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"No mundo da política institucional e no contexto da disputa pelo poder que existe em todo
cenário político de um governo, poucas formas de organização são tão influentes quanto os
partidos políticos. Não é por acaso que grande parte das discussões sobre reforma política que
estão em voga trata exatamente dessas formas de organização política e das delimitações de
suas ações.
O teórico social Max Weber, que se dedicou também ao estudo de questões referentes à área
da Política, definiu brevemente o Partido Político como “uma associação... que visa a um fim
deliberado, seja ele 'objetivo' como a realização de um plano com intuitos materiais ou ideais,
seja 'pessoal', isto é, destinado a obter benefícios, poder e, consequentemente, glória para os
chefes e sequazes, ou então voltado para todos esses objetivos conjuntamente”. A definição de
Weber é precisa ao evidenciar os pontos centrais que estruturam essa instituição: seu caráter
associativo, que está ilustrado nas conexões entre sujeitos com objetivos e/ou ideias
semelhantes; sua função em relação ao processo de disputa pelo poder político de uma
sociedade; e as possíveis motivações que levariam à busca pela formação de uma ação política
combinada entre sujeitos diferentes.
Nesse sentido, podemos claramente perceber que a questão é muito mais ampla e complicada
que inicialmente pode parecer. No contexto de uma democracia representativa, partidos
políticos tornam-se figuras de representação de posições ideológicas e de vontades coletivas,
bem como símbolos de posições ideológicas e ponto de conversão de energia política daqueles
que se identificam com uma ou outra posição política."
"Os partidos, em um contexto democrático, são importantes ferramentas para identificar o que
pode se esperar de um candidato ou de um governo. Nem todos têm o conhecimento ou o
tempo necessário para realizar as pesquisas e construir uma opinião acurada sobre o
comportamento de um político eleito. O partido, enquanto agremiação que professa valores,
ideologias e propostas ao público, serve também como meio de facilitar ao eleitorado o contato
e a formação de preferências em relação à política. Quando não é possível prever o
comportamento de um político a partir do partido ao qual ele pertence, a capacidade dos
indivíduos de formar suas preferências adequadamente é prejudicada. Isso não se deve apenas
à deficiência na elaboração e exposição das ideias, mas também a um grau reduzido de
diferenciação entre os partidos. Alguns teóricos afirmam que os governos representativos vivem
uma “crise representativa” no que tange às ações práticas.
O partido pode ter atuação em nível nacional, estadual e municipal desde que tenha órgãos de
direção válidos (diretório ou comissão provisória), também, nos diversos estados e municípios
do país, podendo, em consequência da sua regular constituição em todas as esferas federativas,
lançar candidatos às eleições gerais e municipais, tanto para presidente, vice-presidente e
senadores quanto para governador, vice-governador, deputado estadual, deputado federal,
prefeito, vice-prefeito e vereadores municipais.
A principal importância dos partidos políticos devidamente registrados no TSE reside justamente
no lançamento de candidatos às eleições, uma vez que é proibido, no Brasil, o registro de
candidaturas avulsas2. Essa premissa foi fundamental para que o Supremo Tribunal Federal
(STF), instância máxima do Poder Judiciário brasileiro, confirmasse entendimento dado pelo TSE,
órgão superior da Justiça Eleitoral no Brasil, de que os mandatos políticos pertencem aos
partidos e não aos candidatos eleitos sob sua legenda e que a infidelidade partidária pode ter
como consequência a perda do cargo do representante que trocar de partido no curso do
mandato.
Tamanha é a importância dos partidos no debate político e nas discussões sobre os rumos do
país, que a Constituição de 1988 dotou-lhes de autonomia administrativa e financeira,
conferindo-lhes recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão nos termos
da lei, exigindo-se, em contrapartida, a obrigação de prestar contas das receitas arrecadadas e
despesas realizadas ordinariamente durante o ano e durante as campanhas eleitorais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS