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Legislação e Estruturas
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do Ensino Superior
Sobre as Políticas Públicas

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Edda Curi

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Sobre as Políticas Públicas

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• O que são Políticas Públicas
• Modalidades de Políticas Públicas
• Políticas Públicas para a Educação

Fonte: iStock/Getty Images


• Composição do Ensino Básico
• Políticas Públicas para o Ensino Superior

Objetivos
• Trabalhar o tema: Sobre as políticas públicas.
• Realizar uma abordagem sobre a composição do ensino básico, uma vez que é importante
conhecê-lo, tendo em vista que antecede o acesso ao ensino superior.
• Evidenciar algumas políticas públicas voltadas para esse tipo de ensino.

Caro Aluno(a)!

Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Sobre as Políticas Públicas

Contextualização
Você já ouviu falar em políticas públicas? O que você conhece sobre o assunto?
Conhece alguma delas? Já participou de sua validação? E para o ensino superior, você
conhece alguma política pública que afete diretamente o curso em que atua? Em sua
opinião, qual a importância dessas políticas no cenário brasileiro?

Nesta Unidade, você conhecerá os formuladores e os componentes das políticas


públicas e saberá mais sobre seu direito de cidadão, pagador de impostos, que pode e
deve acompanhar o uso de valores consideráveis por essas políticas.

Boa leitura!

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O que são Políticas Públicas
Você já ouviu falar em políticas públicas?
Conhece alguma política pública de nível federal, estadual ou local?
Qual o significado de políticas públicas?
Faça anotações de suas dúvidas e de seus conhecimentos sobre o assunto e passe à
leitura do texto.

Antes de iniciar qualquer conversa, é ideal sabermos o que de fato significa o


termo políticas públicas, mesmo que de forma geral. Podemos dizer que essas se
referem a um conjunto articulado e estruturado de ações e incentivos que buscam
alterar uma realidade em resposta a demandas e interesses dos atores envolvidos em
um determinado processo, ou seja, é tudo aquilo que o governo resolve fazer ou
não fazer em relação a uma determinada questão. Na verdade, as políticas públicas
indicam ações (o que fazer), objetivos relacionados ao que se deseja alterar (onde
chegar) e estratégias de ação (como fazer).

Com base nas considerações acima, podemos complementar com o que Teixeira
(2002) entende por políticas públicas:
Políticas públicas são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras
e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre
atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas
ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas de financiamentos) que
orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos. Nem
sempre, porém, há compatibilidade entre as intervenções e declarações de vontade
e as ações desenvolvidas. Devem ser consideradas também as “não-ações”, as
omissões, como formas de manifestação de políticas, pois representam opções e
orientações dos que ocupam cargos (TEIXEIRA, 2002, p. 2).

Podemos observar que as políticas públicas nem sempre se referem apenas a ações;
o fato da não ocorrência de uma ação, ou seja, sua inação, também denota uma política
pública que pode não ter sido realizada por um determinado governo.

A elaboração de uma política pública significa definir quem decide o quê, com que
consequências e para quem. Devemos considerar também que as políticas públicas
se encontram atreladas ao regime político vigente, ao grau de organização de uma
sociedade civil e também às relações culturais existentes em relação à política vigente
de um pais.

Em se tratando de políticas públicas, é sempre importante considerar a quem elas


se destinam, considerando seus resultados e benefícios e levando em conta ainda se a
elaboração delas é levada a debate público. Afinal, são esses aspectos que as diferenciam
das políticas governamentais, as quais, embora sejam estatais, nem sempre são públicas.

Mas você sabe como são formuladas as políticas públicas?

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UNIDADE
Sobre as Políticas Públicas

As políticas públicas são formuladas principalmente por iniciativa dos poderes


executivo, ou legislativo, separada ou conjuntamente, a partir de demandas e propostas
da sociedade, em seus diversos segmentos.

A participação da sociedade na formulação, no acompanhamento e na avaliação das


políticas públicas em alguns casos é assegurada na própria lei que as institui.

Existem vários tipos de políticas públicas, entre elas as que se relacionam à saúde,
educação, habitação e desenvolvimento urbano, assistência social, previdência social,
agrícola, entre outras. Porém, o que há de comum entre todas elas é a ideia de gerar o
bem comum a todos os cidadãos.

Vamos conhecer um pouco mais sobre as modalidades de políticas públicas?

Modalidades de Políticas Públicas


É ideal conhecermos os tipos de políticas públicas, ou seja, suas modalidades, a fim
de entender como funcionam sua formulação e implementação.

