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AO MM.

JUÍZO DA ___ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO – TRF-2

MATEUS SANTOS DA SILVA, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na Ordem


dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo sob o nº 34.099, inscrito no CPF sob
o nº 160.599.097-36, portador do Título de Eleitor nº 034867721449, residente e
domiciliando à Rua do Matoso, 225, Rio Comprido, Rio de Janeiro – RJ, CEP 20270-134,
e-mail: mts.advcivel@gmail.com, vem, em causa própria, com fulcro no Art. 5º, LXXIII,
da Constituição Federal de 1988 e Arts. 1º e 2º, p. único, alíneas “b” e “c”, da Lei
4.717/65, propor a presente:

AÇÃO POPULAR
COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR

face a ato que afronta à moralidade administrativa, perpetrado pela banca de avaliação
ao ingresso no Mestrado em Direito da Faculdade Nacional de Direito, definida pelo
Edital 718/2021, composta pelos seguintes docentes:

1. Luciana Boiteux de Figueiredo Rodrigues (Presidente da Banca); e-mail:


lucianaboiteux@direito.ufrj.br;
2. Lilian Marcia Balmant Emerique, e-mail: lilianbalmant@direito.ufrj.br;
3. Eduardo Ribeiro Moreira, e-mail: eduardomoreira@direito.ufrj.br;
4. Juliana Neuenschwander Magalhães, e-mail: juliananeue@direito.ufrj.br;
5. Rodrigo de Lacerda Carelli; e-mail: rodrigocarelli@direito.ufrj.br; e
6. Fábio Perin Shecaira (suplente), e-mail: fabioperin@direito.ufrj.br.
sob a supervisão da coordenação do PPGD-UFRJ, pela qual respondem os docentes:

7. José Roberto Franco Xavier (Coordenador), e-mail: joseroberto@direito.ufrj.br e


8. Daniela Silva Fontoura de Barcellos (Vice-Coordenadora), e-mail:
danielabarcellos@direito.ufrj.br

todos servidores públicos federais, lotados na Faculdade Nacional de Direito, localizada


na Rua Moncorvo Filho, 8, Centro, Rio de Janeiro – RJ, CEP 20211-340, que agiram em
nome da:

9. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, autarquia federal de natureza


especial, inscrita no CNPJ sob o nº CNPJ nº 33.663.683/0001-16, localizada à Av. Pedro
Calmon, 550, Prédio da Reitoria, 2º andar, Cidade Universitária, Rio de Janeiro – RJ – CEP
21941-901.

DA ISENÇÃO DE CUSTAS

1. Conforme disposição da Constituição Federal de 1988, o Art. 5º, LXXIII, dispõe


que “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

2. Portanto, por disposição constitucional, isento o autor do recolhimento de custas


judiciais.

DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

3. Quanto a legitimidade ativa, também por disposição constitucional, conforme


Art. 5º, LXXIII, “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo (...) à moralidade administrativa (...)”.

4. Igualmente, o Art. 1º, da Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popular) dispõe o seguinte:
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a
declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, (...) de
entidades autárquicas, (...) e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas pelos cofres públicos.

5. Dessa forma, legítimo o autor popular para pleitear a anulação da seleção pública
do PPGD-UFRJ e figurar no polo ativo da demanda.

6. Quanto a legitimidade passiva OU ativa, compete à UNIVERSIDADE FEDERAL DO


RIO DE JANEIRO (UFRJ) decidir se integrará o polo ativo, como forma proteger e
responsabilizar os verdadeiros culpados do ato lesivo praticado em nome da
universidade, ou se juntará a eles no polo passivo da demanda.

7. Quanto a legitimidade passiva, legítimos a figurar no polo passivo os membros


da banca de seleção do PPGD-UFRJ, assim como a coordenação do PPGD-UFRJ,
supervisora do processo seletivo e a própria UFRJ, caso não entenda que não houve
ilegalidade cometida por seus membros.

DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

8. Conforme Art. 5º, caput, da Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popular), é competente
para processar e julgar a matéria ventilada na presente Ação Popular o juiz inserido no
local de origem do ato impugnado. Dessa forma, competente a Justiça Federal do Rio de
Janeiro para receber a presente demanda.

DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR

9. Nos termos que lecionam os Arts. 5º, LXXIII, da Constituição Federal de 1988 e
1º, da Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popular), todo cidadão é parte legítima para propor
Ação Popular que vise anular ato lesivo à moralidade administrativa.

