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FICHA TÉCNICA DO MATERIAL


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CÓDIGO:
2412023526

TIPO DE MATERIAL:
E-book

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
1/2023
LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ESQUEMATIZADA
Prof. Diogo Surdi

Sumário

LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ESQUEMATIZADA......................................................5

1. Os partidos políticos na Constituição Federal...........................................................5

2. Regras gerais.................................................................................................................8

3. Organização e funcionamento dos partidos políticos...............................................12

4. Federações partidárias.................................................................................................15

5. Programa e estatuto partidários..................................................................................16

6. Filiação...........................................................................................................................17

7. Fidelidade e disciplina partidárias...............................................................................20

8. Fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos............................................22

9. Prestação de contas.....................................................................................................25

10. Propaganda partidária gratuita..................................................................................31

11. Fundo Partidário..........................................................................................................34

12. Demais disposições....................................................................................................36

13. Súmulas do TSE relacionadas com os partidos políticos......................................36

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LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ESQUEMATIZADA
Prof. Diogo Surdi

APRESENTAÇÃO

Olá, pessoal! Tudo bem? Espero que sim!!


Nas provas em que a disciplina de Direito Eleitoral é exigida, o estudo das regras rela-
cionadas com a Lei dos Partidos Políticos (Lei n. 9.096/1995) é fundamental para a reali-
zação de uma excelente prova de concurso.
Isso ocorre na medida em que os partidos políticos são, em última análise, as agremia-
ções responsáveis por definir a lista de candidatos que concorrerão a algum dos cargos
eletivos previstos em nosso ordenamento jurídico.
E, tendo em vista a importância dessa atribuição, nada mais natural do que a obrigatorie-
dade de os partidos políticos observarem uma série de diretrizes estabelecidas pela legisla-
ção de regência.
Sendo assim, vamos conhecer os principais pontos relacionados com a Lei dos Partidos
Políticos, possibilitando, com isso, a otimização da preparação.
Fico à disposição, desde já, para sanar todas as dúvidas que eventualmente surgirem.

Um grande abraço a todos!

Diogo Surdi

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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Prof. Diogo Surdi

LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ESQUEMATIZADA

1. OS PARTIDOS POLÍTICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Considerando que a Constituição Federal é analítica, ela se destina a estabelecer regras


relacionadas com uma vasta gama de assuntos. Essas disposições, em virtude do prin-
cípio da hierarquia das normas, devem ser observadas pelo legislador no momento da
edição das normas infraconstitucionais.
Nesse sentido, estabelece a Constituição Federal que é livre a criação, a fusão, a incor-
poração e a extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados
os seguintes preceitos:
a) caráter nacional;
b) proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
ou de subordinação a estes;
c) prestação de contas à Justiça Eleitoral;
d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

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Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, de forma a possuírem


autonomia para definir sua estrutura interna e forma de funcionamento.
Consequentemente, é assegurada aos partidos políticos autonomia para:
a) definir sua estrutura interna;
b) estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanen-
tes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento;
c) adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias.
É importante sabermos que não vigora mais, em nosso ordenamento, a regra da
verticalização, uma vez que não há a obrigatoriedade de vinculação entre as coligações de
âmbito nacional, estadual e municipal.
Além disso, temos que memorizar que não é possível a realização de coligações para
as eleições proporcionais, mas sim apenas para as eleições majoritárias.
Os partidos políticos são um dos principais responsáveis pela efetivação da democracia,
uma vez que não é admitida, em nosso ordenamento, a existência de candidaturas avulsas, ou
seja, aquelas decorrentes de pessoas que não estejam filiadas em uma agremiação partidária.
E, para que possam realizar todas as atividades para as quais foram instituídos, os parti-
dos políticos gozam de certas prerrogativas, tais como o acesso gratuito ao rádio e à televisão
e o direito ao recebimento de recursos oriundos do Fundo Partidário. No entanto, essas prer-
rogativas apenas serão possíveis caso as agremiações partidárias cumpram, pelo menos,
uma das seguintes condições:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% dos votos
válidos, que deverão estar distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades da Federação,
com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas;
b) tiverem elegido, pelo menos, 15 Deputados Federais, desde que distribuídos em,
pelo menos, 1/3 das unidades da Federação.
A regra geral assegura que os eleitos para os cargos eletivos de Deputados Federais,
Deputados Estaduais, Deputados Distritais e Vereadores perderão o mandato quando se
desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos.
As exceções ficam por conta das hipóteses de anuência do partido ou das situações de
justa causa legalmente definidas, conforme veremos oportunamente.

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Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais,


os Deputados Distritais e os Vereadores que se
Regra Geral desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos
perderão o mandato.

1) Anuência do partido;
2) Situações de justa causa definidas em lei, sendo elas:
a) mudança substancial ou desvio reiterado do
programa partidário;
Exceções b) grave discriminação política pessoal;
c) mudança de partido efetuada durante o período de
30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei
para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional,
ao término do mandato vigente.

Após a Emenda Constitucional n. 117/2022, os partidos políticos passaram a contar com


a obrigatoriedade de aplicar, no mínimo, 5% dos recursos do Fundo Partidário na cria-
ção e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
Além disso, o montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da
parcela do Fundo Partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de
propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas
candidatas, deverão ser de, no mínimo, 30%, proporcional ao número de candidatas.

Os partidos políticos devem aplicar no mínimo


5% na criação e na manutenção de programas
Recursos do Fundo de promoção e difusão da participação política
Partidário das mulheres, de acordo com os interesses
intrapartidários.

No mínimo, 30% do montante do Fundo Especial de


Deverão ser Financiamento de Campanha, da parcela do Fundo
distribuídos às Partidário destinada a campanhas eleitorais, bem
candidatas como o tempo de propaganda gratuita no rádio e
na televisão a ser distribuído pelos partidos.

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2. REGRAS GERAIS

A Lei n. 9.096/1995 está dividida em seis Títulos, os quais, por sua vez, estão subdividi-
dos em Capítulos e Seções, da seguinte forma:

A Lei n. 9.096/1995 é, atualmente, o diploma que cuida de estabelecer as normas referen-


tes à organização e funcionamento dos partidos políticos. Merece destaque a informação
de que a Lei n. 9.096/1995, ainda que trate de assuntos pertinentes aos Partidos Políticos,
não pode ser considerada uma lei orgânica, tal como ocorria com a sua antecessora, a Lei
n. 5.682, de 1971, que era conhecida como a Lei Orgânica dos Partidos Políticos (LOPP).
E isso ocorre na medida em que a lei orgânica é dotada de maior rigidez, estabelecendo
critérios de organização e funcionamento que obrigatoriamente devem ser observados
pelos partidos políticos. Com a Lei n. 9.096/1995, ao contrário, a regra é a autonomia dos
partidos políticos e a liberdade destes para estabelecer como ocorrerá o funcionamento e
a estruturação interna.

