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- Direitos do Homem
- Sobrecarga fiscal
- Soberania Nacional
- Falta de liberdade comercial
- Divisão dos poderes
- Guerra da independência
- Declaração de Independência
As colónias do Sul (Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia): vivam
da agricultura, onde trabalhavam, em grande número, escravos negros (tabaco, café, anil e
algodão) eram mais conservadores e menos povoadas e apoiavam o esclavagismo.
Os Estados Unidos foram colonizados, a partir do século XV,
por colonos ingleses sujeitos a perseguições religiosas ou em busca
de melhores condições de vida.
No século XVIII, a coroa inglesa devido a uma grave crise
económica, causada pela Guerra dos Sete Anos, resolveu decretar
vários impostos a pagar pelos colonos à metrópole.
Esse facto levou à revolta dos colonos americanos, ao
surgimento do processo de independência e à criação de uma
constituição e governo próprios.
Em Lexington (1775), perto de Boston, soldados ingleses foram atacados pela população
quando se preparavam para apreender
armas ilegais. Jorge III enviou tropas para
esmagar a insurreição americana.
Em 1776 ocorre o Segundo
Congresso Continental da Filadélfia, de
caráter separatista.
A 4 de julho de 1776 foi publicada
a Declaração de Independência, redigida
por Thomas Jefferson, e que continha uma Declaração dos Direitos do Homem.
(A Declaração da Independência é um documento com princípios iluministas, defendendo a
liberdade, igualdade, tolerância, e justiça perante todos os Homens. Foi concedido aos colonos o
direito de voto, o que lhes permitia escolher o seu governante.)
Os franceses viviam num regime social profundamente injusto e de desigualitário. A velha sociedade
de ordens do Antigo Regime privilegiava a nobreza e o clero, apenas uma pequena porção da
população. Na mão dos nobres encontravam-se as rendas provenientes da posse de um quarto do
solo francês, a quase totalidade dos cargos ministeriais e diplomáticos, assim como os lugares de
maior importância no exército e da hierarquia religiosa. Ao Clero pertencia 10% das terras mais
ricas, das quais recolhiam rendas e direitos de origem feudal. Recebiam, também, a dízima
eclesiástica, obrigatória a todos e não pagavam impostos, assim como a nobreza. No Terceiro
Estado, os camponeses representavam 80% da população. Suportavam pesadas cargas tributárias.
O contínuo empobrecimento tornava-os uma grande força de oposição.
O povo miúdo das cidades procurava emprego nas manufaturas, nos portos, nos serviços
domésticos. Eram vítimas de reduzidos salários e eram seduzidos pelas críticas aos ricos e
privilegiados que liam nos imensos opúsculos e panfletos que circulavam pelas ruas. Bem mais
desafogados viviam os proprietários das manufaturas, os grandes mercadores e os homens de
negócios, que aplicavam as suas fortunas na compra de imoveis citadinos e bens fundiários. Esta
burguesia endinheirada constituía a elite do Terceiro Estado. Entre o povo miúdo e os grandes
burgueses, encontravam-se os mestres de ofícios e lojistas, os advogados, os médicos, os
intelectuais. Que estariam incluídos na pequena e média burguesias.
Todos os estratos burgueses sentiam os mesmos ódios e frustrações. Nas lojas maçónicas, nos
salões e nos cafés invocavam os direitos humanos da liberdade e igualdade e criticavam os
privilégios que o nascimento proporcionava aos nobres. Mais trabalhadores e instruídos, os
burgueses viam fugir os altos cargos na administração pública, restando-lhes no exército os lugares
de oficial subalterno (que está sob as ordens de outros). As ambições políticas levaram-nos à
contestação e à destruição de Antigo Regime.
A Conjuntura Económico-Financeira
Em 1789, França era um país próspero, os seus burgueses faziam fortunas com o comércio colonial.
