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ILUMINISMO

 O iluminismo foi um movimento extenso, cultural, político, intelectual,


artístico, social e principalmente filosófico. A defesa do mesmo também
incluía a educação e a liberdade no que diz respeito às próprias crenças
religiosas.
 A razão, por sua vez, era o que movia os ideais do movimento, sendo
essa a melhor forma de alcance para a autonomia, liberdade e a própria
emancipação do pensamento.
 Para os pensadores da época, o misticismo aliado com crenças religiosas
muito fortes, bloqueava a própria evolução do homem. Foi então a
partir desse momento que eles deveriam assumir o centro de tudo e
buscar as respostas por si só sobre todos os questionamentos que, no
período, eram praticamente só justificados pela fé.
 O auge do movimento ocorreu durante o século XVIII, conhecido até
hoje como o “Século das Luzes”. O iluminismo chegou até mesmo a
influenciar a Revolução Francesa, apesar de ter garantido também a sua
influência em outros movimentos, como é o caso da própria
independência das colónias inglesas no norte da América.
 E uma coisa é certa: o iluminismo só foi um movimento tão duradouro e
forte por conta da presença de seus pensadores.
 É a época em que o saber e conhecimento se torna acessível pela
Enciclopédia de Diderot e D’Alembert.
PRINCIPAIS
PENSADORES
ILUMINISTAS

MONTESQUIEU – Montesquieu fez parte da primeira “geração” dos pensadores iluministas e viveu entre os anos de 1689 e 1755. Sua
principal atuação foi sempre no ramo da psicologia, sendo a obra de maior renome a “O Espírito das leis”. Além de um dos maiores
iluministas de todos os tempos, ele também foi considerado como um dos pais da sociologia em seus primórdios.
VOLTAIRE – nascido em 1694, Voltaire foi um dos grandes críticos da monarquia e das crenças religiosas, sendo a sua imagem marcada
como um símbolo da revolução iluminista. Polêmico, extremamente agito e com ideais iluministas bem explícitos, ele criticava muito a
igreja católica, sendo totalmente intolerante com a religião. Ele defendia a liberdade dos pensamentos e sua obra mais conhecida é
“Cartas Inglesas”. O pensador morreu em 1778.
JOHN LOCKE – por muitos, ele é considerado como o pai do movimento iluminista. A obra mais conhecida do autor foi “Ensaio sobre o
entendimento humano”, escrito por ele em 1689. Para ele, o poderoso Deus na verdade não tinha tanto poder assim sobre a grande
maioria das coisas, como o nosso próprio destino. Por isso, acreditava também que a sociedade era a responsável pelo molde dos
indivíduos, que podiam optar entre o bem e o mal. Esse pensador foi também um dos maiores críticos ao absolutismo, defendo a
liberdade de expressão dos cidadãos.
ROUSSEAU – Jean Jacques Rousseau, conhecimento popularmente só pelo seu sobrenome, é um dos maiores sociológicos de todos os
tempos, que defendia também a pequena burguesia. Sendo uma de suas principais obras “O contrato social”, ele diz que o estado só
pode tomar decisões conforme a própria vontade de seu povo. Dessa forma, Rousseau sempre foi um defensor de um estado
democrático, que poderia oferecer aos seus cidadãos igualdade jurídica.
INDEPENDÊNCIA
DOS ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA
AS 13 COLÓNIAS
 Ao longo do século XVIII, a Europa foi
palco de um movimento de ideias
conhecido como Iluminismo, que
defendia a liberdade de opinião, o uso
da razão, a tolerância religiosa e o fim do
absolutismo, entre outros preceitos.
 Em pouco tempo, as ideias desse
movimento se espalharam e chegaram,
junto com os colonizadores ingleses, à
América, onde despertaram o
sentimento de independência em
muitos colonos.
. 1776, em nome da soberania e da
 Em
liberdade do povo, os habitantes das
Treze Colônias fundaram os Estados
Unidos da América (EUA). Em 1789,
menos de quinze anos depois, começava
a Revolução Francesa que, com base nos
mesmos ideais, buscava outras formas
de expressão e organização
COLONIZAÇÃO
A COLONIZAÇÃO INGLESA
Na América do Norte, a colonização inglesa ocorreu por meio da
divisão do território em diferentes colônias. Não havia um governo
centralizado e as formas de organização variavam de uma região para
outra.

