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Quem é o autor da definição de que “política pública é tudo o que um governo faz e

deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões”? A autora
da definição "política pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos
os impactos de suas ações e de suas omissões" é Azevedo (2003).
Quais são os tipos de políticas públicas apontados por Azevedo (2003)? Os tipos de
políticas públicas apontadas por Azevedo (2003) são: políticas públicas redistributivas,
distributivas e regulatórias.
Qual é a diferença entre política e políticas públicas? A diferença entre pol
Qual é a definição apresentada por Souza sobre políticas públicas? Souza define
políticas públicas como "o processo de formulação de políticas públicas é aquele
através do qual os governos introduzem seus propósitos em programas e ações, que
produzindo mudanças ou as mudanças desejadas no mundo real".
Educação

Política pública é uma expressão que visa definir uma situação especifica da politica. A melhor
forma de compreendermos essa definição é partirmos do que cada palavra, separadamente,
significa. Política é uma palavra de origem grega, politikó, que exprime a condição de
participação da pessoa que é livre nas decisões sobre os rumos da cidade, a pólis. Já a palavra
pública é de origem latina, publica, e significa povo, do povo.

Assim, política pública, do ponto de vista etimológico, refere-se à participação do povo nas
decisões da cidade, do território. Porém, historicamente essa participação assumiu feições
distintas, no tempo e no lugar, podendo ter acontecido de forma direta ou indirela (por
representação). De todo modo, um agente sempre foi fundamental no acontecimento da
política pública: o Estado.

Políticas Públicas

A discussão acerca das políticas públicas tomou nas últimas décadas uma dimensão muito
ampla, haja vista o avanço das condições democráticas em todos os recantos do mundo e a
gama de arranjos institucionais de governos, que se tornou necessário para se fazer a
governabilidade. Entende-se por governabilidade as condições adequadas para que os
governos se mantenham estáveis. São essas condições adequadas, enquanto atitudes de
governos (sejam eles de âmbito nacional, regional/estadual ou municipal), que caracterizam as
políticas.

Souza (2003) fez um interessante cotejamento sobre algumas das principais definições sobre
políticas públicas, as quais podem ser apresentadas pelo seguinte quadro:

Autor Definição de políticas públicas Ano da obra: Mead Campo dentro do estudo da política
que analisa o governo à luz de grandes questões públicas. 1995 Lynn Conjunto específico de
ações do governo que irão produzir efeitos específicos. 1980 Peters Soma das atividades dos
governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vidas dos
cidadãos. 1986

Dye O que o governo escolhe fazer ou não fazer. 1984

Laswell Responder às seguintes questões: quem ganha o que, por qué e que diferença faz.
1958 Após esse exercicio, a autora apresenta o seu entendimento sobre as políticas públicas.
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, "colocar o governo.com ação e/ou
analisar essa ação (variável independentele, quando necessario, propor mudanças no rumo au
curso dessas ações e ou entender por que o como as opões kamaram certo rumo em lugar de
outro vandvel dependenta). Em outras palavras processo de formulação de politica pública é
aquele através do qual os governos troduzem seus propósitos em programas e ações, que
produzindo mudos ou as mudanças desejadas no mundo mal (SOUZA, 2003, p. 13.

Politica e Políticas Públicas

Apesar da importante contribuição de Souza para a definição de politicas públicas, entende-se


que o melhor fermo que o define, por conta de seu caráter didático, é o desenvolvido por
Azevedo (2003) a partir da articulação entre as compreensões de Dye (1984) e Lowi (1966).
Neste exercício, Azevedo (2003, p. 38) definiu que "politica pública é tudo o que um governo
faz e deixa de fazer, com todos os impactos de suas ações e de suas omissões".

O primeiro destaque a se fazer com relação a essa definição dada por Azevedo é de que
política pública é coisa para o governo. A sua definição é clara nesse sentido. Isso quer dizem
que a sociedade civil, ou melhor, o povo, não é responsáve direto e nem agente
implementador de políticas públicas. No entanto, a sociedade civil, o povo, faz politica.

Percebe-se então que existe uma distinção entre política e politica pública. Mas como definir a
primeira expressão? O filósofo e historiador Michel Foucault (1979) afirmou que todas as
pessoas fazem política, todos os dias, e até consigo mesmas! Isso seria possível na medida em
que, diante de conflitos, as pessoas precisam decidir, sejam esses conflitos de caráter social ou
pessoal, subjetivo. Socialmente, a política, ou seja, a decisão mediante o choque de interesses
desenha as formas de organização dos grupos, sejam eles econômicos, étnicos, de gênero,
culturais, religiosos, etc. A organização social é fundamental para que decisões coletivas sejam
favoráveis aos interesses do grupo.

Por fim, é importante dizer que os grupos de interesse organizados socialmente, traçam
estratégias políticas para pressionaram o governo a fim de que políticas públicas sejam
tomadas em seu favor.