Paris era uma grande metrópole e o luxo de Versalhes servia de paradigma a outros países. No
entanto, uma profunda crise económica aproximava-se. Os proprietários agrícolas debatiam-se com
a baixa de preços e de lucros do trigo e do vinho. Violentas tempestades fizeram perder as colheitas
de várias regiões e fez subir os preços. Instalou-se uma crise de subsistência que levou ao aumento
da percentagem de mortes. A indústria não se encontrava em melhores condições, devido ao
Tratado de livre-câmbio que favorecia a importação dos tecidos ingleses. Instalou-se o desemprego.
À crise junta-se o défice crónico das finanças. As receitas não eram suficientes para cobrir as
despesas do Estado. Estas relacionavam-se com o exército, constantemente envolvido em guerras,
com as obras públicas e a instrução, os gastos impopulares da corte, com as pensões e os próprios
encargos da dívida pública, causada pelos sucessivos empréstimos. A origem do défice foi a injusta
sociedade de ordens, que isentava o clero e a nobreza de contribuições, privando os cofres reais de
ampliarem as suas receitas.
A Inoperância de Poder Político e o Agravamento das Tensões Sociais
Durante o reinado de Luís XVI ocorreram várias tentativas de resolução da crise económico-
financeira. O ministro Turgot liberalizou o comércio dos cereais e propôs que a corveia real fosse
substituída por uma subvenção territorial que abrangeria todos os proprietários. Os privilegiados
alarmaram-se e Luís XVI despediu o ministro. Assim como outros, que procuravam reformar a
administração local e o sistema fiscal, abolindo privilégios tributários e nivelando os impostos. Os
Parlamentos e a Assembleia dos Notáveis, controlados por representantes da nobreza constituíram
uma permanente oposição às tentativas de reformas políticas.
Fizeram crer que a miséria do povo se fazia dever, não às isenções fiscais dos privilegiados mas à
incompetência do absolutismo régio. Contribuíram, por isso, para o clima de violência, pilhagens e
motins vividos, quando a fome e o desemprego cresceram. Incapaz de controlar a agitação social,
Luís XVI convoca os Estados Gerais para maio de 1789 e convidou os franceses a exprimirem as suas
reclamações e seus anseios. São elaborados os Cadernos de Queixas que informam dos
antagonismos e tensões vividos na sociedade francesa. De uma monarquia controlada por uma
constituição e assembleias pretendia-se a salvaguarda da liberdade individual e da justiça social. Os
franceses esperavam do rei o remédio para as suas infelicidades.
A abertura dos Estados Gerais realizou-se em Versalhes, na maior das expectativas. Não só porque
o absolutismo francês abandonara a consulta daquela assembleia mas porque o Terceiro Estado
reivindicava o voto por cabeça e não por ordem. Contudo, as expectativas do Terceiro Estado não
se realizaram. O Clero e a nobreza mostraram-se intransigente na defesa do voto por ordem que,
certamente, os favorecia. Foi a incapacidade de decidir de Luís XVI que fez eclodir o primeiro ato
revolucionário. Os deputados do Terceiro Estado decidiram forma a Assembleia Nacional,
constituída por eles. A que caberia, no futuro, decidir todas as ações que monarca deveria executar.
A Tomada da Bastilha
Existia agora uma sociedade livre, baseada na igualdade de todos perante a lei.
Os deputados da Assembleia Nacional Constituinte entenderam que era necessário elaborar uma
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que legitimasse as conquistas obtidas em relação
ao rei e aos privilegiados e fundamenta-se a nova constituição. Considerada a certidão de óbito do
Antigo Regime, a declaração lançou as bases da nova sociedade social e política. Proclamou que
todos têm iguais direitos, o direito à liberdade, à propriedade, segurança e à resistência à opressão,
e condenou os privilégios da sociedade de ordens. Reconheceu que a autoridade dos governos
residia na Nação e que a sua finalidade era salvaguardar os direitos do Homem. Rejeitou o
absolutismo, a arbitrariedade jurídica e a intolerância religiosa. A Declaração francesa foi o primeiro
texto público do liberalismo político a encarar o Homem como um cidadão competente para intervir
na governação.