AS COLÓNIAS DO NORTE E DO SUL


A região da Nova Inglaterra foi colonizada principalmente por pessoas
que fugiam de perseguições religiosas na Europa.
Na região foi instaurado um sistema governamental conhecido como
self-government (autogoverno), no qual os representantes dos colonos
eram escolhidos diretamente por eles.
De forma geral, os colonos dessa região cultivavam produtos agrícolas
em pequenas propriedades rurais. Havia também o chamado comércio
triangular, no qual os comerciantes compravam o melaço produzido nas
Antilhas e com ele produziam o rum, que, por sua vez, era levado à
África e trocado por pessoas escravizadas, que seriam revendidas para
outras colônias e nas próprias Antilhas.
Outros produtos também faziam parte desse comércio.
AS TREZE COLÔNIAS E O COMÉRCIO TRIANGULAR
 As colônias do centro da América do
Norte eram bem parecidas com as do
norte, formadas por pequenas
propriedades onde se praticava a
agricultura e a pecuária, tendo alguns
colonos se dedicado à exportação de
madeira e pele e importação de
açúcar, vinho e outros produtos.

 As colônias do sul eram marcadas


pela existência de grandes
propriedades exportadoras de
produtos, como tabaco, algodão e Colónias do sul
arroz, nas quais eram utilizadas mão
de obra de africanos escravizados e
traficados.

 Tal prática deu origem a uma rica


aristocracia produtora de gêneros
agrícolas.
ACONTECIMENTOS QUE REVOLTARAM AS TREZE COLÔNIAS
Guerra dos sete anos (Ingleses e Franceses lutaram para conseguir os territórios
da América do Norte, no final a Inglaterra ganhou, mas também com essa guerra
gastou muito dinheiro, acabou tendo que implantar impostos nas colônias da
América do Norte).
Lei do selo (Todos os documentos oficiais que passassem nas colônias exceto livros
e jornais deviam conter selos comprados da metrópole).
Lei do açúcar: A Lei do Açúcar foi aprovada em 5 de abril de 1764 pelo Parlamento
inglês. Essa lei substituía e Lei do Melado, de 1733, e tinha como objetivo por um
fim no contrabando e de proteger os agricultores ingleses radicados nas Antilhas.
Taxava o açúcar que entrava nos Estados Unidos da América e que não fosse
comprado das Antilhas inglesas. Sendo matéria-prima do rum, e este por sua vez,
juntamente com o tabaco eram utilizados pelos colonos para comprar escravos na
África, a lei desagradou muitos os habitantes da então colônia inglesa.
Festa do Chá de Boston (Boston Tea Party: O governo inglês, para favorecer a
decadente Companhia das Índias Orientais, que estava à beira da falência,
concedeu-lhe o monopólio da venda do chá para as colônias americanas.
Disfarçados de índios, os colonos jogaram ao mar o carregamento de chá trazidos
pela Companhia das Índias Orientais, cujo preço baixo arruinaria os comerciantes
locais, que se abasteciam em outras paragens). Thomas Jefferson.
CRISE COM INGLATERRA
 Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, movimento contra as medidas e cobranças abusivas do
governo inglês. Resultou no encaminhamento de um protesto para o governo inglês e no boicote aos
produtos metropolitanos.
 Latifundiários do sul apoiaram a manutenção dos laços com a Inglaterra e os comerciantes do norte
queriam o rompimento com a metrópole.