Tipos de Políticas Públicas

Desenvolvendo a leitura de lowi (1966), Azevedo (2003) apontou a existência de três tipos de
políticas públicas: as redistributivas, as distributivas e as regulatórias. As politicas públicas
redistributivas consistem em redistribuição de "renda na forma de recursos e/ou de
financiamento de equipamentos e serviços públicos" (Azevedo, 2003, p. 38). São exemplos de
políticas públicas redistributivas os programas de bolsa escola, bolsa-universitária, cesta
básica, renda cidadã isenção de IPTU e de taxas de energia e/ou água para familias carentes,
dentre outros.

Do ponto de vista da justiça social o seu financiamento deveria ser feito pelos estratos sociais
de maior poder aquisitivo, de modo que se pudesse ocomer, portanto, a redução das
desigualdades sociais. No entanto, por conta do poder de organização e pressão desses
estratos sociais, o financiamento dessas politicas acaba sendo feito pelo orçamento geral do
ente estatal (união, estado foderado ou município).

As políticas públicas distributivas implicam nas ações cotidianas que todo e qualquer governo
precisa fazer. Elas dizem respeito à oferta de equipamentos e serviços públicos, mas sempre
feita de forma pontual ou setorial, de acordo com a demanda social ou a pressão dos grupos
de interesse. São exemplos de políticas públicas distributivas as podas de árvores, os reparos
em uma creche, a implementação de um projeto de educação ambiental ou a limpeza de um
córrego, dentre outros. O seu financiamento é feito pela sociedade como um todo através do
orçamento geral de um estado.

Por último, há as políticas públicas regulatórias. Elas consistem na elaboração das leis que
autorizarão os governos a fazerem ou não determinada política pública redistributiva ou
distributiva. Se estas duas implicam no campo de ação do poder executivo, a política pública
regulatória é essencialmente, campo de ação do poder legislativo.

Como conclusão deste raciocínio, ressaltamos ainda tipo de política possui importância
fundamental, pois é por ela que esse que os recursos públicos são liberados para a
implementação das outras políticas. Contudo, o seu resultado não é imediato, pois enquanto
lei ela não possui a materialidade dos equipamentos e serviços que atendem diariamente a
população. Assim, os grupos sociais tendem a ignorá-la e a não acompanhar o seu
desenvolvimento, permitindo que os grupos econômicos, principalmente, mais organizados e
articulados, façam pressão sobre os seus gestores (no caso do Brasil, vereadores, deputados
estaduais, deputados federais e senadores).

Políticas Públicas Educacionais

Se "políticas públicas" é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer, políticas públicas
educacionais é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em educação. Porém,
educação é um conceito muito amplo para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer
que políticas educacionais é um foco mais específico do tratamento da educação, que em geral
se aplica às questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer que políticas públicas
educacionais dizem respeito à educação escolar.

Por que é importante fazer essa observação? Porque educação é algo que vai além do
ambiente escolar. Tudo o que se aprende socialmente – na família, na igreja, na escola, no
trabalho, na rua, no teatro, etc. -, resultado do ensino, da observação, da repetição,
reprodução, inculcação, é educação. Porém, a educação só é escolar quando ela for passível de
delimitação por um sistema que é fruto de políticas públicas.

Nesse sistema, é imprescindível a existência de um ambiente próprio do fazer educacional,


que é a escola, que funciona como uma comunidade, articulando partes distintas de um
processo complexo: alunos, professores, servidores, pais, vizinhança e Estado (enquanto
sociedade política que define o sistema através de políticas públicas). Portanto, políticas
públicas educacionais dizem respeito às decisões do governo que têm incidência no ambiente
escolar enquanto ambiente de ensino aprendizagem.

Tais decisões envolvem questões como: construção do prédio, contratação de profissionais,


formação docente, carreira, valorização profissional, matriz curricular, gestão escolar, etc

O processo de formação e de urbanização das cidades brasileiras acentuou as desigualdades


sociais, inclusive no que tange ao acesso à moradia (Maricato, 2008) que atenda aos mínimos
padrões de habitabilidade. Com isso, o governo percebeu essa situação como relevante para
compor seu escopo de atuação. A primeira política pública estruturada para enfrentamento do
problema habitacional formalizou-se em 1964 com o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e
o Banco Nacional da Habitação (BNH). Todavia, o BNH atuou durante 22 anos e foi extinto em
1986, provocando um "esvaziamento" da intervenção governamental entre 1987 e 1999.

A partir dos anos de 2000, pôde-se perceber a retomada de ação do governo na questão, com
destaques para eventos importantes, tais como: a inclusão da moradia como direito social na
Constituição Brasileira em 2000; a promulgação do Estatuto das Cidades no ano de 2001, que
trouxe a afirmação da função social da propriedade; a criação, em 2003, do Ministério das
Cidades; o estabelecimento da Política Nacional de Habitação e do Plano Nacional de
Habitação em 2004 e 2007, respectivamente.

