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ACÇÃO EXECUTIVA

Noção

Regime jurídico

Pressupostos

1. Noção - art. 4.º n.º 3


2. Regime jurídico

Acção executiva, regula-se pelas disposições que lhe são próprios –


801º, subsidiariamente pelas disposições que regulam o processo
declarativo.

Porque que se diz que o nosso código é um diploma declarativista?

R: o nosso código é um diploma declarativista porque dá particular


relevo ao processo declarativo, relegando para o segundo plano o
processo executivo. Que muitas as vezes é esquecido quando o
legislador traça planos gerais.

3. Pressupostos
1. Pressuposto formal – titula executivo
2. Pressuposto material – obrigação

PRESSUPOSTO FORMAL – TITULA EXECUTIVO

1. TITULO EXECUTIVO

1. Noção

O título executivo é um documento (escrito ou electrónico) que permite


dar início à acção executiva.

2. Modalidades
1. Judiciais – resultam dos tribunais (47.º)
2. Extrajudiciais – resultam do acordo entre as partes, não foi
proferido em sede dos tribunais. (50.º ss)

3. Especie dos titulos executivos – 46.º


a) Documentos exarados pelo notário (auténtico)
b) Doumentos autenticados
c) Reconhecimento de assinaturas

1. Sentença estrangeira
4. Fim do titulo executivo – 45.º n.º 2
a) Pagamento da quantia certa
b) Entrega da coisa certa
c) Prestação de um facto positivo ou negativo

5. Requisito

Acção executiva não pode ser intentada sem o demandante se


apresentar munido de um título executivo – 45.º

Nulo executio sine titulo

6. Se for movida uma acção sem titulo que que despacho liminar
lavrar?

R: indeferimento liminar

Porquê não inviabilidade strito sensu? porque a inviabilidade strito


sensu é um vício de mérito, referente a improcedência do pedido, a falta
de título é um vício processual. 474, n.º 1, o casso assenta no artigo
477.º o requerimento inicial é irregular por não ser a acompanhado de
um documento essencial.

7. O que acontece se a execução não estiver em harmonia com a


causa de pedir?

O primeiro ponto termos em consideração é que a desarmonia pode ser:

1- Objectiva Absoluta

2- Relativa

a) Subjectiva

A desarmonia objectiva – é aquela que execução incide sobre o


objecto.

Este objecto deve ser a pretensão que consta no título executivo, mesmo
que ela em si mesmo, não possa ser executada e a execução deva
incidir, após conversão, sobre uma prestação sucedânea.

Objectiva absoluta – quando o título não fundamenta em absoluto o


pedido.

Ex.: pelo título o devedor deve a jóia Y e pede-se o quadro X, ou uma


prestação de facto.

Objectiva relativa – quando há excesso do pedido sobre o título. Ex. o


devedor deve X e pede-se X e Y.
Desarmonia subjectiva – quando a execução incide sobre as partes
(devedores).

Em regra só podem ser partes dessa acção, o sujeito que figura no título
como credor e aquele que nele tem a posição de devedor (art. 55º/1
CPC) ou aos seus respectivos sucessores (art. 56º/1 CPC).

A inobservância dos limites subjectivos origina a ilegitimidade da parte


que requerem a execução ou contra a qual ela for requerida (arts.
55º/1, 56º/1 CPC).

Ex.: numa relação entre A e B. A move a acção contra B, C e D, quando


C e D, são partes ilegítimas, quanto a eles a petição deve ser indeferida.

2. PRESSUPOSTO MATERIAL – OBRIGAÇÃO


1. Requisito
2. Modalidades

REQUISITO

A execução tem sempre por base uma obrigação. Uma obrigação


passível de execução, deste que seja certa e vencida exigível (802.º)

MODALIDADES

1. Obrigações inexigíveis e não vencidas

É a obrigação é inexigível (obrigação em sentido fraco) não pode por ela


mover-se a execução.

