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Pessoas Singulares
Sujeitos de direito são os entes suscetíveis de serem titulares de relações jurídicas, isto é, os
titulares dos direitos e das obrigações. Podem ser sujeitos de direitos as pessoas singulares e
as pessoas coletivas. A personalidade jurídica é uma qualidade ou condição da pessoa singular
ou coletiva, aptidão para ser titular de direitos e obrigações.
Artigo 66º (Começo da personalidade)
1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida.
2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento.
Artigo 68º (Termo da personalidade)
1. A personalidade cessa com a morte.
2. Quando certo efeito jurídico depender da sobrevivência de uma a outra pessoa, presume-se,
em caso de dúvida, que uma e outra faleceram ao mesmo tempo.
3. Tem-se por falecida a pessoa cujo cadáver não foi encontrado ou reconhecido, quando o
desaparecimento se tiver dado em circunstâncias que não permitam duvidar da morte dela.
(O nº3 prevê a morte presumida)
À personalidade jurídica é inerente a capacidade jurídica ou capacidade de gozo de direitos e
obrigações (porque é sujeito de direito pode gozar direitos/obrigações)
A capacidade jurídica exprime a aptidão de ser titular de direitos e obrigações.
Artigo 67º (Capacidade jurídica)
As pessoas podem ser sujeitos de quaisquer relações jurídicas, salvo disposição legal em
contrário: nisto consiste a sua capacidade jurídica.
(salvo em disposição do contrário Incapacidades de gozo/insupríveis)
A medida da capacidade pode ser maior ou menos segundo as circunstâncias (os menores não
têm capacidade de gozo de direitos em certos casos- Artigo 1601º)
Diferente da capacidade jurídica é a capacidade de exercício de direitos que se adquire com a
maioridade.
Artigo 130º (Efeitos da maioridade)
Aquele que perfizer dezoito anos de idade adquire plena capacidade de exercício de direitos,
ficando habilitado a reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens.
Os direitos de personalidade são aqueles direitos que pertencentes a todas as pessoas pelo
nascimento. São direitos gerais (todos deles gozam), extrapatrimoniais (embora as suas
violações possam originar uma reparação em dinheiro, não têm, em si mesmos, valor
pecuniário), absolutos (eficácia erga omnes) e irrenunciáveis.
Artigo 70º (Tutela geral da personalidade)
1. A lei protege os indivíduos contra qualquer ofensa ilícita ou ameaça de ofensa à sua
personalidade física ou moral.
2. Independentemente da responsabilidade civil a que haja lugar, a pessoa ameaçada ou
ofendida pode requerer as providências adequadas às circunstâncias do caso, com o fim de
evitar a consumação da ameaça ou atenuar os efeitos da ofensa já cometida.
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Norma que contém uma cláusula geral de tutela de personalidade: permite conceder proteção
a aspetos da personalidade não tipificados por exemplo direito ao repouso, direito ao bom
nome…
Artigo 71º (Ofensa a pessoas já falecidas)
1. Os direitos de personalidade gozam igualmente de proteção depois da morte do respetivo
titular.
2. Tem legitimidade, neste caso, para requerer as providências previstas no n.º 2 do artigo
anterior o cônjuge sobrevivo ou qualquer descendente, ascendente, irmão, sobrinho ou
herdeiro do falecido.
Mantém-se depois da morte do respetivo titular, a proteção dos que possam continuar a ser
ofendidos (art. 71º, nº1). A formulação do artigo 71º, nº1 é, porém, infeliz pois a tutela incide
sobre direitos ou interesse das pessoas mencionadas no nº2 do mesmo artigo e não significa
que se mantenham os direitos na titularidade do defunto, cuja personalidade cessou com a
morte.
Artigo 72.º (Direito ao nome)
1. Toda a pessoa tem direito a usar o seu nome, completo ou abreviado, e a opor-se a que
outrem o use ilicitamente para sua identificação ou outros fins.
2. O titular do nome não pode, todavia, especialmente no exercício de uma atividade
profissional, usá-lo de modo a prejudicar os interesses de quem tiver nome total ou
parcialmente idêntico; nestes casos, o tribunal decretará as providências que, segundo juízos
de equidade, melhor conciliem os interesses em conflito.
Artigo 79.º (Direito à imagem)
1. O retrato de uma pessoa não pode ser exposto, reproduzido ou lançado no comércio sem o
consentimento dela; depois da morte da pessoa retratada, a autorização compete às pessoas
designadas no n.º 2 do artigo 71.º, segundo a ordem nele indicada.
2. Não é necessário o consentimento da pessoa retratada quando assim o justifiquem a sua
notoriedade, o cargo que desempenhe, exigências de polícia ou de justiça, finalidades
científicas, didáticas ou culturais, ou quando a reprodução da imagem vier enquadrada na de
lugares públicos, ou na de factos de interesse público ou que hajam decorrido publicamente.
3. O retrato não pode, porém, ser reproduzido, exposto ou lançado no comércio, se do facto
resultar prejuízo para a honra, reputação ou simples decoro da pessoa retratada.
O regime jurídico das incapacidades visa a proteção do próprio incapaz contra as suas
influências que o podem prejudicar no tráfego jurídico.
3. Incapacidade de testar 2189º (os maiores acompanhados, apenas nos casos em que a sentença de
acompanhamento assim o determine).
Responsabilidade pelo risco- Responsabilidade objetiva: Art.º 502 – Danos causados por animais
Declaração Negocial
É um comportamento que, exteriormente observado, cria a aparência de exteriorização de um
certo conteúdo de vontade negocial, caracterizando depois a vontade negocial como a
intenção de realizar certos efeitos práticos, com ânimo de que sejam juridicamente tutelados e
vinculantes. A declaração pretende ser o instrumento de exteriorização da vontade psicológica
do declarante- essa é a sua função- artigo 217º.
Numa declaração negocial podem se distinguir os seguintes elementos:
Declaração propriamente dita – consiste no comportamento declarativo.
A vontade – consiste no querer.
Declaração negocial expressa e tácita: Os negócios jurídicos realizam uma ampla autonomia
privada, na medida em que, quando ao seu conteúdo, vigora o princípio da liberdade negocial-
artigo 405º. Quando à forma, é igualmente reconhecido pelo ordenamento jurídico um critério
de liberdade: o princípio da liberdade declarativa- artigo 217º. A declaração é expressa quando
feita por palavras, escrito ou quaisquer outros meios diretos, frontais, imediatos de expressão
da vontade e é tácita quando do seu conteúdo direto se infere um outro, isto é, quando se
destina a um certo fim , mas implica e torna cognoscível.
Valor do silêncio
O silencio não vale como declaração negocial, a não ser que esse valor lhe seja atribuído por
lei, convenção ou uso.
Forma e formalidades:
Princípio da liberdade de forma ou da consensualidade- artigo 217º;
Forma legal- artigo 221º;
Forma voluntária- artigo 222º
Forma convencional- artigo 223º.
Perfeição da declaração negocial
O contrato está perfeito quando a resposta, contendo a aceitação, chega à esfera de ação do
proponente, isto é, quando o proponente passa a estar em condições de a conhecer- artigo
224º, nº1. É igualmente eficaz a declaração que só por culpa do destinatário não foi por ele
oportunamente recebida- artigo 224º, nº2. A declaração recebida pelo destinatário em
condições de, sem culpa sua, não poder ser conhecida e ineficaz- artigo 224º, nº3.