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ELABORAÇÃO, GESTÃO E
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS
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f. Como são as trocas que promovem? Quais são os tipos de apoio
oferecem?
Atores formais: São aqueles atores que são definidos com base na
Constituição Federal. Por exemplo, são os partidos políticos, membros do
legislativo, judiciário e os membros mais altos do executivo (Presidente,
governadores e prefeitos). Também podem ser considerados atores formais os
burocratas e as equipes de governo.
Atores individuais: São aquelas pessoas que agem nas esferas ou arenas
políticas para influenciar os processos das políticas públicas. Temos aqui, por
exemplo, magistrados, jornalistas, artistas etc.
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TEMA 1 – OS POLÍTICOS
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a ordem citada aqui. Também não é difícil identificarmos conflitos entre estas
diferentes fontes de interesse.
Além das suas representações, interesses, os políticos têm um papel
fundamental no processo educacional e informativo, como formadores de opinião
e na construção de consensos em torno de causas éticas e/ou ideológicas e
orientam e dão luz às políticas públicas.
Precisamos também apontar que os políticos podem ser beneficiados ou
prejudicados eleitoralmente a partir do desempenho das políticas públicas,
mesmo daquelas que eles não advogam em prol. Isto acontece por meio do que
Secchi (2013) chamou de accountability democrática, o que quer dizer que a
sociedade faz o controle, fiscalização e responsabilização dos políticos por meio
do desempenho das políticas públicas em que ele está envolvido, fazendo com
que ele tenha a necessidade de prestar contas sobre o que está acontecendo e o
seu grau de envolvimento em cada ponto.
Por isto é comum que os representantes eleitos tentam organizar as
soluções de forma a trazer o melhor benefício eleitoral para si, postergando ou
adiantando decisões em assuntos que estejam na mais na pauta social naquele
momento, sempre numa corda bamba, tentando equilibrar entre as indicações
políticas e técnicas nos cargas mais altos do executivo, pausando ações públicas
politicamente incertas e sempre procurando desviar a sua responsabilidade
daquilo que está com desempenho abaixo do esperado (chamado blame shifting)
Em relação aos políticos, ainda precisamos fazer uma ressalva com relação
aos seus acessos às esferas de poder. Nós apontamos aqui que em democracia
estabelecidas, os políticos assumem posições de tomadores de decisões quando
eleitos para determinados cargos dos poderes legislativos e executivo. Porém a
outras formas de alcançar posições de decisão sem passar necessariamente pelo
pleito eleitoral. Políticos podem ser eleitos, mas também poder ser designados a
determinadas posições de confiança por parte dos eleitos.
Na legislação brasileira a basicamente dos tipos de designados políticos, o
primeiro é aquele que é investido de funções de confiança, e o segundo aquele
que é investido de cargos comissionados. Geralmente, as funções de confiança
são direcionadas aos servidores públicos de carreira, que por confiança, são
designados a posições de chefia, direção ou assessoramento. Para um burocrata
funciona como uma promoção política temporária e que é compensada por meio
de gratificações salariais.
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Já os cargos comissionados são acessíveis tanto aos burocratas, quanto a
qualquer outra pessoa externa à administração pública. Há legislações que
determinam os percentuais mínimos de cargos comissionados que devem ser
ocupados com profissionais de carreira, mas isto varia bastante. Exemplos de
cargos comissionados são: ministros, secretários, presidentes de empresas
estatais etc. Os cargos comissionados são de escolha livre dos gestores, que
podem nomear ou exonerar a qualquer tempo e são utilizados como pontes para
que as orientações políticas sejam repassadas para o corpo burocrático.
No dia a dia da gestão pública, os cargos comissionados são grandes
fontes de poder aos políticos e partidos políticos. Por muitas vezes são utilizados
como moedas de troca para a garantia da base política que apoiaram ou apoiarão
a promoção do político e do seu grupo de poder no pleito eleitoral.
TEMA 2 – OS BUROCRATAS
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Segundo o modelo burocrático desenhado por Max Weber, é claro que os
colaboradores devem ser pessoas qualificadas tecnicamente e, no caso do
funcionalismo público, devem ser neutras politicamente e voltados para o
benefício do bem coletivo. Também precisam estar focados na eficiência dos
trabalhos realizados, executados de acordo com as normas técnicas desenhadas,
mantendo um alto valor ético a fim de sempre evitar a corrupção, o favoritismo ou
qualquer ação que vá contra aos interesses e bens coletivos.
O problema desta visão weberiana pura é que vai contra, em parte, da nova
visão da administração pública, onde o corpo burocrático deve ser sim detentor
do conhecimento necessário, mas também precisa ser criativo nas proposições e
capaz de evitar que políticas públicas má gerenciais gerem frustações. Cabe a
eles também a busca da eficácia das políticas públicas, justamente por serem
detentores de conhecimento técnico que viabilizaria a boa execução das políticas
públicas.
Podem fazer parte deste os mais diferentes tipos de profissionais, tais como
médicos, policiais, assistentes sociais, professores e qualquer outro profissional
de conhecem os meandros de sua profissão e se faça necessário para a
manutenção da máquina estatal.