Se a obrigação não esta vencida as duas uma:

a) Ou falta interpelação – falta de citação

Interpelação pode ser:

Judicial e extrajudicial

Judicial – vale como falta de citação da acção executiva (ex. citação


para indicação ou nomear bens a penhora-811.º ou a entrega da
coisa – 926.º trata-se de uma interpelação judicial)

Extrajudicial – é feita por notificação avulsa

Não é necessário fazer proceder a acção executiva de interpelação


extrajudicial.
b) Ou falta de prazo – acção executiva prossegue, se for intentada ou
se vencer a obrigação.

2. Obrigações ilíquidas

Não é possível formular em acção executiva pedidos ilíquidos.

É aquelas em cujo a prestação é essencial uma quantidade que não esta


numericamente determinada.

O devedor esta obrigado a pagar montante dos prejuízos causados.

Em medida é possível formular pedidos ilíquidos?

Nos requerimentos em que acção executiva abranja os juros que


continuam a vencer e que serão liquidados nos termos 805.º n.º2.

Diferença dos artigos 805.º e 471.º n.º

805.º Chama de pedidos ilíquidos

471.º Chama de pedidos genéricos, outro pedido genérico que o artigo


471.º considera na acção executiva é a exigência judicial de entrega de
uma universalidade de facto ou de direito.

3. Obrigações ilíquidas a liquidação

É quando no início da acção executiva move-se uma obrigação ilíquida e


no seu percurso procede-se a liquidação.

A liquidação pode ser feita por:

1. Exequente
2. Tribunal
3. Arbítrio

1. Exequente

No requerimento inicial (805.º), que também chamamos de artigos de


liquidação.

Ou quando a liquidação depende de simples cálculo aritmético

Ex. se o devedor deve 1000 mil dólares ao certo cambio, a liquidação é


feita pelo o exequente desde que este prove tal cambio.

2. Tribunal
Começa pelo requerimento para a liquidação (art. 806.º) que também
chamamos de artigos de liquidação, requerimento em que se deve
formular pedido fixo.

Nos termos do art.º 806.º n.º 2 o executado é citado para contestar –


não contesta considera-se fixada a obrigação- a liquidação é tramitação
cominatória plena.

Ou seja segue a execução. Este seguimento faz-se por notificação nos


termos 811.º n.º 2 para pagar ou nomear bens a penhora.

Quando a revelia?

É inoperante (ineficaz, inútil) nos casos do 808.º

A inoperância não significa que o juiz não possa dar o pedido como
liquido, nos termos indicados pelo autor e tenha de exigir mais provas.

808.º n.º 3 considera liquidada a obrigação se lhe parecer razoável o


montante indicado pelo autor, não considera liquida se tal montante lhe
parecer exorbitante.

A sentença que julgue afinal a liquidação deve ordenar o seguimento de


execução. (notificação o executado independentemente de requerimento
do autor), para pagar ou nomear bens a penhora.

Oposição contra a liquidação e a oposição contra a execução (807.º


n.º 3 e 6)

R: agravo de despacho que mandou citar o executado (807.º n.º 6)

Embargos 807.º n.º 3 e 5)

Arbítrio

Assente na revelia inoperante do executado (809.º)

Dá-se naqueles casos em que o tribunal considere o montante indicado


pelo autor exorbitante. Ou seja o juiz considera exorbitante o pedido.

O juiz homologa o laudo de arbítrios.

Se o exequente pretender liquidar no requerimento inicial uma


obrigação que só pode ser liquidada pelo tribunal ou por arbítrios?

R: a petição é indeferida 474.º n.º 3.

Deve o juiz corrigir o vício mandar citar, para:

a liquidação – 806.º ou para execução- 811.º


4. Obrigações genéricas – 539.º

É aquela em que o objecto da obrigação esta determinada apenas


quando ao género.

Pressuposto

1. Escolha
2. Determinação
3. Concentração

É permitido formular pedidos genéricos nos casos seguintes (471.º)

Quando o objecto inicial da acção não seja uma universalidade de facto


ou de direito.

Quando não seja ainda possível determina, de moo definitivo, as


consequências do facto ilícito.

Quando a fixação quantidade esteja dependente de prestação de contas


ou outro acto que deva ser praticado pelo reu.

5. Obrigações alternativas

Não podem formular-se em processo executivo pedidos alternativos.

Obrigações alternativa é a obrigação que comporta duas ou mais


prestações, o executado se exonera efectuando aquela que, por escolha
vir a ser designada.

