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Antes de mais importa dizer que a palavra “Política” tem sido entendida de duas formas:
Como técnica que procura “alcançar os melhores resultados com o menor dispêndio de
esforço”
Como arte de governar, isto é, “a arte que permite escolher entre dois males o menor:
Para Mafessoli “o político” pertence a categoria das coisas que perduram em todas as
épocas, sendo, ao mesmo tempo, sempre diferentes“. A política é uma forma, uma
instância na sua acepção mais forte, que determina a vida social, ou seja, limita-a,
constrange-a e permite-lhe existir”.
Nessa concepção de política, não estão incluídas apenas as leis: estão também as formas
como os homens relacionam-se entre si no seu cumprimento. Coações cotidianas,
hostilidades, animosidades, litanias, agregações sociais, tudo, enfim, que ocorre no dia a
dia [por exemplo, na escola] compõem um plano político, antes chamado apenas de
política das relações humanas, que interessa ao educador;
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sociabilidade, que, conforme o momento, se rege por regras explícitas (o que diz a Lei) e
implícitas (o que pensam os indivíduos);
A política como esfera eminentemente humana faz ser a sociedade muito mais que a
adição de seus indivíduos ou mesmo de suas instituições e a diferença entre a adição que
ela não é, e o sistema que a define consiste nessa capacidade humana de criar as condições
institucionais de viver a diferença na troca; troca de bens, de mensagens,.., a partir da qual
nos ligamos uns aos outros;
Além disso, o termo “política” aparece-nos, muitas vezes, com uma conotação
adjectivadora, qualificativa de determinados ramos de outras ciências, falando-se em
economia polítca, geografia política, história política, sociologia política, filosofia
política, etc, cuja pretenção consiste em analisar os fenómenos políticos nas suas
dimensões económica, geográfica, histórica, social, filosófica, etc.
Pelo que, o estudo das Políticas Públicas não têm por objecto a estrutura política, eleições,
partidos ou comportamentos eleitorais. O que é importante para o estudo das Políticas
Públicas são as deciões políticas que têm impacto na vida dos cidadãos, ou o
resultado da actividade governamental.
referem-se ao que os governos fazem, não ao que tencionam fazer; por outras palavras, as
decisões políticas geram outputs.
elas podem ser positivas ou negativas, já que a política de “laisse faire”é uma política que
pode ter impacto para a sociedade e para alguns dos seus grupos.
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O estudo de Políticas Públicas nasceu no âmbito da Ciência Política, embora o seu objecto
consista no estudo do output do sistema político resultante do processo de decisão e,
segundo Guy Peters e Jon Pierre (2006, in: Rocha, 2010) no Handbook of Public Policy:
O segundo grupo de questões é constituido pela análise das políticas que consiste no uso
de técnicas analíticas. Estas são destinadas a informar os decisores políticos na escolha
das políticas e baseiam-se na racionalidade económica;
Esta decisão pode tomar a forma de lei ou de programa a ser implementada pela
administração;
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Em resumo, o conceito de Políticas Públcas ( “public policy”) está tradicionalmente
associado ao conceito de Estado. Políticas Públicas são acções dos órgãos do Estado em
ordem a responder a pretensões dos cidadãos, agrupados ou não. Pode-se concluir,
portanto, que não existem Políticas Públicas sem Estado e que este desempenha um papel
fundamental no processo público;
O paradigma clássico apresenta o Estado como fonte de Políticas Públicas. A ele compete
articular os problemas através da agenda política, formular as respostas, implementar as
soluções e controlar os resultados. Mas nada disso ocorre num sistema de governação.
Neste caso, a formulação e a implementação das Políticas Públicas é o resultado da
interação de vários actores com diferentes objectivos, interesses e valores.
A educação é também uma realidade institucional na medida em que ela toma a forma
colectiva de estabelecimento escolar, de programas e de instituições codificadas, de
funções profissionais regradas pelo estatuto, construções, relações jurídicas entre os
diferentes parceiros, de relações entre a escola e seu ambiente social e económica;
A política é do domínio público. O essencial, para que seja político, é que esteja ligada a
uma organização colectiva regrada através de estatutos e leis e materializada por
instituções e regras que lhe regem;
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Toda política é necessariamente ligada `a um poder, quer ela [a política] seja o exercício
do poder, contestação do poder, conquista do poder. O poder não existe para os cidadãos
que na medida em que eles reconhecem e aceitam as regras explícitas ou, frequentemente,
implícitas através das quais eles abandonam uma parte da sua liberdade numa negociação
permanente;
Este poder deve ser reconhecido como légitimo. O acesso ao poder oscila entre conquista
pela força e o obtido através do boletim de votos. Mas um poder não é légitimo a não ser
quando exprime, sobre um projecto particular, a opinião maioritária dos cidadãos;
Existe política de educação `a partir do momento em que uma organização colectiva entra
em jogo: um estabelecimento escolar pode ter uma política. Mas de maneira mais restrita,
falamos de política da educação ao nível de totalidades institucionais importantes: comuna
ou município, região e, em países de forte centralização, o Estado. A expressão
institucional de uma tal política toma a forma, por exemplo, de um ministério;
No domínio da educação, como em todo outro, a política está ligada ao poder. Uma
política da educação se traduz em forma de leis, decretos, regulamentos, programas e
instruções. Ela é impulsionada e controlada pela hierárquia. A aplicação de uma tal
política exige, dos cidadãos em geral e dos professores e administradores em particular, a
obediência às leis e regulamentos: i) A escolaridade obrigatória, por exemplo, em alguns
países, se apoia sobre possíveis sanções, pecuniárias ou policiais; ii) Os professores são
avaliados e seu progresso na carreira depende, em parte, no zelo destes na aplicação dos
programas e instruções.
