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A aprendizagem ocorre por vários factores, que a psicologia de aprendizagem procura estudar e
explicar. As vezes o aluno não aprende por razoes simples, como, por exemplo, o facto de ter ficado
retido em casa por causa da chuva, ou o facto de os pais não darem muita importância a escola, e
assim por diante.
Segundo Piletti (25:1993) A todas estas questões e muitas outras a psicologia de aprendizagem
procura responder, porém é imperioso que se tenha sempre a mente o seguinte: cada situação é
diferente da outra, cada caso é um caso.
Conceitos
Aprendizagem é um processo experiencial e interior a pessoa, porque tem carácter pessoal e revela-
se nos seus efeitos, isto é, através de mudanças que se operam no comportamento exterior do
sujeito, comportamento observável. (estamos a confirmar o carácter pessoal da aprendizagem, mas
também a pôr em destaque um outro aspecto importante, o facto da aprendizagem não se ver em si
mesma, mas apenas nos seus efeitos ou seja nas modificações que ela opera no comportamento
exterior, observável, do sujeito). (TAVARES & ALARCÃO, 1990:86)
Para Mwamwenda (2004) a aprendizagem é a primeira razão para a existência da Escola e meio
através do qual a socialização é efectuada.
Então porque aprendemos nós? Aprendemos porque precisamos ajustar o nosso comportamento ou
atitudes a um determinado meio sócio-cultural. Isto significa que há sempre um objectivo por trás
de cada processo de aprendizagem e quanto mais relevante para nós for o objectivo, mais
facilmente aprendemos, pois pretendemos a satisfazer uma necessidade.
E aprendizagem torna-se de importância crucial, pelo menos nos primeiros 8 anos de vida da
criança, e como Freud, Piaget, Gisel e Wallon afirmam, a etapa pré-escolar é o estádio mais
De acordo com as proposições das teorias gestaltistas é um processo perceptivo, em que se dá uma
mudança na estrutura cognitiva. Para que haja a aprendizagem são necessárias determinadas
condições:
Fatores Fisiológicos - maturação dos órgãos dos sentidos, do sistema nervoso central, dos
músculos, glândulas;
Fatores Psicológicos - motivação adequada, autoconceito positivo, confiança em sua
capacidade de aprender, ausência de conflitos emocionais perturbadores;
Experiências Anteriores - qualquer aprendizagem depende de informações, habilidades e
conceitos aprendidos anteriormente.
Ainda há gente que entende o Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA) de forma estática e olha
para o professor como o detentor de todo o saber e o aluno como uma tábua rasa, onde o professor
despeja os conhecimentos que tem. Neste caso a aprendizagem é colocada em muitos
inconvenientes (timidez, passividades).
A relação do professor e aluno deve ser dinâmica para que haja uma aprendizagem activa onde o
aluno desempenha um papel criativo e em alguns casos em que o professor passa aprender do aluno.
O temperamento e o carácter do professor determinam em larga medida as reacções do aluno, a
forma como ele compreende o aluno, este deve ter consciência de que na compreensão podem ter
falhas.
Segundo Piletti (2003), o professor não é o senhor absoluto, dono da verdade e dono dos alunos,
que manipula ao seu belo prazer. Os alunos são pessoas humanas tanto quanto ele, o seu
desenvolvimento e sua liberdade de manifestação precisam ser respeitados pelo professor.
Enquanto pessoa humana adulta o professor costuma ser considerado um exemplo para os alunos.
Quase sempre sem ter consciência exacta disso, o professor transmite aos seus, alunos atitudes
positivas ou negativas no estabelecimento da sua relação, transmite seus preconceitos, suas crenças,
seus valores, etc. O aluno as vezes aprende muito mais com o que o professor faz ou deixa de fazer,
do que com aquilo que o professor diz. É importante que o professor tenha consciência de que além
de mero transmissor de conhecimentos, ele é mais um exemplo de adulto que os alunos em
desenvolvimento poderão vir a imitar.