É permitido pedidos alternativos – 468.º

Escolha pode pertencer ao:

1. Credor
2. Terceiro

Credor

Tem de proceder antes da execução, deixar exarada no requerimento


inicial, desde que formulada num pedido fixo.

Terceiro

O exequente tem que provar mediante de um requerimento inicial.

Se o terceiro não quiser escolher ou se terá morrido?


R: não havendo escolha por terceiro a obrigação fica sem efeito. Ou seja
teve ser feita pelo tribunal – 400.º n.º 2 CC.

3. Obrigações com faculdade alternativa

É aquela que tem por objecto uma só prestação mas que o devedor tem
a faculdade de se desonerar mediante uma outra sem necessidade de
aquiescência do credor.

Escolha credor.

4. Obrigações cumulativas

Pode o autor deduzir cumulativamente contra o mesmo reu num só


processo vários pedidos – 470.º

Em regra a obrigação tem por objecto uma só prestação (entrega de um


carro, pintura de uma casa).

Nalgumas vezes sucede que a obrigação engloba mais de uma


prestação. (pintar uma casa e colocaras janelas). O devedor só se libera
mediante a realização (conjunta) de uma e outra- dá-se o nome de
obrigações cumulativas ou conjuntivas.

Não se podem cumular entre si execuções para o pagamento de quantia


certa, entrega da coisa certa e prestação de facto.53.º al. b

5. Obrigações condicionadas – 804.º

Se obrigação estiver pendente da condição suspensiva, duma


prestação por parte do credor ou de terceiro, cabe o credor provar que
se verificou a condição.

Aiken Renkel Afonso – Parte II- formas do processo executivo

2. FORMAS DO PROCESSO EXECUTIVO

O processo executivo pode ser 460.º:

1. Comum
2. Especial
FORMAS DO PROCESSO EXECUTIVO ESPECIAL

1. Execução por custas – 152.º


2. Execução especial de alimentos – 1118.º
3. Venda e adjudicação da penhora – 1008.º ess. execução que
dispensa o título – 1008.º n.º 2
4. Posse ou entrega judicial – 1044.º e ss

FORMAS DO PROCESSO EXECUTIVO COMUM

a) Tipos
1. Execução para o pagamento de quantia certa - 811.º ao 927.º
2. Execução para entrega da coisa certa - 908.º - 932.º
3. Execução de prestação de um facto positivo ou negativo - 933.º -
943.º

b) Regime geral

A base para aplicar estes regimes é o 465.º e 466.º

Aiken Renkel Afonso – execução para o pagamento de quantia certa


FORMA ORDINÁRIA
1. PROCESSO EXECUTIVO COMUM - EXECUÇÃO PARA O
PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA, NA FORMA ORDINÁRIA

1.1. PRELIMINAR
1.2. FASES DE EXECUÇÃO PARA O PAGAMENTO DE QUANTIA
CERTA

PRELIMINAR

Âmbito de aplicação

A execução para o pagamento de quantia certa aplica-se nas obrigações


pecuniárias.

Tipos de obrigações pecuniárias (550.º e segs.)

1. Obrigações de quantidades
2. Obrigações de moeda específica
3. Obrigações de moeda estrangeira
1. Obrigações de quantidades

O objecto da obrigação é certo valor expresso em moeda angolana.

2. Obrigações de moeda específica

Temos que distinguir a moeda específica que tem curso legal no país, se
não estaremos diante de uma moeda estrangeira.

3. Obrigações de moeda estrangeira

É aquela que tem curso legal num país estrangeiro.

Ex. se A deve 5 dólares e obrigação é executada em Angola das duas


uma, ou A tem em património 5 dólares, se não tiver o crédito é
convertido numa indemnização em moeda nacional.