Para Teixeira (2002), cada modalidade de política pública se estrutura de forma a


atender os interesses comuns; porém, elas devem visar a três segmentos: a natureza ou
grau de intervenção dessas políticas, a abrangência dos possíveis benefícios gerados por
elas e os impactos gerados a seus beneficiários ou ao próprio sistema social.

É importante verificar também como se apresentam em cada segmento as


características dessas políticas.

O fluxograma a seguir ilustra os diferentes tipos de políticas públicas segundo o que


nos traz Teixeira (2002), nele podemos observar seus elementos de estruturação: em
relação à sua natureza, as políticas públicas podem ser estrutural ou conjuntural; em
relação à abrangência de seus possíveis benefícios, podem ser universais, segmentais ou
fragmentadas; por fim, em relação aos impactos que geram a seus beneficiários ou ao
próprio sistema social, elas podem ser distributivas, redistributivas ou regulatórias.

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Estrutural: buscam interferir em
relações estruturais como renda,
emprego, propriedade, etc.
Natureza ou grau
de intervenção
Conjuntural ou emergencial:
objetivam amenizar uma situação
temporária, imediata.

Universais: para todos os cidadãos

Segmentais: para um segmento


Políticas Abrangência dos da população, caracterizado por
Públicas possíveis benefícios um fator determinado (idade,
condição física, gênero, etc.)

Fragmentadas: destinadas a grupos


sociais dentro de cada segmento

Distributivas: visam distribuir


benefícios individuais, costumam ser
instrumentalizadas pelo clientelismo

Impactos aos Redistributivas: visam redistribuir


beneficiários ou nas recursos entre os grupos sociais,
relações sociais gerando certas vezes conflitos

Regulatória: visam definir regras


e procedimentos que regulem
comportamento dos atores para
atender interesses gerais da sociedade
Fonte: Teixeira (2002)

Assim podemos perceber que uma política pública é elaborada visando a três
elementos, mas que atendem a aspectos diferentes, dependendo dos objetivos e de
quem pretendem atender.

Você conhece alguma legislação que determina a participação da sociedade nas


políticas públicas?
Você sabia que há possibilidades para conhecer ou acompanhar, em tempo real até,
eletronicamente, salários de vereadores, gastos de órgãos públicos, etc.? E ainda que você
tem o direito de ter acesso a esses dados?
Você conhece ou acompanha informações eletrônicas sobre execução orçamentaria
ou financeira?
Faça anotações sobre isso e depois leia o trecho do texto que discute esse assunto.

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UNIDADE
Sobre as Políticas Públicas

Vamos conhecer algumas leis que interessam essencialmente ao cidadão:

A lei complementar n. 131, chamada de Lei da Transparência, de 27 de maio de


2009, determina
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante
os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias
e orçamentos;

II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo


real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em
meios eletrônicos de acesso público;

De acordo com essa lei, todos os poderes públicos, em todas as esferas e níveis
da administração pública, estão obrigados a assegurar a participação popular. Essa,
portanto, não é mais uma preferência política do gestor, mas uma obrigação do Estado
e um direito da população.

E agora, você vai acompanhar mais de perto os poderes públicos?

Você sabia que é possível alterar uma política pública?

Quando e como isso é possível?

Depende do grau de empoderamento da sociedade e do nível de organização social


dos atores sociais interessados (terceiro setor).

Como dito, as chamadas políticas públicas deveriam ser as ações de governo nas áreas
de educação, habitação, saúde, segurança, meio ambiente e distribuição de renda atingindo
diretamente a vida de um conjunto de cidadãos; mas, afinal, como são compostas?

Quais os instrumentos que compõem as políticas públicas?

Elas são organizadas em tópicos:


1. Planos;
2. Programas;
3. Ações;
4. Atividades.

Os planos estabelecem diretrizes, prioridades e objetivos gerais a serem alcançados


em períodos relativamente longos – por exemplo, os planos decenais de educação têm o
sentido de estabelecer objetivos e metas estratégicas a serem alcançados pelos governos
e pela sociedade ao longo de dez anos.

Os programas estabelecem, por sua vez, objetivos gerais e específicos focados em


determinado tema, público, conjunto institucional ou área geográfica – o Programa Nacional
de Capacitação de Gestores Ambientais (PNC) é um exemplo temático e de público.

As ações visam ao alcance de determinado objetivo estabelecido pelo programa. As


atividades, por sua vez, visam dar concretude a essas ações.

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Políticas Públicas para a Educação
E no caso da educação, você conhece alguma política pública recente que considera
importante?
Você participa de algum órgão que discute políticas públicas para a educação?
Já foi a alguma audiência pública?
Anote seus conhecimentos sobre as questões propostas e passe para a leitura do texto.