10. Conforme Art. 2º, alíneas “b” e “c”, da mesma Lei, são nulos os atos lesivos ao
patrimônio das entidades nos casos de vício de forma e ilegalidade do objeto,
respectivamente. O parágrafo único do referido artigo de lei nos traz as seguintes
definições:

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão


as seguintes normas:

b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou


irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;

c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em


violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;

11. Tendo em vista o favorecimento de candidatos no referido programa de pós-


graduação, a ação popular torna-se instrumento hábil à desconstituição de todo o
processo seletivo, que nasceu viciado e foi tornando-se cada vez mais problemático com
o avançar das etapas. Além disso, a vedação de interposição de recursos pelos
candidatos a determinadas fases do processo seletivo o tornou ainda mais caótico,
tornando impossível a arguição de vícios ao processo seletivo pelo meio
administrativo.

12. Dessa forma, sendo evidente a afronta à moralidade administrativa por atos do
PPGD-UFRJ, a ação popular é indiscutivelmente cabível para anular a seleção pública,
eis que eivada de vícios estruturais desde a publicação do Edital 718/2021.

RESUMO FÁTICO

13. Antes de narrar os acontecimentos, o autor popular precisa deixar este MM.
Juízo ciente de que foi aluno da FND-UFRJ, atuando por anos frente à diretoria
administrativa do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) e, não raras as vezes,
angariando diversas desavenças – que claramente foram pessoalizadas – por defender
o interesse do alunado em detrimento do interesse do corpo docente.

14. Prevendo o veto político que teria, o autor escreveu ao fim de seu memorial
apresentado ao PPGD-UFRJ o seguinte:
Para sempre alguns me condenarão pelo que fiz, pelo que falei ou pela forma
como agi, no entanto, durmo em paz por saber que assim o fazem sem
conhecer a minha verdadeira história, percalços, motivos e essência, que aqui
se resumem brevemente em gênero de tinta e papel.
15. É tão evidente o veto político que, logo após a formatura do autor, quem assumiu
a diretoria administrativa do CACO foi o sr. Gabriel Guimarães Batista, que ficou em
último lugar entre os aprovados para ingresso no PPGD-UFRJ. Ou seja, só uma
desistência ou desclassificação em massa o colocaria dentro do programa, o que não
passou de uma forma “velada” de veto político.

16. Se os docentes tinham motivo suficiente para vetarem o autor popular do


Mestrado, o que era bastante previsível, tendo em vista sua vida acadêmica combativa
contra propostas docentes antidemocráticas e que oneravam demasiadamente a vida
do alunado, com essa ação certamente não haverá mais qualquer dúvida.

17. Há uma evidente e equivocada visão dentro do PPGD-UFRJ, que efetivamente


funciona como um “clubinho”, onde só entra quem for mais passivo às opiniões e
comandos de quem já está lá dentro. E isso serve tanto para candidatos ao mestrado e
doutorado, como para os docentes que desejam se credenciar junto ao PPGD-UFRJ.

18. Não por outro motivo os docentes excluídos do PPGD-UFRJ, que são muitos, se
organizam e tentam implementar novas linhas de pesquisa ou até mesmo um novo
programa de pós-graduação na Faculdade Nacional de Direito.

19. A autonomia universitária não se confunde e não deve ser confundida com os
desejos e objetivos pessoais que determinados docentes possuem frente à universidade
e aos princípios que regem a Administração Pública. Notadamente, essa confusão existe
de forma bastante escancarada no PPGD-UFRJ.

20. Feita essa breve contextualização, vamos aos fatos.

21. Em 14.09.2021, o Edital nº 718/UFRJ/2021, foi publicado no Boletim Oficial da


UFRJ, dando publicidade à abertura do processo seletivo para ingresso na Pós-
Graduação em Direito (Mestrado), para início no primeiro semestre de 2022. (ANEXO 1)

22. O referido edital previa três fases de avaliação: projeto, currículo e entrevista. E
em cada uma delas iremos destrinchar seus problemas que, apesar de escandalosos,
tanto a coordenação do PPGD-UFRJ, como a banca, quedou-se inerte quanto a correção
de tais vícios.

23. O primeiro problema foi de pronto constatado já na publicação do edital, que


não divulgou o BAREMA de avaliação das notas de currículo desde logo. De igual forma,
não houve previsão, tal como houve no Edital 604/2021 (doutorado), para recursos
quanto as notas dos currículos. De pronto temos que o tratamento dispensado aos
candidatos ao mestrado é bem diferente do dispensado aos candidatos ao doutorado,
e sem qualquer motivo determinante.

24. As inscrições, conforme Ponto 8 do Edital (cronograma), se encerravam no dia


05.10.2021 (terça-feira). No entanto, houve um problema técnico que impediu alguns
candidatos de enviar seus projetos para o e-mail fornecido pela coordenação do curso e,
por isso, as inscrições foram prorrogadas até o dia 08.10.2021 (sexta-feira). (ANEXO 2)

25. E logo aqui temos o segundo problema, pois o resultado preliminar das
inscrições (ANEXO 3), de 15.10.2021, constava todos os pedidos de inscrição como
deferidos.