O Clero perdeu todos os seus privilégios, sofreu a abolição dos direitos feudais e confisco dos seus
bens. Desprovido de rendimentos, o Clero foi, então, reorganizado. A Constituição Civil do Clero,
votada pela Assembleia em 1790, atribuiu aos membros do Clero a mera qualidade de funcionários
do Estado. E exigia-lhes um juramento de fidelidade à Nação e ao rei. Foi um dos diplomas mais
controversos da Revolução. Mereceu a condenação do Papa e dividiu os franceses.
Coube à Assembleia Nacional Constituinte instituir uma nova organização administrativa, mais
descentralizada. As antigas províncias deram lugar a 83 departamentos, cantões e comunas. Órgãos
eleitos e funcionários pagados pelo Estado encarregavam-se de aplicar as leis, superintender no
ensino, na salubridade, nas obras públicas, no policiamento, na cobrança de impostos e no exercício
da justiça. Estabelece-se uma nova fiscalidade, onde todos os grupos sociais ficaram sujeitos ao
imposto direto sobre receitas e rendimentos. Quanto à organização económica, empreendeu-se a
unificação do mercado interno, eliminando as alfândegas internas e os monopólios. Um uniforme
sistema de pesos e medidas que facilitasse nas trocas. Na agricultura, estabeleceu-se a liberdade de
cultivo e de emparcelamento, no entanto, salvaguardaram-se os baldios, no interesse de
camponeses mais pobres. Na indústria, as medidas foram mais radicais, aboliram-se as corporações
e declarou-se a liberdade de empresa. Em suma, institui-se o princípio da liberdade económica.
Em 1791, França era uma monarquia constitucional. Votada pela Assembleia Nacional e jurada pelo
rei, a Constituição de 1791 consagrou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a
soberania nacional e a separação dos poderes. Na Nação residia a soberania, declarada una e
indivisível, era constituída por todos os cidadãos. No entanto ainda se distinguiam, por critérios de
fortuna, os cidadãos ativos dos passivos. Para se ser cidadão ativo exigia-se o pagamento de uma
imposto direto igual ou superior à três dias de trabalho, idade equivalente ou superior à 25 anos e
exclusivamente homens. Por considerar que só o desafogo económico permitia a instrução e o
esclarecimento necessários para o correto exercício do voto, a Assembleia instituiu o sufrágio
censitário. Cabia a este a escolha dos verdadeiros eleitores, que pagavam um imposto igual ou
superior a sete dias de trabalho e a estes cabia a eleição dos 745 deputados da Assembleia
Legislativa.
À Assembleia Legislativa competia o poder legislativo, os seus deputados eram eleitos por dois anos
e propunham e decretavam as leis, o orçamento e os impostos. No entanto, o rei possuía um direito
de veto que lhe permitia suspender as leis durante dois anos, mas jamais poderia dissolver a
Assembleia. Foi a propósito do tipo de veto (absoluto um suspensivo) a conceder ao rei que surgiram
os conceitos políticos da esquerda e da direita. Como forma de contar mais facilmente os votos dos
deputados, sentavam-se à direita do Presidente da Assembleia os aristocratas, partidários do veto
absoluto e à esquerda ficaram os patriotas adeptos da limitação do poder real. A direita ficou
sinonimo de conservadorismo e a esquerda de mudança. O rei detinha o poder executivo, escolhia
e demitia os ministros, mas as decisões necessitavam de ser aprovadas por, pelo menos, um deles.
Embora comandasse o exército e a marinha, as declarações de guerra e tratados de paz estavam
dependentes da concordância da Assembleia Legislativa. Submetido à constituição, o monarca deixa
de ser senhor de um poder arbitrário que se coloca acima da lei. É agora apenas o primeiro
funcionário do Estado. Quanto ao poder judicial, ficou entregue a juízes eleitos e independentes.