É possível perceber, por meio dessa descrição histórica, três momentos distintos
demonstrando a intensidade da atuação governamental: 1964-1986; 1987-1999; 2000-2014.
Tais períodos servirão como elementos temporais norteadores do estudo, tendo em vista a
sua possível influência na produção científica nacional.

No primeiro período destacado (1964 a 1986), tem-se o início da atuação massiva estatal
quanto ao problema habitacional, o que possibilitou a criação de mecanismos de
financiamento e de implementação, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e
as Companhias de Habitação (COHABS), que subsidiaram as políticas habitacionais dos
períodos posteriores. Nesse sentido, pretendeu-se verificar como as primeiras publicações
relacionavam essa situação problema e a atuação governamental

O segundo período (1987 a 1999), por apresentar forte declínio da intervenção do Estado na
temática, possui importante relevância para se compreender o comportamento da produção
científica - se houve a indução ou a dissuasão para a realização de estudos.

Por fim, entretanto não menos importante, destaca-se o terceiro período (2000 a 2014), no
qual há a retomada das ações estatais, com a instituição de novas políticas e programas.

O primeiro modelo que considerava a formação e o desenvolvimento das políticas públicas por
meio de etapas sequenciais foi proposto no início da década de 1950 pelo cientista político
Harold Laswell. A partir dos seus estudos, foram realizadas variadas concepções quanto aos
estágios do ciclo de políticas públicas (Theodoulou, 1995; Frey, 2000; Saravia, 2006; Rua, 2009;
Secchi, 2010.

A política pública de saneamento no Brasil vem experimentando, desde 2003, um novo ciclo
marcado pelo marco legal e regulatório, reestruturação institucional retomada dos
investimentos.

A reestruturação institucional, com a criação do Ministério das Cidades e da Secretaria


Nacional de Saneamento Ambiental, inegavelmente, permitiu maior direcionamento às ações
governamentais. A criação do Conselho Nacional das Cidades e a realização das Conferências
das Cidades possibilitaram o diálogo entre os segmentos organizados da sociedade.

A Lei n. 11.445/2007 fechou um longo período de indefinição do marco legal, inaugurando


uma nova fase na gestão dos serviços públicos de saneamento básico no País, tendo o
planejamento assumido posição central na condução e orientação da ação pública.
No entanto, essa trajetória também revela tensões e contradições inerentes a um contexto
político-ideológico que mantém vínculos profundos com a estrutura de poder e as relações
sociais próprias do modelo de produção capitalista (Borja, 2011). Se por um lado houve a
configuração de um ambiente propício para a construção de uma agenda política mais voltada
para a promoção de justiça social, por outro, a permanência da ação hegemônica de grupos
econômicos e políticas na definição da ação estatal revelou as dificuldades de se avançar para
um projeto mais democrático, universalista e inclusivo.

Os esforços tanto do âmbito federal como estadual estão longe de garantir o direito ao
saneamento básico no Brasil e os desafios se colocam em diversas dimensões, principalmente
a política-ideológica, como também institucional, de financiamento, de gestão, da matriz
tecnológica, da participação e controle social, dentre outras. Também a tradição tecno-
burocrática da formulação e implementação de políticas públicas no Brasil, o patrimonialismo,
as fragilidades do aparato estatal, a corrupção e o recuo dos movimentos sociais
contestatórios ocorridos na última década vem influenciando no avanço de um projeto
político-social vinculado aos princípios da universalidade e da igualdade.

Embora todas essas dimensões sejam relevantes, a questão central do saneamento básico
passa pelo debate sobre o próprio caráter do Estado brasileiro. Assim, a definição da natureza
das ações de saneamento básico se relaciona com a disputa que se dá no seio da sociedade
entre projetos sociais, que podem, minimamente, ser representados por

dois: um deles considera o saneamento básico como um direito social, integrante de políticas
sociais promotora de justiça socioambiental, cabendo ao Estado a sua promoção, o outro
projeto, de cunho neoliberal, o saneamento básico é uma ação de infraestrutura ou um
serviço, submetido a mecanismos de mercado, quando não se constitui na própria mercadoria

Alguns autores têm realizado análises dessa natureza como Barlow e Clarke (2003), Castro
(2009) e Vainer (2005). A noção do saneamento básico como mercadoria remete à discussão
marxiana sobre o valor de uso e o valor de troca. No estágio atual do capitalismo, a água, além
de se constituir como um meio de produção e um elemento que dá suporte ao
desenvolvimento das forças produtivas, protegendo a saúde do trabalhador e permitindo a
implantação da infraestrutura sanitária das cidades, passa a ser dotada de valor de troca.
Assim, a água, ou os serviços públicos de abastecimento de água, passa a ser um bem
econômico que pode ser privatizado e regulado pelo mercado.