26. No entanto, o resultado definitivo das inscrições (ANEXO 4), de 22.10.2021,


passou a constar 3 (três) novos candidatos, dois deferidos e um indeferido, candidatos
estes que nunca constaram no resultado preliminar das inscrições como indeferidos,
ferindo a publicidade que deveria reger o processo seletivo público.

27. O terceiro problema surge exatamente com a divulgação das notas dos
currículos dos candidatos (ANEXO 5 – Planila 1: feito pelo autor popular, pois o
documento original foi excluído do site oficial do PPGD), momento em que a banca,
então, disponibiliza o BAREMA (ANEXO 6) utilizado para pontuação dos currículos.
Notadamente, a banca não respeitou a norma contida no próprio Edital. Vejamos:

3.2.1. (...)

b) Currículo Lattes cadastrado (http://lattes.cnpq.br), atualizado e


devidamente documentado com as respectivas comprovações;
(...)

4.2.1 A avaliação curricular será realizada pela Comissão de Seleção e destina-


se à determinação da pontuação do Currículo Lattes, que será convertida, ao
final, em nota de zero (0,0) a dez (10,0).

4.2.4 A análise do currículo seguirá os seguintes critérios, a partir de


documentação juntada no ato de inscrição com índice indicando as páginas
do Pdf na qual cada item a ser pontuado esteja localizado:

4.2.8 Somente serão pontuadas as atividades curriculares indicadas no


índice apresentado, com indicação da respectiva página no Pdf.

28. Ou seja, os candidatos deveriam comprovar tudo aquilo que estava disposto em
seu currículo lattes, independente de pontuação ou não no processo seletivo.

29. No entanto, aquilo que pontuasse no processo seletivo, segundo as normas do


edital, o candidato deveria indicar através de índice onde se encontravam os
documentos comprobatórios.

30. Evidentemente, a Banca permitiu e pontuou alguns candidatos cujas


comprovações não constam no lattes, mas que estavam documentadas no PDF
enviado ao PPGD.

31. E não se diga que “os candidatos não fizeram nada”, pois a verdade é que o edital
expressamente vedava que os candidatos fizessem alguma coisa, pois o item 6.3 do
edital dizia claramente que “Não caberá recurso quanto a nota de currículo.”

32. Ocorre que a atitude adotada pela banca amplamente fere o edital, que permitiu
e pontuou atividades não previstas no currículo lattes de diversos candidatos.

33. Ora, tratando-se de uma seleção pública, em que o critério utilizado é a avaliação
de comprovantes enviados pelos candidatos a fim de comprovar o conteúdo constante
em um currículo público (o Lattes) como parâmetro de pontuação, todos os candidatos
deveriam ser capazes de concluir qual seria a pontuação de seus concorrentes através
da simples análise do currículo lattes ao confrontá-lo com o BAREMA publicado pela
banca. Não foi o que ocorreu.
34. A Banca, ao que parece, tentou retificar algumas notas erradas. Sem sucesso,
pois essa retificação tornou o processo seletivo ainda mais caótico, pois o aberrante
favorecimento indevido por parte de alguns candidatos se manteve. (ANEXO 7)

35. Os itens II e IV do BAREMA, com 1 (um) ponto cada, são destinados à atividade
estritamente docentes. Por óbvio, nenhum recém formado ou formando poderia
pontuar nessas categorias.

36. No entanto, alguns candidatos, até mesmo sem graduação completa, tiveram
notas acima de 8 (oito) – o que seria impossível –, o que comprova o claro
favorecimento da Banca a determinados candidatos, sendo alguns alunos da própria
Faculdade Nacional de Direito.

37. Isto posto, é certo que a admissão indevida de pessoas no programa de Mestrado
afronta à moralidade administrativa e princípios basilares como o da isonomia,
impessoalidade, publicidade e honestidade.

38. De todos os inscritos, 64 (sessenta e quatro) tiveram o projeto aprovado para


seguir no certame. Com as notas dos currículos atribuídas de acordo com a avaliação
equivocada do PPGD-UFRJ, 12 (doze) candidatos foram desclassificados, tendo em vista
que, ainda que pudessem tirar nota 10 (dez) na fase de entrevista, não conseguiriam
obter a nota mínima final de aprovação: 7 (sete).

39. Ocorre que, conforme alegado, diversos candidatos foram pontuados sem
possuir a devida comprovação de seus títulos inclusas no currículo lattes, inclusive,
candidatos que possuem seu currículo lattes VAZIO.

40. Para que fique comprovado tudo que está sendo alegado, juntamos em anexo o
currículo lattes dos candidatos favorecidos e o BAREMA publicado pelo PPGD-UFRJ
pontuado de acordo com o que efetivamente consta no currículo desses candidatos,
mostrando os equívocos cometidos pela banca do processo seletivo, que
escancaradamente favoreceu candidatos. (ANEXO 8)
41. Alguns casos são mais estarrecedores do que outros, mas deixaremos para
explicitá-los melhor no pedido liminar, comprovando a este MM. Juízo o escárnio que
se tornou o processo seletivo do PPGD-UFRJ e as razões para o deferimento da tutela.