Setembro, 1774

1763 Abril, 1775

• Fim da Guerra dos Sete Anos. A metrópole


aumenta a cobrança de impostos sobre os
produtos consumidos pela colônia,  Batalha entre as tropas inglesas e os colonos
sob pena de punição àqueles que não pagassem armados. Início da guerra pela independência
os novos tributos estabelecidos. das Treze Colônias.
MASSACRE DE BOSTON
 O Sangrento massacre perpetrado em King Street, Boston, em 5
de março de 1770 por uma parte do 29 º regimento.
 Em Boston nos finais dos anos 1760, os sinais daquilo que se
tornou mais tarde a Revolução Americana começaram primeiro
com os residentes que acabaram ficando irritados com a pesada
tributação a que estavam sujeitos. Em protesto, lançaram à água
os sacos de chá e tabaco que se encontravam nos barcos prontos
para viajarem para Inglaterra.
 Com a Lei Townshend de 1767, os Britânicos começaram a taxar
os bens importados, incluindo vidro, chumbo, tinta, papel, e chá.
Para cumprir as leis, eles impuseram uma forte presença militar
para os colonos de Massachusetts o que exacerbou as tensões
entre a população local e os representantes da coroa.
 Em 5 de Março de 1770, os oficiais Britânicos a pretexto de
guardar a alfândega de Boston foram rodeados por barulho
Bostonians Linga forte-embalados snowballs.
 O pequeno grupo de soldados perdeu o controlo quando um dos
seus regimento foi atingido. Apesar das ordens explícitas em
contrário, eles acabaram disparando contra uma multidão de
civis, matando três e ferindo outros oito, dois deles gravemente.
Isto seria o início de uma grande revolta, irreversível.
RUPTURA COM INGLATERRA
 Em maio de 1775, reuniu-se na Filadélfia o Segundo Congresso
Continental.
 Seus participantes anunciaram o rompimento com a Inglaterra –
assumindo o Congresso como governo informal das Treze Colônias –,
e criaram o Exército Continental Americano, que teve a chefia
entregue a George Washington, com o objetivo de lutar contra os
ingleses. Em 4 de julho de 1776, o Congresso aprovou a Declaração de
Independência das Treze Colônias, que se denominaram então
Estados Unidos da América.
 O governo inglês intensificou o conflito bélico contra os então Estados
Unidos da América, mas eles, por sua vez, tinham o apoio dos
governos da Holanda, Espanha e França.
 Os ingleses foram definitivamente derrotados em 1781, na batalha de
Yorktown. Essa foi a primeira separação de uma colônia de sua
metrópole desde o início do processo de expansão marítima iniciado
no século XV.
 A bandeira escolhida para representar o novo país tinha treze listras
brancas e vermelhas, cada uma representando uma colônia, além de
treze estrelas. À medida que novos territórios foram anexados aos
Estados Unidos da América, foram acrescentadas mais estrelas. Atual bandeira norte-americana, com 50 estrelas, cada
uma representando um estado da federação.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão parece conter dois tipos de direitos: Direitos do Homem e Direitos do Cidadão, que seriam diferentes.
Os primeiros, com características que antecedem a sociedade, relativos ao homem, como ser não pertencente de uma sociedade política, são, consoante
seus termos, a liberdade, a propriedade e a segurança, isto é, tudo aquilo que os franceses chamam hoje de liberdades públicas.
Os segundos são direitos que pertencem aos indivíduos, enquanto integrantes de uma sociedade, podendo-se citar direito de resistência à opressão, o
direito de concorrer pessoalmente ou por representantes para a formação da lei, como expressão da vontade geral e o direito de acesso aos cargos
públicos. Podemos concluir que a Declaração consta de uma mescla de direitos civis e direitos políticos.

Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-
se na utilidade comum.
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do
homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum
indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, o exercício dos
direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros
da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei. (…)
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente
ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger,
seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades,
lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas
virtudes e dos seus talentos. (…)
DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
«Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário um povo dissolver laços políticos que o ligavam
a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as
do Deus da natureza, o respeito digno às opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa
separação. (…)
Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do
consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao
povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os
poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. (…) Mas quando
uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-
los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos-
Guardas para sua futura segurança. (…)
Nós, Por conseguinte, representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso Geral, apelando para o
Juiz Supremo do mundo pela retidão de nossas intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colônias,
publicamos e declaramos solenemente: que estas colônias unidas são e de direito têm de ser Estados livres e
independentes, que estão desoneradas de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo
político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como Estados livres e
independentes, têm inteiro poder para declarar guerra, concluir paz, contratar alianças, estabelecer comércio e
praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos de
firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa
sagrada honra».
O NOVO ESTADO: EUA
 Logo após a independência, não havia, nos Estados Unidos, um poder centralizado; sendo assim, cada ex-colônia
manteve um certo grau de autonomia.
 Em 1787, representantes eleitos pela população dos treze estados aprovaram uma Constituição que vigora até hoje no
país.
 A Constituição assegurava aos cidadãos direitos políticos e civis, o que abriu espaço para as ideias de liberdade e
cidadania, porém, na prática, nem todos eram contemplados por tais ideias – a escravidão foi mantida até 1863, por
exemplo.
 Negros e indígenas foram excluídos do conceito de cidadania americana e, dessa forma, só eram considerados cidadãos,
basicamente, os homens brancos e que possuíam propriedades ou pertenciam às camadas intermediárias urbanas.
REVOLUÇÃO FRANCESA
A ÉPOCA…
O grande impacto da Revolução Francesa na sociedade ocidental fez com que os historiadores se valessem do fato
para marcar o final da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea.

Queda de Independência dos


Constantinopla Estados Unidos Idade
(1453) Idade Moderna (1776) Comtemporânea

1453 a 1789 dias atuais

Iluminismo Revolução
(século XVII) Revolução
Industrial Francesa – Queda
(século XVIII) da Bastilha (1789)
O CONTEXTO…
 Na França do século XVIII, com uma população de cerca de 28 milhões de pessoas, a palavra estado designava os
grupos sociais que compunham a sociedade.

 Formado por cerca de 120 mil pessoas


integrantes do clero. Eram donos de
aproximadamente 20% das terras,
recebiam dízimo, não pagavam Primeiro
impostos, estavam isentos do serviço estado
militar e tinham direito a julgamento  Abarcava cerca de 400 mil
em tribunal próprio. pessoas. Composto pela nobreza
de sangue, proprietários de
 Formado por 98% da terras e por burgueses ricos, que
população. Composto pela alta compravam títulos de nobreza.
e a média burguesia e pelos Não pagavam impostos.
trabalhadores rurais e urbanos.
Sustentava os outros grupos
por meio do pagamento de
impostos.
AS NOVAS IDEIAS ILUMINISTAS
Os filósofos iluministas, em sua grande maioria do terceiro
estado, ajudaram os integrantes do terceiro estado a tomar
consciência da opressão em que viviam.
O pensamento de John Locke: Precursor do iluminismo na
Inglaterra, era contra a concentração de poder nas mãos do Rei.
Foi autor da teoria dos “Direitos Naturais do Homem”, que
defende a ideia de que nascemos com direitos naturais e
inalienáveis. A liberdade de expressões e sentimentos, a igualdade
perante a lei e o direito a propriedade privada da terra são direitos
que nascem connosco e devem ser garantidos pelo Estado, sem
esses direitos o povo deve se revoltar e derrubar o modelo político
existente.
O pensamento do Barão de Secondat (Montesquieu): Esse
filósofo foi o responsável pela elaboração da teoria da divisão dos
três poderes em: LEGISLATIVO (cargo responsável pela elaboração
das leis), JUDICIAL (cargo responsável em julgar essas leis) e
EXECUTIVO (cargo responsável em executar as mesmas). Com essa
teoria ele aperfeiçoou o sistema democrático. Era um grande
crítico da concentração de poder nas mãos de uma única pessoa Despertar do terceiro estado: caricatura, de autoria
(Rei), por isso era a favor da divisão do poder em três instâncias. desconhecida, a época da Revolução Francesa (1789), que
representa a nobreza e o clero assustados diante da reação do
terceiro estado (burguesia).
OS ESTADOS GERAIS
 No final do século XVIII, os altos gastos dos membros da corte e
a participação na guerra contra a Inglaterra pela independência
dos Estados Unidos provocaram o esvaziamento dos cofres da
França.
 A situação foi agravada pelo longo período de secas, que colocou
a população em contato com a fome e causou greves nas
cidades e manifestações no meio rural.
 A estratégia do rei para controlar as manifestações foi a
convocação da Assembleia dos Estados Gerais, que teve seus
trabalhos iniciados a 5 de maio de 1789.
 A Assembleia era um órgão consultivo em que cada estado tinha
direito a um voto.
 No dia da abertura das discussões acerca do aumento dos
impostos, o terceiro estado exigiu que a contagem dos votos
fosse feita por pessoa.
 Como o clero e nobreza não aceitaram, o terceiro estado se
reuniu em uma das salas do Palácio de Versalhes com o intuito
de lá permanecer até que seus objetivos fossem alcançados.
 No dia 9 de julho, o terceiro estado autoproclamou-se
Assembleia Nacional Constituinte, com o intuito de elaborar uma
nova constituição.
A REVOLTA DE PARIS
 A população de Paris, que acompanhava o que acontecia em Versalhes, tomou conhecimento da pretensão do rei em
dissolver a Assembleia e, indignada, tomou as ruas parisienses na madrugada de 14 de julho de 1789.
 A multidão se apoderou de armas e munições guardadas em arsenais rumo à fortaleza de Bastilha, que servia como
uma prisão para os que se mostravam contra o governo e por isso era um dos símbolos mais odiados do regime
absolutista.
 A tomada da Bastilha na cidade de Paris estimulou revoltas camponesas e urbanas, dando ao movimento que se
opunha ao regime absolutista contornos populares.
 Sem conseguir controlar a situação, o rei reconheceu a Assembleia Constituinte e, em 4 de agosto de 1789, aboliu as
leis feudais ainda em vigor no país e decretou o fim dos privilégios do clero e da nobreza.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO
 No dia 26 do mês de agosto, a Assembleia proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, documento
inspirado nos ideais iluministas, que estabelecia valores supremos de liberdade e igualdade a todos
perante a lei.
 O documento causou grande impacto em diversos lugares do mundo, já que ali havia frases que negavam que o rei
fosse o representante de Deus na Terra e afirmavam o poder como pertencente ao povo.

Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só


podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e
a resistência à opressão.
Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum
corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane
expressamente.
Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim,
o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites
apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5.º A lei proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei
não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. (…)
A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
Em 1791, foi promulgada a Constituição.

Ela determinava:
O fim da monarquia absolutista e o início da monarquia constitucionalista, na qual o
rei ainda governava, mas estava condicionado às novas leis;
•a autoridade do Estado foi dividida em três poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário);
•a Igreja foi separada do Estado e a liberdade religiosa foi assegurada à população
Igualdade jurídica entre os indivíduos;
•fim dos privilégios do clero e nobreza;
•liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado);
•proibição de greves;
•liberdade de crença;
•separação do estado da Igreja;
•nacionalização dos bens do clero;
•três poderes criados e separados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
Apesar de aparentemente se submeter à Constituição, em junho de 1791, o rei e
sua família tentaram fugir disfarçados para o exterior com o intuito de reorganizar as
forças militares francesas e retomar o poder, mas antes foram reconhecidos e
presos.
A REPÚBLICA
 Com a prisão do rei, o governo passou para um Conselho Executivo Provisório e, em 22 de
setembro de 1792, foi proclamada a República.
 A Assembleia Nacional foi substituída pela Convenção Nacional, cuja principal função era
elaborar uma constituição republicana.
 O controle da Convenção variava entre os girondinos – grupo de deputados ligados à alta
burguesia – e os jacobinos – representantes da pequena burguesia e, em parte, dos
trabalhadores de Paris.
 Luis XVI foi levado a julgamento por traição a pátria e foi condenado por conspirar contra a
liberdade da nação e a segurança geral do estado e em 1793 foi condenado a guilhotina.
Robespierre
 Nesse período, as principais forças do país eram:
• Os Girondinos: alta burguesia;
• Os Jacobinos: pequena e média burguesia e o proletariado;
• A planície: a burguesia financeira.
 Enquanto os girondinos eram moderados, os jacobinos, liderados por Maximilien Robespierre
(1758-1794), propunham medidas radicais com o objetivo de promover mudanças drásticas
na organização social francesa.
 Para enfrentar as ameaças, os Jacobinos criaram órgãos para defender a revolução:
• Comitê da salvação pública: responsável pelo exército e a administração do país.
• Tribunal revolucionário: encarregado de vigiar e punir traidores da causa revolucionária. Esse
tribunal foi responsável pela morte de mais de 40 mil pessoas na guilhotina, inclusive a família
real.
Danton
Sanson, o carrasco do rei, reage à versão do
jornal "Thermomètre du Jour", dando o seu
próprio testemunho sobre a execução do rei,
em carta datada de 20 de fevereiro de 1793.

