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Lâmina 1
Vídeo
FOCO EM COMPETÊNCIAS
Disciplina planejada de forma a desenvolver as competências específicas da disciplina e
do curso.
MOBILIDADE
Conteúdos com pleno acesso em quaisquer dispositivos móveis – telefones celulares
e tablets (design responsivo).
QUALIDADE FGV
As disciplinas on-line da FGV são conhecidas pelos:
professores altamente qualificados e renomados no mercado;
conteúdos chancelados academicamente pelas Escolas da FGV e adequados à proposta
pedagógica dos cursos.
vídeos;
textos;
áudios;
imagens e gráficos;
materiais complementares para o aprofundamento no conteúdo.
ÊNFASE EM VIDEOAULAS
As videoaulas das disciplinas on-line propiciam:
análises críticas, relatos pessoais de experiências, demonstrações de gráficos ou cálculos
e comentários avaliativos com mais eficiência;
estabelecimento da proximidade na relação entre professor e aluno;
manutenção da atenção do aluno – mais conteúdo relevante em pouco tempo.
Lâmina 2
DIREITO ELEITORAL
A Série Conceitos da FGV Direito Rio pretende
trazer algumas noções sobre institutos elementares
do Direito Eleitoral para que, a partir deles, você
possa direcionar a sua pesquisa.
O Direito Eleitoral é um ramo do Direito Público que vem ganhando relevância
acadêmica nos últimos anos em virtude da intensa judicialização dos processos
eleitorais.
COMPETÊNCIAS
Conheça as competências que você deverá desenvolver ao longo deste objeto de
aprendizagem:
BIBLIOGRAFIA
A seguir, você pode acessar a bibliografia recomendada pela professora deste objeto de
aprendizagem.
BIBLIOGRAFIA
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. São Paulo: Atlas, 2018.
A obra traz uma abordagem teórica acerca do tema, sem desprezar os aspectos práticos,
conferindo racionalidade e funcionalidade aos institutos do Direito Eleitoral.
ZILIO, Rodrigo Lopes. Direito Eleitoral. São Paulo: Verbo Jurídico, 2018.
A obra abrange um vasto espectro dos institutos do Direito Eleitoral, abordando
aspectos teóricos e práticos com atualizações constantes.
Unidade 1
INELEGIBILIDADE
Inelegibilidades são critérios que podem barrar o
acesso de cidadãos ao processo eleitoral. A Lei da
Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010), alterando a Lei
Complementar nº 64/1990, inaugurou um novo cenário de
inelegibilidades no Brasil. No entanto, trouxe consigo
uma série de questionamentos.
Nesta unidade, enumeraremos algumas dessas controvérsias e indicaremos caminhos
para você saber o que está em discussão e o que o TSE e o STF vêm decidindo sobre o
tema.
OBJETIVOS
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:
Lâmina 4
Absoluta:
Eleições em geral
Relativa:
Mandato determinado
A inelegibilidade reflexa é aquela prevista nas hipóteses do art. 14 §7° da CF. A norma
estabelece que são inelegíveis: o cônjuge; parentes consanguíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção...
Assim como inelegibilidade em geral, a de cônjuges e parentes de prefeitos,
governadores de estado, presidente da república, constitui impedimento ao exercício da
capacidade eleitoral passiva, isto é, a candidatura a mandato eletivo.
A interpretação desse dispositivo constitucional, no que diz respeito ao cônjuge, evoluiu
para abranger outras situações não previstas expressamente, casamento eclesiástivo,
concubinato, união estável, casamento. A companheira de um governador de estado, por
exemplo, não pode se candidatar a qualquer cargo neste mesmo estado enquanto seu
companheiro estiver no cargo.
Lei da Ficha Limpa é o nome que popularizou a Lei Complementar 135/2010, que
alterou profundamente alguns dispositivos da lei complementar 64 para incluir novas
espécies de obstáculos a candidaturas, a lei foi fruto de iniciativa popular idealizada em
um movimento amplo...
Questão:
Prefeitos que tenham as suas contas rejeitadas pelo TCE, mas aprovadas pelas Câmaras
de Vereadores, podem candidatar-se?
Essa questão envolve a interpretação do art. 1º, inciso I, da Lei Complementar nº 64, de
1990.