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3. Uma possível conceptualização de Políticas da Educação
Seu papel ainda é maior ao valorizar a acção da cultura do meio escolar, do sistema de
crenças, valores e idéias que orientam os professores e profissionais de ensino (além de, é
claro, dos agentes de governo) na gestão das tarefas educacionais, o que a leva a
apresentar dimensões novas para a formulação de políticas educacionais;
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O enfoque da “escola como lugar político-cultural” marca a reflexão contemporânea
da disciplina de Políticas Educacionais, onde os dispositivos legais são percebidos na
relação com a cultura da escola”;
É claro que para julgar correctamente a adequação de uma política a uma determinada
teoria não bastam dados superficiais da realidade (aqueles obtidos no noticiário político da
televisão, por exemplo). Por mais importante que seja o papel da informação preliminar, o
conhecimento das políticas educacionais exige que se penetre mais fundo na essência da
acção governamental:
Porque muitas vezes o fenômeno que o observador percebe não revela objetivos
importantes das coisas. Um exemplo importante disso é o fato de que observamos o
esforço governamental em dotar as escolas de recursos de informática, mesmo quando
escolas não possuem professor ou corrente eléctrica. O facto, no entanto, não revela por si
os laços existentes entre órgãos de governo e a industria de informática. E nenhuma
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palavra temos dos órgãos oficiais sobre os lucros que advém para as indústrias que são
privilegiadas nos processos de licitação;
Ou seja, a análise crítica decorre de um trabalho intelectual de que exige o estudo das
Políticas da Educação para que seja analisado em detalhe as condições reais de efetivação
de uma política educacional, ou, para assim dizer, suas condições materiais de execução;
É lógico que uma crítica como esta, produto do trabalho intelectual, não esgota as
possibilidades da acção política; antes, realiza-se a crítica a partir de um distanciamento
exigido durante o processo de produção do conhecimento. Ao depararmo-nos com uma
medida política, o problema ulterior consiste em conhecer seus efeitos e o modo real de
sua execução;
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O conceito ou uma interpretação conceitual atravessa as acções políticas em seu amplo
espectro. Por exemplo, a discussão sobre o papel que deve ter o Governo na manutenção
das universidades públicas, e sua aceitação, e até mesmo incentivo, de um sistema privado
de ensino, pode revelar uma política mais ampla de privatização do ensino público. No
caso, privatização do ensino é o conceito. Nele estariam em segundo plano os detalhes da
discussão sobre esta ou aquela universidade que cobra ou não taxas de seus alunos,
fixando-se no que é essencial de determinada política. Os conceitos que usamos para
explicar determinadas acções do Estado são formas puras, quer dizer, permitem uma visão
abrangente dos processos políticos aos quais se referem;
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desconhecido. O Analista teoriza sobre as acções que vê o governo empreender. Ele as
simplifica para dar sentido e, por isso, em suas especificidades, o novo pode surpreender;
A lógica desta investigação de Políticas Educacionais deve servir tanto para as macro-
políticas, quanto para as micro-políticas (Foucault). Ou seja, tanto para os procedimentos
a nível governamental geral, quanto para aqueles que se efetuam no cotidiano escolar;
Em Políticas Educacionais, hipótese é uma formulação que explica uma acção política.
Implica afirmar a existência de uma relação entre fenômenos políticos diversos ou seus
componentes, e que esta relação é importante para a explicação da acção política. É uma
suposição do Analista de Políticas Educacionais, referido a um conjunto de factos
concretos e suposições explicativas fundadas numa teoria;
Faz –se isso seja tomando a acção governamental como foco, ou a atitude de um director
de escola noutro, o que se vê é uma tentativa de explicação a ser verificada sobre um tema
já existente. Contribui para os rumos da investigação, pois encaminha a selecção dos
dados, evitando perca de rumos na pesquisa, permitindo uma análise dos dados orientada.
Investigar Políticas Educacionais é caminhar no conhecimento da acção política dirigido
por nossas hipótese.
Actividade de reflexão 1:
1. Olhando para o contexto moçambicano, particularmente no que diz respeito a definição e
implementação das Políticas da Educação, em geral, e das Politicas de Formação do
Pessoal de Saúde , explique a forma como as diferentes “ Teorias e Modelos do Processo
Político” apresentadas por Rocha (2010: 28) se aplicariam para definir uma política
educacional tendo em conta um “ outputs” educacional que, actualmente, consideria
relevante para o país.
