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Das Incapacidades

No direito brasileiro existe incapacidade de fato ou de exercício.

Incapacidade: é a restrição legal ao exercício de atos da vida civil.

E pode ser de duas espécies:

Absoluta: acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito. O ato somente poderá ser
praticado pelo representante legal do absolutamente incapaz, sob pena de nulidade (art.3º).

É nulo o negócio jurídico quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz. (Art. 166)

Eventualmente, o ato praticado pelo menor absolutamente incapaz pode gerar efeitos.

Além disso, a vontade dos menores nessas condições é relevante para os casos envolvendo a
adoção e a guarda de filhos, cabendo a sua oitiva para expressarem sua opinião.

Relativa: que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido, sob pena de
anulabilidade. (art. 4º).

As incapacidades, absoluta ou relativa, são supridas, pois, pela representação e pela


assistência.

Na representação, o incapaz não participa do ato, que é praticado somente por seu
representante.

Na assistência, reconhece-se ao incapaz certo discernimento e, portanto, ele é quem pratica o


ato, mas não sozinho, e sim acompanhado, isto é, assistido por seu representante.

Incapacidade Absoluta
Observa-se que o art. 3º, aponta no caput, como únicas pessoas com essa classificação, “os
menores de 16 (dezesseis) anos”.

A pessoa com deficiência agora é considerada plenamente capaz, salvo se não puder exprimir
sua vontade — caso em que será considerada relativamente incapaz (art. 4º,III), podendo,
quando necessário, ter um curador nomeado em processo judicial (Estatuto da Pessoa com
Deficiência, art. 84).

Observe-se que a incapacidade relativa não decorre propriamente da deficiência, mas da


impossibilidade de exprimir a sua vontade.

Menores Púberes
Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos são os menores púberes.

Já vimos que podem praticar apenas determinados atos sem a assistência de seus
representantes: aceitar mandato, ser testemunha, fazer testamento etc. Não se tratando desses
casos especiais, necessitam da referida assistência, sob pena de anulabilidade do ato, se o
lesado tomar providências nesse sentido e o vício não houver sido sanado.

OBS: O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes (CC, art. 928).

A indenização, “que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as
pessoas que dele dependem” (parágrafo único).

Adotou-se, pois, o princípio da responsabilidade subsidiária e mitigada dos incapazes.

OBS: Os portadores de deficiência, considerados pessoas capazes pela Lei n. 13.146/2015,


responderão, todavia, com seus próprios bens, pelos danos que causarem a terceiros, afastada
a responsabilidade subsidiária criada pelo aludido art. 928 do Código Civil.

Os ébrios habituais e os viciados


em tóxico
O atual Código Civil incluiu os ébrios habituais e os toxicômanos no rol dos relativamente
incapazes.

Somente, porém, os alcoólatras ou dipsômanos (os que têm impulsão irresistível para beber) e
os toxicômanos, isto é, os viciados no uso e dependentes de substâncias alcoólicas ou
entorpecentes, enquadram-se no inciso II do art. 4º.

Os viciados em tóxico que venham a sofrer redução da capacidade de entendimento,


dependendo do grau de intoxicação e dependência, poderão ser, excepcionalmente,
considerados deficientes pelo juiz, que procederá à graduação da curatela, na sentença,
conforme o nível de intoxicação e comprometimento mental.

Os de causa transitória ou
permanente
Os que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade, bem como as
demais pessoas que também não puderem, serão tratados como relativamente incapazes (CC,
art. 4º)

É anulável, assim, o ato jurídico exercido pela pessoa de condição psíquica normal, mas que se
encontrava completamente embriagada no momento em que o praticou e que, em virtude dessa
situação transitória, não se encontrava em perfeitas condições de exprimir a sua vontade.
Os pródigos
Pródigo é o indivíduo que dissipa o seu patrimônio desvairadamente. Trata-se de um desvio da
personalidade e não, propriamente, de um estado de alienação mental.

Pode ser submetido à curatela (art.1.767, V), promovida pelo cônjuge ou companheiro, pelos
parentes ou tutores, pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando
e pelo Ministério Público (CPC, art. 747).

O pródigo só ficará privado, no entanto, de praticar, sem curador, atos que extravasam a mera
administração e implicam comprometimento do patrimônio, como emprestar, transigir, dar
quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado (CC, art. 1.782).