A onda de privatização dos serviços públicas de abastecimento de água que se inicia em


Londres e se dissemina na Europa e nos países em desenvolvimento é o testemunho desse
processo. Assim, também no saneamento básico, como na cidade, no campo, na educação, na
saúde, na moradia o que está em disputa é o projeto de sociedade e, consequentemente, o
papel do Estado no campo das políticas públicas.

Dessa forma, em face das transformações da última década nas políticas de saneamento
básico no Brasil, urge empreender reflexões sobre esse período, no sentido de identificar os
avanços, os recuos e os desafios a serem enfrentados pela sociedade brasileira para a garantia
do acesso ao saneamento básico de qualidade para todos

O meio ambiente tem recebido uma variedade de noções ou definições tanto estrangeira
como nacional.
Dentre outras, evidenciam-se as seguintes noções:[7] Segundo (CUSTODIO, 2001, p. 712), "O
meio ambiente é tudo que nos cerca. O meio ambiente não é uma experiência utopística, mas
um direito de cada pessoa humana

Para SILVA, J. (1981, p. 435), "o meio ambiente é, assim, a interação do conjunto de elementos
naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida humana"

A consciência dos limites dos recursos naturais do planeta começou surgir a partir da década
de 60, mas aprofundou se na década de 70 e generalizou-se a partir da década de 80 e trouxe
uma reflexão nova sobre as relações entre a evolução ecológica do planeta e os problemas
ambientais que os Estados enfrentam gerando assim, uma aspiração politica fundamental: a
busca da segurança.

Segundo CUNHA L(1998, p. 2-5)

o termo "segurança ambiental" surge com o alargamento do conceito de segurança no início


dos anos 80. A primeira vez em que a segurança ambiental emerge como um novo conceito é
num relatório publicado em 1982 pela Comissão Independente sobre Questões de
Desarmamento e Segurança presidida por Olof Palme [8].

O relatório Palme considerou as várias ameaças à segurança comum que incluem, além das
ameaças militares, diversos tipos de ameaças não militares, em particular as relacionadas com
os problemas econômicos e a escassez de recursos, o crescimento demográfico e a destruição
do ambiente.

Em 1985, a expressão do Novo Pensamento Político de Gorbatchev lança a noção de segurança


ampla (comprehensive security) cujo objetivo foi definido como sendo a sobrevivência da
humanidade. As ameaças à segurança ampla incluíam não apenas as ameaças militares, mas
também as ameaças econômicas e as ameaças ambientais, especialmente as relacionadas com
as questões ambientais globais (CUNHA. L, 1998, p.7).

Segundo SILVA. G(1995, p. 32) em 1987, o Relatório Brundtland[9]- Comissão Mundial para o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMED) chamada "Comissão Brundtland" (WCED) afirma:

[...] um enfoque de conjunto da segurança nacional e Internacional deve transcender a


importância tradicional atribuída ao poderio militar e à competição bélica, As verdadeiras
fontes de insegurança Incluem também o desenvolvimento não durável, cujos efeitos podem
ampliar a aprofundar as conflitos tradicional.

O relatório Brundtland defende uma completa integração dasperspectivas ambientais num


novo entendimento dos fatores económico, sociais e políticos e argumenta que a noção de
segurança no sentido tradicional, isto é, em termos de ameaças políticas e militares à
soberania nacional, deve ser alargada por forma a incluir as tensões ambientais aos níveis
local, nacional, regional e global (SILVA G. 1995, p. 34)

Segundo LE PRESTRE (2000, p. 410)

no selo do governo americano a Pentágono há muito abordou a questão de o necessidade


remediar as danos ambientais causado pelas instalações militares, como a poluição
panorâmica d bem como o vice-presidente presidente dos Estados Unidos Albert Gore que
relaciona a degradação do meio ambiente - diminuição dos recursos agrícolas e hídricos,
deterioração da camada de ozônio, efeito estufa, desmatamento ao crescimento dos riscos de
conflitos Internacionais.

Unidade 7

A questão ambiental é um tema que vem sendo abordado frequentemente em nosso dia a dia,
seja nos meios de comunicação, nas escolas, nas empresas, ou até mesmo em conversas entre
amigos.

Em um momento altamente político e ideológico, a Educação Ambiental surgiu como proposta


ao enfrentamento dessa crise através da articulação entre as dimensões social ambiental
(VENTURA SOUZA, 2010, p.14).

As diversas espécies existentes em nosso planeta merecem todo o nosso respeito. Além disso,
a manutenção da biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência, visto que é
necessário planejar o uso e a ocupação do solo nas áreas urbanas e rurais, considerando que é
importante ter condições dignas de moradia, trabalho, transporte e lazer, áreas destinadas à
produção de alimentos e proteção dos recursos naturais.

A escola é o espaço social e o local onde poderá haver sequência ao processo de socialização.
O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e
aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no
cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis. Assim a
Educação Ambiental é uma maneira de estabelecer tais processos na mentalidade de cada
criança, formando cidadãos conscientes e preocupados com a temática ambiental.