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Sendo assim, devemos memorizar a primeira informação importante relacionada à Lei


dos Partidos Políticos:

O partido político é pessoa jurídica de direito privado. Uma vez regido por esse ramo do direito,
nada mais natural do que vigorar regras que assegurem a liberdade de atuação da agremiação.

Toda e qualquer questão de prova que afirme que os partidos políticos são pes-
soas jurídicas de direito público deve ser considerada errada.

Assim, o partido político pode ser conceituado como uma associação em que os seus
fundadores e associados buscam o compartilhamento de ideias em comum. Todo partido,
por isso mesmo, possui uma ideologia a ser defendida, a qual será exposta à população na
tentativa de eleição de filiados da agremiação como representantes populares.
Como decorrência dessa liberdade de atuação, a norma apresenta, por exemplo, a pre-
visão de que são livres a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políti-
cos. De igual forma, é assegurada ao partido político autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento.
A regra geral é a autonomia e liberdade de atuação das agremiações partidárias,
desde que, para isso, não deixem de observar as regras expressamente previstas no texto
da Lei dos Partidos Políticos.
Com a entrada em vigor da Lei n. 13.831/2019, tivemos diversas alterações no texto
da Lei dos Partidos Políticos. Uma das alterações se refere à possibilidade de criação
de órgãos partidários provisórios. Com relação a esses órgãos, devemos memorizar as
seguintes informações:
a) O partido político possui autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos
dos membros dos seus órgãos partidários, sejam eles permanentes, sejam provisórios.
b) O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de
até 8 anos.

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c) Terminado o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção auto-


mática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ). A regra geral assegura que o diretório provisório seja transformado em
definitivo. Logo, caso isso não ocorra dentro do prazo máximo de vigência, não há que se
falar, apenas pelo decurso do prazo de 8 anos, em extinção do diretório provisório e cance-
lamento do CNPJ.
Considerando que os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado que
exercem funções tipicamente públicas (tanto é que as regras relacionadas com o pro-
cesso eleitoral são regidas pelo direito público), poderiam as agremiações serem confundi-
das com as entidades paraestatais. Logo, para evitar que isso ocorra, o legislador optou por
deixar claro que os partidos políticos não se equiparam às entidades paraestatais.
É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.
A organização paramilitar é aquela que se assemelha ao militarismo. Como exemplo,
podemos citar uma torcida organizada que seja dividida em “pelotões” e que tenha como
líder de cada um desses blocos um “coronel”. Essas expressões, por designarem institutos
militares, não podem ser utilizadas pelos partidos políticos.
A ação do partido tem caráter nacional, consequentemente apenas poderá ser regis-
trado no TSE o estatuto do partido que tenha caráter nacional, assim considerado aquele que
comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido polí-
tico, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco
e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um
décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.
Observem que são três as regras a serem observadas para que um partido político tenha
caráter nacional, sendo elas:
a) o apoiamento mínimo de 0,5% dos votos válidos dados na última eleição para a
Câmara de Deputados;
b) o apoiamento deverá estar distribuído por pelo menos 1/3 dos Estados da Federação;
c) em cada Estado, deverá haver o apoiamento mínimo de 1/10 do eleitorado que
tenha votado.

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As três regras mencionadas anteriormente, essencial para a comprovação do


apoiamento necessário para o registro de partido político, devem ser satisfeitas no
período de dois anos.

Uma vez comprovado o caráter nacional, o estatuto do partido político poderá ser regis-
trado no TSE e, com isso, fazer jus a uma série de direitos, dentre os quais se destaca a
possibilidade de participar do processo eleitoral, o recebimento de recursos do Fundo
Partidário e o acesso gratuito ao rádio e televisão. Da mesma forma, o registro do esta-
tuto do partido assegura a exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos, vedada
a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

Muitas questões de prova, neste ponto da matéria, limitam-se ao conhecimento dos arti-
gos presentes nas disposições preliminares da Lei dos Partidos Políticos. É essencial, dessa
forma, que o candidato memorize as seguintes informações:

Natureza Jurídica Pessoa Jurídica de Direito Privado.

Os partidos são livres para definir a sua organização


Princípio da Liberdade interna e a forma como funcionarão.

Princípio da Igualdade Os filiados possuem os mesmos direitos e deveres.

Todo partido político apenas poderá ter caráter nacional,


Caráter Nacional de forma que é vedada a existência de partidos de caráter
exclusivamente estadual ou municipal.

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Natureza Jurídica Pessoa Jurídica de Direito Privado.

O partido não poderá:


a) subordinar-se a entidades ou governos estrangeiros;
Vedações b) adotar uniforme para seus membros;
c) ministrar instrução militar ou paramilitar.

O prazo de vigência poderá ser de até oito anos;


Terminado o prazo de vigência, ficam vedados a extinção
Órgãos Provisórios automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

3. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS

As fases de constituição de um partido político podem ser divididas em três:

1º – Aquisição da personalidade jurídica: A aquisição da personalidade jurídica do par-


tido (considerando que este é pessoa jurídica de direito privado) é feita mediante o seu regis-
tro no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, assim como ocorre com as demais
empresas e associações privadas.

O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do


Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito pelos
seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral
em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos Estados, e será acompanhado de:
I – cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
II – exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e
o estatuto;
III – relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número
do título eleitoral com Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da
residência.

2º – Apoiamento mínimo: Com a aquisição da personalidade jurídica, o partido político


deve proceder ao apoiamento mínimo necessário para o registro do seu estatuto.

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O apoiamento mínimo é constituído de eleitores correspondentes a, pelo menos,


meio por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais,
dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado
em cada um deles.

A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com
menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona,
sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados pelo Escri-
vão Eleitoral, que, ao receber cada uma das listas, dá recibo imediato do seu recebimento e,
no prazo de 15 dias, lavra o seu atestado.
3º – Registro do estatuto no TSE: Com a personalidade jurídica e o apoiamento mínimo
necessário, é chegado o momento de o partido político proceder ao registro do seu esta-
tuto no Tribunal Superior Eleitoral. Esta, das três etapas de constituição, é, sem dúvidas,
a mais importante, uma vez que assegura à agremiação a possibilidade de participar do pro-
cesso eleitoral e de ter o direito à exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos.
Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo, no
prazo de 48 horas, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em 10 dias,
determina, em igual prazo (10 dias), diligências para sanar eventuais falhas do processo.
Se não houver diligências a determinar, ou após o seu atendimento, o Tribunal Superior
Eleitoral registra o estatuto do partido, no prazo de 30 dias.
Posteriormente, as alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício
Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.
O partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os nomes
dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação:
a) no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional;
b) nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual,
municipal ou zonal.
Percebam que a comunicação dos integrantes dos órgãos de âmbito municipal não é
feita para os Juízes Eleitorais, como muitos poderiam ser levados a supor, mas sim tal como
as informações de âmbito Estadual, aos TREs.

