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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

NOÇÕES DE DIREITO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E JURÍDICAS

CARLOS EDUARDO GONÇALVES ARANTES - 2022110195


ESTEFANO HUGUES PICARSKI COSTA - 2019214902
GEYSA SANTOS QUEIROZ - 2022110317
JOÃO VICTOR ALVES ROCHA - 2022110336
LUANA BALTAZAR DE OLIVEIRA - 2022115684
LÜDIA PICARSKI COSTA - 2022116114
MARIA EDUARDA CAJANGO RUELA - 2022115534
PAULA KAMILY DE OLIVEIRA PINHEIRO - 2022115367

PALMAS – TO
06 DE MAIO DE 2022
1. DESENVOLVIMENTO

1.1. Conceito de Pessoa Natural


É o próprio ser Humano dotado de capacidade. É o sujeito dotado de
direitos e deveres, após seu nascimento.

1.2. Aquisição da Personalidade jurídica


A personalidade é essencial para um indivíduo, pois é ela que
caracteriza a pessoa e a torna diferente das outras. No sentido jurídico, se
uma pessoa tem personalidade, ela é apta a ter direitos e deveres.
Teorias relacionadas a aquisição da personalidade jurídica:
 Natalista: A personalidade civil se inicia somente com o nascimento
com vida.
 Personalidade Condicional: O nascituro (aquele que vai nascer) é a
pessoa condicional, pois a aquisição da personalidade depende do
nascimento com vida, dessa maneira, o nascimento com vida é o
ponto inicial da personalidade, mas a lei defende certos direitos ao
feto.
 Concepcionista: Onde a personalidade é adquirida antes do
nascimento, desde a concepção.

De acordo com o Art. 2° do Código Civil: “A personalidade civil da


pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.” Se aproximando então mais da teoria
de personalidade condicional.

1.3. Nascituro
 Conceito: é aquele que virá nascer;
 Lei nº 478/07, o embrião, feto ou criança que ainda não nasceu
(nascituro) devem ter reconhecimento da dignidade humana;
 Ter reconhecimento da dignidade humana, merecedores de proteção
jurídica. Por exemplo, o nascituro tem o direito de nascer e, devido a
isso, a prática do aborto é considerado crime pelo Código Penal;

Embora não nascidos, já são considerados seres humanos ainda em


formação, porém já existentes e vivos. Assim sendo, esses seres humanos
têm direito:
 À assistência médica custeada pelo Estado;
 Condições favoráveis para se desenvolverem, mesmo antes de
nascerem.
 O Estatuto do Nascituro ainda prevê que os seres humanos em
formação e que ainda não nasceram tenham direitos patrimoniais,
como o direito à herança, tais quais os filhos nascidos. Porém, esses
direitos somente são efetivados se o nascituro realmente nascer.
 O nascituro, ainda de acordo com o estatuto, não pode sofrer maus
tratos; negligência ou exploração econômica, ou seja, tratado como
um produto comercial e; não pode ser vítima de crueldade ou
quaisquer outras formas de violência.

1.4. Capacidade
Segundo o artigo, 1º do Código Civil, “toda a pessoa é capaz de
direitos na ordem civil”. Em outras palavras, capaz é a pessoa que consegue
e pode responder por suas ações realizadas na vida em sociedade, como
por exemplo, assinar um contrato ou comprar ou vender coisas.
Para o direito brasileiro, possui capacidade jurídica plena todo
individuo maior de 18 anos, e não exerça práticas que dificultem ou impeça
sua aptidão de tomar decisões e realizar escolhas, como é o caso dos
viciados, seja em tóxicos ou em hábitos extremos.
 Capacidade de direito ou de gozo: é a que todos têm e adquirem ao
nascimento com vida, não pode ser recusada ao indivíduo, sob pena
de se negar sua qualidade de pessoa. Pode ser chamada também de
capacidade de aquisição de direitos.
 Capacidade de exercício ou de ação: é a aptidão para exercer por si
só, os atos da vida civil. Por faltarem para algumas pessoas requisitos
como a maioridade, saúde, desenvolvimento mental, a lei no intuito de
protegê-las, exige a participação de outra pessoa, que as represente
ou assista.

