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PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Algumas anotações sobre prescrição intercorrente.


Lei 14.195 de 2021 – acrescenta o artigo 206-A no CPC. Vejamos:

"Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de


prescrição da pretensão, observadas as causas de impedimento, de
suspensão e de interrupção da prescrição previstas neste Código
e observado o disposto no art. 921 da Lei nº 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil)."

CPC
Art. 921. Suspende-se a execução:

I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber;

II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito


suspensivo os embargos à execução;

III - quando não for localizado o executado ou bens


penhoráveis; (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 26.08.2021
- DOU de 27.08.2021, conversão da Medida Provisória nº
1.040, de 29.03.2021 - DOU de 30.03.2021)

Nota: Assim dispunha a redação anterior:

"III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;"

IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por


falta de licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não
requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis;

V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916.

§ 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução


pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a
prescrição.

§ 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja


localizado o executado ou que sejam encontrados bens
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da
execução se a qualquer tempo forem encontrados bens
penhoráveis.

§ 4º O termo inicial da prescrição no curso do processo será a


ciência da primeira tentativa infrutífera de localização do
devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa, por uma
única vez, pelo prazo máximo previsto no § 1º deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 14.195, de 26.08.2021 - DOU de
27.08.2021, conversão da Medida Provisória nº 1.040, de
29.03.2021 - DOU de 30.03.2021)

Nota: Assim dispunha a redação anterior:

"§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação


do exequente, começa a correr o prazo de prescrição
intercorrente."

§ 4º-A A efetiva citação, intimação do devedor ou constrição de


bens penhoráveis interrompe o prazo de prescrição, que não
corre pelo tempo necessário à citação e à intimação do
devedor, bem como para as formalidades da constrição
patrimonial, se necessária, desde que o credor cumpra os
prazos previstos na lei processual ou fixados pelo juiz.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 14.195, de 26.08.2021 -
DOU de 27.08.2021, conversão da Medida Provisória nº 1.040,
de 29.03.2021 - DOU de 30.03.2021)

§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15


(quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição no
curso do processo e extingui-lo, sem ônus para as partes.
(Redação dada pela Lei nº 14.195, de 26.08.2021 - DOU de
27.08.2021, conversão da Medida Provisória nº 1.040, de
29.03.2021 - DOU de 30.03.2021)

Notas:

1) Assim dispunha a redação anterior:

"§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15


(quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que
trata o § 4º e extinguir o processo."

2) Ver dispositivo equivalente do antigo Código de Processo


Civil - Lei nº 5.869, de 1973 - texto alterado.
§ 6º A alegação de nulidade quanto ao procedimento previsto
neste artigo somente será conhecida caso demonstrada a
ocorrência de efetivo prejuízo, que será presumido apenas em
caso de inexistência da intimação de que trata o § 4º deste
artigo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 14.195, de
26.08.2021 - DOU de 27.08.2021, conversão da Medida
Provisória nº 1.040, de 29.03.2021 - DOU de 30.03.2021)

§ 7º Aplica-se o disposto neste artigo ao cumprimento de


sentença de que trata o art. 523 deste Código. (Parágrafo
acrescentado pela Lei nº 14.195, de 26.08.2021 - DOU de
27.08.2021, conversão da Medida Provisória nº 1.040, de
29.03.2021 - DOU de 30.03.2021)

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Art. 313. Suspende-se o processo:

I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer


das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;

II - pela convenção das partes;

III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;

IV - pela admissão de incidente de resolução de demandas


repetitivas;

V - quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de


existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto
principal de outro processo pendente;

b) tiver de ser proferida somente após a verificação de


determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a
outro juízo;

VI - por motivo de força maior;

VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e


fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;

VIII - nos demais casos que este Código regula.

IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada


responsável pelo processo constituir a única patrona da causa;
X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único
patrono da causa e tornar-se pai.

§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos


do art. 689.

§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da


morte, o juiz determinará a suspensão do processo e observará o
seguinte:

I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a


citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o
caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e
no máximo 6 (seis) meses;

II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio,


determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se
for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais
adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e
promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de
extinção do processo sem resolução de mérito.

§ 3º No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda


que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará
que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias,
ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o
autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do
processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste.

§ 4º O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um)


ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no
inciso II.

§ 5º O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que


esgotados os prazos previstos no § 4º.

§ 6º No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta)


dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção,
mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que
tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente.

§ 7º No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias,


contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção,
mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que
tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 13.363, de 25.11.2016 - DOU de
28.11.2016)

-o-

Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da


existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão
do processo até que se pronuncie a justiça criminal.

§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses,


contado da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito desse,
incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a questão prévia.

§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo


máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na
parte final do § 1º.

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Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do


exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em
execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o
executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante
em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e
de juros de um por cento ao mês.

§ 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o


preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o
requerimento em 5 (cinco) dias.

§ 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de


depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu
levantamento.

§ 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada,


e serão suspensos os atos executivos.

§ 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o


depósito, que será convertido em penhora.

§ 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará


cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do
processo, com o imediato reinício dos atos executivos;

II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor


das prestações não pagas.

§ 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa


renúncia ao direito de opor embargos.

§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da


sentença.

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Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em


liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o
cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo
de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito


será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de
advogado de dez por cento.

§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a


multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante.

§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será


expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se
os atos de expropriação.

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Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal,


na instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o
processo.

Se refere a quando morre uma parte e os herdeiros irão sucedê-lo no


processo.

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Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo


incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui
em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei
nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que
ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente,
retroagirá à data de propositura da ação.

§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as


providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de
não se aplicar o disposto no § 1º.

§ 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável


exclusivamente ao serviço judiciário.

§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e


aos demais prazos extintivos previstos em lei.

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Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde


que realizada em observância ao disposto no § 2º do art. 240,
interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo
incompetente.

Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de


propositura da ação.

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AGORA CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO


Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá
ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação,


se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou


em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe


reconhecimento do direito pelo devedor.

6) Ver Dec.-Lei nº 204/67, artigo 17, § único, interrupção


de prescrição na ação de cobrança de prêmio de loteria.
7) Ver Súmulas 78 do TFR, 153 e 154 do STF e 106 do STJ.

Jurisprudência Vinculada ao dispositivo equivalente do


antigo Código Civil - Lei nº 3.071, de 1916.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data


do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a
interromper.

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Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

-O-

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos


outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor,
ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.

§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos


outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário
envolve os demais e seus herdeiros.

§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor


solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão
quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.

§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o


fiador.

-O-

Lei 10999

Art. 9º Os arts. 191 e 202 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002,


não se aplicam à matéria de que trata esta Lei, não importando esta
em renúncia ou interrupção da prescrição referente às parcelas que
antecedam os últimos 5 (cinco) anos anteriores a agosto de 2004,
quando derivadas da revisão autorizada no art. 1º desta Lei.

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CTN

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5


(cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:


I - pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe


em reconhecimento do débito pelo devedor.

-O-

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