Resposta:
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (10) que candidatos a prefeito que
tiveram contas rejeitadas somente pelos tribunais de Contas estaduais podem concorrer
às eleições de outubro. De acordo com o entendimento firmado pela Corte, os
candidatos só podem ser barrados pela Lei da Ficha Limpa se tiverem as contas
reprovadas pelas câmaras municipais
No julgamento, por 6 votos a 5, a maioria dos ministros entendeu que a decisão dos
tribunais que desaprova as contas do governo deve ser tratada apenas como um parecer
prévio, que deve ser apreciado pelos vereadores. Para os ministros, o Legislativo local
tem a palavra final sobre a decisão que rejeita ou aprova as contas. Dessa forma,
somente após decisão desfavorável dos vereadores, um candidato pode ser impedido de
concorrer às eleições.
A Lei da Ficha Limpa diz que as pessoas que tiverem as contas relativas ao exercício de
cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável ficam inelegíveis por
oito anos a partir da decisão.
“Não me parece razoável a tese em que alguém possa dizer que, comprovadamente, o
prefeito desviou dinheiro, mas a Câmara Municipal, politicamente, como ele tem
maioria, achou que está bem assim. ”, disse Barroso.
A questão chegou ao Supremo por meio de um recurso apresentado por José Rocha
Neto, candidato a deputado estadual em 2014. A candidatura dele foi barrada por ter as
contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Ceará no período em que foi prefeito de
Horizonte, no Ceará. Após a desaprovação, a Câmara Municipal não seguiu o parecer
do tribunal e aprovou as contas.
Pessoas que tenham sido condenadas por atos de improbidade administrativa por dano
ao erário, e não por enriquecimento ilícito, estão inelegíveis?
Para responder a essa questão, deve ser levado em consideração o valor da conjunção
“e” no inciso do art. 1º, inciso I, da Lei Complementar nº 64, de 1990, que pode ser
interpretada como aditiva ou alternativa.
LEITURA
Leia o texto a seguir, que esclarece o tema da improbidade administrativa.
PARCERIA DE CONTEÚDO
Pesquisadores de variadas expertises se unem para, com independência, conciliar a
agenda acadêmica com a velocidade da imprensa no debate da conjuntura política
nacional.
Curioso notar que foi também uma classe gramatical que alimentou a
controvérsia em torno da inelegibilidade não decretada no processo de
impeachment da ex-Presidente Dilma. Naquela oportunidade o
Senado preferiu desprezar o valor da preposição “com” presente no §
4º do artigo 52 da Constituição, e considerar que a perda do cargo e a
suspensão dos direitos políticos podem subsistir um sem o outro.
O Presidente Jair Bolsonaro tem três filhos e todos são políticos com cargos eletivos. Os
filhos poderão participar das eleições municipais, disputando alguma prefeitura? Essa
pergunta refere-se ao que chamamos de inelegibilidade reflexa (art. da CR).
Para ver um caso em que esse tema foi enfrentado, leia o texto a seguir.
VAMOS PRATICAR?
O ex-presidente Lula não pôde disputar as eleições de 2018 porque foi considerado
inelegível. Você sabe dizer qual foi a causa da sua inelegibilidade?
Minha resposta: O que deixou Lula inelegível em 2018 foi sua condenação em 2º grau
no caso do triplex do Guarujá.
O ex-presidente Lula não disputou as eleições porque tinha contra si uma condenação
criminal proferida por órgão colegiado, o TRF4, que confirmou, em grau e apelação, a
sentença condenatória de primeira instância.
Lâmina 5
UNIDADE 2
INFRAÇÕES ELEITORAIS:
ABUSO DE PODER POLÍTICO
E ECONÔMICO
Algumas práticas são consideradas nocivas ao
processo eleitoral e podem levar à cassação do
registro do candidato. Caso o candidato tenha sido
eleito, cassa-se o seu diploma, o que equivale a
cassar o seu mandato.
Nas eleições de 2014, o Brasil vivenciou uma discussão vigorosa em torno do abuso de
poder econômico e político envolvendo uma chapa presidencial: a chapa Dilma/Temer.
Acusada de abusos, a chapa foi julgada pelo TSE, em junho de 2017, que afastou as
acusações por julgar as ações improcedentes.
O processo entrou para a história do Direito Eleitoral, não apenas porque se tratava de
um julgamento sobre chapa presidencial (pela primeira vez, havia risco de cassação de
um Presidente pela Justiça Eleitoral) mas também porque se debruçou sobre uma série
de questões envolvendo essas espécies de ilícito.