O importante é que estes profissionais precisam estar próximos daqueles
que que serão os beneficiários das políticas públicas para entender melhor as
suas necessidades e comportamentos. Como também, servirem de elo de ligação
entre eles e os políticos ou lideranças e, desta forma, superar os desafios práticos
da implementação das políticas públicas.
Há um grupo de servidores que precisamos destacar aqui em nossas
análises. Juízes são servidores públicos que desempenham um papel importante
no processo de implementação de políticas pública. São o grupo do funcionalismo
público que exercem as atividades do poder judiciário com a prerrogativa e
capacidade de julgar, de acordo com a Constituição e suas leis. Ao imitirem
decisões, os juízes tornam-se protagonistas na elaboração das políticas públicas
pois tratam de assuntos que estão ligados diretamente aos interesses sociais,
econômicos e políticos.
No processo de formulação de políticas públicas, eles podem exercer
diferentes papéis, já que comprem funções que atingem diretamente tais políticas:
possuem o poder de veto, árbitro imparcial e representante da sociedade.
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Talvez, as políticas públicas mais sensíveis às suas decisões sejam as
políticas regulatórias que tratem da liberdade as pessoas e das empresas e as
políticas que versam sobre a redução das desigualdades e paridade entre
diferentes categorias sociais.
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Aqui cabe apenas uma distinção. Os grupos de interesse não possuem interesse no poder
público, porém estes grupos de interesses são formados, inicialmente, e estes sim podem ter
interesses políticos e fazem uso de suas ligações e pautas dos grupos de interesse para se
projetarem politicamente.
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Por outro lado, poderíamos ver estes grupos com maior naturalidade, assim
como a suas atuações e a assimetria de recursos entre os diferentes grupos. Por
esta visão, tomaríamos este desequilíbrio como natural e a prevalência de
interesses de um grupo obre o outro tomados como justo, pois estariam
agregando mais consensos.
Outros exemplos de recursos que grupos de interesse podem utilizar, além
o da mobilização, são os financeiros, os cognitivos e os organizacionais. Os
recursos financeiros são fundamentais para viabilizar as estratégias e ações do
grupo. Os recursos cognitivos dizem respeito às suas capacidades interpretativas
sobre um tema e têm o papel fundamental em áreas de políticas públicas onde
ocorrem embates de conhecimentos técnico específico (por exemplo os que
envolvem questões ambientais e de regulação da segurança no trabalho). Já os
recursos organizacionais envolvem a sua capacidade de planejamento, controle
e articulação de indivíduos em torno de objetivos em comum.
Há também capacidades distintas se estes grupos são grandes ou
pequenos. Grupos grandes possuem maior dificuldade de organizar seus
membros em torno de pautas e sua organização tendem a ter custos bem
elevados. Já grupos menores tem a capacidade de se organizar de forma mais
efetiva. Porém a capacidade de projeção varia bastante entre os grupos grandes
e pequenos.
Resumindo, os grupos de interesse:
Por fim, os grupos de interesse utilizam vários meios para fazer valer os
seus interesses e que sejam respeitados no processo de elaboração de políticas
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públicas. Podem fazer campanhas publicitárias, financiamento de campanhas
eleitorais, lobby, passeatas, greves e, também, podem sim fazer uso de corrupção
de forma ativa.
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características culturais brasileiras, por ser uma sociedade do tipo relacional,
tornam a difusão de informações numa escala nunca antes vista.
Contudo, se quando os meios de comunicação estavam concentrados em
grupos jornalísticos, com processos de controle editorial e regidos por princípios
éticos da profissão, nas redes sociais qualquer um pode ser um influenciador ao
difundir informações via Internet, porém podem não ter os mesmos cuidados
editorais que vemos nos meios profissionais. Surge aí a expressão das fake news,
que nada mais são de informações falsas, incorretas ou ilegítimas, difundidas de
forma intencional ou não, apresentando conteúdos de forma a trazer credibilidade
ao que não condiz com os preceitos profissionais dos meios de comunicação ou
a realidade dos fatos. A utilização de fake news como arma de defensas de
interesses tem se demonstrado um desafio a toda sociedade, refém de narrativas
que se contrapõem, por vezes com meias verdades, dificultando a formação de
opinião pública consistente.
Por último, e não menos importante, a mídia também é atuante do processo
de construção de políticas públicas governamentais, sendo protagonista daqueles
que são direcionadas para si.
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Vamos deixar claro que as thinks tanks se diferenciam de empresas de
consultoria pois são focadas na criação de novos conhecimentos e não apenas
na aplicação de conhecimentos já existentes na elaboração das políticas públicas.
Segundo Soares (2009), think tanks podem ser:
5.4 Policytakers
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pública, criando julgamentos coletivo sobre determinados temas e, desta forma,
capazes de influenciar as escolhas políticas.
Pode ver outras situações aonde os destinatários também assumem o
papel de tomadores de decisão, nos casos de políticas constitutivas (onde
policymarkers e policytakers são os mesmos), de políticas públicas de gestão
pública e em todos os casos em que os indivíduos, grupos e organizações são
chamados para participar do processo decisório (planejamento orçamentário
participativo, conselho de gestão etc.)
Se estiverem dispersos geograficamente, sua capacidade de influência fica
prejudicada, pois terão maiores dificuldades de organizar recursos em torno da
defesa de seus interesses.
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REFERÊNCIAS
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