“Chegado ao pé da guilhotina, Luís XVI


considerou um instante os instrumentos de
seu suplício e perguntou a Sanson se os
tambores cessariam de bater. Ele se
aproximou para falar. Foi dito aos
carrascos que fizessem o seu dever.
Enquanto lhe colocavam as cilhas, ele
gritou : "Povo, eu morro inocente!". De
seguida, virando-se para os carrascos, Luís
XVI declara: "Senhores, sou inocente de
tudo o que me inculpam. Espero que meu
sangue possa cimentar a felicidade dos
Franceses". O cutelo caiu. Eram 10 horas e
22 minutos. Um dos assistentes de Sanson
apresentou a cabeça de Luís XVI ao povo,
enquanto se elevava um grande grito de:
"Viva a Nação! Viva a República!" e que
A Execução de Luís XVI na guilhotina é um dos acontecimentos mais importantes da Revolução
Francesa. Ela teve lugar em 21 de janeiro de 1793, às 10:20 horas, em Paris, na Praça da Revolução
ressoava uma salva de artilharia, que
(a antiga Praça Luís XV, renomeada, em 1795, como Praça da Concórdia). chegou até aos ouvidos da família real
encarcerada”.
O PODER JACOBINO… O PERÍODO DO TERROR
Com o intuito de enfrentar a oposição dos demais países europeus, em abril de 1793, a
Convenção, nessa época sob o controle do jacobinos, criou o Comitê de Salvação Pública
e o Tribunal Revolucionário (calcula-se que nesse período, cerca de 35 mil pessoas
tenham sido mortas na guilhotina).
Na Convenção os jacobinos, sob a liderança de Robespierre, tomaram uma série de
medidas: fim da escravidão nas colónias francesas; abolição de todos os privilégios;
divisão das grandes propriedades; fixação dos preços de produtos essenciais; ajuda aos
indigentes e educação básica obrigatória e gratuita, instituição do divórcio, criação de
escolas laicas, cobrança de impostos para os membros ricos da sociedade . Morte de Marat
As medidas radicais despertaram nos girondinos uma forte reação violenta. Organizada,
a alta burguesia da França começou a perseguir, prender e assassinar vários jacobinos.
Os jacobinos reagiram com mais violência, pois chegaram a conclusão que para
defender a revolução seria necessário eliminar todos os opositores na França. Em 1793,
cerca de 40 mil pessoas (monarquistas, girondinos e ricos burgueses) foram executadas
pelos jacobinos.
- Em 1794, Robespierre e seu grupo perderam o apoio de grande parte dos jacobinos
em função dos atos de extrema violência que vinham adotando. Sem apoio militar,
foram dominados pelos girondinos. Robespierre foi preso e condenado a execução na
guilhotina em 28 de julho de 1794. Terminava assim a Fase do Terror da Revolução
Francesa.
Morte de Robespierre
A TOMADA DO PODER PELA BURGUESIA
 Os girondinos eram sobretudo da burguesia desafogada, dos
negócios, banqueiros e armadores dos grandes portos e eram
representados por jornalistas e advogados dessa burguesia.
Representavam quem mais tinha beneficiado com a Revolução de
1789 e estavam por consequência resolvidos a impedir um retorno
do Antigo Regime, mas também relutantes quanto à evolução para
uma democracia social.
 Durante a liderança dos jacobinos, a burguesia se afastou do poder.
Nesse período, ela acreditava que dois valores que lhe eram caros
estavam sendo ameaçados pelo tabelamento de preços e pela
reforma agrária implementados pelos jacobinos: o direito à
propriedade privada e o livre-comércio.
 Como resposta à suposta ameaça, os girondinos, unidos a outros
setores da sociedade, articularam um golpe contra os jacobinos, que
culminou na morte de Robespierre em julho de 1794.
 A Convenção Nacional passou a ser controlada pela alta burguesia e,
além do cancelamento das medidas impostas pelos jacobinos, outras
ordens foram impostas, como o desarmamento da população e a