No caso da educação, a sociedade participa (ao menos em tese) mediante os conselhos


municipal, estadual e nacional. Audiências públicas, encontros e conferências setoriais são
também instrumentos que vêm se afirmando nos últimos anos como forma de envolver os
diversos seguimentos da sociedade em processos de participação e controle social.

Se política pública é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer, política pública
educacional é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em relação à educação.

Educação é algo que vai além do ambiente escolar, pois tudo o que se aprende
socialmente – na família, na igreja, na escola, no trabalho, na rua, no teatro, etc. – e o
resultado do ensino, da observação, da repetição, reprodução, inculcação, é educação.

Como é possível observar, educação é um conceito muito amplo para se tratar das
políticas educacionais, essas se aplicam às questões escolares. Em outras palavras, pode-
se dizer que políticas públicas educacionais dizem respeito à educação escolar, e que a
educação só é escolar quando for passível de delimitação por um sistema que é fruto de
políticas públicas.

Nesse sistema, é imprescindível a existência de um ambiente próprio do fazer


educacional, que, no caso, é a escola. Ela funciona como uma comunidade, articulando
partes distintas de um processo complexo: alunos, professores, servidores, pais,
vizinhança e Estado (esse enquanto sociedade política que define o sistema por meio de
políticas públicas).

Portanto, políticas públicas educacionais dizem respeito às decisões do governo que


têm incidência no ambiente escolar enquanto ambiente de ensino-aprendizagem. Elas
regulam e orientam os sistemas de ensino, instituindo a educação escolar.

Elas se desenvolveram acompanhando o desenvolvimento do próprio capitalismo, e


chegaram na era da globalização resguardando um caráter mais reprodutivo, haja vista a
redução de recursos investidos nesse sistema que tendencialmente acontece nos países
os quais implantam os ajustes neoliberais.

Como estamos falando de políticas públicas educacionais, elas regularizam


nossos sistemas de ensino básico e superior. Sendo assim, vamos conhecer esses
sistemas educacionais.

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UNIDADE
Sobre as Políticas Públicas

Composição do Ensino Básico


A lei que regulariza o ensino básico é a Lei de Diretrizes e bases da Educação (LDB),
oriunda de 1996. No entanto, anteriormente a ela, havia outras leis de diretrizes e bases
da educação, que apresentaremos de forma sintética no quadro a seguir:

Lei 4.024/61 Duração Lei 5.692/71 Duração Lei 9.394/96 Duração


Ensino Primário 4 anos Educação Básica:
Ensino de
Ciclo Ginasial do 8 anos Educação Infantil Variável
4 anos Primeiro Grau
Ensino Médio
Ensino
9 anos7
Ciclo Colegial do Ensino de Fundamental
4 anos 3 a 4 anos
Ensino Médio Segundo Grau Ensino Médio 3 anos
Ensino Superior Variável Ensino Superior Variável Ensino Superior Variável
Obs.: Obs.: Obs.:
Com a junção dos antigos Primários Os níveis da educação Escolar passam
e Ginasial, desapareceu o Exame de a ser dois: educação básica e educação
A passagem do Primário para o Ginasial Admissão. superior.
era feita através de uma prova de A duração normal do 2º graus era de A educação de jovens e adultos, a
acesso: o Exame de Admissão. 3 anos. Ultrapassava, no entretanto, educação profissional e a educação
Os ciclos Ginasial e Colegial eram este limite quando se tratava de Curso especial são modalidades de educação.
divididos em Ramos de Ensino, a saber: Profissionalizante. A educação básica, nos níveis
Secundário, Comercial, Industrial, O Ensino de 1º grau e 2º grau tinham fundamental e médio, passam a ter
Agrícola, Norma e outros. uma carga horária mínima anual de 720 a carga horária mínima de 800 horas
horas e o ano letivo a duração mínima anuais, distribuídas em 200 dias letivos
de 180 dias. anuais, no mínimo.
Fonte: Waitz e Arantes (2009, p. 259).

Neste item, abordaremos a estrutura da educação básica a partir da LDB DE 1996.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de dezembro de 1996 é


uma lei orgânica1 e geral da educação brasileira que define as diretrizes e bases da
educação nacional.

A LDB estabelece em seu Capítulo I art. 21° que a educação escolar compõe-se de:
I – educação básica, formada pela educação infantil, pelo ensino fundamental e
ensino médio;

II – educação superior.

A educação básica é composta pela educação infantil, ensino fundamental e


ensino médio.

Em seu Capítulo II, Seção I, a LDB apresenta as seguintes disposições sobre a


educação básica:
Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

1 Lei orgânica: é uma lei que disciplina o funcionamento de uma determinada categoria em se tratando de determi-
nados poderes.