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Quinquenal do Governo, Política Nacional da Educação, Diferentes Planos Estratégicos
da Educação e de Formação), identifique:
outras escolhas/opções que, na sua opinião, poderiam ser consideradas como ideias para o
reforço e/ou efectividades das Políticas da Educação e/ou de Formação de Pessoal da
Sauúde em Moçambique [Obs: justifique ao máximo a sua resposta]
Os diferentes actores que lhe parecem que têm tido algum papel [e qual é esse papel] no
processo público das Políticas da Educação e Formação de Pessoal da Sauúde.
A totalidade [ou pelo menos, a maior parte] dos documentos oficiais que reflectem as
Políticas da Educação e Formação de Pessoal da Saúde em Moçambique].
3. Mello (in: Prost et al, 2002: 69), num artigo intitulado “O espaço das políticas educativas
na sociedade do conhecimento: em busca da sociedade do saber”, considera as políticas
educativas como : i) espaços de negociação de consensos; ii) espaço científico e técnico;
iii) espaço de acção; iv) espaço ético.
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b. O entendimento parte da seguinte questão: Que fazer contra as leis de economia do
mercado e da evolução tecnológica, senão tentar se adaptar? E de adaptar os homens e
mulheres que trabalham ou estão nestas organizações!
d. Neste sentido, por exemplo, para a escola de relações humanas, de motivações, todas
as técnicas psicológicas, psicossociologias e sociológicas aparecem como meios mais
ou menos manipuladores para melhor adaptar os homens à seu trabalho. Trata-se de
pensar na lógica da objectividade, do previsível.....
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a. A organização como fenómeno autónomo, quer dizer que obedece a suas próprias
regras de funcionamento
b. As teorias anteriores concebem o indivíduo ou o grupo “no vazio”, quer dizer, de uma
parte à partir de suas necessidades tomadas em absoluto e, de outra parte,
independentemente de suas estratégias e das organizações concretas;
c. A organização existe como uma construção contigencial dos actores: não é verdade
que os ocupantes de um papel organizacional se conformam à um modelo de
racionalidade perfeita; eles jogam um papel onde entram estratégias contingentes.
Para reflexão 2
1. Caracterize os elementos que demonstram que ela: i) Age como resposta ao meio
externo, ii) é uma construção dos actores que a integram
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c. Mitchel recorda que a organização “integra pessoas que trabalham juntas para atingir
um fim comum”, enquanto que Bertrand acrescenta que “uma organização é um
conjunto de pessoas que estão combinadas em virtude de actividades orientadas para
fins comuns”.
Hall diz que as organizações são entidades complexas que contêm uma série de
elementos e são afectadas por muitos factores diversificados e, assim:
Com bases nestas diferentes definições e ainda de acordo com Bernoux (1995: 118-122),
podemos concluir que uma organização tem as seguintes características:
i. Divisão de trabalho:
Ela supõe precisão e duração: i) o trabalho pode estar formalizado por escrito ou não,
ele deve estar repartido entre os indivíduos de uma maneira clara para que não
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confunda os outros; ii) o trabalho é dado por uma determinado duração aos que devem
executar.
Cada membro numa organização sabe de experiência que quando um papel é lhe
atribuído, jamais irá desempenha-lo exactamente da mesma maneira que o seu
predecessor: mesmo que a definição do posto ou função não muda, o novo titular não
lhe executa exactamente da mesma maneira que o antecessor [existem outros
centros de interesse, julga diferentemente a importância de diferentes tarefas contidas
na definição da função, quiçá, se comporta interpretando de maneira forçamente
diferente a mesma função]
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Nenhum grupo pode existir de maneira eficaz em todos os sentidos, vertical e
horizontal
Um bom sistema de comunicação deve permitir aos membros um rápido contacto. Por
isso, toda organização é confrontada a escolher entre comunicações formalizadas e
comunicações informais, prestação de conta das comunicações, centralização ou não
das comunicações.
Este sistema precisa o que os membros devem dar e o que devem receber: a questão se
coloca, aqui, sobre a definição e precisão dos termos de troca.
Para reflexão 3
A partir das características de uma organização apontadas por Bernoux, faca uma análise critica da
escola como organização, apontando os aspectos:
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A par destas características de todas as organizações convencionais, a análise da escola como
organização, nos permite, com base em Diaz (2003: 19/20) distinguir as seguintes
características das organizações escolares:
c. A falta de uma planificação e gestão administrativa próprias, o que leva a que muitas
das decisões que se tomam num determinado momento não obedeçam a padrões de
gestão sustentáveis no tempo, dado que são produto de situações muito concretas.
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h. O carácter aberto das instituições educativas face ao meio envolvente torna-as muito
vulneráveis às mudanças culturais, sociais, políticas e económicas de cada momento.
Para reflexão 4
1. Na sua opinião, de que maneira as características das organizações escolares acima indicadas contribuem para
“tornar as instituições escolares débeis do ponto de vista organizacional”.
2. Com base nas características das instituições educacionais acima indicadas, Diaz (ibid: 20) sintetiza as imagens
organizacionais da escola em 6 pontos: i) A instituição educativa é uma organização debilmente articulada, ii)
A escola é uma construção social e ordem negociada, ii) A instituição escolar é uma realidade politica, iv) As
instituições escolares são sistemas culturais, v) As escolas são anarquias organizadas e vi) A escola é um
ecossistema.
