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2) Se houver impugnação:
Propaganda política
Direito Eleitoral
Sistema Eleitoral
Sistema Eleitoral
O bicameralíssimo repercute nos sistemas eleitorais adotados pela
Constituição Federal.
A câmera dos deputados e composta pelo sistema proporcional, e
o senado pelo sistema majoritário. Para chegar aos fundamentos desta divisão de sistemas
eleitorais, precisamos analisar os próprios fundamentos do modelo bicameral que a CF
adotou.
O sistema analisado, que também é adotado pela maioria dos
países, de um poder legislativo estruturado em duas casas não é consequência de
pensamentos doutrinários, ele surgiu de forma espontânea da evolução politica,
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multissecular, das instituições da Inglaterra. Em primeiro momento, a primeira pessoa a
ligar a representação com democracia, foi o Inglês Stuart Mill, século XIX.
A Inglaterra, até devido à sua formação geográfica – franja do
mundo -, teve suas peculiaridades, há historiadores que registram que antes dos celtas, os
iberos habitaram seu território, e após, a ocupação dos celtas – tinham suas divisões
internas -, que somente perderam espaço com a conquista romana, que caiu apenas com a
invasão dos bárbaros (Saxões, Aglos e Jutos).
Os Saxões se sobressaíram, e dominaram o território. Os reis
Saxões desenvolveram a pratica de convocar os chefes das maiores famílias, antes da
tomada de uma política delicada/contundente, o que ficou conhecido como o conselho
dos prudentes (ou rita), prática esta, portanto, que era desenvolvida desde a história antiga.
Houve uma invasão de vikings dinamarqueses no território, e
depois uma retomada dos saxões. Posteriormente, a terra foi dominada por normandos. Os
reis normandos mantiveram muitos costumes dos reis saxões, como o conselho dos
prudentes, com o novo nome de “magnun conciliun”, ou o grande conselho (semente da
câmara alta, câmara dos lordes) em 1.000 e pouco D. C.
Com o fim da dinastia dos Normandos, com o casamento de
Godofredo de Bulhão e Matilde, filha do ultimo rei Normando, tem inicio a dinastia Planta
Geneta, assume o filho de Matilde, como Henrique II, e com ele, vemos o surgimento de
muitas instituições de direito contemporâneo, como o júri popular.
Há autores que já apontam com o Henrique II, o novo hábito de
reis chamarem também, para reunir-se com representantes do Rei, os representantes das
cidades, para que fossem discutidas as medidas que seriam tomadas pelo governo. Os
representantes, que começaram a ser escolhidos pelas pessoas das cidades – embrião
eleitoral – e após as reuniões, voltavam para apenas informar as medidas que seriam
tomadas pelo governo, eram os Speakers. Essa reunião começou a ser chamada de conselho
dos comuns, e foi a semente da câmaras dos comuns (deputados), e a câmara dos lordes,
ou o grande conselho, a semente do senado.
Com a morte de Henrique II, assume seu filho Ricardo Coração de
Leão, e com sua morte, o irmão de Ricardo, João sem Terra assume, reinado no qual foi
estabelecida a Magna Carta, imposta pelo grande conselho. No século XXII, o rei Henrique
III, filho de Joao sem Terra, comprou diversas brigas com o grande conselho, e uma delas
fora resolvida por uma arbitragem internacional, mediada pelo Papa, que designou para
atuar como arbitro o rei da França, onde foi decidido que possuía razão o rei Henri que III.
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O grande conselho não se conformou com a decisão, e houve uma rebelião, liderada por
Simão de Bonfor, que assumiu o poder, prendendo o rei, o destituído.
Simão intensifica a pratica de convocar representantes das cidades.
Eduardo I, filho de Henrique III, que também estava preso, conseguiu fugir, e com um
grupo de nobres, retoma o poder. Sob o reinado de Eduardo I, já se enxerga perfeitamente
o parlamento bicameral, e já era utilizado o terma parlamento, e os representantes das
cidades, membros do comune conciluin, ao invés de apenas ouvir os speakers, começaram a
aproveitar o tempo e apresentar reivindicações, reclamações e projeto, é daí que vem a
pratica dos projetos começarem nas câmaras dos deputados.
Posteriormente no inicio da dinastia Stuart, houve um novo
embate com o parlamento, quando foi imposta uma petição com limitações ao rei, e
direitos ao povo, posteriormente, em um novo embate, o rei foi decapitado, e foi instituído
a republica na Inglaterra, que durou apenas por aproximadamente 10 anos, quando houve a
restauração monárquica.
Após anos, com cada vez mais evidente a força do parlamente,
diversos escritores começaram a refletir sobre os modelos. O conhecido Montesquieu
escreveu o espirito das leis baseado na evolução das praticas políticas inglesas.
Os fundamentos que fundamentavam a adoção do sistema
bicameral, estão presentes até hoje. As razões contemporâneas do sistema bicameral que
faz com que até hoje muitos países o mantenham:
I. É importante para a elaboração legislativa, a existência de
duas câmaras, vez que a lei é um instrumento de limitação
da liberdade humana (art. 5º, II, da CF), portanto sua
produção precisa da máxima cautela possível. Duas
câmaras permite que uma reveja a decisão da outro,
rediscutindo os temas discutidos na primeira, como um
mecanismo de segurança legislativa.
II. Todo pais e toda sociedade, tem interesses e problemas de
momento, ocasionais, emergenciais, e também problemas
que somente podem ser resolvido em longo prazo – daí a
idea de ter uma câmara que voltasse principalmente – não
exclusivamente – a preocupação com as aflições
emergenciais da sociedade, no caso é a dos deputados,
enquanto que outra câmara teria sua atenção em problemas
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à serem solucionados a longo prazo, no caso é a câmara
dos senadores. Esta intenção vem traduzida na extensão
dos mandados, visto que com o prazo menor, estarão
sempre perto das eleições, sempre na pressão da opinião
pública surgindo a tendência de que estes se preocupem
com as situações emergenciais. Afastando os integrantes da
opinião pública, com o mandato de 8 anos dos senadores.
III. Estabelecer uma casa legislativa jovem – com espirito
ousado, inovador, aguerrido – é a câmara dos deputados, e
uma marcada por integrantes com vasta experiência
politica, que ali estarias depois de uma vasta experiência
política- espírito sábio, cauteloso – é a câmara do senado.
Este fundamente é o que justifica as idades mínimas para
os candidatos, como condição de elegibilidade para os
deputados e senadores.
IV. Esse último é um fundamento especifico do países que
adotam o federalismo como forma de estado. Com a
necessidade de que os estados participem dos processos
legislativos federais, aqui, os Senadores representam os
estados membros, e os deputados o povo.
Direito Eleitoral
Sistema Eleitoral – continuação
Direito Eleitoral
Sistema Eleitoral – conclusão