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Para não restar dúvidas, vejamos os documentos necessários para a aquisição da per-
sonalidade jurídica e para o registro do estatuto no TSE:

Aquisição da Personalidade Registro do Estatuto do


Jurídica Partido Político no TSE
a) Cópia autêntica da ata da reunião
de fundação do partido; a) Exemplar autenticado do inteiro teor
b) Exemplares do Diário Oficial que do programa e do estatuto partidários,
publicou, no seu inteiro teor, o inscritos no registro civil;
programa e o estatuto; b) Certidão do registro civil da pessoa
c) Relação de todos os fundadores jurídica;
com o nome completo, naturalidade, c) Certidões dos cartórios eleitorais
número do título eleitoral com a Zona, que comprovem ter o partido obtido o
Seção, Município e Estado, profissão e apoiamento mínimo de eleitores.
endereço da residência.

Os partidos políticos também poderão registrar delegados nas três esferas da Justiça
Eleitoral, ou seja, TSE, TREs e Juízos Eleitorais.
Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam o partido
perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos estadu-
ais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do respectivo
Estado, do Distrito Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão municipal,
perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição.

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4. FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS

Uma das maiores inovações relacionadas com as agremiações partidárias é a possibi-


lidade de constituição das denominadas federações partidárias, que, em breve síntese,
pode ser definida como a reunião de dois ou mais partidos políticos registrados isoladamente
para atuarem de forma conjunta, como se fossem uma única agremiação.
Na federação partidária, diferentemente do que ocorre com o processo de fusão, por
exemplo, as agremiações continuam sendo pessoas jurídicas isoladas. A reunião ocorre,
apenas, com a finalidade de que ambos os partidos unam forças e atuem em conjunto por
um período de tempo.
No processo de criação, a federação partidária deverá observar uma série de regras:
a) a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no
Tribunal Superior Eleitoral;
b) os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no
mínimo, quatro anos. Em caso de descumprimento do prazo mínimo estabelecido, o partido
ficará vedado de ingressar em federação e de celebrar coligação nas duas eleições seguin-
tes e, até completar o prazo mínimo remanescente, de utilizar o Fundo Partidário;
c) a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das
convenções partidárias;
d) a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribu-
nal Superior Eleitoral.
Um ponto importante é o pedido de registro de federação de partidos, o qual deverá ser
encaminhado sempre ao Tribunal Superior Eleitoral, e não aos Tribunais Regionais Eleitorais.
No momento do pedido, os seguintes documentos devem ser encaminhados:
a) cópia da resolução tomada pela maioria absoluta dos votos dos órgãos de deli-
beração nacional de cada um dos partidos integrantes da federação;
b) cópia do programa e do estatuto comuns da federação constituída. O mencionado
estatuto será responsável por definir as regras para a composição da lista da federação para
as eleições proporcionais;
c) ata de eleição do órgão de direção nacional da federação.

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5. PROGRAMA E ESTATUTO PARTIDÁRIOS

Desde que observadas as disposições constitucionais e legais, o partido é livre para fixar,
em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua estru-
tura interna, organização e funcionamento.
A Lei dos Partidos Políticos apresenta uma série de normas que devem estar presentes
no estatuto da agremiação partidária, a saber:
a) nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território nacional;
b) filiação e desligamento de seus membros;
c) direitos e deveres dos filiados;
d) modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e iden-
tificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,
estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
e) fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplica-
ção das penalidades, assegurado amplo direito de defesa;
f) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
g) finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar
as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os
limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além
daquelas previstas em lei;
h) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;
i) procedimento de reforma do programa e do estatuto;
j) prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.
Da mesma forma, a lei objetiva assegurar autonomia entre as diferentes esferas de um
mesmo partido político. Como apenas é admitida a existência de partidos políticos de caráter
nacional, estes, objetivando atuar nas eleições dos diferentes entes federativos, constituem
órgãos de nível municipal e estadual.

O artigo 15-A estabelece que “a responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclu-
sivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não
cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito,
excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária”.

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Da análise das previsões do artigo em questão, podemos tirar duas importantes


conclusões:
a) Não há qualquer tipo de responsabilização entre os órgãos de diferentes esferas de
um mesmo partido político;
b) Quando o partido político de esfera nacional for o responsável pela irregulari-
dade, este será demandado judicialmente na circunscrição especial de sua sede, regra
que se aplica, inclusive, para as ações de natureza trabalhista ou cível.

6. FILIAÇÃO

O direito de filiação é assegurado a todos os cidadãos. No entanto, para que estes


possam se filiar e, como consequência, exercer a capacidade eleitoral passiva (capacidade
de serem eleitos), dois requisitos, de acordo com a Lei dos Partidos Políticos, devem ser
satisfeitos, sendo eles:
a) Estar em gozo com seus direitos políticos;
b) Atender às regras estatutárias do respectivo partido político.
Uma vez atendidas essas condições, e sendo a filiação deferida, será entregue ao inte-
ressado comprovante em modelo adotado pela agremiação.
Ainda que um dos requisitos para a filiação seja o de estar em pleno gozo dos direitos polí-
ticos, o TSE possui entendimento de que até mesmo as pessoas que sejam inelegíveis podem,
desde que observem as regras estatutárias da agremiação, filiar-se a partidos políticos.

Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de direção
municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema eletrô-
nico da Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para arquiva-
mento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura
a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, na qual constará:
a) a data de filiação;
b) o número dos títulos eleitorais;
c) o número das seções em que estão inscritos.
Atualmente, o processo é feito de forma eletrônica, sendo que os órgãos partidários,
após o deferimento da filiação, inserem diretamente as informações no sistema eletrônico da
Justiça Eleitoral, facilitando em diversos aspectos a comunicação com os Juízes Eleitorais.
Caso os órgãos não cumpram com a obrigação, poderão os particulares prejudicados
solicitar a medida diretamente à Justiça Eleitoral. Evita-se, com essa possibilidade, que even-
tuais prazos de filiação (que devem ser observados para a condição de elegibilidade) sejam
prejudicados em razão de desídia ou má-fé da agremiação partidária.

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Nos casos de mudança de partido de filiado eleito, a Justiça Eleitoral deverá inti-
mar pessoalmente a agremiação partidária e dar-lhe ciência da saída do seu filiado, a
partir do que passarão a ser contados os prazos para ajuizamento das ações cabíveis.