Quais são as explicações para se ter estas seis imagens organizacionais da escola?
3. Associando estas ideias de Diaz às de Lima (2001: 15-43), acrescente outros elementos que demonstrem o
carácter burocrático e anárquico das organizações escolares
a. Uma sondagem rápida mostra que nas organizações existem indivíduos preguiçosos e
empenhados (trabalhadores). Contudo, um preguiçoso num grupo que trabalha muito
produz infinitamente mais que um preguiçoso num grupo que fornece quase nenhum
trabalho: “toda preguiça é um facto relativo as normas de comportamento do
grupo”
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Igualmente, outras categorias que a cultura, como a idade, o sexo, etc..., influenciam o
comportamento dos indivíduos na condição de les recolocar nesta cultura específica e
de les estudar como estratégias particulares.
Para reflexão 5
De que maneira o que dissemos acima pode justificar a organização do trabalho dos
professores em grupo, de modo a melhorar o desempenho de cada um e da
instituição escolar?
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2.3. As teorias da organização e a organização escolar
Diversas teorias organizacionais influem o funcionamento da escola ou, pelo menos, facilitam
a compreensão do que nela se passa. Destas teorias vamos fazer referência das seguintes:
2.3.2. Origem
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Para Weber a dominação legal baseia-se na racionalidade e responde as seguintes
características:
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Existe uma relação salarial geralmente congruente com a posição hierárquica e
as responsabilidades assumidas e, na maior parte das vezes, os funcionários
têm direito à reforma
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Desvantagens da burocracia
A palavra burocracia tem, actualmente, uma clara conotação pejorativa e são comuns
os movimentos em favor da desburocratização
Dizer que uma organização é burocrática é dizer que ela se agarra a regulamentos para
produzir a sua própria ineficiência; que é incapaz de aceitar a mudança e, menos
ainda, a inovação; que não dá respostas às necessidades dos clientes nem sequer tem
em conta as suas aspirações
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A exigência feita ao funcionário de “método, prud6encia e
disciplina”transforma-o, frequentemente, num ser hiperconformista
Para reflexão 6
Com base nos capítulos 7 e 8 da obra “CARVER, Sergiovanni. O novo executivo escolar:
Uma teoria de administração, SP, Editora Pedagógica e Universitária, 1976”, apresente
elementos adicionais que demonstrem:
Taylor parte do princípio de que exisste uma identidade de interesses entre o patrão e o
operário e, assim, considera que:
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O principal propósito da administração deveria consistir em assegurar o
máximo de prosperidade ao empregador, unido ao máximo de
prosperidade ao empregado.
Para Taylor, existe “uma melhor maneira ” de realizar qualquer tarefa, daí que lhe
aparece como preocupação:
Trato que se deve ser dado: cada operário deveria ser instruído diariamente
pelos seus superiores e receber destes a ajuda mais cordial, em lugar de ser,
por parte, compelido ou forcado pelo capataz, e, por outra, abandonado à sua
própria imaginação.
Ambiente que deve ser proporcionado: através das instruções dos seus
instrutores, cada operário com uma determinada capacidade intelectual torna-
se capaz para realizar uma espécie de trabalho muito mais superior, (…)
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ajudado pelo ambiente agradável, por uma variação interessante, por salários
mais elevados.
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Nas organizações existe uma estrutura informal: existe uma liderança do grupo
que o mantém unido e lhe fixa regras de conduta; existem, ainda, práticas de
punição dos membros do grupo que não obedeçam à regras informalmente
estabelecidas
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Coexistem vários subgrupos dentro do “grupo organizacional”: toda
organização, ao ultrapassar o nível de total indiferenciação de estatutos e papéis
entre os seus membros, vai integrar vários subgrupos dentro do grupo
organizacional (Ex: os Conselhos de Escola……)
Assim,
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Esses estudos, de que se destacam os de LAWRENCE e de LORSCH, vêm mostrar
que não há uma melhor maneira de administrar as organizações, mas que a eficácia de
qualquer organização depende da sua melhor ou pior adaptação à exigências do
ambiente.
Para estes autores, as organizações viáveis são as que “dominarem a ciência e a arte da
organização para fazer crescer os seus níveis de diferenciação e integração”, e
perspectivam as organizações viáveis do futuro nos seguintes termos:
Ambiente externo é o que está fora (ex: contexto físico, económico, cultural, social e
político) dela e a condiciona. E, segundo HALL, temos ambiente geral e ambiente
de tarefa.
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O ambiente geral ou macro-ambiente é comum a todas as
organizações num certo tempo e espaço. Fazem parte, entre outros, a
situação económica (regional, nacional e internacional), o sistema
político vigente, o nível de desenvolvimento tecnológico, o conjunto de
regras ou leis que condicionam o mercado de trabalho.
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culturais, ambientais…evidencia o percepção da escola como
sistema aberto.
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Também os professores devem assumir, hoje, a dimensão da sua
formação contínua como um dever e um direito inerentes à sua
profissão, o que pode ser interpretada à luz desta necessidade de
resposta eficaz aos desafios que um futuro incerto lhes coloca.