Além dos aspectos relacionados com os vários papeis que o professor desempenha junto aos alunos
e as comunidades, convêm chamar atenção para a própria realização do professor. Para o sucesso
do trabalho educativo, é importante que o professor goste do que faz, acredite que esta alcançando
os resultados esperados e si sinta satisfeito e realizado.
Watson e o behaviorismo
No início de nosso século, vários psicólogos preocupavam-se em fornecer à Psicologia foros de
ciência. Tal tentativa já havia sido feita pelos adeptos das ideias de Wundt, criador da Psicologia
Fisio1ógica; nos Estados Unidos, J.B. Watson insistia em que o corpo voltasse a centralizar os
estudos psicológicos e propunha que a Psicologia mudasse seu foco da consciência para o
comportamento. O objetivo de Watson era que a ciência psicológica se interessasse por indícios
publicamente verificáveis, ou seja, dados abertos à observação de outros, estudados por diversos
pesquisadores, que poderiam chegar a conclusões uniformes.
Watson foi iniciador da escola behaviorista. Ele considerava a pesquisa animal a única verdadeira,
pela sua possibilidade de verificação empírica. Propunha a abolição dos métodos introspectivos,
devido à sua falta de objetividade. Rejeitava o estudo da consciência e atacava veementemente a
análise da motivação em termos de instintos.
Na sua época, era frequente admitir que muitos comportamentos fossem inatos e constituíssem
instintos. Watson propôs a tese de que herdamos apenas estrutura física e alguns reflexos.
Três tipos de reação emocional são inatos: medo, cólera e amor; todas as outras reações
emocionais são aprendidas em associação com eles, através de condicionamento.
A influência de Watson foi tão grande, que a maioria das teorias que se seguiram foram
behavioristas e, portanto, preocupadas com os fatores puramente objetivos, baseando-se na
pesquisa com animais e preferindo a análise do tipo estímulo-resposta.
O Condicionamento Clássico
As famosas experiências de Pavlov com cães são o exemplo paradigmático desta forma de
aprendizagem. Pavlov observou que os cães salivavam quando as glândulas salivares se punham
em contacto com a carne, o que classificou de reacção incondicionada. Posteriormente os cães
passaram também a salivar apenas por verem a carne. Esta reacção foi classificada de resposta
condicionada, que teria sido aprendida.
Pavlov pensou que tal aprendizagem era devida a uma associação de estímulos. Comprovou esta
hipótese com uma série de experiências em que tentou associar um Estímulo Neutro (ou seja, que
não provocava qualquer resposta), o som duma campainha, com um estímulo incondicionado
(carne, que provocava a resposta incondicionada da salivação). Após algumas associações, o som
da campainha tornou-se num estímulo condicionado, pois à sua presença, os cães reagiam com a
salivação, agora resposta condicionada.
Qualquer estímulo, sejam pessoas, objectos ou actividades podem ser associados com estímulos
que provoquem respostas emocionais. Esse é o potencial do professor: o seu comportamento
afectivo, a maneira de organizar as aulas e os métodos e técnicas educacionais que utiliza nas aulas
podem gerar emoções de bem-estar ou mal-estar nos alunos que ficarão associadas às matérias
dadas e/ou ao próprio ensino em si.
O Condicionamento Operante
O condicionamento clássico é uma aprendizagem relativamente automática de respostas
emocionais perante estímulos. No entanto, o comportamentalismo abraça outras formas de
aprendizagem: o condicionamento operante é o processo de aprendizagem do comportamento que
implica acções deliberadas. Skinner e Thorndike produziram experiências com animais.
Thorndike formulou a lei do efeito que diz que “qualquer acção que produza um efeito satisfatório
será repetida”. Thorndike encerrou gatos em caixas-problemas que, quando acidentalmente
descobriam a forma de abrir as caixas, aprendiam e passavam a repetir o movimento da próxima
vez que fossem lá colocados.