Criou-se o Tribunal Superior para julgar os delitos de ministros, deputados e governantes.
Nascido para ser rei absoluto, Luís XVI nunca esteve de acordo com a Revolução. Nos Estados Gerais,
criou entraves às reivindicações do Terceiro Estado e manteve uma atitude de desconfiança com a
Assembleia Nacional Constituinte. Foi necessário um levantamento de mulheres para o fazer
abandonar Versalhes e instalar-se nas Tulherias. E apos várias recusas finalmente validou a
Declaração dos Direitos de homem e do Cidadão e a Constituição Civil do Clero. A hostilidade dos
parisienses contribuiu para a sua tentativa de fuga em julho de 1791. Foi detido em Varennes e
trazido de volta para Versalhes, este não teve mais condições para governar. Entretanto, os
emigrados nobres, que abandonaram o país conspiravam junto dos soberanos estrangeiros contra
o novo regime francês. Em 1791, o rei da Prússia e o eleitor da Saxónia redigem a declaração de
Pillnitz, em que a invasão de França é prevista com o objetivo de restaurar os poderes de Luís XVI.
O início da guerra, em 20de abril de 1891, ocorreu num ambiente de elevada tensão. Abatida pela
fome e pela subida de preços e descrente de um regime que os privava do voto, o povo de Paris
agitava-se pelas ruas e pressionava a Assembleia. Quando a notícia da invasão de França chegou e
a Nação foi declarada em perigo, formaram-se exércitos de federados em Paris. Uma Comuna
insurrecional instalou-se na Câmara e executou-se o assalto ao palácio real das Tulherias, o rei foi
suspenso pela Assembleia Legislativa. A Constituição de 1791 deixou de funcionar e a monarquia
constitucional viu-se inviabilizada, na falta do poder político. Coube à Convenção, a nova Assembleia
Constituinte, proclamar a Republica.
A Obra da Convenção
Girondinos e Montanheses
Em 1792 começou o Ano I da Republica. Apesar de republicanos e burgueses, todos com fortes
ligações ao Clube de Jacobinos, distinguia-se entre eles um grupo mais moderado, os Girondinos,
alguns dos seus representantes foram Brissot e Roland. E um grupo mais radical, os Montanheses,
representados por Robespierre e Danton. O diferendo entre estes dois atingiu o seu auge durante
o julgamento de Luís XVI. Considerando-o um traidor, os Montanheses pediram a pena de morte.
Já os Girondinos desejavam um julgamento mais compreensivo, bastava-lhes a prisão ou, mesmo,
o exilio. Apos o veredicto, Luís XVI foi executado e a monarquia chegara ao fim.
A revolução francesa, até 1792, foi dirigida pelos burgueses, a partir dessa data surgiu uma nova
força social, os Sans-culottes. Estes eram um grupo essencialmente urbano, formado por artífices,
lojistas e alguns operários. Tinham rendimentos modestos e pertenciam aos cidadãos passivos que
lutavam pela igualdade política e económica. Elaboravam moções e panfletos que faziam chegar à
Convenção, intervinham nos seus debates, com a intensão de influenciar as decisões. Esta pressão
dos sans-culottes, levou a que, em 1793, os Girondinos se visem afastados de poder. A Convenção
agora dominada pelos Montanheses, votou numa nova Constituição, a Constituição do Ano I. Mais
democrática que a anterior, instaurava o sufrágio universal direto, reconhecia o referendo para
ratificação das leis e incluía uma nova Declaração dos Direitos, que garantia a todos o direito ao
trabalho, à assistência, à instrução e à insurreição. No entanto, a constituição nunca foi posta em
prática, devido a uma terrível conjuntura interna e externa. Na Provença, em Lião, em Bordéus,
estalara a insurreição federalista, fomentada pelos Girondinos. Na Vendeia, monárquicos e
católicos erguiam-se contra as tropas republicanas. No exterior, a França batia-se contra uma
basta união de países europeus, que reagiam à política de anexações territoriais da Convenção e à
execução de Luís XVI. Sentindo a Revolução em perigo, a Convenção radicalizou a sua conduta.