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Art. 23º. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais,
ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na
idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização,
sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

A partir desses artigos, é possível perceber que os objetivos da Educação Básica têm
como princípio a formação de um cidadão pleno capaz de interagir em sociedade e que
esteja preparado, sobretudo, para o mercado de trabalho. A organização da educação
básica também se constitui em séries anuais, organizadas de forma a contemplar idade
e fatores relacionados ao processo de aprendizagem.

Os objetivos do ensino fundamental são descritos na LDB em seu Capítulo II, Seção
III, como transcritos a seguir:
Art. 32º. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno


domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das


artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de


conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de


tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Já para o ensino médio, podemos encontrar como objetivo a seguinte descrição no


Capítulo II, Seção IV:
Art. 35º. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três
anos, terá como finalidades:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino


fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar


aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética


e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,


relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

De acordo com Cury (2002), a educação básica no Brasil, desde a Constituição


Federal de 1988, vem sofrendo diversas reformas, ressaltando que ela é um direito
do cidadão e é um dever do Estado atendê-lo mediante oferta qualificada. A educação
básica é indispensável, por direito social, à participação ativa e crítica do sujeito, dos
grupos a que ele pertence, na definição de uma sociedade justa e democrática (CURY,
2002, p.170-171).

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UNIDADE
Sobre as Políticas Públicas

A LDB garante de forma efetiva a continuidade de estudos, ou seja, seu acesso ao


ensino superior.

Hoje, o ensino fundamental foi reorganizado em nove anos e a criança inicia essa
etapa da escolaridade com 6 anos completados até 30 de junho do referido ano de
entrada. O objetivo com essa organização é que a criança tenha um tempo maior para
se alfabetizar. Há ainda um novo Plano Nacional da Educação que vigora desde 2015
e aponta metas, para os próximos dez anos, para todos os segmentos de ensino – esse
documento será explorado em outra Unidade.

Políticas Públicas para o Ensino Superior


A LBDEN de 1996, em seu Capítulo IV, dispõe as seguintes finalidades para o Ensino
Superior em seu Art. 43º:
I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo;

II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em


setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira,
e colaborar na sua formação contínua;

III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento


da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver
o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que


constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicações ou de outras formas de comunicação;

V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e


possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão
sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de
cada geração;

VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os


nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com
esta uma relação de reciprocidade;

VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão


das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e
tecnológica geradas na instituição.

Com base nos princípios de gestão democrática, autonomia e participação presentes


na LDBEN, as universidades têm buscado caminhos para reestruturar e atribuir
significados a suas práticas.

Uma das políticas públicas voltadas para o ensino superior que tem sido foco de
discussões nos últimos anos é a sua democratização de acesso.

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Atualmente, temos o Programa Universidade para Todos (PROUNI), instituído em
2004 pelo Governo Federal, com o objetivo de oferecer bolsas de estudos para alunos
de baixa renda em universidades particulares – em contrapartida, essas teriam isenção
de determinados tributos fiscais. Por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
a partir de 2010, os alunos que atingem uma determinada pontuação passam a ter
acesso ao programa.

Outra ação que se relaciona com as políticas públicas voltadas para o ensino superior é
aquela que visa ao aperfeiçoamento tecnológico como forma de acesso ao mundo atual.

Aspectos mais específicos dessas políticas serão tratados em outra Unidade mais
adiante, em que abordaremos a democratização do ensino superior.

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UNIDADE
Sobre as Políticas Públicas

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Educação Superior no Brasil – 10 anos pós-LDB
http://goo.gl/3zwcFy

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Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:
promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20


de dezembro de 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/
L9394.htm>. Acesso em 25 set. 2010.

CURY, C. R. J. A Educação básica no Brasil. Educ. Soc., Campinas, v. 23, n. 80,


set. 2002. p. 168-200. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/
v23n80/12929.pdf>. Acesso em 25 set. 2010.

TEIXEIRA, E. C. O papel das políticas públicas no desenvolvimento local e na


transformação da realidade. Bahia: AATR-BA, 2002. Disponível em: < http://
www.dhnet.org.br/dados/cursos/aatr2/a_pdf/03_aatr_pp_papel.pdf>. Acesso em
25 set. 2010.

WAITZ, I. R.; ARANTES, M. P. C. Políticas públicas para o ensino superior: o processo


de democratização do acesso. Anuário de Produção Acadêmica Docente, v. 3, n.
5. 2009. p. 251-264. Disponível em: < http://sare.unianhanguera.edu.br/index.php/
anudo/article/viewFile/1591/751>. Acesso em 02 out. 2010.

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