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PROCESSO CIVIL

RECURSOS

Art. 994, CPC.

É a possibilidade de reexaminar decisões judiciais, com as finalidades de reforma,


esclarecimento, nulidade, integração e violações, preferencialmente por um órgão de
hierarquia superior.

 Primeiro grau – decisão monocrática (singular);


 Prestação jurisdicional em duplo grau de jurisdição;
 Pacto de São José da Costa Rica;

O recurso não se confunde com a ação, uma vez que, por meio dele, não se forma novo
processo, há apenas um prolongamento da relação processual. (prolongamento do direito
de ação)

Pressupostos Recursais

São requisitos essenciais para que o recurso possa se desenvolver regularmente, ser
levado a julgamento e obter uma decisão de mérito.

O juízo de admissibilidade consiste, então, no exame acerca da existência de


determinadas condições que devem estar presentes nos recursos para que o tribunal
possa analisar seu mérito.

Quando esse juízo é positivo e se verifica a presença de todos os pressupostos, o recurso


é conhecido, e se não, o recurso não é conhecido.

RECURSO

CRIVO DE ADMISSBILIDADE - VERIFICAÇÃO DE


PRESSUPOSTO

ADMITIDO NÃO ADMITIDO

PROVIDO
ATO JURÍDICO
NÃO PROVIDO INEXISTENTE
PROVIDO EM PARTE
PROCESSO CIVIL

Observações:

 Os pressupostos devem coexistir e são obrigatórios.


 Quando não for admitido, o recurso deve ser desentranhado do processo.
 A decisão que analisa os pressupostos - decisão interlocutória .
 Se o recurso não for admitido, caberá agravo.

Art. 1.015, CPC.

Pressupostos Intrínsecos

Cabimento

Para que seja preenchido o requisito de cabimento, o recurso deve estar previsto em lei
contra determinada decisão judicial e, ainda ser o adequado à obtenção do resultado
pretendido.

Existe uma tipicidade recursal, de maneira que o recorrente deve buscar na legislação o
recurso adequado para o pronunciamento jurisdicional manifestado pelo judiciário.

A exceção a esse pressuposto é o princípio da fungibilidade, que permite que o judiciário


aceite um recurso no lugar de outro.

Legitimidade

Tem legitimidade para recorrer quem participou da reação processual.

É a demonstração de titularidade para requerer o reexame das decisões judiciais.

Podem figurar como recorrentes as partes, o 3º interessado, o réu revel, aquele que
poderia ter sido parte, o MP, a DP, estes últimos de acordo com legislação própria.

Interesse Recursal

É indispensável que o recurso seja útil e necessário ao recorrente.

É necessário que o recorrente demonstre o fundamento para se colocar numa posição


mais vantajosa, exceto nos casos legais em que há reexame necessário.

Interesse – sucumbência;

Sucumbir, ainda que em parte, a tese do outro. Em regra, a sucumbência na demanda é


que justifica o recurso.

Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer

Ao realizar o crivo de admissibilidade, o órgão jurisdicional deve averiguar se o recorrente


praticou algum fato que descaracterize a pretensão recursal ou afaste o direito de recorrer.
PROCESSO CIVIL

Pressupostos Extrínsecos

Preparo

Existe um encargo financeiro que deve ser suportado pelo recorrente. Para recorrer, deve
haver pagamento. Estão dispensados deste ônus aqueles que são beneficiários de
gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do CPC, além de certas entidades, tais como
MP, DP e fazendas.

**Nos embargos de declaração o preparo é dispensado.

Deserto – não pagou custas.

Tempestividade

Prazo unificado – 15 dias úteis.

Exceto embargos de declaração – 5 dias.

O prazo de interposição é, em regra, peremptório, isto é, não admite alteração ou


prorrogação. Assim, se descumprido, opera-se a preclusão temporal impedindo a parte de
praticar o ato recursal.

Regularidade Formal

Forma prevista em lei para cada recurso, que deve ser observada pelo recorrente.

Princípios Recursais

Duplo grau de jurisdição

Garantia fundamental constitucional. Se possibilita à parte que submeta matéria já


apreciada de decidida a novo julgamento, por órgãos hierarquicamente superior.

Fungibilidade

Em certas situações em que há dúvida objetiva a respeito do recurso cabível para


impugnar determinada decisão, admite-se o recebimento de recurso inadequado como se
adequado fosse.

No caso de erro grosseiro, este princípio não pode ser utilizado.

Somente quando o Judiciário reconhece que, em certas circunstâncias, pode ser utilizado
o princípio.

**Exceção.
PROCESSO CIVIL

Unirrecorribilidade

Cada decisão comporta uma única espécie de recurso.

Estabelece como regra um recurso cabível para cada situação. Prazo recursal é
preclusivo.

** não se pode emendar o recurso**

Dialeticidade

A parte deverá expor as razões do seu inconformismo, indicando-as de forma clara e com
a devida fundamentação.

Exige que no conteúdo do recurso, o recorrente aponte em quais fundamentos de apoia


para interpor o recurso.

Não se admite recurso com argumentação genérica.

Voluntariedade

O recurso é ato voluntário. É possível renunciar ou desistir.

Reexame necessário (exceção ao princípio – decisões desfavoráveis a órgãos públicos).

 Apelação – recurso comum cabível contra sentença, que por meio de reexame pelo
órgão de segundo grau, visa a reforma ou invalidação do julgado anterior.
 Agravo de instrumento – recurso cabível para decisões interlocutórias do art.
1.015 do CPC
 Agravo interno – tem como objetivo permitir a parte prejudicada impugnar decisão
interna do juízo de um Tribunal. Art. 1.021 do CPC reconhece agravo interno contra
decisão proferida pelo relator.

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