42. O quarto problema ocorre já na fase de entrevistas, iniciada no dia 22.11.2021 e


encerrada no dia 24.11.2021. Diversos candidatos contaram com um arranjo diferente
da banca na etapa das entrevistas. O autor popular, por exemplo, teve apenas 4 (quatro)
dos 5 (cinco) titulares presentes em sua arguição, sem a presença do suplente.

43. Para provar isso, o acesso às gravações das entrevistas deveria ter sido concedido
ao autor popular quando fez o requerimento por e-mail ao PPGD-UFRJ em 29.11.2021,
que sequer teve a coragem de acusar o recebimento do e-mail.

44. Portanto, o dever de isonomia que deveria ser dispensada aos candidatos do
processo seletivo restou afrontado, tendo em vista que cada candidato teve em sua
arguição um número diverso daquele disposto no edital para arguição na fase de
entrevistas.

45. Divulgado o resultado final do processo seletivo (ANEXO 9), diversos são os
candidatos que deveriam ter sido reprovados já na fase de currículo e foram aprovados,
assim como diversos foram aprovados e muito bem colocados, com o claro
favorecimento dado pela banca às notas de currículo de alguns.

46. No ANEXO 9, tomamos a liberdade de destacar em verde: os aprovados


favorecidos com nota de currículo, mas que não seriam reprovados; e em vermelho: os
candidatos aprovados e igualmente favorecidos, mas que deveriam ter sido eliminados
na fase de currículos.

47. Em 29.11.2021, o autor popular requereu por e-mail ao PPGD-UFRJ o acesso ao


DOCUMENTO 2 (currículo lattes, comprovantes e memorial) enviado pelos candidatos,
bem como acesso aos vídeos das entrevistas de todos os candidatos, com base nos arts.
6º, 8º e 21, da Lei 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação). (ANEXO 10)
48. No entanto, o autor teve seu e-mail absolutamente ignorado, tendo em vista
que os funcionários que trabalham no PPGD-UFRJ, a Sra. Jaqueline Sérgio e o Sr.
Leonardo Monteiro, não tiveram sequer a capacidade de acusar o recebimento do e-
mail. E não seria surpresa que tenham ignorado o e-mail por ordem da Coordenação do
próprio PPGD-UFRJ.

49. Isto posto, têm-se violada não só a Lei 12.527/11, como o Art. 3º, II, da Lei
9.784/99 e o Art. 5º, XIV, XXXIII, LX e 37, caput, da Constituição Federal de 1988, uma
vez que afrontado de forma dolosa o direito de acesso à informação do autor popular,
que também era candidato no processo seletivo.

50. A publicidade é um problema sério e de longa data da Faculdade Nacional de


Direito. É a segunda vez em um mesmo ano em que um pedido de envio de
documentos de um certamente público e de divulgação de vídeos de arguição é
amplamente negado por uma banca de seleção da FND e precisa ser judicializado para
que os concorrentes no certamente possam vir a ter um direito constitucional
atendido.

51. Grave, sintomática e vergonhosa a postura adotada pela Faculdade Nacional de


Direito da UFRJ.

52. A primeira situação ocorreu na hipótese do Edital 953/2019, especificamente no


concurso de Teoria Geral do Estado (TGE), ocorrido entre os dias 02.08.2021 e 11.08.2021,
sendo os vídeos da arguição divulgados apenas em 24.08.2021, após ter sido necessário
o deferimento da medida liminar no Mandado de Segurança nº 5090510-
67.2021.4.02.5101 perante este e. TRF-2, impetrado por dois candidatos ao concurso de
TGE. (ANEXO 11)

53. Isto posto, fica evidente que, assim como no concurso de TGE a banca
deliberadamente ignorou o pedido de acesso à informação dos candidatos, o mesmo
ocorre com a banca do processo seletivo do Mestrado do PPGD-UFRJ. A falta de
compromisso com direitos constitucionais básicos é evidente na maior faculdade de
Direito do país, e isso envergonha, e muito.
54. Findo o processo seletivo, só resta desconstituí-lo em sua totalidade, tendo em
vista os graves vícios que afrontam à moralidade administrativa e os princípios que
deveriam reger todo e qualquer certame público minimamente sério e probo.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

55. Conforme relatado, em 29.11.2021 o autor popular requereu acesso ao


ARQUIVO 2 (currículo lattes, comprovantes e memorial) enviado pelos candidatos ao
PPGD-UFRJ e acesso aos vídeos das entrevistas de todos os candidatos ao PPGD-UFRJ,
com base nos arts. 6º, 8º e 21, da Lei 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação).