Então:
A maioria das habilidades administrativas que se esperam do administrador na
escola envolvem competências comportamentais, e a escola não pode
organizar-se com sucesso se, em cada momento, não forem encontradas as
soluções que a situação exige.
William OUCHI, Japonês, elaborou a teoria Z a partir do confronto entre a gestão das
empresas japonesas e norte-americanas, a partir da procura dos traços da gestão
japonesa que podem sobreviver numa cultura ocidental.
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OUCHI afirma: “as ideias fundamentais do Japão em matéria de organização
poderiam virtualmente servir as sociedades americanas. Aplicadas de uma certa
maneira, estas técnicas são mais do que úteis, são cruciais para as nossas esperanças
de recuperação económica. É a estes métodos e a este estilo de gestão que aludo
quando falo da teoria Z”
A informação circula
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Um emprego de longa duração: Os professores (e o pessoal não docente)
estão, na sua maioria, ligados à profissão com um grau de estabilidade que nos
permite afirmar estarmos perante trabalhadores detentores de um emprego para
toda a vida.
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Para reflexão 7
A Planificação é uma das funções dos administradores, tal como está referido em Nivagara
(2004:12/13) no módulo de Administração, Gestão e Supervisão Escolar.
Nesse módulo, refere-se que a palavra administração pode ter diferentes significados para
diferentes pessoas, em diferentes ocasiões e que têm sido dadas diversas definições. Assim, a
«administração» é encarada como arte, como ciência, como uma organização, como uma
pessoa, como uma disciplina ou como um processo, significando deste modo o seguinte:
Administração como arte trata da realização de funções e tarefas organizativas através de
pessoas. Esta arte implica a utilização de técnicas em:
Relações humanas e públicas;
Delegação de poderes: atribuição e comparticipação em responsabilidades e deveres;
Comunicação, incluindo a tomada de decisões e a resolução de problemas;
Gestão de mudanças.
Administração como ciência trata de estabelecer a filosofia, leis, teorias, princípios,
processos e práticas que podem ser aplicadas em várias situações incluindo as referentes a
escolas.
Administração como organização trata da criação de estruturas formais e de
estabelecimento baseados numa missão, objectivos, metas e tarefas. Por exemplo, o sector
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social da administração pública relaciona-se com a educação e saúde, enquanto que os
serviços de segurança pública podem estar mais ligados à polícia e ao exército.
Administração como pessoa é vista neste caso, como uma pessoa ou grupo de pessoas. Por
exemplo, um professor pode dizer «a administração mudou o horário a meio do período». Isto
pode referir-se a si, como director, ou a todos os membros da direcção, ou a um órgão de
direcção.
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Reflexão 8
De certeza que já chegou à conclusão de que se é verdade que a administração compete ao
director da escola, os outros membros não estão isentos de planificar, organizar, dirigir,
supervisionar e avaliar.
a. Então, na base da observação e de entrevistas aos seus colegas, verifique em que tem
consistindo a realização destas funções administrativas por parte destes.
b. Apresente a sua crítica em relação à forma como você e os seus colegas têm realizado
as funções administrativas na unidade escolar a que pertence.
c. Em que medida se pode justificar a centralidade da planificação comparativamente as
outras funções de administração? [Apoie-se em exemplos]
Reflexão 9
Com base no extracto abaixo, explique como a participação, a democratização, a
descentralização e a autonomia: i) são complementares; ii) contribuem para maximizar
os resultados organizacionais e, particularmente, das escolas ou dos sistemas da
educação
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A escola pode ser local de produção e actualização continua de regras e orientações por
parte dos sujeitos e espaço potencial de disputa de projectos; eis uma das facetas que
pode caracterizar a gestão participativa e a autonomia na gestão escolar;
Vista deste modo, a autonomia não resulta de um decreto ou de uma legislação superior;
ela é mais um processo de construção dos actores da respectiva unidade escolar. Isso
explica porque diante de mesmo quadro legal, escolas diferentes tenham diferente
visibilidade em termos de “processos” e “ outputs” singulars inerentes a construção
dos seus actores.
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Reflexão 10
Olhando para a sua prática de trabalho e a observação que tem feito sobre o funcionamento
das escolas, que outras práticas devem ser seguidas para aumentar o nível de participação dos
actores na gestão escolar?
Também temos que ver a participação como factor importante na solução de problemas
organizacionais, em todas as etapas, nomeadamente:
Etapa Papel da participação dos actores
Permite concentrar a atenção na existência de um problema.