Pode praticar, validamente e por si só, os atos da vida civil que não envolvam o seu patrimônio e
não se enquadrem nas restrições mencionadas. Pode, assim, casar, fixar o domicílio do casal,
dar autorização para casamento dos filhos etc.

Curatela de pessoas capazes e


incapazes
O procedimento da curatela:

Para assegurar a sua eficácia erga omnes, deve ser registrada em livro especial no Cartório do
1º Ofício do Registro Civil da comarca em que for proferida (LRP, art. 92) e publicada três vezes
na imprensa local e na oficial.

É nulo o ato praticado pelo enfermo ou deficiente mental depois dessas providências.

O Superior Tribunal de Justiça, todavia, tem proclamado a nulidade mesmo que a incapacidade
seja desconhecida da outra parte e só protegido o adquirente de boa- fé com a retenção do bem
até a devolução do preço pago, devidamente corrigido, e a indenização das benfeitorias.

Obs: A velhice ou senilidade, por si só, não é causa de limitação da capacidade, salvo se
motivar um estado patológico que afete o estado mental.

A Tomada de decisão apoiada:

“A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo
menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhe
os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade”.

O referido dispositivo aplica-se aos casos de pessoas que possuem algum tipo de deficiência,
mas podem, todavia, exprimir a sua vontade.
Os índios
Índios ou silvícolas são os habitantes das selvas, não integrados à civilização.

O diploma legal que atualmente regula a situação jurídica dos índios no País é a Lei n. 6.001, de
19 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio, proclamando que ficarão
sujeitos à tutela da União, até se adaptarem à civilização.

Referida lei considera nulos os negócios celebrados entre um índio e pessoa estranha à
comunidade indígena, sem a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai), enquadrando-
o, pois, como absolutamente incapaz.

OBS: Entretanto, declara que se considerará válido tal ato se o índio revelar consciência e
conhecimento do ato praticado e, ao mesmo tempo, tal ato não o prejudicar.

A tutela dos índios origina-se no âmbito administrativo. O que vive nas comunidades não
integradas à civilização já nasce sob tutela.

É, portanto, independentemente de qualquer medida judicial, incapaz desde o nascimento, até


que preencha os requisitos exigidos pelo art. 9º da Lei n. 6.001/73 e seja liberado por ato
judicial, diretamente, ou por ato da FUNAI homologado pelo órgão judicial.

Competente para cuidar das questões referentes aos índios é a Justiça Federal.

A tutela do indígena não integrado à comunhão nacional tem a finalidade de protegê-lo, à sua
pessoa e aos seus bens.

Além da assistência da Funai, o Ministério Público Federal funcionará nos processos em que
haja interesse dos índios e, inclusive, proporá as medidas judiciais necessárias à proteção de
seus direitos.

Cessação da incapacidade
Cessa a incapacidade, em primeiro lugar, quando cessar a sua causa (enfermidade mental,
menoridade etc.) e, em segundo lugar, pela emancipação.

A emancipação pode ser de três espécies:

Voluntária:
É a concedida pelos pais, se o menor tiver dezesseis anos completos (CC, art. 5º, parágrafo
único, I).

Obs: Tal espécie de emancipação só não produz, segundo a jurisprudência, inclusive a do


Supremo Tribunal Federal, o efeito de isentar os pais da obrigação de indenizar as vítimas dos
atos ilícitos praticados pelo menor emancipado, para evitar emancipações maliciosas.
Judicial:
É a concedida por sentença, ouvido o tutor, em favor do tutelado que já completou dezesseis
anos.

Legal:
É a que decorre de determinados fatos previstos na lei, como o casamento, o exercício de
emprego público efetivo, a colação de grau em curso de ensino superior e o estabelecimento
com economia própria, civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, tendo o menor
dezesseis anos completos.

Se o menor estiver sob tutela, deverá requerer sua emancipação ao juiz, que a concederá por
sentença, depois de verificar a conveniência do deferimento para o bem do menor.

Obs: O tutor não pode emancipá-lo. Evitam-se, com isso, emancipações destinadas apenas a
livrar o tutor dos ônus da tutela.

Antes do registro, não produzirão efeito (LRP, art. 91, parágrafo único).

Quando concedida por sentença, deve o juiz comunicar, de ofício, a concessão ao escrivão do
Registro Civil.

A emancipação legal independe de registro e produzirá efeitos desde logo, isto é, a partir do ato
ou do fato que a provocou.