56. No entanto, o autor teve seu pedido amplamente ignorado, o que está
devidamente comprovado no ANEXO 10.

57. De acordo com o ANEXO 8 deste processo, candidatos tiveram escancarado


favorecimento por parte da banca do processo seletivo de Mestrado do PPGD-UFRJ na
fase de currículos, e abaixo pormenorizamos alguns dos diversos motivos:

57.1. Candidatos que não possuem graduação e foram pontuados no currículo com
notas acima do possível (8 – oito):

a. DANILO SARDINHA MARCOLINO: O candidato sequer possui a graduação


completa e foi pontuado com nota 10.

b. ELIS REGINA ARÉVALOS SOARES: A candidata igualmente não possui


graduação completa e foi pontuada com nota 10.

c. GUSTAVO CARDOSO SILVA: O candidato não possui graduação completa


e foi pontuado com nota 9.

d. NATÁLIA SOPRANI VALENTE MUNIZ: A candidata também ainda não é


graduada em Direito e foi pontuada com nota 9.
57.2. Candidatos recém-formados que igualmente não poderiam ter notas acima do
possível (8 – oito) no currículo:

a. DAVID FERNANDEL ELGARTEN ROCHA: Ao que consta no lattes, o


candidato se formou neste ano (2021) e foi pontuado com nota 9.

57.3. Candidatos que possuem currículo lattes VAZIO ou MUITO DISCREPANTES em


relação aos pontos atribuídos pela banca e o conteúdo do currículo lattes:

a. ADLER MORAIS COSTA: Pontuado com 3 pela banca, possui somente a


comprovação de 0,5 desses pontos.

b. AMANDA DOS SANTOS GUTERRES ALVES: A candidata foi pontuada com


nota 7,75 pela banca, mas possui apenas a comprovação de 0,75 de sua
nota contida no lattes.

c. ANA CLARA RODRIGUES DA COSTA SILVA: Pontuada com 2 pontos pela


banca, não possui nenhuma comprovação em seu lattes.

d. ANDRÉA ROCHA DOS SANTOS: Pontuada com pontos, possui a


comprovação de apenas 2,25 pontos em seu currículo lattes;

e. ANTÔNIO LUIZ FAGUNDES MEIRELLES JÚNIOR: Pontuado com 5,65


pontos, possui apenas a comprovação de 5 pontos.

f. BEATRIZ SOUSA RIBEIRO LUSO CALADO: Pontuada com 6,30 pontos,


possui a comprovação de apenas 4 pontos.

g. BRENO MATHEUS BARROZO DE MIRANDA: Pontuado com nota 5,5 pela


banca, possui somente a comprovação de 1 ponto em seu lattes.

h. CAMILLA CAVALCANTI RODRIGUES CABRAL: Pontuada com 10 pontos,


não possui comprovação dos itens II e IV do BAREMA em seu currículo
lattes, tornando impossível tal nota.

i. CAROLINA DE CASTRO MIRANDA: Pontuada com 6,30 pela banca, possui


apenas a comprovação de 3 pontos em seu currículo lattes.

j. CAROLLINE VASCONCELLOS PEREIRA: Pontuada com 6,5 pontos, possui


apenas a comprovação de 4,5 pontos.
k. ÉRIKA SILVANA SAQUETTI MARTINS: Pontuada com 10 pontos pela
banca, não possui a comprovação do item II em seu lattes, bem como de
diversos outros requisitos que justificariam a nota máxima.

l. FILIPA DE MARTINS HENRIQUES: Pontuada com 3 pontos, possui apenas


a comprovação de 1 ponto em seu currículo lattes.

m. FRANCYELLE MOREIRA FREITAS: Pontuada com 4 pontos, possui apenas


a comprovação de 3,5 pontos.

n. FHYLIPE NASCIMENTO DE MORAIS: Pontuado com 6 pontos, possui


comprovação de 4,25 pontos em seu lattes.

o. GABRIEL DUQUE ESTRADA: Pontuado com 5,25 pontos, possui apenas


3,5 pontos comprovados em seu currículo lattes.

p. GABRIELA BRANDÃO FIGUEIRA CORRÊA: Pontuada com 4,25 pontos,


possui apenas comprovação de 3,75 pontos em seu lattes.

q. GABRIELLE DE SOUSA SILVA: Pontuada com 4,25 pontos pela banca,


possui somente a comprovação de 0,5 ponto no seu currículo lattes.

r. IAMÊ BARATA GOMES: Pontuada com 6 pontos pela banca, possui


apenas a comprovação de 2 pontos.

s. ISABELLA PILAR GIMENES CUNHA: Pontuada com 4 pontos, possui


somente a comprovação de 0,5 ponto em seu lattes.

t. JORGE ANTÔNIO MARTINS FILHO: Pontuado com 6,75 pontos, possui a


comprovação de apenas 5,5 pontos em seu currículo lattes.