Consciência do problema Onde não há vias de comunicação abertas, os problemas correm
o risco de não serem trazidos a tona para serem solucionados, do
que resulta seu agravamento
Oportuniza trazer outras visões sobre o problema, de modo a
assegurar que o mesmo seja diagnosticado de forma ampla e
Diagnóstico do problema adequada. Ajuda a garantir aceitação e envolvimento dos
interessados na solução de problemas. A participação e a
consulta nesta etapa permitem acelerar a implantação da(s)
solucão(ões) propostas
Ajuda a ganhar aceitação e envolvimento dos interessados na
Definição do problema solução de problemas. A participação e a consulta nesta etapa
permitem acelerar a implantação da solução proposta
Reconhece e incorpora o conhecimento professional dos
Geração de alternativas professores e gestores escolares, no estágio de decisão da escola,
e dos dirigentes do Sistema
Estimula a realização de feedback e a retificação de acções mais
Teste das alternativas confiáveis, mediante o envolvimento colectivo no teste de
alternativas de acção, pelos responsáveis pela implementação das
soluções identificadas
Condiciona o comprometimento dos participantes com a
Escolha das alternativas alternativa escolhida. Também ajuda a minimizar a sabotagem e
boicote `as soluções seleccionadas
Desenvolvimento de um Promove o comprometimento daqueles que têm que implantar e
plano de ação assumir as tarefas
Facilita o desenvolvimento da compreensão sobre o modo como
Comunicação do plano as decisões podem afectar `aqueles que estão fora da unidade e a
reduzir a ocorrência de possíveis sabotagens
Implantação do plano de Ajuda a gantir o esforço coordenado da equipe, desde que tenha
acção havido sua participação plena nas etapas anteriores
Acompanhar, avaliar e Permite assegurar o feedback adequado sobre os sucessos, como
revisar também sobre os problemas daqueles directamente afectados
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pelas acções
Fonte: LUCK et al (2009: 61/62)
Pelo que acima ficou exposto, Freire (1991: 31), citado por Lima (1999: 55) diz que“
mudar a cara da escola implica também ouvir meninos e meninas, sociedades de bairro,
pais, mães, directoras de escolas, professoras, supervisoras, comunidade científica,
zeladores, merendeiras, etc. Não se muda a cara da escola por um acto de vontade do
secretário”;
Num modelo de direcção participativa, a questão não é mais apenas de zelar pelo
cumprimento de normas, determinações e regulamentos emanados dos órgãos
superiores, constituindo-se o trabalho do director, sobretudo, como o de “ repassar
informações, assim como controlar, supervisionar, “dirigir” o fazer escolar de acordo
com as normas estabelecidas pelo Sistema de ensino”;
Agora trata-se, em parte, de não mais pensar que “ é dever do Estado garantir a
educação”, interpretando-se que nesse sentido `a sociedade caberia apenas o direito `a
educação e não a responsabilidade conjunta de zelar por ela e promovê-la;
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Uma de natureza operacional, que aponta para uma solução para os grandes sistemas de
ensino, que falham por não poderem directamente gerir as condições operacionais do
ensino;
Outra de carácter social, que reconhece a importância da dinâmica social da escola, com
uma cultura própria e, portanto, demandando decisões locais e imediatas ao seu
processo, a fim de promover o melhor encaminhamento do processo educacional;
Com a participação dos actores existe um entendimento claro e explícito de que são as
comunidades locais que mantêm a educação e suas escolas e se sentem por elas
responsáveis. E verifica-se a consciência das comunidades sobre a importância da
educação para a formação de suas crianças e jovens, e que a geração de recursos
locais para a manutenção de escolas e seu sistema constituem-se em componentes
fortes de criação de um senso de responsabilidade das mesmas pelas escolas como
centros importantes e significativos de formação dessas crianças e jovens.
Reflexão 11
A escola, como unidade organizacional, quando envolve diferentes actores para fazer
face ao seu ambiente organizacional estará, por um lado, a promover a participação na
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gestão, mas isso revela igualmente seu comprometimento no exercício da autonomia
na gestão escolar;
Também para que se sintam comprometidos com a manutenção dos serviços avançados
promovidos por essas mudanças. Mas, acima de tudo, adoptando-se uma perspectiva
politica e formadora, para que se desenvolva o sentido de cidadania e de
responsabilidade social de todos, pelos destinos das organizações em que actuam e das
quais são usuários.
Reflexão 12
1. Faça uma análise crítica a afirmação que se segue, confrontando-a com “Programa ADE
[Apoio Directo as Escolas]”
2. Explique de que forma o Programa ADE tem contribuido e, pode ainda mais contribuir,
para a autonomia das escolas, em todos os sentidos (pedagógica, administrativa,
jurídica, etc)
Analisando o contexto de Portugual, Barroso (1996 apud Luck, 2006: 65) identificou
como mecanismos de construção da autonomia da gestão escolar três como sendo
importantes, nomeadamente:
42
Eleição de directores
A formação de órgão colegiais
A descentralização de recursos financeiros
E estes mesmos mecanismos foram constatados na legislação brasileira por Luck (ibid:
65), podendo dizer-se igualmente que Moçambique segue esta tendência internacional,
pelo menos ao nível da legislação aplicável na gestão das escolas.
Reflexão 13
2. Perante este cenário legislativo há quem diga que a autonomia não se decreta, ela é
construção dos actores que compõem a unidade organizacional e, neste caso, a escola.
Comente.
