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Nome:
I Ano
Turma: 3M
Sala: 10
Curso: Direito
Período: Manhã
Lubango, 2023
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 2
CAPÍTULO I - PESSOAS COLECTIVAS ...................................................................... 3
1. - Origens histórico-dogmáticas ..................................................................................... 3
1.2 - Âmbito das pessoas colectivas ................................................................................. 4
1.3 - Conceptualização das pessoas colectivas ................................................................. 5
1.4 - Personalidade jurídica das pessoas colectivas .......................................................... 5
CAPÍTULO II - CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS COLECTIVAS ........................... 8
2. - Classificação doutrinal ............................................................................................... 8
2.1 - Classificação das pessoas colectivas segundo Savigny............................................ 8
2.2 - Classificação das pessoas colectivas segundo Teixeira de Freitas ........................... 8
2.3 - Classificação das pessoas colectivas adoptada em Angola ...................................... 9
2.3 - Classificações doutrinais das pessoas colectivas: corporações e fundações ........ 9
2.3.1.1 - ....................................................................................................................... 11
2.3.2. - Classificação das pessoas colectivas públicas ................................................ 11
2.4 - Classificações legais das pessoas colectivas ...................................................... 13
2.4.1 - Sociedades Comerciais .................................................................................... 14
2.4.2 - Sociedades civis sob forma comercial ............................................................. 14
2.4.2 - Sociedades civis simples ................................................................................. 15
Conclusão ....................................................................................................................... 15
Bibliografia ..................................................................................................................... 16
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Introdução
O presente trabalho terá no seu primeiro capítulo uma abordagem mais centrada
nas pessoas colectivas propriamente ditas, tendo no seu capítulo uma abordagem mais
centrada sobre todo o desdobramento dada pela doutrina sobre as pessoas colectivas,
classificando-as.
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CAPÍTULO I - PESSOAS COLECTIVAS
1. - Origens histórico-dogmáticas
Desde o século XIII, com Dei Frieschi, que a cultura jurídica continental trabalh
a a personificação de realidades não humanas. A sua elaboração dogmática revela ser u
ma sedimentação de diversos substratos jusculturais, unificados num mesmo conceito, q
ue trouxe até ao início do século XXI todo um universo problemático e representativo q
ue apenas uma análise histórico-dogmática é capaz de identificar.
No século XIX e no início do século XX, a pessoa coletiva foi um dos temas mai
s debatidos na história do pensamento jurídico internacional e a doutrina em Portugal ac
ompanhou esse debate.
A ideia de pessoa coletiva que permita integrar em si mesma outra realidade que
não a pessoa humana é relativamente recente, tendo surgido com o pós jusracionalismo
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de Pufendorf. Esta ideia permitiu a Savigny, no século XIX, avançar com uma noção de
personalidade coletiva assente na teoria da ficção, que, como será abordado adiante, con
sidera que a pessoa coletiva corresponde a uma ficção artificial da ordem jurídica.
Segundo Oliveira Ascensão diz que toda a terminologia usada é má, pois que iss
o pareceria implicar que se está a falar de agrupamento de pessoas, o que na realidade n
ão é o caso.
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1.3 - Conceptualização das pessoas colectivas
Além das pessoas físicas existem outras entidades sociais que também são perso
nificadas. Ao lado da personalidade jurídica reconhecidas as pessoas naturais ou singula
res, verificados certos requisitos, o Direito Civil atribui personalidade jurídica às Pessoa
s Colectivas.
Trata-
se de organizações integradas por pessoas ou por bens, que constituem centros autónom
os de relações jurídicas - autónomos mesmo em relação aos seus membros ou as pessoa
s que actuam como seus órgãos.
Na genuinidade dos princípios, apenas o ser humano pode ser destinatário de nor
mas jurídicas. No entanto, ao longo da história, diversos vectores levaram a que direitos
e obrigações ocorressem em entidades que são diferentes do ser humano e, assim sendo,
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nas pessoas colectivas. Embora o Direito possa existir apenas com vista à realização de
interesses humanos, o seu tratamento pela ordem jurídica pode ser feito numa perspetiva
individual ou coletiva.
O que se pode constatar, nos dias de hoje, é que a proteção dos interesses coletiv
os não se faz, necessária e unicamente, através das pessoas colectivas, tal como se pode
verificar nos casos das associações sem personalidade jurídica, que correspondem a um
exemplo paradigmático desta situação (art. 195.º e segs do CC). De todo o modo, a desi
gnação pessoa colectiva, de entre todas as que foram sendo elaboradas ao longo do temp
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o, é aquela que mais se adequa à própria natureza das pessoas coletivas, já que, na maior
ia dos casos, visam a prossecução e a defesa de interesses colectivos ou comuns.
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CAPÍTULO II - CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS COLECTIVAS
2. - Classificação doutrinal
Sem nos perdermos nas divagações dos diferentes autores a respeito da classifica
ção das pessoas jurídicas, apanhemos, resumidamente, a construção de dois deles, para
verificarmos, em seguida, qual a orientação do Código Civil.