É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária


superiores aos previstos em lei, com vistas à candidatura a cargos eletivos. No entanto, os
prazos de filiação partidária fixados no estatuto do partido, com vistas à candidatura a cargos
eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

Para desligar-se do partido político, deverá o filiado, mediante comunicação escrita


ao órgão de direção municipal e ao respectivo Juiz Eleitoral da Zona em que estiver
escrito, requerer o seu desligamento. Decorridos dois dias da data da entrega da comu-
nicação, o vínculo com o partido político considera-se extinto para todos os efeitos. Dada a
importância do tema, vamos sedimentar o aprendizado:

Essa forma de desligamento é classificada como voluntária, uma vez que depende da
manifestação de vontade e da iniciativa do particular filiado.
Além do desligamento voluntário, a norma elenca situações de cancelamento imediato
da filiação partidária. Nesse caso, não estamos diante do rompimento voluntário do vín-
culo, mas sim do cancelamento compulsório, ou seja, sem que a vontade do particular seja
levada em conta.
Sendo assim, o cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
a) morte;
b) perda dos direitos políticos;
c) expulsão;

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d) outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no


prazo de quarenta e oito horas da decisão;
e) filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva
Zona Eleitoral.

Em caso de mais de uma filiação partidária, prevalecerá sempre a mais recente,


devendo a Justiça Eleitoral proceder ao cancelamento de todas as demais.

Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do par-
tido pelo qual foi eleito. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as
seguintes hipóteses:
a) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
b) grave discriminação política pessoal;
c) mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.
A regra geral é a impossibilidade de o detentor de mandato eletivo se desfiliar do
partido para o qual foi eleito. Caso isso ocorra, acarretará a perda do mandato do respec-
tivo agente político.
Em caráter de exceção, as situações elencadas pela norma são aquelas que não são
consideradas como ensejadoras de perda do mandato eletivo. Em outros termos, as
situações mencionadas, quando ocorridas, autorizam que o detentor do mandato eletivo
possa se desfiliar do partido por meio do qual foi eleito sem que isso lhe cause a perda do
respectivo mandato.
Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores
que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos
casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei,
não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos
do Fundo Partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.

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Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais,


os Deputados Distritais e os Vereadores que se
Regra geral desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos
perderão o mandato.

1) Anuência do partido;
2) Situações de justa causa definidas em lei, sendo elas:
a) mudança substancial ou desvio reiterado do
programa partidário;
Exceções b) grave discriminação política pessoal;
c) mudança de partido efetuada durante o período de
30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei
para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional,
ao término do mandato vigente.

7. FIDELIDADE E DISCIPLINA PARTIDÁRIAS

A questão da fidelidade partidária é um dos assuntos mais polêmicos de todo o Direito


Eleitoral. Inicialmente, cada partido define, por meio do seu estatuto, as regras de fide-
lidade e as penalidades aplicáveis caso algum dos seus filiados não cumpra com as
normas previstas no estatuto.
Ocorre que se tornou bastante comum, no âmbito das eleições, a troca de partidos polí-
ticos por candidatos ocupantes de cargos eletivos, de forma que sempre vinha à tona a
dúvida acerca de pertencerem os mandatos aos candidatos eleitos ou aos respectivos parti-
dos políticos.
Em 2007, o TSE proferiu decisão histórica, em resposta à consulta n. 1398, ao afirmar
que os cargos eleitos pelo sistema proporcional pertencem aos respectivos partidos políticos.
Resumindo as considerações, tem-se que:
(i) a dinâmica da arquitetura político-eleitoral desenhada na Constituição da República é
caracterizada pela adoção, para certos cargos, de eleições “pelo sistema proporcional”, cujo
mecanismo importa a primazia radical dos partidos políticos sobre a pessoa dos candidatos;
(ii) dessa caracterização de proporcionalidade brota, como princípio, a pertinência das
vagas obtidas segundo a lógica do sistema, mediante uso de quocientes eleitoral e partidário,
ao partido ou coligação, e não, à pessoa que sob sua bandeira tenha concorrido e sido eleita;
(iii) sua previsão constitucional encontra eco na legislação subalterna;
(iv) a doutrina, assim nacional, como estrangeira, não hesita em reconhecer, dentre os
modelos teóricos, a superioridade do sistema proporcional, que, apesar das imperfeições, é
o que melhor respeita as exigências de justiça, equidade e representatividade, sem compro-
meter a estabilidade do governo.

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E, sob esses fundamentos, respondo à consulta afirmando que os partidos e coligações


têm o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema eleitoral proporcional, quando, sem
justificação nos termos já expostos, ocorra cancelamento de filiação ou de transferência de
candidato eleito para outra legenda.
Assim, podemos concluir que o candidato eleito pelo sistema proporcional (Vereadores e
Deputados) que se desfiliar do partido político pelo qual foi eleito, perde o cargo que estava
ocupando, que pertence ao respectivo partido político.
Com relação aos ocupantes dos cargos eleitos pelo sistema majoritário (Chefes do Poder
Executivo e Senadores), o entendimento inicial do TSE era no sentido de aplicar a mesma
regra dos eleitos pelo sistema proporcional, de forma que uma eventual desfiliação implicaria
perda do mandato eletivo.
No entanto, o STF, no julgamento da ADI n. 5.081, entendeu que a desfiliação partidá-
ria, quando decorrente de ocupante de cargo eleito pelo sistema majoritário, não resulta em
perda do mandato eletivo. Nesse caso, o STF entende que a eventual desfiliação ocasiona
afronta à soberania popular, mas não perda do mandato eletivo. E isso ocorre na medida em
que, de acordo com entendimento do Tribunal, o corpo eleitoral, nas eleições majoritárias,
vota na pessoa, e não no respectivo partido político.
De tudo o que foi exposto, devemos memorizar e levar para a prova as seguintes
informações:

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8. FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS

A fusão pode ser entendida como a união de dois ou mais partidos que ocasiona o sur-
gimento de um novo partido. Como exemplo, tomemos os partidos A e B, os quais, após
realizarem a fusão, passam a se chamar partido C. Nesse caso, tanto o partido A quanto o
partido B deixam de existir.

Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão fun-
dir-se num só ou incorporar-se um ao outro.
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas:
I – os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;
II – os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em reunião
conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que promoverá
o registro do novo partido.
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início com o registro, no Ofício
Civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser
acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

A incorporação é o processo em que um partido é dissolvido para integrar outro, que con-
tinua existindo. Como exemplo, imaginemos o partido A sendo incorporado ao partido B. Nessa
situação, apenas o partido A deixa de existir, de forma que o partido B continua existindo.

Art. 29, § 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao partido incorporando de-
liberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do
estatuto e do programa de outra agremiação.
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-á, em reunião conjunta
dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional.
§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente,
que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
§ 6º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente,
que deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
§ 8º O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e averbado, res-
pectivamente, no Ofício Civil e no Tribunal Superior Eleitoral.

Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos


partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso
gratuito ao rádio e à televisão.
De igual forma, somente será admitida a fusão ou a incorporação de partidos polí-
ticos que tenham obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo
menos, cinco anos.

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Fusão Incorporação

Obrigatória a decisão dos órgãos nacionais Obrigatória a decisão dos órgãos nacionais
de deliberação dos partidos políticos. de deliberação dos partidos políticos.