Foi no entanto Skinner que desenvolveu o conceito. O condicionamento operante (CO) descreve a
relação entre o comportamento e as consequências. Uma resposta operante é aquela que se produz
sem a presença de um estímulo incondicionado, ou seja é um comportamento voluntário.
Existem algumas questões acerca do emprego pedagógico dos reforços e castigos. O que torna algo
(evento, objecto, acontecimento ou actividade) um bom reforçador, só se poderá saber na prática,
nunca à partida. Dependerá da experiência do sujeito, podendo provir do próprio sujeito (auto-
reforço) ou do meio físico e social.
O reforço deve ser dado sempre depois do comportamento que se quer reforçar, nunca antes. Deve
também ser dado imediatamente, para diminuir o risco do reforço ser associado a outro
comportamento, entretanto ocorrido. Deve-se também informar o que é que é reforçado e o que
não é. Para além disso os reforçadores podem perder a sua eficácia, pelo que é conveniente alterar
periodicamente os mesmos. A omissão de recompensas produz efeitos de redução ou extinção dos
Quanto ao castigo, apesar de apresentar inconvenientes, há muitas ocasiões em que o educador não
os pode ignorar, para evitar males maiores, como por exemplo, quando se ultrapassa de forma clara
as normas assumidas por todos, se falta ao respeito à autoridade com actos inaceitáveis para a
maioria ou se danifica propriedade alheia ou pública intencionalmente.
No entanto o castigo deve ser imediato, não aprazado. Não deve ser fraco nem forte, mas sim
suficiente. Há que ser proporcional à falta em causa e ocorrer sempre que esta ocorra. Os critérios
devem ser claros para que o sujeito saiba claramente porquê está a ser castigado. Deve-se acabar
com o castigo assim que ele tenha o efeito desejado.
A generalização, a discriminação e a extinção são as semelhanças mais notórias entre o
condicionamento clássico e o condicionamento operante.
Poderíamos dizer que faz parte do senso comum a afirmação de que as pessoas, sobretudo as
crianças, aprendem observando e imitando os outros. Contudo, foi Albert Bandura que desenvolveu
numerosas experiências que fundamentaram a importância da aprendizagem por observação, isto
é, a aprendizagem que resulta da interacção e da imitação social.
De acordo com este psicólogo, muitos dos nossos comportamentos são aprendidos através da
observação e imitação de um modelo - modelação ou modelagem. É pela observação que posso
aprender a serrar uma tábua, a abrir uma caixa, a ligar uma máquina, a cozinhar, a pintar... Com
certeza que precisamos de prática para desenvolver estas aptidões, mas na base da sua aquisição
está a observação. De facto, grande parte da aprendizagem humana está baseada na observação: o
processo de socialização passa, como já estudaste, necessariamente pela observação, imitação e
identificação com os modelos sociais (pais, professores, amigos...
Este tipo de aprendizagem pode ser seguido de reforço directo: a criança, ao usar correctamente o
talher, é elogiada, isto é, foi reforçada por ter imitado um comportamento desejado. Mas, Bandura
chama a atenção para o facto de a imitação de um adulto poder ser estimulada se a criança observar
que ele é elogiado por se ter comportado de determinado modo - é o que o autor chama reforço
vicariante. A criança, se agir daquele modo, obterá aprovação semelhante.
São muitos os factores que influenciam a aprendizagem por observação. A proximidade e o peso
afectivo do modelo são dois desses factores. Por isso, os pais, professores, amigos são os modelos
mais comuns. Concretamente, é muito referido o professor como modelo de imitação: os temas que
prefere da disciplina que lecciona, os gostos e as preferências, as suas atitudes exercem grande
influência sobre os alunos.