proibição do canto dos hinos revolucionários nas ruas, num período
marcado pelo fim da participação popular na Revolução Francesa.
O DIRETÓRIO
 O Diretório foi o regime político adotado pela Primeira
República Francesa entre 26 de outubro de 1795 e o golpe de
Estado 9 de novembro de 1799. Foi assim chamado porque o
poder executivo era exercido por cinco membros,
denominados Diretores.
 Com a Convenção sob o controle da burguesia, uma nova
constituição foi aprovada em 1795, reintroduzindo o voto
censitário e excluindo os pobres da participação pública.
 O Poder Executivo passou a ser exercido pelo Diretório –
Paul Barras, presidente do
órgão composto de cinco pessoas eleitas entre os deputados Napoleão Bonaparte.
diretório de 1795 a 1799.
–, responsável por nomear os ministros do Estado.
 Nesse período, uma grave crise econômica e a fome que
voltou a assolar a França fizeram com que jacobinos e
defensores da monarquia se unissem para conspirar contra a
burguesia.
 Foi então que o Diretório convocou o general do Exército,
Napoleão Bonaparte, para reprimir os revoltosos, missão na
qual obteve sucesso.
 Seu sucesso lhe garantiu, em outubro de 1799, uma das vagas
do Diretório, o que culminou, um mês depois, num golpe de
Estado que pôs fim à Revolução.
O PERÍODO DO IMPÉRIO, SOB NAPOLEÃO
 O Primeiro Império Francês (em francês: Empire Français), também
conhecido como o Grande Império da França ou ainda o Império
Napoleônico, foi um império construído por Napoleão Bonaparte.
No auge do seu poder, no começo do século XIX, dominava quase
toda a Europa ocidental.
 Durante o longo processo da Revolução Francesa, em 1799, com
um golpe militar, Napoleão Bonaparte tomou o poder na França.
Logo em seguida foi instituído o Consulado e ele se tornou
primeiro-cônsul.
 Em 1802, foi proclamado cônsul vitalício e, dois anos depois, ele se
autoproclamou imperador.
 Napoleão exerceu o poder de 1799 a 1814 e em seu governo
adotou medidas que visavam recuperar a economia e as
instituições do Estado francês, promovendo assim a construção de
obras públicas com o intuito de gerar empregos.
 Napoleão procurou restabelecer a ordem interna, reorganizar a
administração pública e reduzir a inflação. Com isso, a economia
voltou a crescer. Normalizou também as relações com a Igreja
Católica, rompidas desde 1790. Outra medida importante foi a
criação do novo código civil, reunindo princípios do direito romano,
das ordens reais e da legislação civil e criminal vigente durante a
revolução.
Batalha de Waterloo
CONGRESSO DE VIENA
 O Congresso de Viena foi uma conferência entre
embaixadores das grandes potências europeias que
aconteceu na capital austríaca, entre 2 de maio de 1814 e 9
de Junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa
político do continente europeu após a derrota da França
napoleônica na primavera anterior, retomar a colonização
restaurar os respetivos tronos às famílias reais derrotadas
pelas tropas de Napoleão Bonaparte .
 Os termos de paz foram estabelecidos com a assinatura do
Ato Final do Congresso, nove dias antes da derrota final de
Napoleão na batalha de Waterloo em 18 de Junho de 1815.
 Com a derrota de Napoleão em 1814, representantes das
nações europeias se reuniram no Congresso de Viena (1814-
1815), na Áustria, em busca de retomar as fronteiras do
continente europeu traçadas no período anterior à
Revolução Francesa.
 Além disso, ficou decidido que os países que sofreram
mudanças no governo em razão das guerras napoleônicas,
deveriam ser entregues às suas antigas dinastias,
consolidando um período europeu conhecido como
Restauração.

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