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deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”? A autora
da definição "política pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos
os impactos de suas ações e de suas omissões" é Azevedo (2003).
Quais são os tipos de políticas públicas apontados por Azevedo (2003)? Os tipos de
políticas públicas apontadas por Azevedo (2003) são: políticas públicas redistributivas,
distributivas e regulatórias.
Qual é a diferença entre política e políticas públicas? A diferença entre pol
Qual é a definição apresentada por Souza sobre políticas públicas? Souza define
políticas públicas como "o processo de formulação de políticas públicas é aquele
através do qual os governos introduzem seus propósitos em programas e ações, que
produzindo mudanças ou as mudanças desejadas no mundo real".
Educação
Política pública é uma expressão que visa definir uma situação especifica da politica. A melhor
forma de compreendermos essa definição é partirmos do que cada palavra, separadamente,
significa. Política é uma palavra de origem grega, politikó, que exprime a condição de
participação da pessoa que é livre nas decisões sobre os rumos da cidade, a pólis. Já a palavra
pública é de origem latina, publica, e significa povo, do povo.
Assim, política pública, do ponto de vista etimológico, refere-se à participação do povo nas
decisões da cidade, do território. Porém, historicamente essa participação assumiu feições
distintas, no tempo e no lugar, podendo ter acontecido de forma direta ou indirela (por
representação). De todo modo, um agente sempre foi fundamental no acontecimento da
política pública: o Estado.
Políticas Públicas
A discussão acerca das políticas públicas tomou nas últimas décadas uma dimensão muito
ampla, haja vista o avanço das condições democráticas em todos os recantos do mundo e a
gama de arranjos institucionais de governos, que se tornou necessário para se fazer a
governabilidade. Entende-se por governabilidade as condições adequadas para que os
governos se mantenham estáveis. São essas condições adequadas, enquanto atitudes de
governos (sejam eles de âmbito nacional, regional/estadual ou municipal), que caracterizam as
políticas.
Souza (2003) fez um interessante cotejamento sobre algumas das principais definições sobre
políticas públicas, as quais podem ser apresentadas pelo seguinte quadro:
Autor Definição de políticas públicas Ano da obra: Mead Campo dentro do estudo da política
que analisa o governo à luz de grandes questões públicas. 1995 Lynn Conjunto específico de
ações do governo que irão produzir efeitos específicos. 1980 Peters Soma das atividades dos
governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vidas dos
cidadãos. 1986
Laswell Responder às seguintes questões: quem ganha o que, por qué e que diferença faz.
1958 Após esse exercicio, a autora apresenta o seu entendimento sobre as políticas públicas.
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, "colocar o governo.com ação e/ou
analisar essa ação (variável independentele, quando necessario, propor mudanças no rumo au
curso dessas ações e ou entender por que o como as opões kamaram certo rumo em lugar de
outro vandvel dependenta). Em outras palavras processo de formulação de politica pública é
aquele através do qual os governos troduzem seus propósitos em programas e ações, que
produzindo mudos ou as mudanças desejadas no mundo mal (SOUZA, 2003, p. 13.
O primeiro destaque a se fazer com relação a essa definição dada por Azevedo é de que
política pública é coisa para o governo. A sua definição é clara nesse sentido. Isso quer dizem
que a sociedade civil, ou melhor, o povo, não é responsáve direto e nem agente
implementador de políticas públicas. No entanto, a sociedade civil, o povo, faz politica.
Percebe-se então que existe uma distinção entre política e politica pública. Mas como definir a
primeira expressão? O filósofo e historiador Michel Foucault (1979) afirmou que todas as
pessoas fazem política, todos os dias, e até consigo mesmas! Isso seria possível na medida em
que, diante de conflitos, as pessoas precisam decidir, sejam esses conflitos de caráter social ou
pessoal, subjetivo. Socialmente, a política, ou seja, a decisão mediante o choque de interesses
desenha as formas de organização dos grupos, sejam eles econômicos, étnicos, de gênero,
culturais, religiosos, etc. A organização social é fundamental para que decisões coletivas sejam
favoráveis aos interesses do grupo.
Por fim, é importante dizer que os grupos de interesse organizados socialmente, traçam
estratégias políticas para pressionaram o governo a fim de que políticas públicas sejam
tomadas em seu favor.