A emancipação, em qualquer de suas formas, é irrevogável.

Proclamada a nulidade, ou mesmo a anulabilidade, o emancipado retorna à situação de incapaz,


salvo se o contraiu de boa-fé.

Extinção da personalidade natural


Somente com a morte real termina a existência da pessoa natural, que pode ser também
simultânea (comoriência).

Doutrinariamente, pode-se falar em:

Morte real:
Prevista no art. 6º do Código Civil. Ocorre com o diagnóstico de paralisação da atividade
encefálica, segundo o art. 3º da Lei n. 9.434/97, que dispõe sobre o transplante de órgãos, e
extingue a capacidade.
A sua prova faz-se pelo atestado de óbito ou pela justificação, em caso de catástrofe e não
encontro do corpo (Lei n. 6.015/73, art. 88).

A morte acarreta a extinção do poder familiar, a dissolução do vínculo matrimonial, a extinção


dos contratos personalíssimos, a extinção da obrigação de pagar alimentos etc.

Morte simultânea ou comoriência:


Prevista no art. 8º do Código Civil. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião (não
precisa ser no mesmo lugar), não se podendo averiguar qual deles morreu primeiro, presumir-
se-ão simultaneamente mortos.

Importante: Não há transferência de bens entre comorientes.

Por conseguinte, se morre em acidente casal sem descendentes e ascendentes, sem se saber
qual morreu primeiro, um não herda do outro.

Assim, os colaterais da mulher ficarão com a meação dela, enquanto os colaterais do marido
ficarão com a meação dele.

Diversa seria a solução se houvesse prova de que um faleceu pouco antes do outro. O que
viveu um pouco mais herdaria a meação do outro e, por sua morte, a transmitiria aos seus
colaterais.

O diagnóstico científico do momento exato da morte, modernamente representado pela


paralisação da atividade cerebral, circulatória e respiratória, só pode ser feito por perito médico.

Na falta de um resultado positivo, vigora a presunção da simultaneidade da morte, sem atender


a qualquer ordem de precedência, em razão da idade ou do sexo.

Morte civil:
O indivíduo apenado com a morte civil perderia todos os direitos civis e políticos, sendo
considerado civilmente morto.

Há um resquício dela no art. 1.816 do Código Civil, que trata o herdeiro, afastado da herança por
indignidade, como se ele “morto fosse antes da abertura da sucessão”. Mas somente para
afastá-lo da herança. Conserva, porém, a personalidade, para os demais efeitos.

Também na legislação militar pode ocorrer a hipótese de a família do indigno do oficialato, que
perde o seu posto e respectiva patente, perceber pensões, como se ele houvesse falecido.

Morte presumida:
Com ou sem declaração de ausência. Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em
que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva (CC, art. 6º, 2ª parte).
A declaração de ausência produz efeitos patrimoniais, permitindo a abertura da sucessão
provisória e, depois, a definitiva.

O instituto da morte presumida está previsto em vários dispositivos da legislação brasileira.

A declaração da morte presumida é o procedimento legal para atestar o falecimento de vítimas


de acidentes cujos corpos não foram encontrados após o encerramento das buscas e posterior
declaração oficial das autoridades de que não foi possível seu reconhecimento ou localização.

Legalmente, o procedimento exige intervenção do Ministério Público para solicitar ao juízo a


declaração da morte presumida mediante comprovação idônea de que a pessoa estava no local
do desastre.

O conceito de morte e seus efeitos jurídicos estão elencados no novo Código Civil, que trata de
duas hipóteses distintas:

a) a morte presumida com a decretação da ausência e a

b) morte presumida sem a decretação da ausência.

Da Curadoria dos Bens do Ausente


Na prática, o direito brasileiro prevê dois institutos distintos para casos de desaparecimento em
que não existe a constatação fática da morte pela ausência de corpo: o da ausência e o do
desaparecimento jurídico da pessoa humana.

No primeiro caso, a ausência acontece com o desaparecimento da pessoa do seu domicílio, sem
que dela haja mais notícia. Nesse caso, a Justiça autoriza a abertura da sucessão provisória
como forma de proteger o patrimônio e os bens do desaparecido.

No desaparecimento jurídico da pessoa, a declaração de morte presumida pode ser concedida


judicialmente independentemente da declaração de ausência, já que o artigo 7º permite sua
decretação se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida, como são
os casos de acidentes aéreos ou naufrágios.