Leff (2001, p.61/62) afirma que a escola é um dos elementos para que Educação Ambiental se
efetive, mas diz também que:

Os princípios da gestão ambiental e de democracia participativa propõem a necessária


transformação dos Estados nacionais e da ordem Internacional para uma convergência dos
interesses em conflito e dos objetivos comuns dos diferentes grupos e classes sociais em torno
do desenvolvimento sustentável e da apropriação da natureza, O fortalecimento dos projetos
de gestão ambiental local e das comunidades de base está lavando os gavemos federais e
estaduais, como também intendências e municipalidades, a instaurar procedimentos para
dirimir pacificamente os Interesses de diversos agentes económicos e grupos de cidadãos na
resolução de conflitos ambientais, através de um novo contrato social entre o Estado e a
sociedade civil

Considerando, então, a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, no


tempo e no espaço, a escola deverá oferecer métodos efetivos para a compreensão dos
fenômenos naturais, as ações humanas e suas consequências para sua própria espécie, para os
outros seres vivos e para o meio ambiente. É fundamental que cada pessoa desenvolva as suas
potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos,
colaborando para a constituição de uma sociedade socialmente justa, era um ambiente
saudável e acima de tudo sustentável.

Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados


com a realidade da comunidade, a escola ajudará a perceber a correlação dos fatos e a ter uma
visão holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve
ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a
presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas
disciplinas e das atividades escolares se lerá a integração das pessoas nas suas
comunidades/sociedades, fazendo com que a Educação Ambiental não fique somente nas
escolas e sim permeie a todas as esferas sociais, proporcionando, com isso a preservação
ambiental e conscientização cada vez mais pessoas para se buscar o desenvolvimento
sustentável.

De acordo com Galiazzi e Freitas (2005, p. 135):

Reflexões sobre questões metodológicas, sobretudo pesquisa qualitativa, vêm sendo cada vez
mais necessárias e presentes no contexto académico e científico, Indicando um movimento de
ressignificação da prática de investigação em Ciências Humanas e Sociais. Nesse cenário, a
perspectiva sócio-histórica constitui-se como um enfoque teórico-metodológico profícuo para
a área da educação...

A fundamentação teórico/prática dos projetos pode ocorrer por intermédio do estudo de


temas geradores que englobam palestras, oficinas e saídas a campo. Esse processo oferece
subsídios aos professores e demais interessados em repassar conhecimento para atuarem de
maneira a englobar toda a comunidade escolar, e também a sociedade, e assim todas as
pessoas possam ter conhecimento quanto aos problemas ambientais que os circundam, seja
no bairro, no município e até mesmo no mundo em que vivem.

Considerando a Educação Ambiental como sendo um processo contínuo e cíclico, o método


utilizado pelo Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projetos e os cursos
capacitação conjuga os princípios gerais básicos da Educação Ambiental (Smith, apud Sato,
1995

Princípios gerais da Educação Ambiental:

Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o pensamento sistêmico;


Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem os sistemas
naturais;

Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal protagonista;

Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;

Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova ética capaz de
conciliar o ambiente e a sociedade.

A Educação Ambiental, como componente essencial no processo de formação e educação


permanente, com uma abordagem direcionada para a resolução de problemas, contribui para
o envolvimento ativo do público, tornando o sistema educativo mais relevante e mais realista
e estabelecendo uma maior interdependência entre estes sistemas e o ambiente natural e
social, com o objetivo de um crescente bem-estar das comunidades humanas. Leff (2001, p.
218):

O desenvolvimento de programas de educação ambiental e a conscientização de seus


conteúdos depende deste complexo processo de emergência e constituição de um saber
ambiental, capaz de ser incorporado ás práticas docentes e como guia de projetos de pesquisa.
Se existe inúmeros problemas que dizem respeito ao ambiente, isto se devem em parte ao
fato das pessoas não serem sensibilizadas para a compreensão do frágil equilíbrio da biosfera e
dos problemas da gestão dos recursos naturais. Elas não estão e não foram preparadas para
delimitar e resolver de um modo eficaz os problemas concretos do seu ambiente imediato, isto
porque, a educação para a ambiente como abordagem didática ou pedagógica, apenas
aparece na década de 80. A partir de então as pessoas têm a possibilidade de tomarem
consciência das situações que acarretam problemas no seu ambiente próximo ou para a
biosfera em geral, refletindo sobre as suas causas e determinarem os meios ou as ações
apropriadas na tentativa de resolvê-los.

As finalidades desta educação para o ambiente foram determinadas pela UNESCO, logo após a
Conferência de Belgrado (1975) e são as seguintes:

Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas
com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências, estado de
espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar Individualmente
e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repilam.

Ao implementar um projeto de educação para o ambiente, se estará facilitando aos alunos e à


população uma compreensão fundamental dos problemas existentes, da presença humana no
ambiente, da sua responsabilidade e do seu papel crítico como cidadãos de um país e de um
planeta. Desenvolve-se assim, as competências e valores que conduzirão a repensar e avaliar
de outra maneira as suas atitudes diárias e as suas consequências no meio ambiente em que
vivem.