Os votos obtidos pelos partidos são Os votos obtidos pelos partidos são
somados para fins de recebimento de somados para fins de recebimento de
recursos do Fundo Partidário e acesso recursos do Fundo Partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão. gratuito ao rádio e à televisão.

O partido incorporado delibera, por maioria


absoluta, em seu órgão nacional, sobre a adoção
do estatuto e do programa de outra agremiação.
Novo estatuto é votado, em conjunto, Adotados o estatuto e o programa do
pelos partidos em processo de fusão. partido incorporador, será realizada, em
reunião conjunta dos órgãos nacionais de
deliberação, a eleição do novo órgão de
direção nacional.

A extinção, por fim, trata-se do processo em que um ou mais partidos deixam de existir. A
extinção pode ser decorrente da fusão, da incorporação, ou até mesmo de decisão da Justiça
Eleitoral ou do partido político. A título de exemplo, podemos citar a fusão, em que o partido
A e o partido B deixam de existir (são extintos), surgindo o partido C.

Art. 27. Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o registro do
partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a outro.
Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o can-
celamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado:
I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
III – não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
IV – que mantém organização paramilitar.
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular,
que assegure ampla defesa.
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer
eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral.
§ 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo
Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos praticados por órgãos
regionais ou municipais.
§ 4º Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos ma-
joritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas exclusivamente pela
esfera partidária correspondente, salvo acordo expresso com órgão de outra esfera partidária.
§ 5º Em caso de não pagamento, as despesas não poderão ser cobradas judicialmente dos
órgãos superiores dos partidos políticos, recaindo eventual penhora exclusivamente sobre
o órgão partidário que contraiu a dívida executada.
§ 6º O disposto no inciso III do caput refere-se apenas aos órgãos nacionais dos partidos
políticos que deixarem de prestar contas ao Tribunal Superior Eleitoral, não ocorrendo o
cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a omissão for dos órgãos
partidários regionais ou municipais.

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Precisamos memorizar as situações que dão ensejo ao cancelamento do registro civil e


do estatuto do partido, por parte do TSE, sendo elas:
a) ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
b) estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
c) não ter prestado, nos termos legais, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
d) manter organização paramilitar.
Um ponto que merece destaque é a questão da separação das instâncias dos órgãos
do partido político. Ainda que, em última análise, o partido político seja um só, a lei esta-
belece que o partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do
Fundo Partidário, nem qualquer outra punição, como consequência de atos praticados
por órgãos regionais ou municipais.
De igual forma, a eventual não prestação de contas (que, como vimos, é um dos motivos
ensejadores para o cancelamento do registro do partido político) apenas ocorrerá caso a
infração tenha sido cometida pelos órgãos nacionais dos partidos políticos, não ocor-
rendo o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido quando a omissão for dos
órgãos partidários regionais ou municipais.

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9. PRESTAÇÃO DE CONTAS

O estudo das finanças e contabilidade dos partidos políticos apresenta uma série de obri-
gações de fazer estabelecidas para as agremiações partidárias.
Assim como as demais associações e empresas privadas, os partidos políticos possuem
personalidade jurídica de direito privado, motivo pelo qual possuem liberdade e autonomia
para definir sua organização interna.
Entretanto, considerando a importância que os partidos políticos possuem para o regular
transcorrer do processo democrático (em decorrência direta do fundamento constitucional do
Pluralismo Político), a norma apresenta uma série de obrigações e vedações para essas
pessoas jurídicas.
O objetivo da norma é evitar que certas agremiações partidárias sejam beneficiadas com
doações de órgãos ou entidades que possam colocar em risco a soberania nacional.
Os partidos políticos, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, devem
manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas
e a destinação de suas despesas.
Esse dispositivo tem o claro objetivo de proporcionar que a fiscalização da Justiça Elei-
toral seja feita sempre que necessária, evitando assim que as agremiações partidárias rece-
bam recursos de pessoas que possam colocar em risco a credibilidade do processo eleitoral.
Nesse sentido, a Lei dos Partidos Políticos estabelece que é vedado ao partido receber,
direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário
ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
• entidade ou governo estrangeiros;
• entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações do
Fundo Partidário e as provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha;
• entidade de classe ou sindical;
• pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exonera-
ção, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.

O TSE possui entendimento de que é vedado aos partidos políticos o recebimento


de doações ou contribuições de pessoas que sejam titulares de cargos demissíveis ad
nutum, ou seja, daqueles que exerçam os chamados cargos em comissão na condição
de autoridade.
Assim como ocorre com as demais pessoas jurídicas, deve o partido político manter escri-
turação e balanços contáveis, que são os documentos responsáveis por atestar as finanças
da agremiação partidária.

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Inicialmente, temos que saber que o partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça
Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo até o dia 30 de junho do ano seguinte. A
título de exemplo, o balanço contábil do exercício de 2019 deverá ser encaminhado à Justiça
Eleitoral até o dia 30 de junho de 2020.
O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o
dos órgãos estaduais, aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais, aos
Juízes Eleitorais. Uma vez recebidos os balanços, a Justiça Eleitoral determina, imediata-
mente, a publicação dos balanços na imprensa oficial e, onde ela não exista, procede à afi-
xação destes no Cartório Eleitoral.

Com a publicação dos balanços, o partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, as pres-
tações de contas mensais ou anuais dos demais partidos, tendo, para isso, o prazo de
15 dias, aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda, relatar fatos, indicar
provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que viole as prescrições
legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados estejam sujeitos.
Merece ser destacado que os órgãos partidários municipais que não tenham movimen-
tado recursos financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados
de prestar contas à Justiça Eleitoral e de enviar declarações de isenção, declarações
de débitos e créditos tributários federais ou demonstrativos contábeis à Receita Fede-
ral do Brasil, bem como ficam dispensados da certificação digital, exigindo-se do respon-
sável partidário, no prazo legalmente previsto, a apresentação de declaração da ausência de
movimentação de recursos nesse período.
Nessa situação, a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil reativará a inscri-
ção dos órgãos partidários municipais que estejam com a inscrição baixada ou inativada,
mediante requerimento dos representantes legais da agremiação partidária à unidade des-
centralizada da Receita Federal do Brasil da respectiva circunscrição territorial. O requeri-
mento deverá ser instruído com declaração simplificada de que não houve movimentação
financeira nem arrecadação de bens estimáveis em dinheiro.

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Além disso, o mencionado requerimento indicará se a agremiação partidária pretende


a efetivação imediata da reativação da inscrição pela Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil ou a partir de 1º de janeiro de 2020, hipótese em que a efetivação será
realizada sem a cobrança de quaisquer taxas, multas ou outros encargos administrativos
relativos à ausência de prestação de contas.
Outra importante regra é a que determina que “a desaprovação da prestação de contas
do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral”.
Ainda que as eventuais irregularidades relacionadas com a prestação de contas ensejam
a aplicação de sanções à agremiação partidária, não podem as sanções chegar ao ponto de
impedir que o partido político participe do processo eleitoral.
Além disso, as decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não
ensejam, ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no
Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).