OBS: Entretanto, ela só pode ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações,
devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Individualização da pessoa natural


A pessoa identifica-se no seio da sociedade pelo nome, pelo estado e pelo domicílio.

NOME
É incontestável que o nome civil é um dos principais elementos individualizantes da pessoa
natural.
Trata-se de um símbolo da personalidade do indivíduo, capaz de particularizá-lo no contexto da
vida social e produzir reflexos na ordem jurídica.

Salvo situações excepcionais, particulares e justificadas, conservamos para toda a vida o nome
a nós atribuído quando do registro de nascimento.

Importante destacar, que o nome civil possui certo caráter de exclusividade, gerando a seu titular
o uso e o gozo em todos os momentos da vida, tanto na seara pública, quanto na privada,
individualizando o indivíduo também após a sua morte.

No estudo do nome, destacam-se:

O aspecto público: tem origem no fato de que o Estado tem o interesse em que os indivíduos
sejam, inquestionável e perfeitamente, individualizados no seio da sociedade, através do nome.

O aspecto individual: refere-se ao direito personalíssimo do nome e de ser reconhecido


através dele.

OBS: Assim, pelo lado do Direito Público, o Estado encontra no nome fator de estabilidade e
segurança para identificar as pessoas; pelo lado do direito privado, o nome é essencial para o
exercício regular dos direitos e do cumprimento das obrigações.

Natureza Jurídica
Várias correntes e teorias foram lançadas a fim de estabelecer a natureza jurídica do nome.

Hodiernamente, entretanto, prevalece aquela que considera o nome ligado aos direitos da
personalidade.

Teoria do Nome como Propriedade


A mais antiga delas entende tratar-se de uma forma de propriedade, considerando o nome um
direito patrimonial, tendo como titular a família ou o seu portador.

Além disso, as teorias do nome como direito sobre bem imaterial e coisa incorpórea também não
conseguiram sustentação, haja vista ser o nome mais do que uma obrigação, recebendo do
Estado limitações e ordem de uso obrigatório.

Teoria Negativista
Segundo esta, o nome não apresenta as características de direito, não merecendo, assim,
proteção jurídica.

Argumentam que o direito ao nome está ligado à própria pessoa e que o nome e seu significado
são coisas distintas e afirmam não existir qualquer interesse a não ser quando se trata da
identidade da pessoa.
Para essa corrente, o nome é apenas um meio de designar as pessoas, não havendo que se
falar em direito exclusivo sobre o nome e, consequentemente, em sua proteção jurídica.

Nessa perspectiva, o nome integraria a personalidade da pessoa, porém a personalidade não


seria um direito, mas um complexo de direitos. Assim, seria possível tão somente a defesa dos
interesses que estão relacionados ao nome, não se afigurando necessária a criação de um
direito ao nome para o alcance desse objetivo.

Teoria do Estado
Temos, ainda, a Teoria do Estado, segundo a qual o nome nada mais é que um simples sinal
distintivo e exterior do estado da pessoa. Assim, o nome nada mais seria do que uma forma de
identificação dos cidadãos pelo Estado.

Teoria do Nome como Direito da


Personalidade
Por fim, a teoria mais aceita e que melhor define a natureza jurídica do nome é aquela que o
considera como um direito da personalidade.

O nome é uma marca do indivíduo, que o identifica dentro da sociedade e da própria família,
capaz de ser tutelado erga omnes.

A lei brasileira assegura o direito ao nome bem como seu registro, a fim de particularizar a
pessoa no mundo jurídico.

OBS: O nome é direito da personalidade e como tal protegido, pois individualiza a pessoa,
distinguindo-as de outras, devendo de preferência incluir o sobrenome da mãe e do pai.

3Composição
O Código Civil estabelece que toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome
e o sobrenome.

O nome civil é formado basicamente pelo nome individual (conhecido como prenome) e o nome
de família (patronímico, apelido, sobrenome ou cognome), devendo o declarante mencioná-lo de
forma completa no ato do registro do recém-nascido.

Prenome
O Prenome é o nome próprio de cada pessoa e tem como função a distinção de membros da
própria família, podendo ser simples ou composto.
Pode ser livremente escolhido pelos pais, devendo prevalecer o bom senso na escolha para não
expor o filho ao burlesco.