Os problemas econômicos, sociais e ecológicos causados pelo atual modelo de


desenvolvimento são inúmeros, lendo que vista que almejam o produto final, estes que são
amplos e difusos, tendendo com isso à homogeneização e também contrariando os princípios
fundamentais da sustentabilidade, degradando, o meio ambiente, como o desgaste dos solos,
a poluição do ar e da água e, além de colocar em perigo o próprio desempenho dos sistemas
humanos.

Conforme Guzmán (2000, p. 1) "A investigação e a docência como um saber essencialmente


acadêmico, carece em absoluto de compromissos socioambientais

O desenvolvimento sustentável seria o desenvolvimento a partir de uma lógica que satisfaça as


necessidades do presente, do nosso tempo vivido, sem comprometer a capacidade de
satisfazer as necessidades das gerações futuras, de nossos filhos, netos, etc. Seguindo a ideia
de Philippi Jr et al (2002, p. 28):

Onde não há legislação de uso e ocupação do solo, nem legislação ambiental, certamente
haverá poluição do ar e água distribuindo doenças pela comunidade afora. Sim pois estas
contaminações podem alcançar outras regiões e territórios, via águas dos rios e represas, via
chuva ácida, afetando plantações e águas subterrâneas, enfim a qualidade de vida, pois não há
controle! A economia, por sua vez, passará a responder com a fragmentação humana, em que
algumas áreas se desenvolvem e seus mercados florescem com a globalização

Neste contexto, é pertinente conjeturar sobre os modelos de desenvolvimento que sejam


sustentáveis, economicamente viáveis e socialmente aceitáveis. É preciso reafirmar o
estabelecimento do que é a sustentabilidade, não sendo possível dissociar os elementos:
político, socioeconômico e principalmente o ecológico, que colocam em evidência as
complicações sociais e políticas existentes em uma sociedade. Em outra instância, não se pode
esquecer que as mudanças ecológicas somente acontecerão e serão concebíveis quando
houver mudanças nas mais diversas áreas da sociedade, começando pela educação. Para Leff
(2001, p.15):

A crise ambiental veio questionar a racionalidade e os paradigmas teóricos que impulsionaram


e legitimaram o crescimento econômico, negando a natureza. A sustentabilidade ecológica
aparece assim como um critério normativo para a reconstrução da ordem econômica, como
uma condição para a sobrevivência humana e um suporte para chegar a um desenvolvimento
duradouro, questionando as próprias bases da produção

Pode-se proferir que um sistema sustentável só será possível mediante a evolução intelectual
e inclusive espiritual do ser humano, além de atribuir a Educação Ambiental em cada
sociedade, para que se tornem, uma a uma, sustentáveis e em que a relação com natureza seja
de coexistência com a mesma e não de exploração. De acordo Mello Filho (1999, p. 123):

Os problemas ambientais continuaram se multiplicando, em função do modelo de


desenvolvimento econômico (capitalista Industrialista), através da anarquia na exploração e
gestão dos bens comuns da humanidade por parte de valores políticos e econômicos,
orientados por uma racionalidade Individualista e instrumental

Portanto, a Educação Ambiental é uma forma de obter se a sustentabilidade, pois esta pode
récuperar o desenvolvimento para determinados fins e ações que propiciam a
sustentabilidade. Contanto, cumprindo com todos os requisitos de uma Educação Ambiental
para a desenvolvimento sustentável pode-se verificar que podem existir conflitos, como a
melhorias na produtividade que afetam negativamente a sustentabilidade ou a obtenção de
um grau de autonomia maior à custa da estabilidade.

Unidade 7

A questão socioambiental está se tomando cada vez mais matéria obrigatória das agendas dos
executivos. A transformação e a influência social e ecológica nos negócios se fazem sentir de
maneira crescente e com efeitos económicos profundos.

As empresas que antes eram vistas apenas como instituições econômicas fundamentais (o que
produzir como produzir e para quem produzir tem presenciado o surgimento de novos papéis
que devem ser desempenhados como resultado das alterações no ambiente em que operam.

De fato, hoje, a empresa é vista como uma instituição sociopolítica, uma vez que o seu papel
se tem expandido para maior abrangência e valorização das questões de caráter social e
político.

Acompanhando essa salutar exigência, percebe-se que administradores, executivos e


empresários passaram a introduzir a implementar em suas organizações programas de
reciclagem, medidas para poupar energia, programas de rotulagem ambiental - selo verde - e
outras inovações tecnológicas.

