários mínimos.
17 A audiência de conciliação será marcada em 15 dias.
18. Os atos processuais poderão ser realizados em horário noturno (art. 12).
19. A citação far-se-á, por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria e, sendo necessário, por
oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória. Tratando-se de pessoa jurídica ou firma
individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;
20. Não se fará citação por edital.
21. O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.
22. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
23. Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.
24. As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes
as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA FAZENDA PÚBLICA


A Lei nº 12.153/09 dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados Especiais,
serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo,
julgamento e execução, nas causas de sua competência. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito
Federal é formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais da Fazenda
Pública.

Competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública:


- Processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

Exceto (essas ações elencadas abaixo são proibidas de serem processadas perante o JEFP):

I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por


improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e
fundações públicas a eles vinculadas;
III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos
civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

Observação:

1. Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de
12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder 60 salários mínimos.

2. No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.

Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública (art. 5º):


I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte;
II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias,
fundações e empresas públicas a eles vinculadas.

Disposições gerais da Lei nº 12.153/09.


- Cabe tutela cautelar e antecipada (art. 3º).
- Não há reexame necessário (art. 11).
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Atenção: nos procedimentos comuns há reexame necessário (art. 496, CPC).

- Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito
público, inclusive a interposição de recursos (art. 7º).
Atenção: nos procedimentos comuns a Fazenda Pública tem prazo em dobro para todas suas manifestações
processuais (art. 183, CPC).
- Aplica-se subsidiariamente ao procedimento dessa lei as regras da Lei nº 9.099/95 (art. 27).
1. Interposto recurso, o recorrente poderá dele desistir

Parte superior do formulário

a)se não houver recurso adesivo ao seu.

b)somente até a remessa ao tribunal.

c)sem a anuência do recorrido.

d)até que haja a resposta do recorrido.

e)desde que haja a anuência dos litisconsortes.

2. Os embargos de declaração deverão ser opostos, no prazo de

Parte superior do formulário

a)15 (quinze) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do ponto


obscuro, omisso, contraditório ou negativa de vigência de lei federal,
estando sujeitos a preparo.

b)10 (dez) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do ponto


obscuro, contraditório, omisso ou com erro material, estando sujeitos a
preparo.

c)8 (oito) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do


ponto que deu à lei federal interpretação divergente da que lhe foi
atribuída por outro tribunal, estando sujeitos a preparo.

d)5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do


ponto obscuro, contraditório, omisso ou erro material, não estando sujeitos
a preparo.

e)3 (três) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do


ponto obscuro, omisso, contraditório ou inconstitucional, não estando
sujeitos a preparo.

Parte inferior do formulário

Quanto ao recurso adesivo, assinale a alternativa correta.


Parte superior do formulário

a)Será admissível na apelação, nos embargos infringentes e no agravo de


instrumento ou retido.

b)Será conhecido, mesmo se houver desistência do recurso principal, ou se


for ele declarado inadmissível ou deserto.

c)Caberá, quando vencidos o autor e o réu, e ficará subordinado ao recurso


principal, interposto por qualquer das partes.

d) O recurso adesivo não fica subordinado ao recurso independente

e) O recorrente não poderá, sem a anuência do recorrido ou dos


litisconsortes, desistir do recurso.

No que diz respeito aos atos processuais praticados perante o Juizado


Especial Cível, assinale a alternativa correta.

Parte superior do formulário

a)Não serão declarados nulos sem que tenha havido prejuízo, sendo válidos
sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados.

b)Todos serão registrados resumidamente, em notas manuscritas,


datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas.

c)Serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme


dispuserem as normas de organização judiciária, exceto os que envolvam
direito de incapaz.

d)Não poderá ser solicitada a prática de atos processuais em outra Comarca,


exceto se se tratar de perícia técnica.

e)Nenhum ato processual essencial será praticado sem a presença de advogado.

4. De acordo com a Lei n.° 12153, de 07 de agosto de 2009, é correto


afirmar que

a)cabe ações de mandado de segurança e ação de desapropriação.

b) No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a


sua competência é absoluta.

c) O juiz não poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir


quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo,
para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.

d) cabe as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão


imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a
militares.

e)cabe ações de mandado de segurança.

GABARITO:

1. C

2. D

3. A

4. B

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