OBJETIVOS
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de conhecer as diferentes
espécies de abuso de poder em campanhas e as suas consequências.
LEITURA
Para obter detalhes sobre o julgamento do processo de cassação da chapa Dilma-Temer,
leia o texto a seguir.
Clique para acessar o texto Julgamento do TSE: o voto de cada ministro sobre a
MAIS INFORMAÇÕES
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga o processo de cassação da chapa Dilma-Temer (que elegeu Dilma Rousseff e Michel
Temer nas eleições presidenciais de 2014), é formado por sete ministros: são três magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) —Gilmar
Mendes, Rosa Weber e Luiz Fux—, dois do STJ (Superior Tribunal de Justiça) —Herman Benjamin e Napoleão Nunes—; e dois membros
da classe dos advogados —Admar Gonzaga e Tarcisio Neto—, que foram recentemente indicados pelo Planalto.
Relator do processo. Ocupa uma das vagas destinadas ao Supremo Tribunal de Justiça, para o qual foi indicado ministro em 2006 pelo ex-
presidente Lula, que o escolheu em uma lista feita por seus pares
O voto: "A verdade é que a consideração das provas em conjunto torna incontestável a ocorrência de tais ilícitos [de abuso de poder político
e econômico]", diz Benjamin. "Meu voto é, no sentido, da cassação da chapa presidencial eleita em 2014 pelos abusos que foram
apurados nestes processos. E conclui que deve decidir que a chapa é única. Portanto, Dilma e Temer não podem ser punidos separadamente.
Também membro do STJ, também escolhido por Lula por encabeçar a lista feita por seus pares, em 2007. Ele foi citado por um dos delatores
da JBS por ter, segundo o executivo da empresa Francisco de Assis e Silva, ter intercedido em favor da gigante frigorífica em um processo.
Ele nega.
O voto: “Voto pela improcedência total dos pedidos formulados nas quatro ações eleitorais”. Ao encerrar seu voto, Napoleão ainda pediu
desculpas por ter se excedido. Ao que o presidente da Corte Gilmar Mendes respondeu que ele não precisa pedir escusas, porque sua "ira
é santa".
O advogado ocupa outra das vagas de sua classe. Ele está na Corte deste 2013, quando passou a atuar como ministro substituto, indicado por
Dilma. No início deste ano, ganhou a vaga permanente após indicação de Michel Temer. Já trabalhou na assessoria jurídica de diversos
partidos e campanhas, incluindo a da própria Rousseff, em 2010
O voto: Depois de um voto de cerca de 50 minutos, o juiz terminou seu voto contrário a cassação dizendo: "Não reconheço a prática de
abuso de poder em decorrência dos fatos em análise"
Advogado, foi indicado recentemente para a vaga principal por Michel Temer. Ele ocupava a vaga de juiz substituto desde 2014. É membro
da Comissão Especial de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil e professor adjunto da Universidade de Brasília
O voto: "Voto totalmente improcedentes as ações", disse o ministro depois de um longo voto
Vice-presidente do TSE, também é ministro do STF, indicado para por Dilma Rousseff, em 2011
O voto: "Como brasileiro que ama esse país, porque o Brasil é o ar que nós respiramos, é o berço dos nossos filhos e netos", começou Fux,
"eu acompanho o iminente ministro relator e julgo os pedidos deduzidos procedentes para cassar integralmente a chapa", concluiu.
Ocupa a terceira cadeira dedicada ao STF e também foi indicada para a Corte pela ex-presidenta
O voto: "Não tenho como não endossar a leitura dos autos feita pelo relator", vota a ministra Rosa Weber. Ela não vê ampliação do
escopo do processo ao considerar, no julgamento, fatos que foram conhecidos após a apresentação da ação do PSDB contra a chapa Dilma-
Temer
Gilmar Mendes - contra a cassação da chapa
Ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente desde maio de 2016 do TSE. Polêmico por sua aproximação com os tucanos e com o
presidente Michel Temer.
Para saber sobre o teste de legitimidade da decisão judicial no julgamento, leia o texto a
seguir.
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Parte dos que se frustraram desabafa: “a decisão foi política, não jurídica”.
Apesar do ineditismo de se haver julgado o mérito de pedido de cassação
dirigido contra um mandato presidencial, aquela afirmação é o mais frequente
bordão dito ao final de julgamentos da Justiça Eleitoral. Seja quando se conclui
pela cassação, seja quando se conclui pela manutenção do eleito, é muito
possível que se ouça esse veredicto. Mas o que anima esse tipo de afirmação?