Todos os balanços enviados pelos partidos políticos devem conter algumas informações
básicas, sendo elas:
• discriminação dos valores e destinação dos recursos oriundos do Fundo Partidário;
• origem e valor das contribuições e doações;
• despesas de caráter eleitoral, com a especificação e comprovação dos gastos com
programas no rádio e televisão, comitês, propaganda, publicações, comícios e demais
atividades de campanha;
• discriminação detalhada das receitas e despesas.

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Quem examina a prestação de contas dos partidos políticos é a Justiça Eleitoral, e


não os Tribunais de Contas. Em caso de necessidade, os órgãos da Justiça Eleitoral
poderão solicitar o auxílio de servidores das Cortes de Contas.

Além disso, para o exame das prestações de contas dos partidos políticos, o sis-
tema de contabilidade deve gerar e disponibilizar os relatórios para conhecimento da
origem das receitas e das despesas.

A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e das


despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a real
movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas eleitorais,
exigindo a observação das seguintes normas:
a) obrigatoriedade de designação de dirigentes partidários específicos para movi-
mentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais;
b) relatório financeiro, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro
ou de bens recebidos e aplicados;
c) obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por prazo não inferior a 5 anos, a
documentação comprobatória de suas prestações de contas;
d) obrigatoriedade de prestação de contas pelo partido político e por seus candidatos
no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do par-
tido dos saldos financeiros eventualmente apurados.
A Justiça Eleitoral não pode exigir dos partidos políticos a apresentação de certidão
ou documentos expedidos por outro órgão da administração pública ou por entidade ban-
cária e do sistema financeiro que mantêm convênio ou integração de sistemas eletrônicos
que realizam o envio direto de documentos para a própria Justiça Eleitoral. De igual
forma, não podem os relatórios emitidos pelas áreas técnicas dos tribunais eleitorais
opinar sobre sanções aplicadas aos partidos políticos, cabendo aos magistrados emitir
juízo de valor.
Caso seja necessário, a Justiça Eleitoral (por meio do TSE ou TREs) poderá determinar o
exame da escrituração do partido, a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais
ou estatutárias e, ainda, a quebra do sigilo bancário dos partidos políticos. Esses procedi-
mentos serão cabíveis à vista de denúncia fundamentada de filiado ou delegado de partido,
de representação do Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor.

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E o que ocorre quando ficar comprovado que o partido político violou as regras e
normas concernentes aos balanços financeiros e contábeis?

Nesse caso, ficará o partido político sujeito às seguintes sanções:


a) No caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o recebi-
mento das quotas do Fundo Partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral.
b) No caso de recebimento de recursos recebidos de entidades vedadas, fica sus-
pensa a participação no Fundo Partidário por um ano.
Vamos lembrar quais são as entidades que a norma veda a doação de recursos para os
partidos políticos?
1) Entidade ou governo estrangeiros;
2) Entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza;
3) Entidade de classe ou sindical;
4) Pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exonera-
ção, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.
c) No caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites legais, fica
suspensa por dois anos a participação no Fundo Partidário, e será aplicada ao partido multa
correspondente ao valor que exceder aos limites fixados.

Suspensão do recebimento das


Recursos de origem não quotas do Fundo Partidário até que
mencionada ou esclarecida o esclarecimento seja aceito pela
Justiça Eleitoral

Recebimento de recursos Suspensão da participação no Fundo


recebidos de entidades vedadas Partidário por um ano

Recebimento de doações cujo Suspensão da participação no Fundo


valor ultrapasse os limites legais Partidário por dois anos

Todas as sanções mencionadas são aplicadas em caso de recebimento de recur-


sos que viole as prescrições legais. E o que será que ocorre em caso de desaprovação
das contas do partido político?

Nesse caso, uma série de regras são aplicadas. Inicialmente, temos que saber que a
desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da
importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20%.

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Destaca-se que a sanção em questão será aplicada exclusivamente à esfera partidária


responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos
de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis
partidários. Em outros termos, caso ocorra a desaprovação das contas de um órgão partidá-
rio municipal, as esferas estadual e nacional não sofrerão qualquer tipo de sanção, que será
aplicada exclusivamente à esfera responsável pela irregularidade.
A sanção decorrente da desaprovação deverá ser aplicada de forma proporcional e razo-
ável, pelo período de 1 a 12 meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto
nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário a, no máximo, 50% do valor mensal,
desde que a prestação de contas seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, em até
cinco anos de sua apresentação, vedada a acumulação de sanções.

O cumprimento da sanção aplicada a órgão estadual, distrital ou municipal


somente será efetivado a partir da data de juntada aos autos do processo de presta-
ção de contas do aviso de recebimento da citação ou intimação, encaminhada, por via
postal, pelo Tribunal Regional Eleitoral ou Juízo Eleitoral ao órgão partidário hierarqui-
camente superior.

Ainda no âmbito da prestação de contas dos partidos políticos, uma série de informações
merece ser destacada. Neste ponto da matéria, as questões de concursos exigem, quase
sempre, a literalidade dos dispositivos a seguir elencados:
a) O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional;
b) As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal
Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada,
mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas;
c) O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção será suspenso
durante o segundo semestre do ano em que se realizarem as eleições;
d) Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de
fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que infor-
mados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de
qualquer outro documento para esse fim;
e) Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer ques-
tionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo, enquanto
não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas;
f) Erros formais ou materiais que, no conjunto da prestação de contas, não comprome-
tam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas, não acarre-
tarão a desaprovação das contas;

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g) A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decor-


rente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político
somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta
dolosa (com intenção) que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do par-
tido. No entanto, as responsabilidades civil e criminal são subjetivas e, assim como eventu-
ais dívidas já apuradas, recaem somente sobre o dirigente partidário responsável pelo
órgão partidário à época do fato, e não impedem que o órgão partidário receba recurso do
Fundo Partidário;
h) O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será
atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas
contas, exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação.

10. PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA

Como o próprio nome sugere, a propaganda partidária deve ser gratuita, devendo ser
transmitida no rádio e na televisão entre 19h30 e 22h30, seja em âmbito nacional, seja em
âmbito regional. A iniciativa e a responsabilidade acerca da realização da propaganda são
dos respectivos órgãos de direção partidária.

Um ponto importante são as inserções a serem feitas na programação das emissoras,


que serão determinadas:
a) pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção nacional de
partido político;
b) pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção estadual
de partido político.

