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RECURSOS CIVEIS

CONCEITO
E
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Conceito e Finalidade
CONCEITO: O recurso é um instrumento processual para impugnação ou revisão de decisões
judiciais. É um ato voluntário, ou seja, a parte que sucumbiu recorrerá se assim desejar. Para que
possa ser analisado, deve preencher os pressupostos exigidos pela legislação, chamados de
requisitos de admissibilidade.

FINALIDADE: Recurso é o remédio voluntário e idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a


reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão judicial que se impugna. É um
instrumento processual destinado a corrigir um desvio jurídico. É instrumento de correção em
sentido amplo.
Princípios dos Recursos
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DOS RECURSOS: No Brasil, o direito ao recurso é garantia
fundamental inerente à ampla defesa, expressão que inclui o direito de ação do autor e o de defesa
do réu, como proclama a CF, no art. 5º, LV.

PRINCÍPIOS: Podemos arrolar como princípios que regem o sistema recursal os seguintes:

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: O duplo grau de jurisdição é um princípio constitucional que garante
a possibilidade de revisão de qualquer decisão proferida que não esteja de acordo com o desejado
por uma ou ambas as partes do processo.
VOLUNTARIEDADE: A voluntariedade informa que o recurso é ato processual que deriva da
manifestação da pretensão da parte, diante do seu inconformismo, ver reformada ou anulada uma
decisão.

TAXATIVIDADE: Deve ser clara e precisa, de forma que o destinatário da lei possa compreende-la.
sendo vedada, portanto, com base em tal princípio, a criação de tipos que contenham conceitos
vagos ou imprecisos. A lei deve ser, por isso, taxativa; dispositivo; inquisitório e fungibilidade.

DIALETICIDADE: Estabelece a necessidade de a parte impugnar expressamente as razões de


decidir expostas na decisão objeto da insurgência.

SINGULARIDADE: Também denominado da unicidade do recurso, ou unirecorribilidade consagra a


premissa de que, para cada decisão a ser atacada, há um único recurso próprio e adequado
previsto no ordenamento jurídico.
Efeitos dos Recursos
1) EFEITO DEVOLUTIVO

Por esse efeito, reabre-se a oportunidade de reapreciar e, novamente, julgar questão já decidida. Dessa forma,
conclui-se que não se pode, logicamente, conceber um recurso que não restabeleça, no todo ou em parte, a
possibilidade de rejulgamento. Por conta disso, esse é um efeito presente em todos os recursos.

2) EFEITO SUSPENSIVO

Refere-se ao impedimento da imediata execução do decisório impugnado. A nova legislação processual civil tratou
esse efeito recursal como exceção, pelo fato de apenas o recurso de apelação possuir efeito suspensivo automático.
Todavia, caso a imediata decisão produza efeitos que criem riscos de dano grave, de difícil ou impossível reparação e
fique demonstrada a probabilidade de provimento do recurso, poderá o litigante requerer o efeito suspensivo.
Vale frisar que, essa concessão, dependerá sempre da decisão do relator, caso a caso.
3) EFEITO SUBSTITUTIVO

O efeito substitutivo é atribuído pelo art. 1.008 do CPC aos recursos em geral. Consiste ele na força do
julgamento de qualquer recurso de substituir, para todos os efeitos, a decisão recorrida, nos limites da
impugnação.

4) EFEITO EXPANSIVO

É uma espécie de variação do efeito devolutivo do recurso. O efeito em tela delimita a área de cognição
e decisão dos Tribunais Superiores, na espécie, consiste em reconhecer que a devolução operada pelo
recurso não restringe às questões resolvidas na sentença, compreendendo também as que poderiam ter
sido decididas, seja porque suscitadas pelas partes, seja porque conhecíveis de ofício.

5) EFEITO TRANSLATIVO

Diz respeito à limitação de cognição do tribunal, salvo se se tratar de matéria de ordem pública. Insta
observar que as questões de ordem pública podem ser conhecidas pelo Tribunal ainda que não tenham
sido reconhecidas objeto de recurso.
Disposições Gerais dos Recursos
arts. 994 à 1.008

 Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal


ou decisão judicial em contrário.

 A legitimidade para propositura do recurso é do sucumbente (derrotado),


de terceiro prejudicado ou do MP.

 Cabe ao terceiro demonstrar a possibilidade da decisão atingir direito de


que se afirme ser titular.

 Observância de prazo e da legitimidade.

 A sucumbência recíproca autoriza a interposição de recurso por ambas


as partes, já que possuem algum pedido não atendido.

 Recurso Adesivo: conceito - em resumo, o recurso adesivo cabe quando


há sucumbência recíproca na decisão. Ou seja, quando autor e réus são
considerados vencidos no processo judicial. Isso ocorre quando não
acolhe plenamente os interesses de nenhuma das partes.

 Recurso Adesivo: características - apresentado no prazo de contra


recurso; só se manterá em caso de mantença do recurso independente.
Disposições Gerais dos Recursos
(Continuação)

 Dos despachos não cabem recursos.

 A renúncia ao direito do recurso independe de aceitação da outra parte ou


do litisconsórcio, assim como na desistência.

 O recurso poderá impugnar a decisão no todo ou em parte.

 O prazo para interposição do recurso inicia-se quando os patronos das


partes ou o MP são intimados da decisão recorrível.

 Necessária a comprovação do preparo (pagamento das custas) pelo


recorrente não beneficiado pela gratuidade de justiça.

 O julgamento do tribunal substituirá a decisão impugnada.


Classificação dos Recursos
art. 994
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I - apelação;

II - agravo de instrumento;

III - agravo interno;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

VI - recurso especial;

VII - recurso extraordinário;

VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;

IX - embargos de divergência.

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