Depois destas discussões e reflexões, esperamos que tenha ficado claro que é autonoma
a pessoa ou a instituição capaz de assumir responsabiidade por suas acções, seu dia-a-
dia e suas necessidades, a partir de iniciativas bem fundamentadas e orientadas;
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No contexto da escola a autonomia consiste na ampliação do espaço de decisão, voltada
para o fortalecimento da escola e melhoria da qualidade do ensino que oferece, e da
aprendizagem que promove pelo desenvolvimento de sujeitos activos e participativos;
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Ou seja, não existe autonomia quando não existe a capacidade de assumir
responsabilidades, isto é, de responder por suas acções, de prestar contas de seus actos,
de realizar seus compromissos e estar comprometido com eles, enfrentando reveses,
dificuldades e desafios inerentes a esse desafio;
Essa orientação central, que deve ser realizada em nome e a partir de ideais mais amplos
da educação, é responsável pela orientação do conjunto de escolas, de modo que estas se
proponham a vencer suas limitações e alcancem níveis cada vez mais amplos de
desenvolvimento e formação dos seus alunos.
A autonomia se constrói com autoridade, isto é, com sentido de autoria. Trata-se de uma
autoridade intelectual (capacidade conceptual), politica (capacidade de compartilhar o
poder), social (capacidade de liderar e orientar-se por liderança) e técnica (capacidade
de produzir resultados e monitorá-los);
45
próprias, mas por sua capacidade de implulsionar a acção para promover resultados
desejados” (Luck, ibid: 104).
Reflexão 14
Tendo lido o acima exposto e resolvido as actividades de reflexão anteriores, a ter que ser
solicitado para orientar uma escola desejosa de promover a participação e autonomia na
gestão escolar, que conselhos remarcaria nesse sentido [Obs: tenha o cuidado de dizer o que a
escola deve fazer e o que não deve fazer, bem como, se necessário, as atitudes a encorajar e a
não encorajar]
O acto de planificar, no dizer de Manegolla e Sant` Anna (: 13) é uma preocupação que
envolve toda a possível acção ou qualquer empreendimento da pessoa. Sonhar com algo
de forma objectiva e clara é uma situação que requer um acto de planificar.
Toda pessoa, ao se levantar, pensa no seu dia, no que vai acontecer. O seu dia é um
constannte “ devir”. E este constante “devir” obriga a pessoa a pensar, prever, imaginar,
sonhar e tomar, a todo o momento, decisões; porém, ela sempre quer tomar as melhores
e mais acertadas decisões para a sua acção, para o alcance dos seus objectivos
Muitos estruturam planos sérios, válidos, úteis e viáveis, outros elaboram planos sem
validade, sem utilidade, isto é, planeam até inutilidades para ver se elas conseguem se
tornarem úteis
Todos fazem planificação. Tudo é pensado: vou fazer isto ou aquilo; faço isto desta ou
daquela forma; posso fazer ou não posso fazer: posso fazer com isto ou com aquilo. Isto
tudo acontece porque a pessoa quer alcançar alguma coisa para ela ou para os outros.
46
Planificar é uma exigência so ser humano; é um acto de pensar sobre um possível e
viável fazer. E como o homem pensa o seu “ quefazer”, a planificação se justifica por sí
mesmo
Gandin (1983)
Castro (1977)
Tentativa de antecipar e ordenar decisões que deverão ser tomadas, visando atingir
algum conjunto de objectivos específicos”
Coroacy (1972)
47
Planificação é um processo que se preocupa com “ para onde ir” e “quais as maneiras
adequadas de chegar lá”, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras,
para que o desenvolvimento da educação atenda as necessidades do desenvolvimento da
sociedade, quanto as do indivíduo”
Toda a planificação possui teoria. Da mesma forma que a técnica, a teoria não é neutra,
porque há um objectivo a alcançar e uma realidade a transformar;
O acto de planificar exige uma tomada de decisão, o que se popõe a fazer e quais as
alternativas prioritárias dentro da estrutura;
Toda a planificação encerra “ acção”, sem a qual não teria sentido. Este agir visa um
produto melhor, isto é, transformar a realidade.
Pelo que se disse acima, percebe-se facilmente que a planificação tem como base o
conhecimento da realidade (actual), a partir da qual, quando rigorosamente diagnosticada,
procura-se dar a resposta adequada a ela, de forma individual e organizacional, fazendo com
que, deste modo, se converta num compromisso e engajamento dos actores com vista a
caminhar para uma outra realidade desejável, melhor que a anterior. É isso que faz com que
a planificação seja de natureza dinâmica e não estática, no sentido em que ela é contínua e
sempre necessária em todos momentos e quotidiano da vida institucional.
Para Manegolla e Sant` Anna, com esta definição podemos ver os elementos
fundamentais que constituem e que podem fazer parte inerente de definições específicas
de qualquer tipo de planificação, nomeadamente:
48
Processo de previsão de necessidades
Prever necessidades é ver e pensar sobre o que é necessário ser realizado numa situação
real e presente ou a previsão de futuras necessidades. É pensar sobre o presente e sobre
o futuro, para sanar problemas existentes ou evitar que surjam novos problemas;
Prever é perceber, claramente, o que é possível fazer para se poder resolver situações, a
partir das intenções teóricas, a fim de se chegar a um agir concreto;
O acto de planificar sempre parte das necessidade e urgências que surgem a partir de
uma sondagem sobre a realidade. Esta sondagem da realidade é a primeira etapa do
processo de planificação. É através do conhecimento da realidade que se pode
estabelecer, com maiss precisão, quais as mais importantes urgências e necessidades que
devam ser enfocadas, analisadas e estudantes durante o acto de planificação.