1.1. FASES DE EXECUÇÃO PARA O PAGAMENTO DE QUANTIA


CERTA

1. Fase da demanda
2. Fase da penhora
3. Fase da venda
4. Fase do pagamento

Para saber fases:

1. Demanda ou introdutória
2. Embargos do executado
3. Penhora
4. Convocação dos credores e verificação dos créditos
5. Venda
6. Pagamento

DEMANDA OU INTRODUTÓRIA

1. Requerimento inicial
2. Formalidades liminares da acção executiva
3. Despacho liminar
4. Primeiro meio oponível de oposição por parte do executado.
Agravo do despacho que ordenou a citação
5. Citação do executado

EMBARGOS DO EXECUTADO

1. Dedução dos embargos


2. Fundamento dos embargos
3. Marcha dos embargos
4. Decisão dos embargos
5. Efeitos de dedução dos embargos de executado na marcha da
acção executiva
6. Defesas separadas em processo de exucução

PENHORA

1. O acto da penhora em si
2. Fase da penhora

1. O acto da penhora em si
a. Noção
b. Natureza jurídica
c. Objecto
d. Efeitos

2. Fase da penhora
a. Nomeação de bens a penhora
b. Despacho de penhora
c. Efectivação da penhora
d. Penhora subsequente
e. Levantamento da penhora

CONVOCAÇÃO DOS CREDORES E VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS

a. Execução singular execução colectiva


b. Possibilidade de intervenção na execução os credores, além do
exequente, segundo a nossa lei
c. Citação dos credores
d. Citação o cônjuge executado
e. Requisitos da reclamação dos credores
f. Reclamação dos credores no processo subsequente
g. Verificação e graduação dos créditos

VENDA

a. Venda forçada, coerciva e executiva


b. Modalidades da venda

Venda judicial

Venda extra judicial

c) Modalidade especial da venda executiva


Adjudicação dos bens

d) Efeitos da venda executiva


e) Renovação da execução

Pagamento

Aiken Renkel Afonso – execução para o pagamento de quantia certa:


fase da demanda ou introdutória

DEMANDA OU INTRODUTÓRIA

1. REQUERIMENTO INICIAL

Requerimento inicial é o nome do articulado que se da acção executiva.

2. Como é feita?

Deve obedecer todos os requisitos de articulados, mas não tem e ser


redigido de forma articulada, porque a execução não tem especificação
nem questionário – 151.º n.º 2.

3. Estrutura
a) Cabeçalho – endereço, identificação das partes, indicação da
forma de processo
b) Narração – causa de pedir
c) Conclusão – citação do réu e indicar o valor da causa.

Citação do réu é tradicional mais não obrigatório indicar.

d) Indicações complementares – juntar os documentos citados.

2. FORMALIDADES LIMINARES DA ACÇÃO EXECUTIVA

A falta de:

a) Cumprimento das leis fiscais


b) Endereço errado
c) Indicação do valor da causa
d) Garantia de autencidades

Pode o requerimento inicial ser recusado pela secretaria

Quando o requerimento inicial entra - segue a distribuição- depois a


distribuição segue-se autuação, preparo, despacho liminar e citação.
3. DESPACHO LIMINAR - 479.º 2

O indeferimento liminar da lugar:

a) Indeferimento
b) Aperfeiçoamento
c) Citação ou anómalo

4. PRIMEIRO MEIO OPONÍVEL DE OPOSIÇÃO POR PARTE DO


EXECUTADO. AGRAVO DO DESPACHO QUE ORDENOU A
CITAÇÃO 479.º e 812.º

O executado pode opor-se por embargos e pelo agravo do despacho que


ordenou a citação.

Só se pode agravar no despacho e citação com fundamento no


desconhecimento pelo juiz dos vícios de conhecimento oficioso ou
de que possa conhecer em fase da petição inicial.

5. CITAÇÃO DO EXECUTADO

O executado é citado, para no prazo de dez (10) dias pagar ou nomear


bens apenhora – 233.º.

O réu é citado na própria, podendo ser citado em outra pessoa quando


a lei, assim, o determinar ou quando este tiver procuração.

Depois de citado se o réu não se pronunciar entra em revelia

Aqui a revelia não tem eficácia declarativa, consideram-se confessados


os factos que constam no pedido.

Em caso de revelia consideram-se os factos provados, confessados pelo


autor – 484.º (efeitos de revelia).

Devolve-se o direito de o exequente nomear bens a penhora-836.º

Em caso de revelia absoluta – aplica-se o artigo 483.º

O executado tem dez dias para apresentar um embargo 812.º


Aiken Renkel Afonso – execução para o pagamento de quantia certa: 2.
embargos do executado

EMBARGOS DO EXECUTADO

O embargo não é em rigor uma fase porque não pode suspender a


restante tramitação da execução.