u. JULIANA MARMELLO DA SILVA: Pontuada com 6,5 pontos pela banca,


possui somente a comprovação de 4,75 pontos.

v. LUISA CAMINHA GOMES DE ARAÚJO: Pontuada com 5,25 pontos pela


banca, possui a comprovação de apenas 2,5 pontos em seu lattes.

w. LUIZ OTÁVIO SALES DAMASCENO: Pontuado com 5,50 pontos, possui a


comprovação de apenas 4 pontos em seu lattes.

x. LUIZZA MILCZANOWSKI JULIANELLI MENDES: Pontuada com 6 pontos


pela banca, possui a comprovação de 4 desses pontos.
y. MARY ANNE PEDRO FERREIRA: Pontuada com 4,25 pontos pela banca,
possui a comprovação de 2,25 desses pontos.

z. NAEL NERI DE SOUZA JÚNIOR: Pontuado com 9 pontos, possui a


comprovação de apenas 8 pontos em seu currículo lattes.

aa. NATÁLIA BARBOSA VIANA: Pontuada com 6,25 pontos, possui a


comprovação de apenas 5 pontos em seu currículo lattes.

bb. NATÁLIA VON RONDOW: Pontuada com 8 pontos pela banca, possui a
comprovação de apenas 4 desses pontos.

cc. NAYARA FALCÃO: Pontuada com 4 pontos, possui apenas a comprovação


de 2 pontos em seu currículo lattes.

dd. NICOLLY DA SILVA BARBOSA: Pontuada com nota 7,5 pela banca, possui
comprovação de 4,25 pontos no seu currículo lattes.

ee. STELLA MENDES DE CASTRO REIS: Pontuada com nota 8 pela banca,
possui a comprovação de 4,75 pontos no seu currículo lattes.

ff. VANESSA DE CARVALHO SCHUERZ: Pontuada com 5,25 pontos pela


banca, possui comprovação de apenas 1 ponto em seu lattes.

58. Dessa forma, conclui-se que não poderiam os candidatos acima terem atingindo
tal nota na fase de currículos, sendo que os documentos requeridos pelo edital do PPGD-
UFRJ servem exatamente para comprovar aquilo que está contido no currículo lattes.

59. Isto posto, igualmente conclui-se evidentemente que a banca de seleção ignorou
o conteúdo do lattes dos candidatos, sequer tendo se dado ao trabalho de verificar a
veracidade das informações apresentadas no ARQUIVO 2 enviado ao PPGD-UFRJ.

60. Não é possível a pontuação do currículo lattes sem a devida comprovação, da


mesma forma que não é possível a comprovação para fins de pontuação de algo que
não consta no currículo lattes dos candidatos. A banca de seleção do PPGD-UFRJ, no
entanto, pensa diferente e infringiu deliberadamente o próprio edital.
61. De acordo com a pontuação equivocada dispensada aos candidatos na fase de
currículos pela banca do PPGD-UFRJ, 12 (doze) candidatos foram eliminados. Isso
porque a banca claramente avaliou apenas os documentos comprobatórios sem
observar o disposto no currículo lattes dos candidatos, infringindo o edital e tornando
o processo totalmente obscurantista. (cf. ANEXO 5)

62. No entanto, de acordo com a nota que deveria ter sido atribuída aos candidatos,
de acordo com aquilo que possuem em seus currículos lattes e supondo que tivessem
devidamente comprovado tudo que lá constava, ao menos 24 (vinte) candidatos
deveriam ter sido eliminados na fase de currículos. (ANEXO 12 – PLANILHA 3, vide
também ANEXO 8)

63. É óbvio o favorecimento de candidatos no referido processo seletivo do PPGD-


UFRJ, tendo em vista que até mesmo alunos que sequer possuem graduação completa
atingiram notas muito acima do que seria permitido pelo BAREMA.

64. Isto posto, tem-se caracterizado o requisito do fumus boni iuris para concessão
da medida liminar ora pleiteada.

65. Quanto ao periculum in mora, ele se opera de diversas formas no caso em tela.

66. Primeiro, porque a aprovação de candidatos que deveriam ter sido eliminados
já na fase de currículos prejudicou outros candidatos, inclusive o autor popular, de ter
obtido melhor classificação dentro do número de 21 (vinte e uma) vagas de ampla
concorrência no referido programa de pós-graduação.

67. Segundo, porque na iminência de qualquer possibilidade de qualquer tipo de


bolsa, eventualmente um dos que deveriam ter sido desclassificados poderia se
beneficiar, o que seria evidente dano ao erário, uma vez que o candidato indevidamente
aprovado estaria ocupando uma vaga não-legítima no PPGD-UFRJ.
68. Terceiro, porque o processo não deveria ter avançado sem que a banca
atribuísse corretamente as notas dos currículos dos candidatos. E mesmo sabendo que
as notas estavam erradas, a banca se manteve firme no erro.