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Como forma de separar as inserções realizadas nas esferas nacional e estadual, o texto
legal determina que as inserções serão veiculadas da seguinte forma:
a) nacionais: nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados;
b) estaduais: nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.
Em cada rede, somente serão autorizadas até 10 inserções de 30 segundos por dia.
As mencionadas inserções deverão ser veiculadas pelas emissoras de rádio e de televisão
no horário estabelecido, sendo divididas proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais
no decorrer das três horas de veiculação, da seguinte forma:
a) na primeira hora de veiculação, no máximo três inserções;
b) na segunda hora de veiculação, no máximo três inserções;
c) na terceira hora de veiculação, no máximo quatro inserções.
Mas atenção! É vedada a veiculação de inserções sequenciais, observado obrigatoria-
mente o intervalo mínimo de 10 minutos entre cada veiculação.
Uma série de conteúdos podem ou não ser divulgados no âmbito da propaganda partidá-
ria. Para facilitar o entendimento, faremos uso da tabela a seguir:

O partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior


Eleitoral poderá divulgar propaganda partidária gratuita mediante
transmissão no rádio e na televisão, por meio exclusivo de inserções

Conteúdo permitido Conteúdo vedado

a) participação de pessoas não filiadas


ao partido responsável pelo programa;
b) divulgação de propaganda de
a) Difusão dos programas partidários;
candidatos a cargos eletivos e a defesa
b) transmissão de mensagens aos filiados
de interesses pessoais ou de outros
sobre a execução do programa partidário,
partidos, bem como toda forma de
os eventos com este relacionados e as
propaganda eleitoral;
atividades congressuais do partido;
c) utilização de imagens ou de cenas
c) divulgação da posição do partido em
incorretas ou incompletas, de efeitos
relação a temas políticos e ações da
ou de quaisquer outros recursos que
sociedade civil;
distorçam ou falseiem os fatos ou a sua
d) incentivo à filiação partidária e
comunicação;
esclarecimento do papel dos partidos na
d) utilização de matérias que possam ser
democracia brasileira;
comprovadas como falsas (fake news);
e) promoção e difusão da participação política
e) prática de atos que resultem em
das mulheres, dos jovens e dos negros.
qualquer tipo de preconceito racial, de
gênero ou de local de origem;
f) prática de atos que incitem a violência.

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Atendidos os requisitos constitucionais, os partidos políticos terão assegurado o direito


de acesso gratuito ao rádio e à televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada elei-
ção geral, nos seguintes termos:
a) Partido que tenha elegido acima de 20 Deputados Federais: terá assegurado o
direito à utilização do tempo total de 20 minutos por semestre para inserções de 30 segundos
nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;
b) Partido que tenha elegido entre 10 e 20 Deputados Federais: terá assegurado o
direito à utilização do tempo total de 10 minutos por semestre para inserções de 30 segundos
nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;
c) Partido que tenha elegido até 9 Deputados Federais: terá assegurado o direito à uti-
lização do tempo total de 5 minutos por semestre para inserções de 30 segundos nas redes
nacionais, e de igual tempo nas redes estaduais.

Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30% deverão ser des-
tinados à promoção e à difusão da participação política das mulheres.

Nos anos de eleições, as inserções somente serão veiculadas no primeiro semestre,


haja vista que, no segundo semestre, os partidos e candidatos farão uso da propaganda elei-
toral no rádio e na televisão.

E o que ocorre com o partido político que descumprir as regras relacionadas com
a propaganda partidária?

Nesse caso, o partido será punido com a cassação do tempo equivalente a 2 a 5 vezes
o tempo da inserção ilícita, no semestre seguinte.

A representação, que poderá ser oferecida por partido político ou pelo Ministério Público
Eleitoral, será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de inserções nacio-
nais, e pelos Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de inserções transmitidas
nos Estados correspondentes.
O prazo para o oferecimento da representação encerra-se no último dia do semestre
em que for veiculado o programa impugnado ou, se este tiver sido transmitido nos últi-
mos 30 dias desse período, até o 15º dia do semestre seguinte.
Da decisão do Tribunal Regional Eleitoral que julgar procedente a representação, cas-
sando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso para o Tribunal
Superior Eleitoral, que será recebido com efeito suspensivo.

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11. FUNDO PARTIDÁRIO

Como forma de colaborar financeiramente com o funcionamento dos partidos políticos,


a norma estabelece o Fundo Especial de Assistência Financeira dos Partidos Políticos,
também conhecido como Fundo Partidário.
Tomando por base a doutrina majoritária, o financiamento dos partidos políticos é reali-
zado, em nosso ordenamento jurídico, de forma mista. Assim, os recursos são repassados
às agremiações partidárias tanto de forma direta (por pessoas físicas) quanto de forma indi-
reta (por meio do Fundo Partidário).

Vale ressaltar que, após julgar a ADI n. 4.650, o STF entendeu que não é mais admi-
tida, em nosso ordenamento jurídico, a realização de doações aos partidos políticos
por parte das pessoas jurídicas.

De acordo com a norma, o Fundo Partidário será constituído de receitas oriundas de


diversas fontes, a saber:
a) multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e
leis conexas;
b) recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente
ou eventual;
c) doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários
diretamente na conta do Fundo Partidário;
d) dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de
eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multipli-
cados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.
Uma vez arrecadadas as receitas anteriormente elencadas, ocorre a distribuição dos
recursos aos partidos políticos. Essa distribuição é feita de duas diferentes formas:
a) 5% são destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que atendam
aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário.
b) 95% são distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados.
É importante destacar que, para efeito de distribuição dos valores proporcionais ao resul-
tado da última eleição para a Câmara dos Deputados, serão desconsideradas quaisquer
mudanças de filiação partidária por parte dos candidatos eleitos.

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Uma vez recebidos, pelos partidos políticos, recursos provenientes do Fundo Partidário,
as agremiações deverão aplicar esses valores nas seguintes destinações:
a) na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a
qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites:
1. 50% para o órgão nacional;
2. 60% para cada órgão estadual e municipal.
b) na propaganda doutrinária e política;
c) no alistamento e campanhas eleitorais;
d) na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e edu-
cação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, 20% do total recebido.
e) na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política
das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação,
por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher, em nível
nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária,
observado o mínimo de 5% do total.
Caso o partido político não cumpra a mencionada previsão, deverá ele transferir o
saldo para conta específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de
modo que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro
subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5% do valor previsto, a ser aplicado na
mesma finalidade.
f) no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos par-
tidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação polí-
tica, aos quais seja o partido político regularmente filiado;
g) no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.
h) na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços para
atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais processos
judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios que envolvam candi-
datos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao processo eleitoral;
i) na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou constru-
ção de sedes e afins, e na realização de reformas e outras adaptações nesses bens;
j) no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com provedor
de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de conteúdos
resultantes de aplicações de busca na internet, inclusive plataforma de compartilhamento de
vídeos e redes sociais, mediante o pagamento por meio de boleto bancário, de depósito iden-
tificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta do provedor, proibido, nos anos
de eleição, no período desde o início do prazo das convenções partidárias até a data do pleito.