1. Dedução dos embargos

Os embargos são deduzidos mediante um articulado chamado


PETIÇÃO DE EMBARGOS DO EXECUTADO.

Estes têm como base os articulados de liquidação.

A tramitação da liquidação segue nos termos do processo sumário, pode


ocorrer três articulados:

a) Articulados de liquidação
b) Contestação da liquidação – vai ser incluída na petição de
embargos e esta segue a contestação de embargos – 807.º n.º 4
c) Resposta à contestação

Prazos

10 dias contando desde o momento da citação, isto para os embargos –


816.º

8 dias contando com a notificação da decisão, para o agravo do


despacho que ordenou a citação- 685.º

2. Fundamento dos embargos

Assenta em dois sistemas:

a) Sistema restritivo – quando o titulo executivo da acção assenta


numa sentença judicial – 813.º
b) Sistema não restritivo ou aberto – quando o título da acção
executiva assenta numa sentença judicialmente impropria, ou
seja assenta numa sentença administrativa ou negociáveis- 815.º

813.º al. h – qualquer facto extintivo da obrigação exequenda só é


relevante em embargos de execução se observar cumulativamente dois
pressupostos:

1. Serem factos supervenientes objectivos, posterior ao


encerramento da execução em processo declarativo.
2. Serem factos supervenientes subjectivos – provam-se por
documentos salvos nos casos de prescrição

A sentença estrangeira revista e confirmada da lugar ao regime-813.º


3. Marcha dos embargos

Os embargos de execução constituem uma verdadeira acção declarativa,


que se encaixa na executiva e segue na forma ordinária – 817.º n.º2,
serve de petição inicial petição de embargos.

Marcha:

1. Despacho liminar, no qual pode ser de indeferido – 474.º de


recebimento – 817.º n.º2 de aperfeiçoamento ou anómalo.
2. Prazos para contestar – 10 dias. 817.º
3. Segue sob forma de dois articulados: Petição de articulados e
contestação

Falta de contestação dos embargos:

A falta de contestação não pode ser tratado como revelia – 505.º

4. Decisão dos embargos

Os embargos são decididos por sentença – 922.º

5. Efeitos de dedução dos embargos de executado na marcha da


acção executiva

817.º

Não suspende a execução.

6. Defesas separadas em processo de execução

No prazo de 10 dias pode o executado:

Suscitar a excepção de incompetência relativa- esta arguição suspende


até ser decidida, a marcha da execução verdadeira e própria e a marcha
da tramitação de embargos subsequentes a contestação.

Os embargos constituem uma defesa normal em execução,


desempenhando a função análoga de contestação no processo
executivo.
Aiken Renkel Afonso – execução para o pagamento de quantia certa: 3
penhora

PENHORA

3. O acto da penhora em si
4. Fase da penhora

O acto da penhora em si

1. Noção

Penhora é um acto de desapossamento de bens do devedor que ficam na


posse do tribunal a fim de este os usar para realização ds fins da acção
executiva (entrega, adjudicação e pagamento)

2. Natureza jurídica

Com a penhora opera-se uma transferência forçada da posse, não


transfere-se o direito de fundo.

A posse próprio é do tribunal, para fins judiciais.

3. Objecto

Limites:

a) Objectivos – os limites objectivos da penhora são marcados pro


duas regras e as correspondentes excepções.

Regra:

1. Os bens patrimoniais respondem para qualquer divida do seu


titular – 601.º CC.
2. Os bens são penhoráveis – 821.º
b) Subjectivos

Limites:

Objectivos

Impecabilidade objectiva:

Impenhorabilidade absoluta (822.º n.º 1) e relativa (823.º)

Impenhorabilidade total e parcial – 823.º n.º 4

Vencimento e salários, prestação periódica pagas em a título de


aposentadoria, reforma, auxilio, doença, invalidez, indemnizações por
acidente de trabalho – são parcialmente penhoráveis dentro das
seguintes distribuição:
1/3 com reserva que o juiz pode limitar- 823.º n.º 4

Em ½ absolutamente empenhoráveis

Impenhorabilidade intrínseca e extrínseca

Impenhorabilidade intrínseca

É aquela que resulta das próprias qualidades matérias, ou judicias de


certo bem – 822.º n.º 1 al. c)

Impenhorabilidade extrínseca

É aquela que resulta de uma situação jurídica particular, em que o bem


o direito se encontra – 823.º n.º 1 al. a)

Impenhorabilidade subsidiaria – são aqueles bens que podem ser


penhorados na falta de outros bens.