Desenvolvendo a leitura de lowi (1966), Azevedo (2003) apontou a existência de três tipos de
políticas públicas: as redistributivas, as distributivas e as regulatórias. As politicas públicas
redistributivas consistem em redistribuição de "renda na forma de recursos e/ou de
financiamento de equipamentos e serviços públicos" (Azevedo, 2003, p. 38). São exemplos de
políticas públicas redistributivas os programas de bolsa escola, bolsa-universitária, cesta
básica, renda cidadã isenção de IPTU e de taxas de energia e/ou água para familias carentes,
dentre outros.
Do ponto de vista da justiça social o seu financiamento deveria ser feito pelos estratos sociais
de maior poder aquisitivo, de modo que se pudesse ocomer, portanto, a redução das
desigualdades sociais. No entanto, por conta do poder de organização e pressão desses
estratos sociais, o financiamento dessas politicas acaba sendo feito pelo orçamento geral do
ente estatal (união, estado foderado ou município).
As políticas públicas distributivas implicam nas ações cotidianas que todo e qualquer governo
precisa fazer. Elas dizem respeito à oferta de equipamentos e serviços públicos, mas sempre
feita de forma pontual ou setorial, de acordo com a demanda social ou a pressão dos grupos
de interesse. São exemplos de políticas públicas distributivas as podas de árvores, os reparos
em uma creche, a implementação de um projeto de educação ambiental ou a limpeza de um
córrego, dentre outros. O seu financiamento é feito pela sociedade como um todo através do
orçamento geral de um estado.
Por último, há as políticas públicas regulatórias. Elas consistem na elaboração das leis que
autorizarão os governos a fazerem ou não determinada política pública redistributiva ou
distributiva. Se estas duas implicam no campo de ação do poder executivo, a política pública
regulatória é essencialmente, campo de ação do poder legislativo.
Como conclusão deste raciocínio, ressaltamos ainda tipo de política possui importância
fundamental, pois é por ela que esse que os recursos públicos são liberados para a
implementação das outras políticas. Contudo, o seu resultado não é imediato, pois enquanto
lei ela não possui a materialidade dos equipamentos e serviços que atendem diariamente a
população. Assim, os grupos sociais tendem a ignorá-la e a não acompanhar o seu
desenvolvimento, permitindo que os grupos econômicos, principalmente, mais organizados e
articulados, façam pressão sobre os seus gestores (no caso do Brasil, vereadores, deputados
estaduais, deputados federais e senadores).
Se "políticas públicas" é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer, políticas públicas
educacionais é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em educação. Porém,
educação é um conceito muito amplo para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer
que políticas educacionais é um foco mais específico do tratamento da educação, que em geral
se aplica às questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer que políticas públicas
educacionais dizem respeito à educação escolar.
Por que é importante fazer essa observação? Porque educação é algo que vai além do
ambiente escolar. Tudo o que se aprende socialmente – na família, na igreja, na escola, no
trabalho, na rua, no teatro, etc. -, resultado do ensino, da observação, da repetição,
reprodução, inculcação, é educação. Porém, a educação só é escolar quando ela for passível de
delimitação por um sistema que é fruto de políticas públicas.
A partir dos anos de 2000, pôde-se perceber a retomada de ação do governo na questão, com
destaques para eventos importantes, tais como: a inclusão da moradia como direito social na
Constituição Brasileira em 2000; a promulgação do Estatuto das Cidades no ano de 2001, que
trouxe a afirmação da função social da propriedade; a criação, em 2003, do Ministério das
Cidades; o estabelecimento da Política Nacional de Habitação e do Plano Nacional de
Habitação em 2004 e 2007, respectivamente.
É possível perceber, por meio dessa descrição histórica, três momentos distintos
demonstrando a intensidade da atuação governamental: 1964-1986; 1987-1999; 2000-2014.
Tais períodos servirão como elementos temporais norteadores do estudo, tendo em vista a
sua possível influência na produção científica nacional.
No primeiro período destacado (1964 a 1986), tem-se o início da atuação massiva estatal
quanto ao problema habitacional, o que possibilitou a criação de mecanismos de
financiamento e de implementação, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e
as Companhias de Habitação (COHABS), que subsidiaram as políticas habitacionais dos
períodos posteriores. Nesse sentido, pretendeu-se verificar como as primeiras publicações
relacionavam essa situação problema e a atuação governamental
O segundo período (1987 a 1999), por apresentar forte declínio da intervenção do Estado na
temática, possui importante relevância para se compreender o comportamento da produção
científica - se houve a indução ou a dissuasão para a realização de estudos.
Por fim, entretanto não menos importante, destaca-se o terceiro período (2000 a 2014), no
qual há a retomada das ações estatais, com a instituição de novas políticas e programas.
