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CURSO APROFUNDAMENTO CACD 2023

Direito
Constitucional
Aula 2 – Personalidade Jurídica
Guilherme Paião
Prof. de Direito
Roteiro da Aula

1. Definição de Personalidade
2. Pessoas Naturais
3. Capacidade Jurídica
4. Pessoas Jurídicas
Personalidade Jurídica
1. Definição

PERSONALIDADE é a aptidão genérica para se adquirir direitos e obrigações

Ex: contrair matrimônio, comprar um imóvel, contratar uma linha de crédito, receber uma herança,
tomar posse em cargo público, etc.
2. Pessoas Naturais

● Pessoas naturais ou pessoas físicas (CPF)


● Modo de aquisição da personalidade: com o nascimento com vida
● Cessação: morte

Art. 2º (Código Civil - CC): A personalidade civil da


pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Art. 6º (CC) : A existência da pessoa natural termina


com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de
sucessão definitiva.
Ausência – quando uma pessoa natural desaparece de seu domicílio, sem deixar
representante legal (procurador) e não há mais certeza quanto a sua existência.

Sucessão civil - transferência do patrimônio de alguém, em razão de sua morte, regulada pela
lei ou pelo testamento.

Comoriência – presunção legal de morte simultânea de duas ou mais pessoas ligadas por
vinculo sucessório, quando não se sabe quem morreu primeiro.

Art. 8, CC - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar
se alguns dos comorientes precedeu os outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
3. Capacidade Jurídica

● Possibilidade de exercer, em nome próprio, os atos da vida civil, exercendo


direitos e contraindo obrigações

● Comporta gradações, ao contrário da personalidade jurídica

● Capacidade Plena: Capacidade de Fato + Capacidade de Direito

● Capacidade de Direito: faculdade de contrair direitos e obrigações

● Capacidade de Fato: poder exercer, pessoalmente, os atos da vida civil


Incapacidade
● Código Civil prevê, taxativamente, as hipóteses de incapacidade

● Incapacidade absoluta: menores impúberes (art. 3º, CC)

Art. 166 (CC). É nulo o negócio jurídico quando:


I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

● Incapacidade relativa: 16-18 anos; dependentes químicos, minoração, transitória ou permamente,


da cognição e da habilidade de expressão da vontade (art. 4º, CC)

Art. 171 (CC) Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
Incapacidade Absoluta

Art. 3º, CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da


vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos

Art. 5º, CC: A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
Incapacidade relativa
Art. 4º, CC: São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Lei 6001 de 1973 – “Estatuto do Índio”)
4. Pessoas Jurídicas

● Referidas também como pessoas morais ou coletivas.


● Ficção jurídica, essencial para o funcionamento do sistema liberal
capitalista, em sua conformação atual.

● Ambrose Bierce: “Um dispositivo ingênuo para obter lucro individual


sem responsabilidade individual”

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou


externo, e de direito privado.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados,
instituidores ou administradores. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito


de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício
de todos.

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de


finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz (...) desconsiderá-la para que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso.
● Art. 45. Começa a existência legal das ● Art. 51. Nos casos de dissolução da
pessoas jurídicas de direito privado pessoa jurídica ou cassada a autorização
com a inscrição do ato constitutivo no para seu funcionamento, ela subsistirá
respectivo registro, precedida, quando para os fins de liquidação, até que esta
necessário, de autorização ou se conclua.
aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato
constitutivo

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