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Deve ser mencionado que os recursos recebidos pelos partidos políticos não estão
sujeitos às disposições da Lei das Licitações. Trata-se de uma previsão que faz todo
o sentido, haja vista que as agremiações partidárias, por não pertencerem à administração
pública, não estão obrigadas ao dever constitucional de licitar. Em sentido diverso, os
partidos políticos são livres e possuem autonomia para contratar e realizar despesas,
com a ressalva de que devem, posteriormente, prestar contas, de acordo com as disposições
legais, à Justiça Eleitoral.

12. DEMAIS DISPOSIÇÕES

É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleito-


ral o direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para a rea-
lização de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se pelos danos porventura
causados com a realização do evento.
A fundação ou instituto de direito privado, criado por partido político, destinado ao estudo e
pesquisa, à doutrinação e à educação política, rege-se pelas normas da lei civil e tem auto-
nomia para contratar com instituições públicas e privadas, prestar serviços e manter
estabelecimentos de acordo com suas finalidades, podendo, ainda, manter intercâmbio
com instituições não nacionais. O instituto em questão poderá ser criado sob qualquer
uma das formas admitidas pela lei civil.
Para fins de aplicação das normas legais, consideram-se como equivalentes a Estados
e Municípios o Distrito Federal e os Territórios e respectivas divisões político-admi-
nistrativas.

13. SÚMULAS DO TSE RELACIONADAS COM OS PARTIDOS POLÍTICOS

Súmula TSE n. 11: No processo de registro de candidatos, o partido que não o


impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se
cuidar de matéria constitucional.

Apresentado o requerimento de registro de candidatura, poderão os legitimados (dentre


os quais constam os partidos políticos) apresentar impugnação, que será julgada pelo Juiz
Eleitoral. Após a decisão da impugnação, poderão os partidos políticos, ainda, interpor
recurso eleitoral.

E a Súmula afirma que, se o partido político não tiver apresentado a impugnação ao


registro da candidatura, não poderá ele, na outra fase processual, interpor recurso.
A exceção à regra fica por conta das situações que envolvem matéria constitucional,
quando até mesmo as agremiações partidárias que não tiverem impugnado a candidatura
poderão apresentar, caso entendam devido, recurso eleitoral.

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Súmula TSE n. 20: A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da
lista de filiados de que trata o art. 19 da Lei n. 9.096/1995 pode ser realizada por outros
elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos unilateral-
mente, destituídos de fé pública.

Inicialmente, o artigo 19 da Lei n. 9.096/1995 estabelecia que os partidos políticos, na


segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, por seus órgãos de dire-
ção municipais, regionais ou nacional, deveriam remeter aos juízes eleitorais, para arquiva-
mento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura
a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados.
Atualmente, o artigo foi alterado em virtude de a Lei 13.877/2019 ter entrado em vigor,
passando a constar com a seguinte redação:

Art. 19. Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de direção
municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema eletrônico da
Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para arquivamento, publi-
cação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos,
a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos
títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos.

Logo, o que houve foi uma modificação na forma como as informações são prestadas
pelas agremiações partidárias. Atualmente, o processo ocorre de forma eletrônica, sendo
que o partido político insere os dados do filiado no sistema eletrônico da Justiça Eleitoral, e
esta, de forma automática, envia a relação aos Juízes Eleitorais.
Interpretando a Súmula à luz dessa nova sistemática, é correto afirmar que, caso o nome
de determinado filiado não conste na relação encaminhada à Justiça Eleitoral, a medida pode
ser realizada por outros elementos de convicção, exceto quando se tratar de documentos
produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública.

Súmula TSE n. 32: É inadmissível recurso especial eleitoral por violação à legislação muni-
cipal ou estadual, ao Regimento Interno dos Tribunais Eleitorais ou às normas partidárias.

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A Súmula apresenta entendimento bastante importante e que versa sobre a impossibilidade


de interposição de recurso especial eleitoral destinado ao TSE. Para facilitar a compreensão,
vamos sedimentar as situações em que não é cabível recurso especial eleitoral para o TSE:

Súmula TSE n. 40: O partido político não é litisconsorte passivo necessário em


ações que visem à cassação de diploma.

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Assim como ocorre nas ações destinadas a impugnar o registro da candidatura, não
haverá, nas ações que tenham como objetivo a cassação do diploma, litisconsórcio neces-
sário entre o candidato eleito (aquele contra quem a ação foi proposta) e o partido político.

Súmula TSE n. 52: Em registro de candidatura, não cabe examinar o acerto ou desa-
certo da decisão que examinou, em processo específico, a filiação partidária do eleitor.

Súmula que possui a finalidade de evitar que o processo de registro de candidatura seja
moroso e destinado a discutir outros assuntos que não a possibilidade, ou não, de registro.
Logo, devemos memorizar que, durante o processo de registro, não cabe à Justiça Elei-
toral examinar o acerto ou desacerto da decisão que examinou, em processo específico, a
filiação partidária do eleitor.

Súmula TSE n. 53: O filiado a partido político, ainda que não seja candidato, possui
legitimidade e interesse para impugnar pedido de registro de coligação partidária da
qual é integrante, em razão de eventuais irregularidades havidas em convenção.

A lista de legitimados para a proposição da AIRC (Ação de Impugnação de Registro de


Candidatura) consta no artigo 3º da Lei Complementar n. 64:

Art. 3º Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público,


no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato, impugná-lo
em petição fundamentada.

No caso apresentado pela Súmula, estamos diante de uma possibilidade de legitimi-


dade extraordinária. Logo, poderá o filiado a partido político (ainda que não seja candidato)
impugnar o pedido de registro de candidatura de candidato pertencente à coligação partidária
da qual aquele seja integrante.
Para que isso seja possível, os motivos da impugnação devem estar relacionados com
eventuais irregularidades ocorridas na convenção partidária, que é o momento em que as
agremiações escolhem, internamente, aqueles que vão participar do pleito.

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É importante destacar, com relação a essa Súmula, que a Emenda Constitucional n.


97/2017 colocou fim à possibilidade de celebração de coligações nas eleições proporcionais.
Atualmente, as coligações apenas podem ser realizadas em relação aos cargos eleitos pelo
sistema majoritário.

Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios
e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Súmula TSE n. 67: A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se


aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

Como regra geral, a desfiliação partidária sempre foi motivo ensejador para a perda do
mandato eletivo. Assim, se um candidato eleito realizasse a desfiliação da agremiação parti-
dária, perderia ele o mandato eletivo para o qual foi eleito.
Modificando o entendimento até então adotado, o TSE determinou que a perda do man-
dato em razão da desfiliação não ocorre para os candidatos eleitos pelo sistema majoritário,
ou seja, os Chefes do Poder Executivo e os Senadores.
O fundamento para a diferença de tratamento entre os candidatos eleitos pelo sistema
majoritário e proporcional: no primeiro caso, o voto é dado na pessoa e nas propostas
defendidas, ao passo que, nas eleições proporcionais, os eleitos são escolhidos de acordo
com uma série de regras destinadas a valorizar o pluripartidarismo.

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