Dos quatro dias de julgamento no TSE, praticamente três foram tomados com o
exame de questões processuais. Isso porque ali estava concentrada a principal
tensão a ser resolvida: se a ação seria julgada com base apenas em fatos
aduzidos nas petições iniciais ou se outros, alegados posteriormente, deveriam
ser levados em consideração.
AIME 7-61;
a) exigir a provocação da atuação jurisdicional pelo Ministério Público, por partidos ou candidatos;
O juiz que persegue a verdade real é, portanto, parcial em sua busca por
elementos que corroborem as imputações feitas ao réu, pressupondo que
o interesse público é sinônimo de condenação. Isso é suficiente para
demonstrar sua inadequação à presunção de não-culpabilidade, presente no
Estado Democrático de Direito – ou, no caso específico do âmbito eleitoral, à
presunção de legitimidade do mandato conquistado por expressão da
soberania popular.
O art. 23 da LC 64/90 não pode ser interpretado como cláusula legal que
autorize a quebra da imparcialidade do juiz
Ainda assim, observa-se que o STF não acolheu a interpretação mais ampla do
dispositivo. O voto de relatoria do Ministro Marco Aurélio, sinteticamente
estabeleceu que, se manejado em associação à fundamentação adequada, a
recorribilidade da decisão seria suficiente para assegurar o devido processo
legal.
A imputação inicial é que, por anos, propina foi paga pela Petrobrás à certas
empresas e ao Partido dos Trabalhadores, perfazendo um capital que pôde,
em 2014, ser transferido à chapa presidencial por meio de doações declaradas
de campanha. A prova exigida para confirmar o ilícito é complexa: além de
demonstrar a propina repassada a empresas e partidos, é preciso comprovar a
finalidade eleitoreira dessa captação prévia de recursos e seu efetivo repasse à
campanha.
2º) a inadmissibilidade dos meios de prova que tinham por objeto as alegações não conhecidas, o
que seria mero consectário técnico da resolução da questão anterior. Na sequência, todos os
Não foi esse, porém, o rumo tomado pelo TSE. Aqui, à unanimidade,
concordaram os Ministros que caberia a cada um “dar o valor que considerar
devido à prova”. O problema, como visto, é que a prova não subsiste como
entidade autônoma no processo, mas sempre correlacionada às alegações que
pretende demonstrar. Subvertendo essa lógica, o TSE estabeleceu que dos
meios de prova poderiam brotar “fatos”, tratados então como “notórios” ou
“supervenientes”, de modo a que pudessem, conforme o entendimento pessoal
de cada Ministro, serem levados em consideração.
A análise do mérito das ações teve início com o voto do relator, que apreciou
um a um os alegados atos constitutivos de abuso de poder político e
econômico praticados pela chapa Dilma/Temer. Conforme assentado no item
anterior, o modelo decisório seriatim, adotado nos tribunais brasileiros, permite
que os membros das cortes profiram seus votos sem necessária identidade de
fundamentos. Por essa razão, a análise pormenorizada dos supostos ilícitos
não se repetiu em todos os votos, impossibilitando uma comparação mais
acurada dos entendimentos de cada Ministro.
gordura ou propina-poupança;
2) a possibilidade (ou não) de sopesamento das provas que apontaram o recebimento de recursos
por fora da contabilidade oficial das campanhas, uma vez que a inicial não apontara esta conduta;
ações.
Tais partidos, portanto, ao longo dos anos que precederam a eleição de 2014,
teriam conseguido se diferenciar dos demais, tanto no volume de suas próprias
atividades partidárias, no custeio de campanhas municipais de 2012, que
incrementaram a sua base de apoio, quanto na formação de reservas
financeiras aptas a serem aplicadas na eleição presidencial. Conforme constou
da inicial, “é óbvio que esses recursos foram utilizados para alavancar a
imagem dos candidatos e lideranças dos partidos; garantir e financiar as
campanhas de candidatos a prefeitos e vereadores das eleições de 2012 com
vistas a obter apoio nas eleições de 2014, além de garantir apoio financeiro a
candidatos majoritários e proporcionais neste ano, dentre outros”.
Deste modo, era ônus da acusação, ainda que não seja tarefa simples,
identificar as transações adequadamente, de modo a poder imputar aos
acusados o carregamento dos valores espúrios para o direto incremento da
campanha eleitoral de 2014. Não tendo havido prova segura neste sentido, a
solução adequada era mesmo a improcedência com relação a esta causa de
pedir.
