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Processo do Trabalho

Monitora: Vitória Azevedo Moreira

LIQUIDAÇÃO

Prolatada a sentença líquida na fase de conhecimento, proceder-se-à a execução;

Todavia, se a sentença for ilíquida (procedimento comum), antes da execução será necessária
a liquidação da sentença.

Modalidades de liquidação

→ CÁLCULOS: meras operações aritméticas. É o mais recorrente na JT.

1º Prolatada a sentença ilíquida, juíz irá intimar as partes para apresentarem os seus cálculos.

2º O cálculo será elaborado (pelo calculista judicial), e a sentença se tornará líquida .

3º Juiz intimará as partes para, querendo, no prazo de 8 dias impugnarem estes cálculos. Se as
partes nada impugnarem, ocorre a preclusão, não podendo discutir tais cálculos
posteriormente.

4ºJuiz homologará os cálculos.

→ ARBITRAMENTO: necessidade de conhecimentos técnicos. Aqui, será designado um perito


para os cálculos. São em causas mais complexas. Apresentado os cálculos pelo perito, as partes
serão intimadas para impugnar, e então o juíz homologará os cálculos, prolatando a decisão de
liquidação.

→ ARTIGOS (Nova denominação: Liquidação por procedimento comum): quando é preciso


alegar e provar fatos novos na liquidação.

Obs: pode parte da sentença ser liquidada por uma modalidade, e outra parte de outra
modalidade, ex: uma parte da sentença que se refere à calculo de férias se dará por cálculos, e
outra parte que se refere a horas extras se dará por artigo (procedimento comum).

Na liquidação não poderá modificar, inovar a sentença liquidanda nem discutir matéria
pertinente a causa principal. (art. 879,§1 CLT)

EXECUÇÃO

Prolatada a decisão de homologação da liquidação, poderá o executado pagar,


voluntariamente o débito, encerrando o processo, ou, o executado não paga, ficando
inadimplente. Neste caso, o Exequente deverá provocar o Judiciário, para que se inicie a fase
de execução (cumprimento de sentença). Nos casos em que a parte exequente não está
representada por advogado (jus postulandi), o juiz poderá, de oficio iniciar a fase de execução.

A execução necessita de um título, que pode ser judicial ou extrajudicial.

Títulos executivos judiciais

➔ Sentença com transito em julgado ou que não tenha sido interposto recurso com
efeito suspensivo;
➔ sentença que homologa acordo;
➔ sentença arbitral.
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Títulos executivos extrajudiciais

➔ TAC (termo de ajuste de conduta) firmado com o MPT.


➔ Termo de conciliação firmado perante a CCP.
➔ multas inscritas na Dívida Ativa da União provenientes dos autos de infração lavrados
pelos Auditores Fiscais do Trabalho;
➔ Nota promissória

Competência para Execução – art. 877 e 877-A CLT

Para títulos executivos judiciais -> o juízo competente é aquele que julgou ou conciliou o
dissídio.

Para títulos executivos extrajudiciais -> o juízo competente é aquele que teria competência
para julgar o processo de conhecimento relativo a matéria.

Nomeação de bens a penhora

Prolatada a sentença de liquidação, será o Executado citado para, em 48 horas: pagar ou


garantir o juízo.

O juízo será garantido através da indicação de bens à penhora, o depósito em juízo do valor da
execução ou oferecimento de seguro-garantia judicial.

O executado pode quedar-se inerte, ou seja, não deposita nem nomeia bens à penhora. Neste
caso, o juiz mandará penhorar seus bens tantos quantos bastem para garantir o juízo (Valor da
execução), observando a ordem preferencial estabelecida no art. 835 do CPC (dinheiro
sempre é prioritário).

Obs: não é exigida a garantia do juízo para as entidades filantrópicas e/ou aqueles que
compuserem sua diretoria.

➔ Após o juízo estar garantido, o executado tem 5 dias para apresentar embargos à
execução, enquanto o exequente, no mesmo prazo, poderá apresentar a impugnação
à sentença de liquidação. O juiz irá julgar os embargos e a impugnação na mesma
sentença, que poderá ser recorrida por meio de agravo de petição.

EMBARGOS A EXECUÇÃO

➔ É a defesa do executado na fase de execução.