Após ter expulsado os Girondinos, instituiu um governo revolucionário, no qual ditavam os mais
extremistas Jacobinos.
O radicalismo jacobino teve, porém, os dias contados. Ardoroso defensor da unidade republicana,
Robespierre mandou executar todos os que se atrevessem a critica-lo. A 9 do Termidor, uma
conjuntura da Convenção afastou Robespierre do poder e executa-o. Chegara ao fim a fase mais
radical e violenta da Revolução Francesa.
Após o golpe, o poder executivo foi entregue a uma comissão consular que pertencia ao
general Napoleão Bonaparte.
A nova Constituição do Ano VIII, aprovada em 1799, concentrou o poder em Napoleão. O
general tinha direito de exercer o seu poder durante 10 anos enquanto primeiro-cônsul, e era a ele
que competia a iniciativa das leis e a nomeação de juízes.
A obra do Consulado pretendia estabilizar a Revolução e consolidar as conquistas burguesas,
esta demonstrou uma centralização administrativa e judicial, e uma recuperação financeira e
reconciliação nacional.
À semelhança dos juízes a administração local coube a funcionários do estado (os prefeitos
e subprefeitos.
O sistema fiscal pôde beneficiar de contribuições directas. Criou-se em 1800 o Banco de
França; uma nova moeda (o franco).
Acabaram as perseguições a toda a gente desde que estas estivessem dispostas a colaborar
e aceitar as ideias de napoleão.
Acabaram-se os conflitos com a Santa Sé. Pela Concordata de 1801, ficou garantido que
qualquer um podia exercer o catolicismo livremente, sendo a religião com mais adeptos franceses.
O clero agora, passaria a ser um mero funcionário do estado, era pago inclusivamente.
Em 1802 foram criados liceus para acolher os filhos dos burgueses e os alunos bolseiros.
Com a publicação do código civil em 1804, a lei tornou-se igual para todos, declarou o estado
civil laico, a liberdade de crenças, a inviolabilidade da propriedade, a autoridade masculina na
família. O código civil unificou as leis de França.
A duração do Consulado não foi nada mais do que uma oportunidade que surgiu a Napoleão
Bonaparte para que este pudesse afirmar o seu poder pessoal e autoritário. Bonaparte fez tudo o
que estava a seu alcance para que na Constituição do Ano X, viesse garantido que ele fosse cônsul-
vitalício, ou seja, que este deveria permanecer no poder até morrer.
Em 1792, França iniciou a sua guerra com o resto da europa, não só para defender a sua
revolução mas também porque acharam que o mundo deveria ser liberto dos ideais absolutistas.
Porém, esta guerra de libertação rapidamente se tornou numa guerra de conquista devido
à política expansionista da Convenção e do Directório.
Nas guerras do Directório, Napoleão destacou-se. No fim de 1811, a França já tinha
conseguido dominar um vasto império europeu, onde esta afirmava ser a libertadora da opressão
absolutista. Porém, o vasto império de Napoleão não via o seu país como um país libertador, até
pelo contrário.
A rainha D. Maria I foi declarada como louca e por isso estava incapaz de exercer o seu cargo,
portanto, o seu filho D. João (futuro D. João VI) subiu ao poder como príncipe regente. Nesta altura
o país estava ainda muito ligado ao antigo regime.
Todavia, apesar do absolutismo parecer fixo no nosso país, havia uma burguesia comercial
urbana e um conjunto de intelectuais que desejavam imenso a mudança. Muitos deles iam a cafés,
botequins e lojas maçónicas e nestes sítios eram propagados os ideais de Liberdade, Igualdade e
Fraternidade vindos de França.
As revoluções francesas tiveram um grande impacto em Portugal, porque foram elas que
serviram de inspiração e motivação para os portugueses defenderem os seus direitos e tudo mais,
por outras palavras, foram as revoluções francesas que deram as ferramentas necessárias aos
portugueses para se dar uma grande mudança.
Napoleão mentalizou-se que tinha de acabar com o poder que a Inglaterra possuía, e
portanto, no final de 1806, decretou o Bloqueio Continental, onde nenhum país europeu podia fazer
comércio com a Inglaterra.
Porém, Napoleão quase impôs isto a todos os países da europa, e quem não aceitasse este
acordo, seria punido, foi o caso de Portugal. Portugal hesitou em aceitar esta ordem de Napoleão e,
devido a esta hesitação fomos castigados com 3 invasões francesas (1807-1811) comandadas
respectivamente pelo General Junot, General Soult e, pelo Marechal Massena. Com estas invasões
a família real viu-se “obrigada” a partir para o Brasil, transferindo a sede do poder para lá, deixando
o nosso país entregue a um governante inglês, o Beresford.
A devastação e destruição causadas foram tão grandes. Por onde os franceses passavam
levavam tudo de valor e destruíam tudo o que pudessem.
D. João VI insistia em ficar no Brasil, tornando este, em 1815, reino, o que provocou certo
descontentamento dos portugueses que eram constantemente humilhados pelos ingleses.
Beresford quis reestruturar o exército e organizar a defesa do reino contra os franceses, porém, nos
mais altos cargos o general somente colocava ingleses, deixando os portugueses algo aborrecidos.
Reactivou a inquisição e encheu as prisões de suspeitos de jacobinismo.
A situação económica e financeira de Portugal cada vez estava pior. As despesas eram
maiores que as receitas, a agricultura era fraca e o comércio pobre. Isto foi uma grande
consequência do facto dos portos do brasil terem sido abertos, em 1808, assim como o tratado de
comércio em 1810 com a Grã-Bretanha. Este tratado é uma espécie de afirmação do tratado de
methuen, porque em troca de liberdade comercial e navegação, todos os produtos ingleses teriam
de entrar em Portugal e suas colonias.
A perda do exclusivo comercial com o brasil revelou muito mau para a economia de Portugal
uma vez que o brasil, a colónia mais importante de Portugal, deixava de nos fornecer matérias-
primas a baixos preços e alimentos nem constituía um mercado seguro para escoar a produção
manufactureira nacional. A burguesia no meio desta situação toda foi quem ficou pior.
A rebelião em marcha
1820 – revolta
1821 – reunião com as cortes
1822 – constituição assinada
A constituição de 1822
A revolução liberal de 1820 forçou a vinda de D. João VI a Portugal, porém, achava que a
independência estava para vir e por isso pediu a seu filho D. Pedro para ficar lá.
E de facto deu-se a independência em 1822 e teve como motivos:
A política antibrasileira das cortes constituintes de Portugal. A maioria dos deputados queria
que o brasil voltasse a ser colónia. Por isso decidiram fazer leis no sentido de acabar com os
benefícios comerciais da antiga colonia, ao longo do reinado de D. João VI, e de o subordinar
administrativa, judicial e militarmente a Lisboa.
D. Pedro tinha de regressar à Europa para concluir os seus estudos mas este desobedece.
A independência declarada por D. Pedro em 1822, só viria a ser reconhecida em Portugal a
1825.
A resistência ao Liberalismo
A conjuntura externa desfavorável e a oposição absolutista
A primeira experiencia liberal portuguesa, chamada vintismo, surgiu numa altura em que as
maiores potências queriam apagar o que a revolução francesa deixou.
Em 1815, formou-se a Santa Aliança para manter a ordem politica estabelecida na europa
após o congresso de Viena, ou seja, evitar a propagação dos ideais de liberdade e igualdade
individuais e dos povos.