Deste modo, não se pode corretamente falar em prova, uma vez ser
inadmissível sua produção em relação a fatos não alegados. E a análise da
inicial denota que efetivamente esta narrativa não foi trazida a tempo e modo,
dentro do prazo decadencial estipulado na Constituição Federal.
Corredores do TSE. Funcionário leva autos para o quarto dia de julgamento. Foto: Evaristo Sá/AFP
4) Qual foi a compreensão dada à somatória de ilícitos reconhecidos, sob
o contexto do denominado “conjunto da obra” ou “contexto de abuso”?
5) a extrapolação dos gastos de campanha pelo período de três dias, corrigidos apenas depois de
[1] Foram julgadas, conjuntamente, quatro ações: as Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs)
1547-81 e 1943-58, a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) 7-61 e a Representação por
captação ou gasto ilícito de recurso (RP) 8-46. Todas tramitam perante a Relatoria da Min. Herman
Benjamin, em substituição à Ministra Maria Thereza de Assis Moura, que antes ocupava o cargo de
Corregedora.
[2] “Art. 329. O autor poderá: I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir,
de prova suplementar.”
[3] “Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios,
dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não
indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral.”
[4] COSTA, Adriano Soares da. Instituições de direito eleitoral: teoria da inelegibilidade e direito
[5] RIBEIRO, Fávila. Abuso de poder no direito eleitoral. 2. ed.. Rio de Janeiro: Forense, 1993, p.
116.
[8] Nominalmente: Andrade Gutierrez, UTC, OAS, Galvão Engenharia, IESA, Queiroz Galvão,
[10] CÂNDIDO, Joel J. Direito Eleitoral Brasileiro. 16ª Ed. São Paulo: Edipro, 2016, p. 160.
INFRAÇÕES ELEITORAIS
Para conhecer os conceitos mais relevantes que envolvem o abuso de poder econômico
e político nas campanhas, saber como eles são tratados na legislação eleitoral e
compreender as consequências que podem trazer aos candidatos, assista à videoaula a
seguir.
Vídeo
Pode haver propaganda das estatais, desde que esta não ultrapasse o limite comercial.
Como se sabe, em anos eleitorais, a propaganda institucional está proibida a partir de
julho (art. 73, parágrafo VI, alínea b, da Lei nº 9.504/97). No entanto, empresas públicas
e sociedades de economia mista, por concorrerem no mercado, podem fazer circular
propagandas do seus produtos e serviços no limite da atividade comercial. É preciso,
portanto, um cuidado redobrado por parte da fiscalização, de forma que essas
propagandas não sejam uma via indireta de propaganda institucional. Nesse caso, é
necessário estar atento à natureza da propaganda, aos valores gastos, quando
comparados aos anos não eleitorais, e também à própria mensagem veiculada.
UNIDADE 4
NFRAÇÕES ELEITORAIS:
CAPTAÇÃO ILÍCITA DE
SUFRÁGIO
A captação ilícita de sufrágio é um tipo de infração
bastante comum no Brasil. Trata-se da já conhecida
compra de votos.
A compra de votos já foi responsável pela cassação de governadores no nosso país. Um
dos primeiros e mais rumorosos casos ocorreu em 2009, no Maranhão, com o então
governador Jackson Lago.
OBJETIVOS
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de identificar o instituto da
captação ilícita de sufrágio, assim como as suas nuances legais, doutrinárias e
jurisprudenciais.
Para obter mais detalhes sobre a condenação do ex-governador Anthony Garotinho, leia
a matéria a seguir.
Clique para acessar a matéria Garotinho é condenado a 9 anos e 11 meses de prisão por
compra de votos, de Sérgio Rodas.
https://www.conjur.com.br/2017-set-13/garotinho-condenado-anos-11-meses-prisao-
corrupcao
Para obter mais detalhes sobre a cassação do mandato do ex-governador Jackson Lago,
leia a matéria a seguir.
https://www.migalhas.com.br/quentes/79329/mandato-do-governador-jackson-lago-e-
cassado-pelo-tse
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ratificou a tese defendida pelo Ministério Público
Eleitoral de que testemunhos consistentes são suficientes para provar a compra de votos
por candidatos.