Para Tachizawa (2009, p. 81, na nova cultura a fumaça passou a ser vista como anomalia e não
mais como vantagem

Adverte Milaré (2009, p. 64) que é falso a dilema "ou desenvolvimento ou meio ambiente, na
medida em que, sendo este, fonte de recursos para aquele, ambos devem harmonizar se e
complementar-se.
Até que ponto as considerações suscitadas estão claras na cabeça dos dirigentes empresariais
não se sabe, mas é certo que todos gostariam de saber até que ponto "seu negócio seria
afetado pelo aumento da consciência socioambiental dos consumidores e pelas exigências
legais.

Nesse sentir, é correto afirmar que os gestores empresariais necessitam saber conciliar as
questões socioambientais com os objetivos econômicos de suas organizações empresariais O
executivo dos novos tempos precisa estar preparado para o desafio de harmonizar essas
preocupações.

Certamente, muitos participantes não concordam com esta filosofia ou com a visão da forte
influência do ambiente político-social no desempenho das empresas, mas mesmo não
concordando e até se rebelando contra isso, as empresas estão sendo compelidas a assumir
essa nova postura.

Em uma realidade mundial caracterizada por vigorosas transformações, a existência de uma


consciência empresarial responsável é fundamental para que haja possibilidade de
engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a preservação do meio
ambiente, a promoção dos direitos humanos e a construção de uma sociedade
economicamente próspera e socialmente justa.

As constantes mudanças impostas pelo mercado e pelas atividades das empresas com seu
universo de relações e práticas estão a impor inquietações e exigir atitudes das organizações e
seus gestores, com uma nova ordem: a sustentabilidade e a responsabilidade social.

A mudança mais importante que pode ser conseguida, internamente na organização em


relação à questão ambiental é o comprometimento gerencial. Donaire (2009) salienta que este
comprometimento dissemina, no seio da organização, a formação de um clima propício ao
surgimento de conhecimentos sobre qualidade ambiental, que se traduz em contínua busca de
melhorias. O desempenho de uma organização está fortemente ligado à qualidade de seus
recursos humanos. Assim, se uma empresa pretende implantar a gestão ambiental em sua
estrutura organizacional, deve saber que seu pessoal pode se transformar em grande ameaça
ou em grande potencial, para que os resultados sejam alcançados.

Assim, este estudo se propõe a analisar e demonstrar, através dos resultados obtidos nas
entrevistas com os gestores das empresas pesquisadas, como a responsabilidade social e a
sustentabilidade estão inseridas entre as estratégias em empresas do setor moveleiro,
contribuindo com novas discussões sobre a temática.

O comportamento das empresas acostumadas à pura e exclusiva maximização dos lucros vem
se modificando ao longo dos últimos anos, em função da incorporação da ideia de
responsabilidade social aos negócios. Com o surgimento de uma pressão maior por
transparência nos negócios, a responsabilidade social surge como uma postura mais
responsável das empresas, em suas ações.

Segundo Albuquerque (2009), a dimensão ética da responsabilidade social é certamente a


principal e as empresas definem seus caminhos de duas formas: o estabelecimento de
"Políticas de Responsabilidade Social" e a definição das "Ações Sociais" a serem desenvolvidas
pela empresa. Para Melo & Brenand (2004), são os seguintes os exemplos de políticas de
responsabilidade social: dar um sentido público às suas atividades empresariais; assumir uma
responsabilidade pelos interesses públicos; pagar os impostos; criar empregos; cumprir as leis;
estabelecer padrões éticos mais elevados; contratar, reter e promover talentos; propiciar
maior engajamento dos funcionários com os objetivos da empresa; adotar práticas
empresariais e gerenciais socialmente responsáveis; promover e assegurar uma boa imagem
institucional, como uma empresa ética e socialmente responsável; adotar de fato e de forma
séria e consistente a gestão socialmente responsável, e atuar como parceira na construção de
uma sociedade.

Ainda para Melo. & Froes (2004), no início dos anos 2000, uma empresa é considerada
socialmente responsável quando atinge seus resultados de lucro e liquidez sem perder de vista
o seu papel de geração de empregos, pagamento de impostos e de gestão ética. Hoje, já não
basta gerar empregos, pagar impostos, remunerar bem seus funcionários e parceiros, cumprir
e honrar compromissos, fabricar produtos corretos, usar tecnologia limpa, prestar serviços de
conveniência, manter uma boa imagem institucional e evitar manipulações. É necessário
adotar práticas eficaz de gestão e contribuir para a construção de uma sociedade melhor,
adotando o modelo de gestão de responsabilidade social corporativa e, através de seus
projetos de investimentos sociais, atuar como gestores de transformação social.

Unidade 8

Na atual era da informação, há um nível de transparência como nunca houve. A população


mundial está cada vez mais informada sobre os atuais problemas sociais e ambientais. Durante
muitos anos foram discutidas questões relacionadas com os problemas sociais e ambientais
que afetam o nosso planeta. No entanto, o que marca a diferença entre os dias de hoje das
décadas anteriores é a consciência plena que a população global tem, em relação a estes
problemas.