➔ Deve ser apresentado no prazo de 5 dias a partir da garantia do juízo, ou, no caso de
não ter garantido nem pago a dívida, esses 5 dias contam da data da penhora.
➔ Art. 884, §1º, CLT. A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da
decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida.
➔ Doutrina e jurisprudência entende pela aplicação subsidiária do art. 525, § 1º do CPC,
que falam sobre as matérias que podem ser alegadas : I - falta ou nulidade da citação
se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III
- inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou
avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI -
incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa
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modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação,


transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.

obs: Art. 884, §5º, CLT. Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato
normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou
interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal.

IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO

➔ É a manifestação do Exequente na execução, em face da sentença de liquidação que


fora proferida.
➔ apresentada em 5 dias da data que o juízo foi garantido.

O juiz decidirá, na mesma sentença, a impugnação à sentença de liquidação e os embargos à


execução.

ATOS DE ENCERRAMENTO DA EXECUÇÃO

Após transitar em julgado a sentença de execução, o depósito feito pelo executado para
garantir a execução será liberado em favor do exequente. Na hipótese do executado ter
nomeado bens à penhora, poderá ocorrer a adjudicação (exequente “pega” o bem e fica com
ele), a alienação por iniciativa particular (o exequente irá vender o bem nomeado) ou o leilão.

A ordem preferencial de expropriação é a adjudicação em primeiro lugar, em segundo a


alienação por iniciativa particular e por último o leilão.

Nestes casos, em que o juízo fora garantido por um bem, será necessária a avaliação pelo
oficial de justiça, para que determine o valor daquele bem.

Leilão

No caso do exequente não querer adjudicar o bem nem alienar por iniciativa particular, o bem
será arrematado em leilão, preferencialmente online.

➔ A hasta pública deverá ser anunciada em edital afixado na sede do juízo ou tribunal e
publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de 20 dias (art. 888 da CLT).
➔ A arrematação será realizada pelo maior lance (art. 888, §1.º, da CLT).
➔ Entretanto, não se admitirá preço vil, ou seja, inferior a 50% do valor da avaliação (art.
891 do CPC).
➔ O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20% do seu valor,
pagando o restante dentro de 24 horas, sob pena de perder o preço da arrematação
em benefício da execução, voltando à praça os bens executados (art. 888, §§ 2º e 4.º,
da CLT).

Atenção à remição: a remição ocorre quando o executado, paga os valores devidos para evitar
então que aquele bem seja arrematado. A remição prefere os outros meios de expropriação.

BENS IMPENHORÁVEIS

- art. 833 CPC

-bem de família
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- conta do FGTS

PENHORA ONLINE

- Convenio com Banco Central do Brasil

- Sistema Bacenjud

Art. 854, CPC. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira,
o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará
às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora
do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome
do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.

- Juiz oficia o Banco para bloquear o valor da conta do Executado, em 24h o Banco apresenta
resposta ao Juiz sobre o bloqueio. O juiz então vai determinar, se for o caso, o cancelamento
do excesso do bloqueio. Em 24 horas o banco tem que desbloquear o excesso.

- O executado é intimado do bloqueio, para se manifestar em 5 dias. Se não se manifestar


ocorre preclusão e o bloqueio é convertido em penhora, transferindo-se o valor para conta
judicial.

EXECUÇÃO POR PRESTAÇÕES SUCESSIVAS

Art. 891, CLT. Nas prestações sucessivas por tempo determinado, a execução pelo não
pagamento de uma prestação compreenderá as que lhe sucederem. → Exemplo, os acordos
judiciais parcelados, ou os acordos perante a CCP. Então, o inadimplemento de uma parcela
importa no vencimento antecipado das demais.

Art. 892, CLT. Tratando-se de prestações sucessivas por tempo indeterminado, a execução
compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso na execução.

Art. 883-A, CLT. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a
protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no
Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o
prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia do
juízo.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

- Aplicável ao processo do trabalho a teoria menor prevista no CDC.

- basta que se verifique a insuficiência de bens por parte da pessoa jurídica para arcar com a
condenação trabalhista, para que seja possível a desconsideração de sua personalidade
jurídica da empresa;

Art. 855-A, CLT. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da


personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 -
Código de Processo Civil.

§1º. Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:


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I. na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta
Consolidação;

II. na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III.
cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no
tribunal.

§ 2º. A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela


de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil)

EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Há possibilidade, diante da interposição de recursos sem efeito suspensivo, a execução


provisória, até a penhora. Se a decisão final for mantida, a execução provisória se converte em
definitiva. Porém, sendo contrária, será ressarcido ao executado os valores penhorados e
eventuais prejuízos.

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