69. A que preço a banca pretendia manter a sua “credibilidade” ao não admitir
tantos erros na condução do certame? Pois o que não fizeram administrativamente
quando tiveram a chance de fazer, certamente também alertados pela representação
discente do próprio PPGD-UFRJ, agora virou alvo de processo judicial público.

70. Quarto, o processo não poderia igualmente avançar sem que a banca resolvesse
a questão do BAREMA, que teve publicação extemporânea e em pleno decorrer do
processo seletivo, não só prejudicando candidatos como também agravando o
favorecimento de outros, amplamente violando a vinculação ao instrumento
convocatório, a isonomia, boa-fé e a moralidade.

71. Portanto, presentes os requisitos autorizadores da tutela de urgência, conforme


Art. 300, do Código de Processo Civil. Ainda, há documentação suficiente para que este
MM. Juízo conceda a tutela na forma do Art. 311, do Código de Processo Civil, o que se
requer subsidiariamente.

72. Para qualquer dos casos, o Art. 5º, § 4º, da Lei 4.717/65 autoriza a concessão da
medida liminar pleiteada, suspendendo o ato lesivo à moralidade administrativa e,
por consequência, impedindo que novos atos sejam praticados. Vejamos:

Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer


da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao
Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.

§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato


lesivo impugnado.

73. Dessa forma, se vale o autor popular do requerimento de medida liminar para:

a. Que PPGD-UFRJ envie os documentos requeridos pelo autor popular ao


seu e-mail em até 24 (vinte e quatro horas) após a intimação, sob pena
de multa cominatória;
b. Que o PPGD-UFRJ disponibilize em seu site oficial os vídeos das
entrevistas de todos os candidatos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
a contar da ciência da intimação, sob pena de multa cominatória;

c. Impedir a continuidade das demais etapas do processo seletivo


extremamente viciado do PPGD-UFRJ, como os atos de matrícula e
inscrição em disciplinas, tendo em vista as grandes máculas que
permeiam o processo seletivo;

d. Requerer que a Faculdade Nacional de Direito se abstenha de não


fornecer acesso às informações públicas, requeridas por candidatos ou
não aos certames públicos, tendo em vista que tal prática viola o Art. 5º,
XIV e XXXIII, da Constituição Federal de 1988 e os Arts. 6º, 8º e 21, da Lei
12.527/11 (Lei de Acesso à Informação).

DOS INDÍCIOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

74. Cientes dos erros das notas, os membros da banca decidiram manter o processo
seletivo tal como estava, “consertando” algumas notas (para mais errado ainda) e,
conforme relatado, categoricamente favorecendo determinados candidatos. Dessa
forma, tem-se que a conduta relatada constitui afronta ao Art. 11, IV e V, da Lei
8.429/92, incorrendo em improbidade administrativa. Vejamos:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os
deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada
por uma das seguintes condutas:

IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua


imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou de outras
hipóteses instituídas em lei;

V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso


público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à
obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros;

75. Muito embora não seja objeto da Ação Popular a verificação de improbidade
administrativa dos réus, necessário se faz a existência de tal capítulo, principalmente
para que o Ministério Público Federal deflagre a investigação que determinar cabível,
tendo em vista o disposto no Art. 7º e 22, da Lei 8.429/92:
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer
dos fatos representará ao Ministério Público competente, para as
providências necessárias.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público,
de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante
representação formulada de acordo com o disposto no art. 14 desta Lei,
poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado
e requisitar a instauração de inquérito policial.

76. Ainda, devido os indícios de improbidade ora ventilados, a presente ação popular
apresenta objetivamente todas as datas de cada ato lesivo à moralidade administrativa
e aos princípios da administração pública cometidos pelo PPGD-UFRJ no processo
seletivo referente ao Edital 718/2021.

77. De igual forma, serve-se para resguardar o direito que possui o Parquet em
promover a investigação que determinar cabível, com o maior prazo possível, tendo em
vista alguns obstáculos colocados pela nova lei, como a suspensão do prazo prescricional
a 180 (cento e oitenta) dias corridos, o que evidentemente pode vir a prejudicar a devida
apuração dos fatos, caso haja complexidades maiores no decorrer da investigação.

Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve
em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de
infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.

§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para


apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso do prazo
prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos,
recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o
processo, esgotado o prazo de suspensão.

§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído


no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corridos, prorrogável
uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado submetido à
revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a
respectiva lei orgânica.

78. Inclusive, tal como ocorreu no processo seletivo do Mestrado (Edital 718/2021),
o autor não duvida que o mesmo tenha ocorrido no processo seletivo do doutorado
(Edital 604/2021).
79. Isto posto, o autor popular informa ao Ministério Público Federal acerca de tais
indícios de improbidade administrativa, a fim de resguardar melhor investigação dos fatos
que acredita ter ocorrido de forma dolosa por determinados membros do PPGD-UFRJ.

DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer o autor popular:

80. Que seja concedida a medida liminar requerida de forma inaudita altera parte,
nos termos do Art. 300 ou 311, do Código de Processo Civil e do Art. 5º, § 4º, da Lei
4.717/65 (Lei da Ação Popular), conforme melhor apuração deste MM. Juízo, para
determinar:

a. Que PPGD-UFRJ envie o ARQUIVO 2 de todos os candidatos ao e-mail do


autor, conforme requerido, no prazo de 24h (vinte e quatro) horas, sob
pena de multa cominatória;

b. Que o PPGD-UFRJ dê a devida publicidade às entrevistas realizadas pelos


candidatos, dispondo link de acesso em sua página oficial para público
acesso aos vídeos das entrevistas, no prazo de 24h (vinte e quatro) horas,
sob pena de multa cominatória;

c. A suspensão dos demais atos previstos no cronograma do Edital 718/2021,


como matrícula e inscrição em disciplinas, tendo em vista os atos lesivos à
moralidade administrativa provocados pelo PPGD-UFRJ ao violar o
instrumento convocatório, à isonomia e a boa-fé, sob pena de multa
cominatória e de responsabilização nas searas civil, criminal e
administrativa dos responsáveis por descumprir a ordem judicial.

d. Que a Faculdade Nacional de Direito se abstenha de não fornecer acesso


às informações públicas, requeridas por candidatos ou não aos certames
públicos, tendo em vista que tal prática viola os Arts. 5º, XIV, XXXIII, LX e 37,
caput, da Constituição Federal de 1988 e os Arts. 6º, 8º e 21, da Lei
12.527/11 (Lei de Acesso à Informação) e o Art. 3º, II, da Lei 9.784/99.
81. A confirmação da liminar, nos termos em que foi requerida;

82. A citação e intimação da UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, por meio


da Coordenação de Relações Institucionais e Articulações com a Sociedade (CORIN),
órgão vinculado ao Gabinete da Reitoria, a ser realizada na Av. Pedro Calmon, 550 –
Edifício Jorge Machado Moreira (Prédio da Reitoria), 2º andar, Cidade Universitária, Rio
de Janeiro – RJ, CEP 21941-901;

83. Tendo em vista que o autor não possui a qualificação completa dos servidores
arrolados no processo, na forma do Art. 319, § 1º, do Código de Processo Civil, requer o
que este MM. Juízo determine que a própria UFRJ forneça os dados completos de seus
servidores ou qualquer outro meio que entender ser menos oneroso para obtenção
desses dados;

84. A citação e intimação dos servidores por meio dos seus respectivos e-mails
institucionais, conforme autoriza o Art. 246, do Código de Processo Civil;

85. O envio de Ofício comunicando o inteiro teor da presente ação popular ao


CONSELHO DE PESQUISA E ENSINO PARA GRADUADOS, órgão da Pró-Reitoria de Pós-
Graduação e Pesquisa da UFRJ (PR-2), tendo em vista ser o órgão deliberativo
responsável pelas diretrizes didáticas e pedagógicas dos cursos de pós-graduação da
UFRJ, localizado na Rua Papoulas, s/nº, Bl.04, Cidade Universitária, Rio de Janeiro- RJ,
CEP: 21941-804, e-mail: gabinetepr2@pr2.ufrj.br;

86. A intimação do Ministério Público Federal, para que atue como fiscal da lei e da
ordem jurídica no presente feito e, tendo ciência do conteúdo alegado nesta ação,
deflagre o procedimento preparatório para investigar aquilo que achar cabível quanto à
improbidade administrativa.

87. A juntada dos documentos anexos ao processo judicial e os documentos surgidas


após o peticionamento desta ação popular, principalmente aquelas que demandam de
fornecimento do PPGD-UFRJ ao autor popular, requeridos através da medida liminar;
88. A anulação total do certame previsto no Edital 718/2021, referente ao
Mestrado em Direito do PPGD-UFRJ, por ter amplamente violado o instrumento
convocatório e à moralidade administrativa.

89. A condenação dos réus em custas e honorários advocatícios, na forma da lei.

90. Que todas intimações, publicações e demais atos processuais referentes ao autor
popular sejam realizados exclusivamente em nome de MATEUS SANTOS DA SILVA,
OAB-ES 34.099, sob pena de nulidade.

Pugna o autor por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial à


produção de prova documental; documental suplementar; audiovisual; e testemunhal, a fim
de que restem incontroversos os fatos narrados na presente ação popular.

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 01 de dezembro de 2021.

____________________________
MATEUS SANTOS DA SILVA
OAB 34.099/ES

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