1.5. Incapacidade Civil


A incapacidade é a ausência da capacidade de fato ou de exercício.
Todos têm personalidade, mas nem todos são capazes para a prática dos
atos da vida civil. Capacidade é a regra; incapacidade é a exceção.
E, por ser excepcional, a Lei prevê taxativamente as hipóteses de
incapacidade, geralmente para proteger aquele que não tem discernimento,
maturidade ou alguma doença que as tornam vulnerável para a efetivação
de seus direitos na esfera civil.

 Incapacidade absoluta: É a impossibilidade de se realizar, pessoal e


diretamente, os atos da vida civil. As práticas desses atos sem
representação implicam a nulidade de pleno direito dos atos,
independente de comprovação de prejuízo para o incapaz. Isso
porque o prejuízo é presumido. Somente são incapazes
absolutamente para a prática dos atos da vida civil os menores de 16
anos, determinados menores impúberes, que devem ser
representados pelos genitores ou representante legal;
 Incapacidade relativa: Nesta, por sua vez, as pessoas praticam os
atos da vida civil pessoalmente, porém, na companhia de alguém que
lhes presta Assistência. Nesta, por sua vez, as pessoas praticam os
atos da vida civil pessoalmente, porém, na companhia de alguém que
lhes presta Assistência. A ausência do assistente gera a anulabilidade
dos atos praticados pelo relativamente incapaz. Isto é, eles se
convalidam se ninguém arguir a validade do negócio.

1.6. Extinção da Pessoa Natural


A morte completa o ciclo vital da pessoa humana. É o fim da sua
existência, ou seja, a existência da pessoa natural termina com a morte
(artigo 6º, CC). A morte corresponde ao término das funções vitais do
indivíduo. Logo morta a pessoa natural, extingue-se, automaticamente, a sua
personalidade jurídica. A questão da morte, quando analisada à luz do
direito, traz uma séria de consequências plenamente claras e estabelecidas
e a principal é o direito à herança.
Doutrinariamente pode-se falar em: morte real, presumida sem
declaração de ausência, presumida com declaração de ausência e morte
civil. E em todos os casos a morte pode ser considerada individualmente ou
por ocorrência.

 Morte Real: declarada por medico, em, em documento solene, o


atestado de óbito, que tem como finalidades principais a confirmação da
ocorrência do evento, a definição da causa mortis e a satisfação do
interesse médico-sanitário, embora tal testemunho possa ser feito por
duas testemunhas idôneas, que tenham presenciado ou verificado o
falecimento.
 Morte Civil: é quando o indivíduo (beneficiário) é excluído de receber a
herança, como se ele "morto" fosse antes da abertura da sucessão (art.
1.816, CC).
 Morte Presumida sem declaração de ausência:
I. Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida;
II. Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro,
não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Por
sua vez, o parágrafo único do art. 7º, CC exige que: "a
declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá
ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações,
devendo a sentença fixar a data provável do falecimento".
 Morte Presumida com declaração de ausência: o ausente seria aquele
sujeito que se encontra em lugar incerto e não sabido e que tenha
deixado patrimônio
 A declaração de ausência é composta de três fases:
I. Curadoria;
II. Sucessão provisória;
III. Sucessão definitiva.

