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Participação e representação
“Sem dúvida, uma democracia forte deve conter em seu repertório procedimental
institutos de democracia direta, tais como o do plebiscito. Além disso, uma sociedade é
mais plenamente democrática quanto mais possui fóruns patrocinados pelo Estado e
fomentados pela sociedade civil para discussões sobre políticas, e pelos menos alguns
deles devem influenciar procedimentalmente as decisões governamentais. A posição
anti-representação, no entanto, recusa-se a encarar as realidades complexas do processo
democrático e erroneamente opõe a representação à participação” p.144
“A função do representante de falar por não deve ser confundida com um requisito
identitário de que o representante fale como os eleitores falariam, tentando estar
presentes por eles na sua ausência”
“Diferentemente dos interesses e das opiniões, as perspectivas sociais não podem ser
facilmente pensadas como conflitantes. Reunidas, elas geralmente não se anulam entre
si; antes, oferecem questões adicionais e compreensões sociais mais plenas. No entanto,
as perspectivas frequentemente podem ser incomensuráveis” p.168
Aplicação do argumento
“reservar cadeiras em organismos deliberativos eleitos deve ser uma opção temporária e
de última instância para a representação de perspectivas que, de outra forma,
permaneceriam excluídas. Já em organismos não-eletivos, tais como comissões, o
método parece ser menos problemático, uma vez que esses organismos normalmente
são temporários e têm uma incumbência limitada. Evidentemente, esses organismos só
são representativos num sentido político se há uma base eleitoral organizada para a qual
a comissão tenha de prestar contas”
“Para promover a inclusão de todas as perspectivas sociais nas discussões e tomadas de
decisão políticas, os partidos precisam então dedicar especial atenção aos grupos e a
medidas compensatórias à sua sub-representação”
“No entanto, as legislaturas não são os únicos organismos públicos aos quais os
argumentos sobre a representação de grupos podem ser aplicados. Instâncias judiciárias,
audiências públicas, comitês e comissões e processos consultivos estão entre os outros
organismos de discussão e tomada de decisões em que a representação inclusiva pode
ser exercida, mesmo quando suas composições não sejam determinadas pelo voto dos
cidadãos”
“Aprofundamos a democracia quando encorajamos o florescimento das associações que
as pessoas formam de acordo com os interesses, opiniões e perspectivas que consideram
importantes”