O primeiro modelo que considerava a formação e o desenvolvimento das políticas públicas por
meio de etapas sequenciais foi proposto no início da década de 1950 pelo cientista político
Harold Laswell. A partir dos seus estudos, foram realizadas variadas concepções quanto aos
estágios do ciclo de políticas públicas (Theodoulou, 1995; Frey, 2000; Saravia, 2006; Rua, 2009;
Secchi, 2010.
A política pública de saneamento no Brasil vem experimentando, desde 2003, um novo ciclo
marcado pelo marco legal e regulatório, reestruturação institucional retomada dos
investimentos.
Os esforços tanto do âmbito federal como estadual estão longe de garantir o direito ao
saneamento básico no Brasil e os desafios se colocam em diversas dimensões, principalmente
a política-ideológica, como também institucional, de financiamento, de gestão, da matriz
tecnológica, da participação e controle social, dentre outras. Também a tradição tecno-
burocrática da formulação e implementação de políticas públicas no Brasil, o patrimonialismo,
as fragilidades do aparato estatal, a corrupção e o recuo dos movimentos sociais
contestatórios ocorridos na última década vem influenciando no avanço de um projeto
político-social vinculado aos princípios da universalidade e da igualdade.
Embora todas essas dimensões sejam relevantes, a questão central do saneamento básico
passa pelo debate sobre o próprio caráter do Estado brasileiro. Assim, a definição da natureza
das ações de saneamento básico se relaciona com a disputa que se dá no seio da sociedade
entre projetos sociais, que podem, minimamente, ser representados por
dois: um deles considera o saneamento básico como um direito social, integrante de políticas
sociais promotora de justiça socioambiental, cabendo ao Estado a sua promoção, o outro
projeto, de cunho neoliberal, o saneamento básico é uma ação de infraestrutura ou um
serviço, submetido a mecanismos de mercado, quando não se constitui na própria mercadoria
Alguns autores têm realizado análises dessa natureza como Barlow e Clarke (2003), Castro
(2009) e Vainer (2005). A noção do saneamento básico como mercadoria remete à discussão
marxiana sobre o valor de uso e o valor de troca. No estágio atual do capitalismo, a água, além
de se constituir como um meio de produção e um elemento que dá suporte ao
desenvolvimento das forças produtivas, protegendo a saúde do trabalhador e permitindo a
implantação da infraestrutura sanitária das cidades, passa a ser dotada de valor de troca.
Assim, a água, ou os serviços públicos de abastecimento de água, passa a ser um bem
econômico que pode ser privatizado e regulado pelo mercado.
Dessa forma, em face das transformações da última década nas políticas de saneamento
básico no Brasil, urge empreender reflexões sobre esse período, no sentido de identificar os
avanços, os recuos e os desafios a serem enfrentados pela sociedade brasileira para a garantia
do acesso ao saneamento básico de qualidade para todos
O meio ambiente tem recebido uma variedade de noções ou definições tanto estrangeira
como nacional.
Dentre outras, evidenciam-se as seguintes noções:[7] Segundo (CUSTODIO, 2001, p. 712), "O
meio ambiente é tudo que nos cerca. O meio ambiente não é uma experiência utopística, mas
um direito de cada pessoa humana
Para SILVA, J. (1981, p. 435), "o meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de elementos
naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida humana"
A consciência dos limites dos recursos naturais do planeta começou surgir a partir da década
de 60, mas aprofundou se na década de 70 e generalizou-se a partir da década de 80 e trouxe
uma reflexão nova sobre as relações entre a evolução ecológica do planeta e os problemas
ambientais que os Estados enfrentam gerando assim, uma aspiração politica fundamental: a
busca da segurança.
O relatório Palme considerou as várias ameaças à segurança comum que incluem, além das
ameaças militares, diversos tipos de ameaças não militares, em particular as relacionadas com
os problemas econômicos e a escassez de recursos, o crescimento demográfico e a destruição
do ambiente.
Segundo SILVA. G(1995, p. 32) em 1987, o Relatório Brundtland[9]- Comissão Mundial para o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMED) chamada "Comissão Brundtland" (WCED) afirma:
Unidade 7
A questão ambiental é um tema que vem sendo abordado frequentemente em nosso dia a dia,
seja nos meios de comunicação, nas escolas, nas empresas, ou até mesmo em conversas entre
amigos.
As diversas espécies existentes em nosso planeta merecem todo o nosso respeito. Além disso,
a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência, visto que é
necessário planejar o uso e a ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais, considerando que é
importante ter condições dignas de moradia, trabalho, transporte e lazer, áreas destinadas à
produção de alimentos e proteção dos recursos naturais.