Sobrenome ou Patronímico
O Sobrenome, também conhecido como apelido de família, cognome ou patronímico, é o sinal
que define e identifica a origem da pessoa, de forma a indicar sua filiação ou estirpe.

É característico da família sendo, assim, transmissível por sucessão. Adquire-se com o


nascimento (art. 55).

Mesmo que a criança seja registrada somente com prenome, o sobrenome faz parte, por lei, de
seu nome completo, podendo o escrivão lançá-lo de ofício adiante do prenome escolhido pelo
pai (art. 55).

Assim, o registro, com indicação do sobrenome, tem caráter puramente declaratório.

O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito pelos modos
previstos no art. 1.609 do Código Civil, que admite inclusive que se faça por escrito particular, a
ser arquivado em cartório, e também por qualquer espécie de testamento.

Atualmente, portanto, o pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, devem proceder ao registro


no prazo de 15 dias.

Agnome
O Agnome tem a funç ão de diferenciar pessoas da mesma família que possuem o mesmo
prenome e sobrenome.

EX: Filho, Neto, Sobrinho, ou ainda Segundo, Terceiro.

Nome Vocatório
O nome vocatório caracteriza-se por ser aquele pelo qual o indivíduo é comumente conhecido.

Pode ser escolhido pela própria pessoa ou por terceiros, sendo certo que o sujeito poderá
insurgir-se contra esse nome quando utilizado de forma indevida ou ofensiva.

Características Principais
O direito ao nome está ligado ao seu uso e é obrigatório o seu registro oficial no Cartório de
Registro Civil de Pessoas Naturais.
O nome não poderá ser expropriado, ainda que por interesse público. Tal ato desfiguraria a
própria personalidade do indivíduo.

Por fim, uma característica primordial: a imutabilidade (relativa) do nome. O artigo 58 da LRP


assegura a definitividade do prenome.

OBS: Inobstante, não se trata de dogma absoluto, haja vista a existência de outras
possibilidades, previstas ou não em lei, capazes de propiciar a sua alteração.

O registro civil das pessoas naturais


Indubitável é a importância de tal registro para a vida em sociedade, espelhando a existência
dos cidadãos, indicando ao mundo seu nome, filiação, estado civil, se maior ou menor, se sofre
alguma espécie de interdição, dentre outros, repercutindo nas relações pessoais, familiares e
com terceiros.

O indivíduo encontra nos registros civis meios de provar seu estado, sua situação jurídica.

Fixam de modo inapagável, os fatos relevantes da vida humana, cuja conservação em assentos
públicos interessa à Nação, ao indivíduo e a terceiros.

Devemos considerar, também, sua importância para os governos, na medida em que figuram
como principal referência estatística do Estado, servindo de base na definição de estratégias e
políticas a serem adotadas.

O conhecimento estatístico das variações populacionais com a tabulação permanente de


nascimentos e mortes é importante, na medida em que informa, entre outras, a orientação
política da nação.

O mesmo se pode afirmar quanto ao casamento.

Daí resulta a importância do preceito e o apenamento pecuniário e criminal.

O Estado reconhece a relevância dos assentos de nascimento (e também os de casamento e


óbito) e, almejando facilitar e incentivar os registros estabeleceu a gratuidade desses assentos.

Possibilidades de alteração do
nome civil
A LRP traz algumas exceções a essa regra, possibilitando a alteração do nome civil das pessoas
naturais.

Retificacão e averbacão
Retificação: ocorre quando um dado existente no registro encontra-se eivado de erro, em
desacordo com a realidade. Dessa forma, promove-se uma retificação do registro, de modo a
fazer constar aquele dado, até então errôneo, de forma a espelhar a situação fática, real .
Ressalte-se, aqui, que a identificação do dado à realidade deve corresponder ao momento em
que o assento fora promovido no registro civil.

Qualquer situação posterior ao registro, que venha alterar aquela realidade não terá o poder de
retificá-lo, vez que no momento em que o assento fora promovido o dado espelhava,
perfeitamente, a realidade.

Averbação: Não pressupõe qualquer vício no registro. Visa à anotação, à margem do assento
existente, de algum fato jurídico que, de qualquer forma, o modifica ou cancela, sem alterar seu
objeto nuclear.

OBS: Ressalta-se, por fim, que quando falamos em alteração do registro civil, entendemos estar
tratando de um gênero do qual são espécies a retificação e a averbação.

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