Limites Subjectivos

Só podem penhorar bens do executado ou alguns dos executados.

Extensão da penhora

A penhora abrange:

a) Os prédios com todas as suas partes integrantes – 842.º


b) Os frutos naturais ou civis
c) Coisas acessórias que normalmente acompanham a titularidade
do bem.

É possível ou não a penhora em:

1) Posse ou detenção por terceiros – pose sim mas não ofender a


posse

Detenção de facto – quando o funcionário procede a penhora tem o


terceiro o bem mera detenção.

Posse em nome alheio pode ser:

Desintegrada – quando possui uma coisa em nome de outrem.

Interessada – mas limitada ao tempo que o proprietário entender – A


aluga x a B, reservando o direito de exigir a restituição no momento que
quizer.

Interessada e fixa convencionalmente ao tempo – A aluga x B e


estabelece que este só tem obrigação de restituir x passado um ano.
2) Vinculação ou promessa de alienação

O bem é penhorado mas deve ser oferecido ao terceiro 883.º n.º 2 é


irrelevante a promessa de venda com eficácia real – 413.º CC, aqui da
lugar a sequela

3) Prejuízo especial do devedor com perda

Assenta naqueles bens com valores especial para o executado, deve


nomear outros bens a penhora.

4) Sujeição do direito a termo ou condição

Não há problema nenhum a serem vendidos ou penhorados. O


arrematante que compra uma propriedade resolúvel, desde que aceite o
risco. 1307.º CC 908.º

Não deve ser ordenado a penhora sobre o direito a termo, cujo o prazo
seja tão curto que não chega até a venda forçada, ou exceda do não
economicamente relevante.

5) Outra penhora

Podem penhorar bens já penhorados – 871.º - a penhora é feita por


simples notificação ao depositário o primeiro penhorante tem
preferência sobre o segundo.

4. Efeitos
1. Tornar o tribunal possuir
2. Perda dos bens matérias sobre o património
3. Desapossamento dos bens do executado

Tornar o tribunal possuir

Permite que os bens fiquem na secretaria do tribunal ou nomear um


deposito que conservará os bens em nome do tribunal . 833.º n.º 2 e
848.º

Perda dos bens matérias sobre o património

O executado não dispor dos penhorados – 819.º 821.º CC, dando lugar
a inoponibilidade do processo executivo.

A pós a penhora a penhora a coisa é tratada como alheia em face do


próprio executado.

Correndo o risco de responder pelo crime de furto – 850.º

Desapossamento dos bens do executado


822.º CC, visa evitar o processo de falência o insolvência, dai o
desapossamento.

Fase da penhora

1) Nomeação de bens a penhora – 833.º

O executado tem a faculdade de indicar bens sobre os quais recai a


penhora, devendo os bens indicados serem suficientes para o
pagamento do crédito. – 836.º e 837.º

Casos em que não necessário nomear bens a penhora.

Quando existe sobre a divida uma garantia real – 835.º

2) Despacho de penhora

O juiz fiscaliza a legalidade do acto

Reduzir a penhora nos limites razões sempre que.

Haver abuso na nomeação dos bens, isto é nomear bens de terceiro o


exceder a aquilo que o título impõe.

3) Efectivação da penhora

A penhora efectiva ou faz em.

1. Penhora de imóveis – regra: 855.º a 863.º


2. Penhora de móveis - 848.º
3. Penhora de direitos – 856 a 862.º
4. Penhora por conversão
5. Segunda penhora

Penhora de imóveis

Desapossamento do exequente com transferência de posse para um


representante do tribunal.

