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DA EXECUÇÃO
8.1. Liquidação: No processo do trabalho, a liqui dação do título executivo judicial é um
procedimento incidental, situado entre o processo de conhecimento e a execução, com o
objetivo de tornar líquido o crédito, isto é, apurar o valor devido, inclusive de verbas pre
videnciárias. Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda, nem
discutir matéria pertinente à causa principal.
8.4. Procedimento da liquidação: Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às
partes prazo comum de oito dias para impugnação funda mentada com a indicação dos itens e
valores objeto da discordância, sob pena de preclusão (art. 879, §2º, da CLT).
8.7. Relativização da coisa julgada: é o instituto pelo qual se considera inexigível o titulo
judicial fun dado em lei ou ato normativo declarados inconstitucio nais pelo STF ou em
interpretações tidas por incompati veis com a Constituição Federal. Essa alegação pode ser
feita em sede de embargos à execução e, se acolhida, a execução é extinta pela inexigibilidade
do titulo, elemento este essencial para a execução.
8.10. Execução por quantia certa contra devedor insolvente: Inicia-se com o despacho do juiz
deter minando a citação do executado. Após a Reforma Tra balhista, a execução não poderá se
processar de ofício pelo juiz, exceto quando a parte estiver desassistida de advogado ou em
caso de execução de contribuição previdenciária. É expedido um mandado de citação, a ser
cumprido pelo oficial de justiça, nele constando a ordem para que o executado pague a dívida
ou nomeie bens à penhora no prazo de 48 horas, sob pena de serem penhorados tantos bens
quantos bastem para a garantia do juízo e futura satisfação do credor. Não se aplica a revelia
na execução.
8.11 Embargos do devedor: Os embargos à execu ção (ou embargos do devedor) constituem
uma medida judicial autónoma, incidental ao processo de execução, cuja finalidade é
desconstituir o título executivo judicial ou extrajudicial. A oposição dos embargos do devedor
suspende o processamento da execução forçada no processo do trabalho.
98.10 Prazo: O prazo para oposição dos embargos à execução é de cinco dias, sendo de trinta
dias para a Fazenda Pública. A contagem do prazo inicia-se na data em que o devedor tomou
ciência da penhora ou do momento em que efetuou o depósito da quantia devida para garantir
o juizo. No caso da Fazenda Pública, o prazo para apresentação dos embargos à execução
inicia-se com a citação.
8.11 Matérias que podem ser alegadas: A maté ria de defesa podem ser alegações de
cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida. O executado também
poderá alegar: 1- falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à
revelia; II - ilegitimidade de parte; III-inexequibilidade do título ou inexigibilidade da
obrigação; IV-penhora incorreta ou avaliação errônea; V-excesso de execução ou cumulação
indevida de execuções; VI- incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII -
qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação,
compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
8.12Procedimento: Recebida a petição inicial dos embargos, o juiz analisa a presença dos seus
requisitos e, caso presentes, concede vista à parte contrária para oferecer defesa no prazo de
cinco dias. Se necessário, é designada de instrução para colheita de prova oral (depoimento
pessoal e/ou testemunhal). A oposição dos embargos do devedor suspende o processamento
da execução forçada no processo do trabalho, seja por título judicial ou extrajudicial. O juiz
irá proferir sentença no prazo de 5 dias, analisando, no mesmo ato, eventuais impugnações
ajuizadas pelo exequente e União. Os embargos são processados nos próprios autos da
execução e podem ser rejeitados liminarmente quando: 1) intempestivos; 2) a inicial for
inepta; 3) manifestamente protelatórios; 4) o juízo não estiver seguro.
Tendo em vista o princípio da impenhorabilidade dos bens públicos, a execução contra a
Fazenda Pública, não existe obrigatoriedade de garantia do juízo para que a Fazenda possa
interpor Embargos à Execução.
8.13. Embargos à execução por carta precatória: Na execução por carta precatória, os
embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo
deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
8.13. Protesto e inscrição do débito: A decisão judicial transitada em julgado somente poderá
ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do execu tado em órgãos de proteção ao crédito
ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de
transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver
garantia do juízo (art. 883-A da CLT).
8.15.2. Competência: Na execução por carta pre catória, os embargos de terceiro serão
oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo depre cante o bem constrito ou se
já devolvida a carta (art. 676, parágrafo único, do CPC de 2015).
8.16. Incidente de desconsideração da perso nalidade jurídica: será instaurado pela parte ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir no pro cesso. A desconsideração da
personalidade jurídica exige a comprovação dos pressupostos específicos previstos em lei,
fraude ou abuso da personalidade jurídica e confusão patrimonial. A existência dos refe ridos
pressupostos deve ser demonstrada sob o crivo do contraditório, exigindo-se a citação do
sócio ou da pessoa jurídica (no caso de desconsideração inversa), para manifestar-se sobre o
incidente. O prazo para manifestação é de 15 (quinze) dias. A instauração do incidente
suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar
de que trata o art. 301 do CPC (art. 855-a, §2º, da CLT e art. 6º, § 2º, da IN No 39/2016 do
TST.
Principais artigos: 876, 878, 879, 880, 882, 883-A e 884. Súmulas 10 e 399 do TST; Súmula
458 do STF;