Racionalizar é saber usar, com sabedoria, a razão para se poder efectivar uma real
previsão de todas as condições e dos meios necessários, a fim de poder executar, com
eficiência, o plano. É saber tomar decisões sobre o que se deve usar e sobre com quem
vai executar o plano.
O acto de planificar requer habilidades para prever uma acção que se realizará
posteriormente, por isso se requer uma acertada e racional previsão de todos os meios e
recursos necessários nas diferentes etapas do planificado, do seu desenvolvimento e da
sua efectiva execução, para alcançar os objectivos desejados;
49
Conhecida uma realidade, surge a necessidade de definição dos objectivos para se
processar uma mudança da mesma;
Quando se deve iniciar a execução?; até onde podemos ir?; quando podemos e devemos
terminar? São perguntas que os planificadores devem fazer e responder corretamente,
durante o processo de planificar, para que este possa delinear toda a dimensão e
execução do plano;
Os objectivos para qualquer tipo de plano devem ser expressos em termos claros,
concretos e de forma que digam exactamente o que se quer alançar.
50
de resultados com o melhor us de recursos. Expressam, pois, uma orientação
para a superação da acção improvisada e espontânea que se direcciona por uma
percepção tendeciosa, altamente subjectiva e direccionada por interesses
estabelecidos emocionalmente e de carácter personalístico;
o Definição clara e específica do tempo necessário para execução das acções propostas e
de comprometimento do emprego desse tempo aos esforços de implementação do
plano ou projecto
Em definitivo, podemos ficar com ideia apresentada por Luck (ibid: 34), que, numa
figura, faz perceber que planificar:
É A fim de se promover:
Compreender a situação actual com Maior eficiência;
visão prospectiva;
Maior precisão e determinação de
Estabelecer o que se deseja mudar; acções
Organizar a acção para a mudança Maiores e melhores resultados;
Maximização dos esforços e dispêndios
51
Reflexão 15
1. Veja algum plano qualquer (Plano Estratégico da Educação, Plano Anual de uma
Escola, OTEOs, Plano Estratégico de uma IES, etc), a sua escolha, fixe-se nos seus
objectivos e actividades previstas para:
a. Explicar a(s) possível (eis) bases teoricas que sustenta esse plano
b. Fazer análise crítica sobre a forma como, nesse plano, se concretizam os elementos
que funfamentam uma planificação: previsão de necessidades, reacionalização dos
recursos humanos e materiais, alcance de objectivos em prazos e etapas definidades;
conhecimento e avaliação da situação.
2. A partir do diagnóstico de uma situação educacional que é do seu conhecimento no
sistema de educação em Moçambique ou numa unidade educacional qualquer [do
primário ao superior]:
a. Faça uma descrição pormenorizada dessa situação/realizada [incluindo dados
estatisticos, se necessário]
b. Esboce objectivos, actividades e resultados prioritários que considere relevantes
para fazer face a esta situação;
c. Indique os recursos [de todos os tipos], etapas e prazos para a realização de cada
um dos objectivos e respectivas actividades e resultados operacionais.
3. Apoiando-se em exemplos referentes a uma certa realidade ou situação educacional,
de uma escola/unidade educacional ou de todo o sistema, demonstre:
a. Como a planificação pode contribuir para que, de forma sistemica [envolvendo
diferentes departamentos ou sectores], se actua sobre esta realidade/situação de forma
concertada e com maior acertividade;
b. A ausência de planificação pode original possíveis solucões personalisticas, de um
sector para o outra ou entre individuos existentes nos mesmos
sectores/departamentos/direcções
52
o Dimensionar a acção pretendida, relacionando-a com outras de sentido mais amplo ou
de sentido conexo;
Reflexão 16
1. Através de entrevistas a gestores a diferentes níveis da administração educacional
(central, intermédio, local) e demais actores (funcionários, professores, alunos e
pais/encarregados de educação) :
a. Acrescente a lista das contribuições de planificação na educação vivenciadas por estes
sujeitos nas suas unidades escolares ou no sistema educacional.
53
b. Levante, explique e exemplifique possíveis riscos de disfuncionalidade organizacional
para a escola ou sistema educacional decorrentes da falta de planificação.
Reflexão 17
Fase uma sintese dos aspectos essenciais a reter quando falamos dos seguintes niveis de
planificação na educação, mencionando igualmente alguns exemplos de outputs dessa actividade
de planificação em cada um dos níveis
Nível de planificacão Sintese de aspecto essenciais Exemplo de Outputs dessa
planificação
Política Nacional de
Educação, Plano Estratégico
Planificação Nacional [Nacional e Sectoriais],
Programas Educacionais
[ex:.........]...............................
...............................................
Planificação da Projecto Político-Pedagógico
Escola/Unidade da
Educacional Escola.....................................
................................................
Planificação de Professores ................................................
e alunos ...............................................
Planificação do ensino ................................................
54
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