O clero e a nobreza viram-se prejudicados com as novas leis que lhes tiraram os seus
privilégios e, revoltados com isto, encontram apoio em D. Carlota e no seu filho, infante Miguel, e
juntos planearam a contra-revolução absolutista que veio explodir em 1823.
A revolta só teve fim quando D. João VI chamou Miguel. Simultaneamente, remodelou o
governo, entregando-o a liberais moderados e propôs-se alterar a constituição.
Porém tudo isto não satisfez os revoltosos, em 1824, os partidários de D. Miguel prenderam
os membros do governo e a confusão instaurou-se em Lisboa no sentido de levar o rei a abandonar
a o cargo e passar para a sua mulher.
Dá-se a Abrilada, quando os liberais vencem e há uma reacção absolutista (abrilada é a
reacção). Para conciliar as lutas há um novo governo. Com isto, D. João VI viu-se obrigado a mandar
o seu filho Miguel para o exilio.
A carta constitucional e a tentativa de apaziguamento político-social
Com a morte de d. João VI, em 1826, deu-se uma nova explosão que destabilizou a política
dos últimos anos. O problema da sucessão (d. pedro era imperador no brasil e d. Miguel era
absolutista e estava exilado) não chegou a ser resolvido pelo falecido que o remeteu para um
conselho de regência provisório, presidido pela sua filha, Isabel Maria.
O primeiro acto de regência: enviar para o brasil uma deputação para esclarecer o assunto
da sucessão. D. pedro considerou-se o legítimo herdeiro e tomou um conjunto de medidas
conciliatórias. Confirmou a regência provisoria da infanta D. Isabel Maria; outorgou a carta
constitucional.
Abdicou dos seus direitos à coroa na filha mais velha, D. Maria da Glória de apenas 7 anos.
Esta deveria casar com D. Miguel que juraria a carta constitucional e assumiria a regência do reino
de Portugal.
Sendo a carta constitucional um diploma outorgado pelos governantes, ao contrário das
constituições, que são aprovadas pelos representantes do povo, obviamente seria de esperar uma
recuperação do poder real e dos privilégios da nobreza.
As cortes compunham-se em 2 camaras: camara dos deputados eleita através do sufrágio
indirecto, por indivíduos masculinos que tivessem, pelo menos, 100$000 réis de renda líquida por
ano; e a camara dos pares, os seus membros eram da alta nobreza, alto clero, o príncipe real e os
infantes, nomeados a título hereditário e vitalício.
Através do poder moderador, a figura real era engrandecida, porque podia nomear os pares,
convocar as cortes e dissolver a camara dos deputados, nomear e demitir o governo, suspender os
magistrados, conceder amnistias e perdões e vetar, a título definitivo, as resoluções das cortes.
Ao ampliar os poderes reais, ao proteger a alta nobreza e o alto clero, com assento vitalício
e hereditário, a carta constitucional representava um manifesto retrocesso à constituição de 1822.
Todavia, a abolição do vintismo não foi suficiente para derrotar a contra-revolução absolutista,
novamente liderada por D. Miguel.
A guerra Civil
D. Miguel volta a Portugal em 1828. A sua adesão ao liberalismo era falsa, uma vez que se
fez rei absoluto por umas cortes convocadas à maneira antiga, isto é, por ordens.
Milhares de liberais fugiram e no meio de uma vida pobre, organizaram a resistência. A
partir de 1831, D. pedro apoiou esta resistência que abandonou o trono do brasil e veio lutar pela
restituição da filha do trono português. Dirigiu-se à ilha terceira, que se revoltou e assumiu a chefia
da regência liberal, disposto a acabar de forma violenta com o que D. Miguel fez.
Conseguindo ajudas e dinheiro D. Pedro arranjou um pequeno exército constituído por
emigrados, voluntários, recrutas dos açores e contratados no estrangeiro. O desembarque das
forças liberais deu-se, em 1832, no Mindelo, a que se seguiu a ocupação fácil do porto. Porém, a
cidade do norte estava cercada pelas forças absolutistas e aí viveu-se o pior momento da guerra civil
– o cerco do porto.