Para obter mais detalhes sobre o posicionamento do TSE em relação à tese defendida
pelo Ministério Público Eleitoral, leia o texto a seguir.
http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/conjunto-consistente-de-provas-testemunhais-
pode-servir-de-base-unica-para-condenacoes-por-compra-de-votos
VAMOS PRATICAR?
Há formas mais sofisticadas de os políticos realizarem promessas em campanha que
podem, eventualmente, caracterizar a captação ilícita de sufrágio.
Considere que o Ministério Público Eleitoral esteja ajuizando uma ação por captação
ilícita em face de Ben Hurna e Gino Scent. Tal ação requer a aplicação das sanções
respectivas a ambos. Na inicial, alega-se que Ben era candidato a governador e firmou
com o pré-candidato Gino Scent um acordo mediante o qual ofereceu dinheiro para que
este renunciasse à candidatura e passasse a apoiá-lo, o que efetivamente foi feito, com o
aval dos respectivos partidos.
A hipótese não é de captação ilícita de sufrágio, já que a vantagem oferecida não é para
obter o voto, mas a renúncia de candidatura. No entanto, pode caracterizar outro ilícito
eleitoral.
Comprar apoio de outros políticos não caracteriza a captação ilícita de sufrágio disposta
no art. 41-A da Lei das Eleições, mas pode caracterizar abuso de poder econômico,
segundo a jurisprudência do TSE.
http://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/
artigos/revista-eletronica-eje-n.-3-ano-5/ilegitimidade-do-comite-financeiro-para-
interpor-recurso-eleitoral
UNIDADE 5
PARTIDOS POLÍTICOS
OBJETIVOS
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de identificar os conceitos mais
relevantes sobre partidos políticos, a sua conformação legal e o seu papel no direito
eleitoral.
ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, a cada eleição, com base nos parâmetros
definidos em lei, e
a 30% (trinta por cento) dos recursos da reserva específica de que trata o inciso II do §
3o do art. 12 da Lei no 13.473, de 8 de agosto de 2017).
A distribuição dos recursos dentro dos partidos provocou
um debate relevante, especialmente no que se refere ao
apoio financeiro às candidaturas femininas.
LEITURA
Na ADI 5617, o STF determinou que 30% dos recursos advindos do Fundo Partidário
devem ser destinados às candidatas mulheres. O TSE reconheceu que isso também se
aplica ao Fundo Especial de Financiamento de Campanhas.
Para obter mais detalhes a respeito da decisão do STF sobre os limites mínimos do
Fundo Partidário para candidaturas mulheres, leia o texto a seguir.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=372485
Para ver as petições da professora Ligia Fabris, que coordenou um trabalho na FGV Direito Rio
como amicus curiae na ADI 5617, leia o texto a seguir.
LIGIA FABRIS
Professora da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV
Direito Rio) e doutoranda em Direito na Universidade Humboldt de Berlim
(Alemanha). Possui mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro e graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro.
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/18922
Para saber o que é cláusula de barreira, leia o texto a seguir.
https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/clausula-de-barreira
Cláusula de Barreira
Também conhecida como cláusula de exclusão ou cláusula de desempenho, é uma
norma que impede ou restringe o funcionamento parlamentar ao partido que não
alcançar determinado percentual de votos. O dispositivo foi aprovado pelo Congresso
em 1995 para ter validade nas eleições de 2006, mas foi considerado inconstitucional
pela unanimidade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sob o argumento
de que prejudicaria os pequenos partidos. A regra determinava que os partidos com
menos de 5% dos votos nacionais não teriam direito a representação partidária e não
poderiam indicar titulares para as comissões, incluindo CPIs (Comissões Parlamentares
de Inquérito). Também não teriam direito à liderança ou cargos na Mesa Diretora. Além
dessas restrições, perderiam recursos do fundo partidário e ficariam com tempo restrito
de propaganda eleitoral em rede nacional de rádio e de TV.
PARTIDOS POLÍTICOS
Para saber como se inserem os partidos políticos nos planos constitucional e legal e
entender a relevância desse tema para a democracia, assista à videoaula a seguir.
https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/os-possiveis-crimes-das-candidaturas-
laranjas-09032019
Ao longo do conteúdo, vimos que o Direito Eleitoral vem adquirindo grande relevância
acadêmica, na medida em que os processos eleitorais passam a demandar cada vez mais
o controle judicial. Isso acontece porque as constantes reformas legislativas na área e a
intensa dinâmica da jurisprudência dificultam a formulação de bases teóricas estáveis
para o Direito Eleitoral.