Penhora de móveis

Faz-se por efectiva apreensão e guardada na secretaria judicial ou


entrega a um depósito- 848.º

Penhora de direitos

Assenta em:

1. Créditos – 856.º e 861


2. Direito de quotas em bens individuais – 862.º
3. Direitos de quotas em bens coactivos – 862.º
4. Direitos reias cuja a estrutura não abrange a posse efectiva.

Penhora por conversão – 846.º

Dá-se naquelas situações em que os bens encontram-se arrestados, o


arresto é vertido em penhora.

Segunda penhora

O depositário deve ser notificado

Não há apreensão efectiva- a penhora de imóveis faz por termo de


entrega.

4. Meios de reacção contra uma penhora ilegal


1. Ilegalidade objectiva
2. Ilegalidade subjectiva

Ilegalidade objectiva

Tem que ver se estamos diante de uma impenhorabilidade


intrínseca ou extrínseca.

Impenhorabilidade intrínseca – se se provar que há um acto ilegal ou


injusto por parte do juiz – deve reagir com recurso.

Se o juiz não conhecer de uma questão que deveria a decisão é nula –


668.º n. 1. – Recurso.

Impenhorabilidade extrínseca – aqui tem lugar como meio de reacção


embargo de terceiro – 1037.º n.º 2

Ilegalidade subjectiva

Penhorando bens que não é de quem foi citado, há três meios de


reacção.

1. Protesto imediato
2. Embargos de terceiro
3. Revindicação

Protesto imediato – 832.º

Quando há por parte do funcionário um motivo patente ou manifesto de


ilegalidade subjectiva. Faz numa averiguação sumaria.

Embargos de terceiro

É o meio normal de reagir contra uma penhora.


Quem pode suscitar embargos de terceiro

Para deduzir embargo de terceiro tem que ser terceiro ou executado –


1037.º.

Ter a posse dos bens penhorados.

Quem é terceiro

A pessoa que não afigura como parte no processo

Prazos para deduzir embargos de terceiro

O prazo assenta em dois aspectos gerais e especial

Gerais tem de haver um termo aquo e um termo ad quem

Os embargos são deduzidos depois da penhora

Podem ser deduzidos nos 20 dias úteis- 139.º

Revindicação

4) Penhora subsequente
5) Levantamento da penhora

CONVOCAÇÃO DOS CREDORES E VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS

h. Execução singular execução colectiva


i. Possibilidade de intervenção na execução os credores, além do
exequente, segundo a nossa lei
j. Citação dos credores
k. Citação o cônjuge executado
l. Requisitos da reclamação dos credores
m. Reclamação dos credores no processo subsequente
n. Verificação e graduação dos créditos

VENDA

c. Venda forçada, coerciva e executiva


d. Modalidades da venda

Venda judicial

Venda extra judicial

f) Modalidade especial da venda executiva

Adjudicação dos bens

g) Efeitos da venda executiva


h) Renovação da execução

Pagamento

Em que se traduz a penhora?

R: a penhora é um acto de desapossamento de bens do devedor, que


ficam na posse na posse do tribunal a fim de este usar para a realização
da acção executiva, isto é a entrega venda ou adjudicação e pagamento.

Diga se a penhora limita em absoluto os poderes do proprietário


dos bens penhorados?

R: não a penhora não limita em absoluto os poderes do proprietário dos


bens penhorados, porque no acto de penhora, o que esta em causa não
é um direito de fundo, ou seja, não se transfere o direito de propriedade,
mais sim, transfere-se apenas a posse.

Diga se é possível falar de uma penhora subsequente por


aditamento por iniciativa do executado?

R: a penhora subsequente, traduz-nos a ideia de que em momento


posterior, pode o exequente nomear novos bens sobre os quais a
penhora se efectivara (836.º, 2), a penhora subsequente pode
representar uma relação de efectivação por aditamento ou por
substituição.

Diz-se aditamento - quando se fazem penhorar novos bens, por os


anteriores se mostrarem insuficientes para a satisfação do crédito
exequendo.

Será uma substituição - quando for levando sobre a penhora um dos


bens, penhorando-se outro em seu lugar.

Assim nos termos da lei não cabe ao executado a iniciativa de


aditamento de bens a penhora, embora sendo questão de interesse
particular, não cabe a substituição por acordo de exequente com o
executado, nem a simples desistência por parte do exequente.

