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Contexto Histórico
Problemas internos: até 1689, a Inglaterra esteve envolvida em conflitos decorrentes da luta
entre puritanos, anglicanos e, em menor medida, católicos, nos episódios que marcaram a
Revolução Inglesa, que dominou o cenário político inglês durante todo o século XVII. Antes, no século
XVI, em 1588, esteve envolvida em conflitos com a Espanha, e, em 1652-1653, com a Holanda.
Guerras e revoluções envolvendo a Inglaterra sem dúvida prejudicaram a organização do império
colonial inglês, efetivada somente no século XVIII, tornando-se mundial no século XIX.
Após a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) contra a França, a Inglaterra viu-se desgastada
financeiramente e, para recuperar o que havia gasto na guerra, resolveu taxar as colônias
americanas.
Dentre as novas leis criadas, destacam-se as seguintes:
A Lei do Chá motivou a primeira revolta dos colonos, representada pela Boston Tea Party
(dezembro de 1773), ocasião em que navios da Companhia das Índias Orientais foram invadidos e
tiveram todo seu carregamento lançado ao mar. O governo inglês reagiu decretando as Leis
Intoleráveis (1774), pacote de medidas que determinava, entre outras coisas, o comando do
governo de Massachusetts a um representante inglês, o fechamento do Porto de Boston e o
pagamento de indenização pela carga jogada ao mar. Também houve a ocupação militar desse
estado com o aumento dos contingentes militares ingleses.
Além disso, o Ato de Quebec (1774) decretou o comando das regiões indígenas no centro-
oeste a cargo da autoridade inglesa no Canadá, a partir de Quebec, bem como o aumento da
extensão desse território até os rios Ohio e Mississipi. Esta última medida contrariava frontalmente
os interesses dos colonos, que começavam a expandir-se para o interior em busca de novas
alternativas de vida e de renda – comércio de peles, ocupação agrícola e manufatureira da região
centro-oeste americana.
Companhia das Índias Orientais: esta companhia de comércio inglesa, criada em 1600, não
deve ser confundida com as companhias de nome idêntico formadas na Holanda em 1602 e
na França em 1664. No contexto da Guerra dos Sete Anos, a companhia inglesa conseguiu suplantar
sua rival francesa no comércio com a rica província de Bengala, submetendo essa região em 1757. A
partir daí, estendeu seu domínio sobre a Índia, transformada em centro de operações para todo o
continente asiático. Por ocasião da Guerra dos Cipaios (1857), a companhia inglesa foi extinta.
Opondo-se frontalmente às Leis Intoleráveis, os colonos americanos reuniram-se no Primeiro
Congresso de Filadélfia, em 1774, no qual proclamaram a igualdade de direitos entre eles e os
ingleses da metrópole. O resultado foi a manutenção da lealdade à coroa inglesa, mas com
exigências da revogação das Leis Intoleráveis e do direito de representatividade dos colonos no
Parlamento inglês. Adotou-se boicote aos produtos ingleses como forma de pressão.
As tropas inglesas, tomando conhecimento de que os colonos estavam armazenando armas
em depósitos perto de Boston, resolveram prender os responsáveis e apoderar-se do armamento, o
que provocou pequenos choques armados, com a morte de alguns ingleses. Isto foi o estopim para
o início da Guerra da Independência.
A Guerra da Independência
Em abril de 1775, os colonos americanos resolveram reunir-se outra vez, apresentando agora
um novo caráter: a separação definitiva entre as colônias e a Inglaterra. O Segundo Congresso de
Filadélfia nomeou George Washington como comandante das forças americanas e Thomas
Jefferson ficou encarregado de redigir a Declaração de Independência, que também continha uma
Declaração dos Direitos Humanos. Esse documento foi promulgado e publicado em 4 de julho de
1776, tendo a colaboração de John Dickinson, Samuel Adams, Roger Sherman e outros.
A Guerra da Independência americana ou Revolução Americana estendeu-se de 1776 a 1781.
Inicialmente vitoriosos, os ingleses passaram a sofrer sucessivos reveses a partir da Batalha de
Saratoga, e sua derrota foi consumada na Batalha de Yorktown, em 1781. Na luta contra Inglaterra,
os colonos receberam apoio da França e da Espanha, potências europeias interessadas em diminuir
o poderio inglês e obter novos territórios ou recuperar os perdidos.
A independência dos EUA não marcou apenas o surgimento de mais uma nação, mas
assinalou o início do processo conhecido como crise do sistema colonial, que levou à independência
de territórios americanos em relação às suas metrópoles europeias, incluindo territórios espanhóis
e o Brasil, em 1822. Em todos os casos, a influência do Iluminismo, em geral, e nos EUA em particular,
foi marcante.