A escola é o espaço social e o local onde poderá haver sequência ao processo de socialização.
O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e
aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no
cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis. Assim a
Educação Ambiental é uma maneira de estabelecer tais processos na mentalidade de cada
criança, formando cidadãos conscientes e preocupados com a temática ambiental.
Leff (2001, p.61/62) afirma que a escola é um dos elementos para que Educação Ambiental se
efetive, mas diz também que:
Reflexões sobre questões metodológicas, sobretudo pesquisa qualitativa, vêm sendo cada vez
mais necessárias e presentes no contexto académico e científico, Indicando um movimento de
ressignificação da prática de investigação em Ciências Humanas e Sociais. Nesse cenário, a
perspectiva sócio-histórica constitui-se como um enfoque teórico-metodológico profícuo para
a área da educação...
Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de
conciliar o ambiente e a sociedade.
As finalidades desta educação para o ambiente foram determinadas pela UNESCO, logo após a
Conferência de Belgrado (1975) e são as seguintes:
Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas
com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências, estado de
espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar Individualmente
e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repilam.
Onde não há legislação de uso e ocupação do solo, nem legislação ambiental, certamente
haverá poluição do ar e água distribuindo doenças pela comunidade afora. Sim pois estas
contaminações podem alcançar outras regiões e territórios, via águas dos rios e represas, via
chuva ácida, afetando plantações e águas subterrâneas, enfim a qualidade de vida, pois não há
controle! A economia, por sua vez, passará a responder com a fragmentação humana, em que
algumas áreas se desenvolvem e seus mercados florescem com a globalização
Pode-se proferir que um sistema sustentável só será possível mediante a evolução intelectual
e inclusive espiritual do ser humano, além de atribuir a Educação Ambiental em cada
sociedade, para que se tornem, uma a uma, sustentáveis e em que a relação com natureza seja
de coexistência com a mesma e não de exploração. De acordo Mello Filho (1999, p. 123):
Portanto, a Educação Ambiental é uma forma de obter se a sustentabilidade, pois esta pode
récuperar o desenvolvimento para determinados fins e ações que propiciam a
sustentabilidade. Contanto, cumprindo com todos os requisitos de uma Educação Ambiental
para a desenvolvimento sustentável pode-se verificar que podem existir conflitos, como a
melhorias na produtividade que afetam negativamente a sustentabilidade ou a obtenção de
um grau de autonomia maior à custa da estabilidade.
Unidade 7
A questão socioambiental está se tomando cada vez mais matéria obrigatória das agendas dos
executivos. A transformação e a influência social e ecológica nos negócios se fazem sentir de
maneira crescente e com efeitos económicos profundos.
As empresas que antes eram vistas apenas como instituições econômicas fundamentais (o que
produzir como produzir e para quem produzir tem presenciado o surgimento de novos papéis
que devem ser desempenhados como resultado das alterações no ambiente em que operam.
De fato, hoje, a empresa é vista como uma instituição sociopolítica, uma vez que o seu papel
se tem expandido para maior abrangência e valorização das questões de caráter social e
político.
Para Tachizawa (2009, p. 81, na nova cultura a fumaça passou a ser vista como anomalia e não
mais como vantagem
Adverte Milaré (2009, p. 64) que é falso a dilema "ou desenvolvimento ou meio ambiente, na
medida em que, sendo este, fonte de recursos para aquele, ambos devem harmonizar se e
complementar-se.
Até que ponto as considerações suscitadas estão claras na cabeça dos dirigentes empresariais
não se sabe, mas é certo que todos gostariam de saber até que ponto "seu negócio seria
afetado pelo aumento da consciência socioambiental dos consumidores e pelas exigências
legais.
Nesse sentir, é correto afirmar que os gestores empresariais necessitam saber conciliar as
questões socioambientais com os objetivos econômicos de suas organizações empresariais O
executivo dos novos tempos precisa estar preparado para o desafio de harmonizar essas
preocupações.
Certamente, muitos participantes não concordam com esta filosofia ou com a visão da forte
influência do ambiente político-social no desempenho das empresas, mas mesmo não
concordando e até se rebelando contra isso, as empresas estão sendo compelidas a assumir
essa nova postura.
As constantes mudanças impostas pelo mercado e pelas atividades das empresas com seu
universo de relações e práticas estão a impor inquietações e exigir atitudes das organizações e
seus gestores, com uma nova ordem: a sustentabilidade e a responsabilidade social.