D. Pedro entretanto organizou uma expedição ao algarve onde destruíram os absolutistas
daí e voltaram a lisboa onde, já cansados, os absolutistas não aguentaram mais combates. As
batalhas de Almoster e Asseiceira confirmaram a derrota de D. Miguel, que depôs as armas e assinou
a convecção de Évora-Monte e partiu definitivamente para o exilio.
O Liberalismo surgiu na primeira metade do século XIX, como consequência da ideologia das
Luzes (Iluminismo) e das Revoluções Liberais (Americana, Francesa, etc.).
opunha-se ao absolutismo ou qualquer outra forma de tirania política;
defendia a livre iniciativa;
promovia as classes burguesas.
O Homem podia participar ativamente na vida do país, pois era considerado um cidadão
que podia intervir na governação. A intervenção política podia-se dar de diversas formas:
No entanto, havia restrições ao exercício pleno da cidadania. O direito ao voto apenas estava
reservado aos possuidores de rendimento suficientes para pagar impostos (sufrágio
censitário), logo não era muito democrático. Seria necessário a adopção do voto universal em
vez do voto censitário, pois muita população era posta de parte.
O principal objectivo do regime político durante o Liberalismo foi a consagração dos direitos
do indivíduo. Para evitar o exercício do despotismo, o liberalismo político elaborou formas
para limitar o poder. Este deveria fundamentar-se em textos constitucionais, funcionar na
base da separação de poderes e da soberania nacional exercida por uma representação e
proceder á secularização das instituições.
Separação dos poderes: O Liberalismo defende a separação dos poderes, para evitar que o
poder se concentre, resvalando o despotismo. Assim, distribuiu-se os poderes (legislativo,
executivo, judicial) pelos diferentes órgãos de soberania.
Liberalismo económico Doutrina económica impulsionada por Adam Smith que defende a
propriedade privada, a liberdade de iniciativa e a livre concorrência, pelo que o
funcionamento do mercado seria garantido pela lei da oferta e da procura, competindo ao
Estado o papel de garante destes princípios e não de intervenção directa na economia.
defesa da iniciativa individual;
supressão de monopólios;
livre concorrência;
liberdade comercial;
abolição dos entraves ao comércio internacional.
combate ao mercantilismo
Teoria de Adam Smith
Adam Smith considerava que o trabalho era a fonte da riqueza. É em função da
produtividade do trabalho que uns países são mais ricos do que os outros. Smith queria
demonstrar que a riqueza de um país resultava da actuação de indivíduos, que movidos pela
livre iniciativa e o seu próprio interesse, promoviam o crescimento económico do país. O
Homem, desde que não transgrida as leis da justiça, deve ter a liberdade para realizar o seu
interesse pessoal da forma que mais lhe convier, pondo o seu trabalho e o capital em
concorrência com os outros homens. Logo, o Estado teria que abdicar de qualquer
intervenção na economia.
De que maneira o liberalismo económico impulsionou a Segunda Revolução Industrial? (Mais
á frente..)
O Romantismo, expressão da ideologia liberal
Romantismo movimento cultural do século XIX inspirado nas ideias liberais da época que,
recusando a racionalidade clássica, valoriza a liberdade de pensamento, as emoções, os
sentimentos, a natureza e o gosto pelos ambientes exóticos e medievais.
O Romantismo foi a expressão da ideologia liberal nas artes e nas letras. Na realidade, ao
racionalismo, à ordem e à harmonia clássicas, o romântico contrapôs o indivíduo, o
sentimento, a emoção, a imaginação e o nacionalismo. Defende a liberdade até ao limite e a
independência nacional contra a opressão estrangeira. Preferência pelo mistério, sonho,
imaginação, o estranho, a noite, o herói, pitoresco.
A liberdade tornou-se a temática principal do Romantismo, fosse liberdade politica, social,
económica, etc.