Por que razão os defende que quando a convocação dos credores o


nosso sistema é de execução mista tendencialmente singular?
Haverá alguma vantagem nisto?

R: Sistema de execução singular – é aquele em que só o exequente


obtém do processo executivo que moveu a satisfação do seu crédito.

Sistema de execução colectivo – é aquele que visa evitar que o


exequente tira vantagens injustas sobre outros credores.
Sistema misto ou tendencialmente singular – neste sistema:

1- Os credores Vêm à execução para tutelar e fazer o seu direito de


garantia.

2- os credores vêm à execução apenas com base nos seus direitos de


reais de garantia.

Vantagens:

1- Se os bens penhorados sobre os que garantia não chegarem para o


pagamento dos seus créditos, terão de mover outra execução e não
pagar-se pelos pelo valor dos outros bens penhorados, muito menos
nomear à penhora. Só podem receber pelo valor dos seus bens
penhorados sobre que tem garantia (865.º, 1 e 873.º, 2).

2- Qualquer resultado da acção executiva que deixa incólume os


direitos reais de garantia poder obtido sem atenção dos credores
(consignação em rendimentos).

3- Os limites de actuação dos credores reclamantes na execução alheia


estão definidos pelos direitos de garantia (866.º 888.º 893.º).

Haverá alguma relação entre os embargos de terceiro, os embargos


de executado e verificação e graduação de créditos?

R: embargos de terceiro – é um meio que podemos chamar para reagir


contra uma penhora subjectivamente ilegal. É terceiro em relação ao
processo de execução a pessoa que nele não figura como parte (Alberto
Reis) – 1037.º e ss

Embargos de executado – constituem a defesa normal em execução,


desempenhando a função análoga a da contestação em processo
declarativo.

Verificação e graduação de créditos – consistem na reclamação


judicial de um crédito ou negar esse reconhecimento, absolvendo o
executado da instância ou do pedido.

Outrossim, conste em graduar o crédito verificados por ordem da sua


preferência afim de os credores forem pagos (873.º, 2).

São pois, três pontos básicos da execução que consistem na defesa para
o pagamento ou pagamento do processo executivo.

Em todas as obrigações pecuniárias se executam pela forma de


processo executivo para o pagamento de quantia certa. Comente
A certeza é um pressuposto processual enquanto a liquidação, na
acção executiva é um requisito de continuidade. Concorda com
esta afirmação?

É dado certo que a nomeação de bens a penhora pelo exequente


poderá ser feita independemente de despacho do juiz. Assim diga
fundamentando de que dependera essa nomeação pelo exequente
nos casos em que não haja despacho pelo juiz?

R: ao contrário do executado o exequente poderá nomear bens a


penhora independentemente de despacho do juiz sempre que se cumpra
com os pressupostos indicados no art. 836.º, nos casos em que de facto
o executado não cumpra com o que nele se estatui. O que significa que
o exequente tendo domínio da data em que o executado em que o
executado tinha sido notificado pagar ou nomear bens a penhora
precisará apenas verificar o esgotamento daquele prazo para exercer o
direito de nomeação não cumprindo comprido com a referida indicação.

Sobre a convocação de credores diga em que consiste, qual é a sua


natureza no que se refere ao processamento e distinção da alínea b)
e da alínea d) 864.º CPC.

R: A CONVOCAÇÃO de credores é a fase judicial destinada a fazer


intervir os potenciais titulares de direitos de retidos que possua conexão
com os bens penhorados, pretende-se com este sistema evitar que o
exequente retire vantagens injustas contra outros credores e,
principalmente cumprir com o disposto no art. 824.º , 2 do cc, evitando
assim que os bens sejam adquiridos incidindo sobre os mesmos ónus
ou encargos resultantes destas garantias. Ele tem o a natureza a
natureza de um processo declarativo quer a alínea b) quer aliena d)
representam o chamamento de credores sobre garantia real dos bens
penhorados. Diferente apenas os facto de alinea b) perfeitamente
indicado na certidõ de ónus ou encargos que se refere o artigo 838.º, 3
alinea d) não serem conhecidos exactamente por não aparecerem
listados nesta certidão.

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