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Revoluções Liberais
Revolução Americana
Contexto
A razão passou a ser vista como fonte de legitimidade e autoridade; sem ela, nenhum
poder era legítimo ou aceitável. Não surpreende, pois, que estas ideias tenham
suscitado um questionamento das instituições e poderes vigentes. Os privilégios de
reis, aristocratas e igrejas pareciam absurdos aos pensadores do iluminismo, para
quem os seres humanos nasciam iguais em direitos e deveres, os quais eram naturais e
não concedidos por outrem. As tentativas de conciliar ciência e religião, nem sempre
pacíficas, deram origem ao deísmo, uma forma de encarar Deus aliado à razão, sem o
obscurantismo que as igrejas cristãs até então cultivaram.
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A América, que não tinha uma aristocracia própria e que surgia aos colonos como
terra virgem e cheia de oportunidades, era um território propício à propagação de
novas ideias e valores. Liberalismo, democracia, república, tolerância religiosa
(havia, por esta altura, muitas igrejas nos atuais EUA que eram cristãs e protestantes,
mas que se tinham distanciado da igreja anglicana) foram princípios que depressa
convenceram a população.
Antecedentes
Isto foi muito mal aceite do outro lado do Atlântico. Os habitantes das colónias
consideravam-se cidadãos britânicos, não havendo neles uma pulsão nacionalista, mas
sentiram-se injustiçados e prejudicados nos seus direitos: não estavam em igualdade
com os seus congéneres que viviam no Reino Unido. Grupos como os Filhos da
Liberdade começaram a espalhar a revolta e a promover boicotes aos produtos
britânicos e desobediência as novas leis.
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Desenrolar da revolução
A contestação foi subindo de tom em todo o território. Boston foi palco de dois dos
episódios mais memoráveis desta época. A 5 de março de 1770, estando uma multidão
a lançar bolas de neve e pedras aos soldados britânicos, um destes caiu. Os restantes
retaliaram disparando sobre a multidão, tendo morrido cinco civis. Os soldados
envolvidos neste Massacre de Boston foram julgados e absolvidos mas o caso
alimentou a propaganda antibritânica.
Revolução Francesa
Contexto
As classes privilegiadas reagiram mal a esta ideia, levando Calonne a pedir apoio à
Assembleia de Notáveis, um conselho consultivo do rei. Mas esta não suportou as
ideias de Calonne, pelo que o Governo resolveu – em maio de 1789 – convocar os
Estados-Gerais, uma assembleia de representantes das três classes sociais (clero,
nobreza e povo), que não reunia desde 1614.
Estados-Gerais
O rei Luís XVI, desesperado por impedir a Assembleia Nacional de tomar decisões,
ordenou que a Sala dos Estados (onde aquela iria reunir) fosse encerrada, alegando a
necessidade de obras. Mas os representantes do povo não desistiram: como as
condições meteorológicas não permitiam uma reunião ao ar livre, juntaram-se num
campo de ténis coberto e, juntos, fizeram o Juramento do Campo de Ténis (20 de
junho de 1789), no qual prometiam continuar unidos até dotarem o país de uma
Constituição. O clero e alguma nobreza acabaram por aderir a esta Assembleia, cuja
popularidade foi crescendo, e que passou a designar-se Assembleia Nacional
Constituinte.
Desenrolar da revolução
O rei voltou, nesta altura, a destituir Necker, que entretanto fora re-empossado. As
classes privilegiadas, e em particular a rainha Maria Antonieta, não lhe perdoavam o
papel de liderança que exercera junto do povo. Quando o conselheiro sugeriu que o
orçamento da família real fosse limitado, Luís XVI demitiu-o. Estava-se a 11 de julho
de 1789. Ora, muitos parisienses temeram que este fosse o primeiro passo para um
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O facto é que a autoridade estava minada por todo o país. Castelos eram pilhados,
títulos de propriedade queimados, num período conhecido como La Grande Peur (o
grande medo). Entretanto, a Assembleia Nacional Constituinte continuava os seus
trabalhos, tendo abolido o feudalismo, os privilégios da nobreza e o dízimo, nos
famosos Decretos de agosto. No dia 26 desse mês, foi proclamada a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, que ainda não era uma Constituição, mas
explanava os princípios da nova organização do país.
Neste contexto, é evidente que a situação económica não melhorava e todo o país
estava numa situação confusa, que levou a rebeliões em setores do exército e a uma
vasta onda migratória.
Após a tomada das Tulherias foi formada uma nova Assembleia, a Convenção,
encarregue de re-escrever a Constituição e governar o país. A 21 de setembro de
1792, este órgão dissolveu a monarquia e proclamou a República. O dia foi,
posteriormente, adotado como o primeiro do calendário republicano francês.
O Terror
Portugal esteve sem rei fisicamente presente entre 1807 e 1820. A fuga da corte para o
Rio de Janeiro, devido às invasões napoleónicas, levou a capital e o Governo para o
Brasil. Na metrópole, os cidadãos sentiam-se “colónia de uma colónia”. Empobrecido,
humilhado pela prepotência dos ingleses (cuja ajuda fora, no entanto, fulcral para
repelir as invasões), liderados por Beresford, o país revoltou-se.
Em 1817, Gomes Freire de Andrade liderou uma primeira tentativa, falhada, de abolir
o absolutismo. Em 24 de agosto de 1820, no Porto, a Revolução Liberal já teve êxito.
Aproveitando uma ausência temporária de Beresford (no Brasil), um grupo de liberais
forçou a mudança política. Inspirados pela Constituição de Cádis (Espanha, 1812),
exigiram uma Constituição e uma ordenação política e jurídica que limitasse o poder
do rei e garantisse os direitos individuais.