1.7. Conceito de Pessoa Jurídica


A pessoa jurídica é uma entidade que em geral é constituída por um
grupo de pessoas a quem a lei confere personalidade jurídica em ordem civil
com direito e obrigações.
Vale lembrar que mesmo formada por pessoas a personalidade
natural das mesmas não se mistura com a personalidade própria do grupo
(jurídica)
Sendo pessoa jurídica em resumo um conjunto de pessoas que se unem
como unidade e individualismo próprio distinto das pessoas que o formam.
Pessoas jurídicas não são consideradas "reais" mas possuem
capacidade legal de subsistir e desenvolver-se no mundo jurídico com
direitos e obrigações
Teoria da ficção legal: o principal defensor dessa teoria é Savigny e,
segundo ele, a personalidade das pessoas jurídicas era uma mera invenção
da lei, não sendo real, mas sim uma ficção legal.
Teoria da ficção doutrinária: esta teoria, seguindo o pensamento da
primeira, afirma que a personalidade das pessoas jurídicas é apenas uma
criação da doutrina e dos juristas (e não da lei), não sendo, portanto, uma
realidade por si só.
Teoria da pessoa jurídica como realidade objetiva: determina que a
vontade humana, seja pública ou particular, tem poderes para criar uma
entidade, uma organização de existência própria, podendo ser titular de
direitos e obrigações e tendo sua personalidade distinta das de seus
componentes, ou seja, tratam a personalidade jurídica como uma realidade
sociológica com vida própria, proveniente da vontade da sociedade.
Teoria da realidade jurídica ou institucionalista de Hauroiu: essa teoria
defende que já existe uma instituição no momento em que nasce uma
pessoa jurídica, considerando a existência de uma ideia criadora do vínculo
social, a união de pessoas com o mesmo objetivo e vários meios destinados
a criação de tal instituição, ou seja, esta já tinha vida anterior, vindo a se
exteriorizar e tornar-se pessoa jurídica em razão de uma atividade
organizada de seus membros.
Teoria da pessoa jurídica como realidade técnica: sustenta que a
personalidade jurídica é um organismo de ordem técnica que tem o escopo
de atingir interesses humanos, ainda que indiretamente.
Requisitos de Constituição:
 Vontade humana criadora: é a intenção dos integrantes da
pessoa jurídica de criarem uma pessoa jurídica própria de
identidade diversa dos membros que a compõem. Ela
materializa-se na constituição, que pode se dar através de um
estatuto, no caso das associações; de um contrato social, no
caso das sociedades; e, por fim, por escritura pública ou
testamento, no caso das fundações.
 Observância das condições legais: Finalizado o ato constituído,
este deverá ser levado a registro para dar origem a pessoa
jurídica. Se não registrar a pessoa jurídica ela será uma mera
sociedade de fato sem personalidade jurídica. O órgão que
procederá o registro irá alterar-se conforme se trate de
associação, sociedade ou fundação.
Caso não haja registro, a sociedade não terá personalidade
jurídica e, assim sendo, será representada em juízo pela
pessoa a quem couber a administração dos seus bens, nos
termos do artigo 75, inciso IX, do Código de Processo Civil.
 Licitude de seus objetivos: para poder se constituir validamente
a pessoa jurídica deverá possuir como finalidade precípua uma
atividade lícita. Caso assim não seja e seus objetivos recaiam
sobre objetivos ilícitos ou nocivos a sociedade, a pessoa
jurídica será imediatamente extinta, conforme leciona o artigo
69 do Código Civil.

1.8. Classificação das Pessoas Jurídicas


Pessoas jurídicas de direito público interno:
 O Art. 41° do Código Civil brasileiro de 2002 elenca quais são
as pessoas jurídicas de direito público interno.
 As pessoas jurídicas de direito público interno se dividem em
entes de administração direta União, Estados, Distrito Federal
e Territórios e Município e entes de administração indireta,
como é o caso das autarquias (como o INSS) e das demais
entidades de caráter público criadas por lei, como por exemplo
as fundações públicas de direito público (fundação pública).
 Sua existência legal (personalidade), ou seja, sua criação e
extinção, decorre de lei.

Pessoas jurídicas de direito público externo:


 Conforme o Art. 42° do Código Civil brasileiro de 2002, sem
equivalência no Código Civil de 1916, são pessoas jurídicas de
direito público externo os Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
 São exemplos de pessoas jurídicas de direito público externo
as nações estrangeiras, Santa Sé e organismos internacionais
(ONU, OEA, União Europeia, Mercosul, UNESCO, FAO etc.).