Estaa classificação é de um lado incompleta uma vez que entre as pessoas jurídic
as de Direito Público não inclui os territórios, os partidos políticos, as autarquias, as fun
dações de natureza pública, etc.; entre as de Direito Público externo não se refere aos gr
andes organismos internacionais que somente na época ulterior vieram a ter um surto ex
traordinário, como a ON U e suas numerosas instituições especializadas.
Por outro lado, está superada no que diz respeito às pessoas jurídicas de direito p
rivado de caráter interno, tanto no que se refere ao critério sistemático, como no que diz
respeito à sua enumeração.
1 - Públicas ou jurídicas:
a) De existência necessária:
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i) Nacionais: o povo, o Estado, as províncias, os municípios, a igreja Católica, et
c.
ii) Estrangeiras: cada um dos Estados estrangeiros, cada uma de suas províncias
ou municípios.
b) De existência possível:
i) Nacionais:
Tem ela por critério a composição do substracto quanto ao primeiro dos elementos
integradores: as Corporações são colectividades de pessoas, as Fundações são massas de
bens.
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As Corporações são constituídas e governadas por um agrupamento de pessoas
(os associados), que subscrevem originariamente os estatutos e outorgam no acto
constitutivo ou aderem posteriormente à organização. Os associados dominam através
dos órgãos da corporação, podendo mesmo alterar os estatutos.
Para o Prof. Dias Marques, são pessoas de Direito Público, aquelas que se
encontram vinculadas e cooperam com o Estado num conjunto de funções públicas
específicas.
A integração, atende-se ao tipo de tutela que está implicada em cada uma das
Pessoas Colectivas. Há quem defenda a tutela de mérito, a possibilidade de o Estado
controlar a legalidade dos actos da Pessoa Colectiva de Direito Público, que seria a tutela
formal. Mas para além desta, também o Estado deveria controlar a convivência e actuação
da actividade dessa Pessoa Colectiva de Direito Público aos interesses da legalidade que
o Estado prossegue.
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Segundo outros autores, bastaria que houvesse por parte do Estado uma mera
fiscalização dos actos dessas Pessoas Colectivas públicas para se observar o critério da
integração.
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c) Pessoas Colectivas de Utilidade Pública, são as que propõem um escopo de
interesse público, ainda que, concretamente, se dirijam à satisfação dum interesse dos
próprios associados ou do próprio fundador. Existem várias subcategorias:
- Associações;
- Fundações;
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- Sociedades.
O art. 157º (as disposições do presente capítulo são aplicáveis às Associações que
não tenham por fim o lucro económico dos associados, às Fundações de interesse social,
e ainda às sociedades, quando a analogia das situações o justifique.), é o primeiro artigo
do Código Civil onde se estabelece o regime das Pessoas Colectivas. Esclarece este artigo,
que se aplica directamente às Fundações sem fim lucrativo; às Fundações de interesse
social e também às sociedades sempre que a analogia das situações o justifique.
No art. 157º CC, o legislador entendeu que há três tipos de Pessoas Colectivas.
O legislador faz distinções entre Pessoas Colectivas e sociedades (art. 2033º/2 CC.
Na sucessão testamentária ou contratual têm ainda capacidade: b) As pessoas colectivas
e as sociedades).
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O legislador usa palavra Pessoa Colectiva num sentido amplo (encontram-se
abrangidas as entidades susceptíveis de personificação) e restrito (as sociedades).
2. Sociedade por quotas: cada sócio responde apenas pela realização da sua quota
e solidariamente pela dos demais sócios até à completa realização do capital social. No
entanto não responde em geral pelas dívidas sociais (art. 197º nº 1, al. c) LSC).
3. Sociedades anónimas: cada sócio responde apenas pela realização das acções
que subscreveu. Uma vez realizado o seu capital, o sócio não responde nem pela
realização da quota dos demais sócios, nem pelas dívidas sociais.
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entanto, a lei comercial portuguesa admite a possibilidade dessas sociedades civis
adoptarem as formas comerciais para efeito de estruturação das quatro formas que pode
revestir a sociedade comercial. Neste caso, passam a chamar-se sociedades civis sob
forma comercial e ficam, sujeitas às disposições do Código das Sociedades Comerciais.
No entanto, não ficam sujeitas a um conjunto de obrigações específicas das sociedades
comerciais. São Pessoas Colectivas com Personalidade Jurídica.
São aquelas que não têm por objecto a prática de actos comerciais e estão sujeitas
ao regime do Código Civil. Aplicam-se-lhes as disposições do art. 980º seg. CC. Estas
sociedades civis simples, distinguem-se das sociedades civis sob forma comercial, dada
a forma que revestem, que está relacionada com a sua organização formal.
Para além da responsabilidade dos bens de entrada, diz o art. 997º CC, que eles
também têm ainda a responsabilidade pessoal e solidariamente pelas dívidas sociais.
Conclusão
As pessoas colectivas, que são dotadas de personalidade jurídica, tal como acont
ece com as pessoas singulares, também devem, embora em diferentes patamares, ser co
nsideradas como sujeitos de Direito.
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Bibliografia
― Mota Pinto, Teoria Geral do Direito Civil, Coimbra Editora, 3ª ed., Coimbra,
1989.
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― Carlos Alberto B. Burity da Silva, Teoria Geral do Direito Civil, 1ª ed. Luan
da, 2004.
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