De um modo geral, as empresas são vistas atualmente, como um dos grandes responsáveis
pelos problemas ambientais e sociais. Esta percepção deve-se à má atuação por parte de
várias empresas e instituições privadas em diversas indústrias como a indústria alimentar,
farmacêutica ou financeira.

Ao mesmo tempo, as Organizações Não Governamentais, os governos e as ações de


filantropia, são tendencialmente vistos como parte da solução para os problemas do mundo.

O Estudo de Tendências surge como uma ampla análise da sociedade de modo a obter pistas
que suportem o desenvolvimento de estratégias de inovação. Potencial de inovação esse, que
envolve não só o mundo dos negócios como também todo o tecido social. (Gomes, 2015: 54)

A complexidade e as constantes mudanças à qual a sociedade é sujeita, obrigam empresas e


instituições a focar na Inovação como ideia chave. A análise sistemática de padrões de
mudança fornece insights para que as empresas/instituições adaptem as suas formas de
atuação ao atual espírito do tempo e à identificação de novos mercados. (Rasquilha, 2011:12)

Assim, a disciplina de Estudo de Tendências torna-se pertinente na medida em que surge como
uma ferramenta de pesquisa qualitativa capaz de integrar conceitos e ferramentas de
diferentes disciplinas como as humanidades, ciências sociais e gestão. Deste modo a
abordagem inovadora do Estudo de Tendências vem colmatar a escassa capacidade que as
ferramentas criadas pelo mundo empresarial - como pesquisas de mercado, foresight e
forecasting- tem de prever e identificar aprofundadamente a realidade cultural e social, e os
grandes padrões de mentalidades e comportamentos associados ao comportamento dos
consumidores e seu estilo e gosto.
A área de Estudo de Tendências revela-se como um cruzamento interdisciplinar de diversas
áreas, tal como Nelson Pinheiro e Ana Francisco sugerem:

A sua base encontra-se nas ciências sociais e é nestas que encontram as metodologias para
crescer enquanto área cientifica. Não obstante, devem procurar nas humanidades o contexto
cultural que lhes permitirá compreender as mentalidades. Do mesmo modo, as artes, as
ciências exatas e a tecnologia revelam tópicos que devem ser considerados na ponderação da
criação de um quadro de Tendências. Esta nova área ultrapassa o foro da sociologia, da moda,
dos estudos de cultura, da economia, do marketing, entre muitos outros (Gomes e Francisco,
2013: p.6).

Os Estudos de Tendências permitem a criação de um enquadramento conceptual. Ao observar,


identificar e analisar as Micro e Macro Tendências que moldam o espírito da época, não só
promove um melhor entendimento dos atuais desafios econômicos e sociais, como também
geram pistas de Inovação, políticas concretas e estratégias mais eficientes para cada contexto.
Estas podem ser aplicadas em negócios, empresas, instituições, serviços, produtos, afetando
tanto as atividades estratégicas como as operacionais.

Orientados para o futuro, os Estudos de Tendências identificam os grandes padrões de atuação


e de evolução social e projetam possíveis potenciais caminhos e cenários futuros.

Tendência, Moda e Onda

A palavra Trendy é muitas vezes utilizada como referência tanto a Modas como a Tendências,
pois ambos são alvo de interesse dos Trendsetters. São conceitos de difícil distinção, só é
possível compreender se uma alteração de estilo e gosto vai tornar-se numa Tendência se
perceber o processo que cria essa mudança. (vd. Vejlgaard, 2008: 189).

No entanto é importante compreender a diferença entre Tendências, Modas e Ondas, uma vez
que cada uma tem importância e impacto diferentes na sociedade. As causas, o impacto e a
durabilidade são os factores que distinguem as Tendências das Modas e das Ondas. (vd.
Higham, 2009- 104). REND

Onda tem um impacto grande, mas dissipa-se rapidamente. É incorporada pelas pessoas sem
estas entenderem por quê. Moda é incorporada de forma consciente no dia-a-dia. Não
acarreta mudança de comportamentos. Tem um impacto menor do que a Tendência e dura
menos tempo. (Rasquilha, 2011:15)

Por sua vez, as Tendência são resultado de uma mudança de comportamento. Começa de uma
forma mais tímida do que a Onda e a Moda, mas a sua duração é grande e com impactos
profundos. Assumida como mentalidade emergente e dominante (vd. Rasquilha, 2011: 16).

R Existem vários elementos a analisar para construir a estrutura da Tendência, de modo a


compreender a sua natureza. O enquadramento socio geográfico em que a Tendência se
desenvolve, os indivíduos que intervêm no processo de construção e disseminação da
Tendência, as principais características da Tendência e a forma como se manifestam na
sociedade, as consequências sociais e alteração de comportamentos que advêm da nova
mentalidade presente na Tendência. A compreensão da estrutura da Tendência permite a
articulação da mesma com inovação, gerada através de insights que compreendem as redes de
influências e os diversos códigos presentes nos padrões de mentalidade e comportamento
(Gomes e Francisco, 2013:7).

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