Pessoas jurídicas de direito privado:


 Conforme o Art. 44° do Código Civil brasileiro de 2002, são
pessoas jurídicas de direito privado: as associações, as
sociedades, as fundações, as organizações religiosas, os
partidos políticos e as empresas individuais de
responsabilidade limitada. As pessoas jurídicas de direito
privado são instituídas por iniciativa de particulares.
 As pessoas jurídicas de direito privado dividem-se em duas
categorias: de um lado, as estatais; de outro, as particulares.
Para essa classificação interessa a origem dos recursos
empregados na constituição da pessoa, posto que são estatais
aquelas para cujo capital houve contribuição do Poder Público
(sociedades de economia mista, empresas públicas) e
particulares as constituídas apenas com recursos particulares.
A pessoa jurídica de direito privado particular pode revestir seis
formas diferentes: a fundação, a associação, a cooperativa, a
sociedade, a organização religiosa, os partidos políticos e as
empresas individuais de responsabilidade limitada.

1.9. Personalidade Jurídica


Ela se aplica tanto às pessoas jurídicas como as naturais, ela é como
se fosse uma armadura que toda pessoa é obrigada a usar no país, é o que
garante que aquela pessoa está contemplada na constituição, e seus direitos
e deveres estão garantidos, logo um ser sem personalidade jurídica não
possui direitos e deveres pois não é contemplada na constituição, a
personalidade jurídica possui as seguintes características:
 Vitalícia;
 Absoluta;
 Ilimitada e Indisponível;
 Imprescindível;
 Intransmissível;
 Irrenunciáveis;
 Inexpropriável ou impenhorável;
 Extrapatrimonial.

1.10. Extinção da Pessoa Jurídica


Representa o fim da pessoa jurídica, e possui as seguintes causas:
 Voluntária: quando os associados decidem o encerramento do
grupo
 Automática: prevista em contrato que determine o fim do grupo
sobre determinada condição, como por exemplo a empresa irá
existir até daqui dois anos
 Administrativas: quando o estado define o fim de um grupo por
algum motivo, como por exemplo o fim de um contrato de
licitação
 Judicial: quando a justiça determina o fim de uma empresa,
como o processo de falência

Possui as seguintes fases:


 Dissolução: o início do processo de extinção;
 Liquidação: cobra todos os débitos e créditos que o grupo tem
para receber ou pagar;
 Cancelamento: fim efetivo do grupo.
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANOREG/RN. Extinção da pessoa natural. Disponível em:


http://www.anoregrn.org.br/artigo/extincao-da-pessoa-
natural/4557#:~:text=A%20morte%20completa%20o%20ciclo,automaticamente%2
C%20a%20sua%20personalidade%20jur%C3%ADdica. Acesso em: 5 out. 2022.

DIREITO.LEGAL. Resumo de pessoa natural e pessoa jurídica. Disponível em:


https://direito.legal/direito-privado/resumo-de-pessoa-natural-e-pessoa-
juridica/#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20projeto,por%C3%A9m%20j%C3
%A1%20existentes%20e%20vivos.. Acesso em: 5 out. 2022.

DIREITONET. Pessoas Jurídicas - Novo CPC (Lei nº 13.105/15). Disponível em:


https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/203/Pessoas-Juridicas-Novo-CPC-
Lei-no-13105-15. Acesso em: 5 out. 2022.

JUS.COM.BR. Pessoa Jurídica; Dos Bens; Do Negócio Jurídico; Da


Prescrição e Da Decadência. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/64551/pessoa-juridica-dos-bens-do-negocio-juridico-da-
prescricao-e-da-decadencia. Acesso em: 5 out. 2022.

TRILHANTE. Conceito, Início e Fim da Personalidade. Disponível em:


https://trilhante.com.br/curso/direitos-da-personalidade/aula/conceito-inicio-e-fim-
da-personalidade-1. Acesso em: 6 out. 2022.

YOUTUBE. Direito Civil - Aula #18 - Extinção da Pessoa Jurídica (É isso!).


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lhrzM3jUjb0. Acesso em: 5 out.
2022.

YOUTUBE. Personalidade Jurídica - O que é? Características. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=O8lOV8dl2xM. Acesso em: 5 out. 2022.

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