Assim, este estudo se propõe a analisar e demonstrar, através dos resultados obtidos nas
entrevistas com os gestores das empresas pesquisadas, como a responsabilidade social e a
sustentabilidade estão inseridas entre as estratégias em empresas do setor moveleiro,
contribuindo com novas discussões sobre a temática.
O comportamento das empresas acostumadas à pura e exclusiva maximização dos lucros vem
se modificando ao longo dos últimos anos, em função da incorporação da ideia de
responsabilidade social aos negócios. Com o surgimento de uma pressão maior por
transparência nos negócios, a responsabilidade social surge como uma postura mais
responsável das empresas, em suas ações.
Ainda para Melo. & Froes (2004), no início dos anos 2000, uma empresa é considerada
socialmente responsável quando atinge seus resultados de lucro e liquidez sem perder de vista
o seu papel de geração de empregos, pagamento de impostos e de gestão ética. Hoje, já não
basta gerar empregos, pagar impostos, remunerar bem seus funcionários e parceiros, cumprir
e honrar compromissos, fabricar produtos corretos, usar tecnologia limpa, prestar serviços de
conveniência, manter uma boa imagem institucional e evitar manipulações. É necessário
adotar práticas eficaz de gestão e contribuir para a construção de uma sociedade melhor,
adotando o modelo de gestão de responsabilidade social corporativa e, através de seus
projetos de investimentos sociais, atuar como gestores de transformação social.
Unidade 8
De um modo geral, as empresas são vistas atualmente, como um dos grandes responsáveis
pelos problemas ambientais e sociais. Esta percepção deve-se à má atuação por parte de
várias empresas e instituições privadas em diversas indústrias como a indústria alimentar,
farmacêutica ou financeira.
O Estudo de Tendências surge como uma ampla análise da sociedade de modo a obter pistas
que suportem o desenvolvimento de estratégias de inovação. Potencial de inovação esse, que
envolve não só o mundo dos negócios como também todo o tecido social. (Gomes, 2015: 54)
Assim, a disciplina de Estudo de Tendências torna-se pertinente na medida em que surge como
uma ferramenta de pesquisa qualitativa capaz de integrar conceitos e ferramentas de
diferentes disciplinas como as humanidades, ciências sociais e gestão. Deste modo a
abordagem inovadora do Estudo de Tendências vem colmatar a escassa capacidade que as
ferramentas criadas pelo mundo empresarial - como pesquisas de mercado, foresight e
forecasting- tem de prever e identificar aprofundadamente a realidade cultural e social, e os
grandes padrões de mentalidades e comportamentos associados ao comportamento dos
consumidores e seu estilo e gosto.
A área de Estudo de Tendências revela-se como um cruzamento interdisciplinar de diversas
áreas, tal como Nelson Pinheiro e Ana Francisco sugerem:
A sua base encontra-se nas ciências sociais e é nestas que encontram as metodologias para
crescer enquanto área cientifica. Não obstante, devem procurar nas humanidades o contexto
cultural que lhes permitirá compreender as mentalidades. Do mesmo modo, as artes, as
ciências exatas e a tecnologia revelam tópicos que devem ser considerados na ponderação da
criação de um quadro de Tendências. Esta nova área ultrapassa o foro da sociologia, da moda,
dos estudos de cultura, da economia, do marketing, entre muitos outros (Gomes e Francisco,
2013: p.6).
A palavra Trendy é muitas vezes utilizada como referência tanto a Modas como a Tendências,
pois ambos são alvo de interesse dos Trendsetters. São conceitos de difícil distinção, só é
possível compreender se uma alteração de estilo e gosto vai tornar-se numa Tendência se
perceber o processo que cria essa mudança. (vd. Vejlgaard, 2008: 189).
No entanto é importante compreender a diferença entre Tendências, Modas e Ondas, uma vez
que cada uma tem importância e impacto diferentes na sociedade. As causas, o impacto e a
durabilidade são os factores que distinguem as Tendências das Modas e das Ondas. (vd.
Higham, 2009- 104). REND
Onda tem um impacto grande, mas dissipa-se rapidamente. É incorporada pelas pessoas sem
estas entenderem por quê. Moda é incorporada de forma consciente no dia-a-dia. Não
acarreta mudança de comportamentos. Tem um impacto menor do que a Tendência e dura
menos tempo. (Rasquilha, 2011:15)
Por sua vez, as Tendência são resultado de uma mudança de comportamento. Começa de uma
forma mais tímida do que a Onda e a Moda, mas a sua duração é grande e com impactos
profundos. Assumida como mentalidade emergente e dominante (vd. Rasquilha, 2011: 16).