Bandura defende ainda que o comportamento pode ser aprendido sem estar necessariamente
envolvido nele e esse comportamento não necessita de ser reforçado para ser sustentado. A maior
parte da formação do comportamento ocorre com base na observação do que os outros fazem e das
A selecção dos modelos parece relacionar-se com o sexo e a idade: é mais frequente a imitação de
modelos do mesmo sexo e de idades próximas. Também parece ser influenciada pelo estatuto dos
modelos escolhidos: são mais imitados os modelos que apresentam estatuto social mais elevado e
mais prestigiado. A atenção é também um factor que intervém neste tipo de aprendizagem: quanto
mais atento o observador estiver ao comportamento apresentado pelo modelo, mais eficaz será a
aquisição.
A aprendizagem por observação pode ser definida pela modificação do sistema de respostas de um
indivíduo, através da observação de uma sequência, como se o próprio observador estivesse
envolvido nessa sequência de acontecimentos.
1. Atenção é um factor importante para aprendizagem social, durante a aula os alunos terão de
prestar atenção de forma adequada sobre o que o professor está a dizer e para compreender o que
está a ser ensinado.
2. Memoria – o aluno além de dar atenção deve processar a informação na memória a curto-prazo
e longo - prazo e armazenado, uma vez armazenado a informação na memória, o aluno não terá
problema em recuperar sempre que precisar.
3. Capacidade Motoras - trata-se de um acto que pode ser aplicado e praticado depois de ser
observado se o aluno é potencialmente capaz de aplicar e praticar.
6. Estatuto do modelo – de acordo com a aprendizagem social pessoas com elevado estatuto e que
são capazes de recompensar e punir servem de bons modelos. Exemplo: os pais, professores.
7. Motivação – para que um comportamento seja motivado é importante que seja interessante ou
motivador para o observador. Exemplo: os estudantes podem recusar-se a envolver-se em
vandalismo, ter comportamentos rebeldes, copiar nos testes e exames porque esses
comportamentos levam a reprovação.
De acordo com esta teoria as pessoas desenvolvem qualidades de carácter, habilidades, hábitos e
aptidões através da observação de outras pessoas inseridas no seu meio.
Vantagens da aprendizagem social: a emergência de ídolos devido a imitação dos
comportamentos aceitáveis.
Desvantagens da aprendizagem social: a pessoa pode tomar como ídolo uma pessoa que
apresenta comportamentos negativos, isso pode desenvolver um comportamento, não aceite
na sociedade. Exemplo: consumo de drogas, fanatismo, prostituição.
A Aprendizagem Social pode ser facilitada pelos alunos se trabalharem em pequenos grupos para
que aqueles que tiverem melhores resultados sirvam de modelo para os outros.
O aluno aprende mediante o ensinamento do professor, onde o professor é e deve comportar-se
como modelo para a sociedade.
Aqui a resolução de problema surge como se tudo acontecesse de repente, fruto de uma espécie de
descoberta sendo estável e susceptível de ser transferida para outras situações mas ou menos
semelhantes, pois o individuo acaba compreendendo a relação entre os elementos da situação no
seu conjunto.
A pessoa selecciona e organiza estímulos de acordo com as suas próprias experiências e não as
responde isoladamente, mas percebendo a situação como um todo e reagindo aos seus elementos
mais significativos.
Exemplo: um macaco metido na gaiola cheio de forma e colocar um cacho de banana por cima da
gaiola, deixando dentro da jaula uma cana bem comprida e uma caixa. O macaco passou muito
tempo a olhar para cima, depois passou muito tempo a saltar e tentar pegar as bananas, após varias
tentativas, pegou na cana e tentou deitar as bananas para baixo sem sucesso, eis que de repente
pegou na cana, saltou para cima da caixa, levantou a cana e atirou as bananas ao chão. Ele teve
uma espécie de intuição ou conhecimento intuitivo em relação ao esquema da acção a utilizar.
Segundo Tavares e Alarcão, nesta experiência tiramos 3 aspectos:
1. A solução para o problema surge de repente e como uma espécie de intuição (insight).
E como o grito de eureka! Que frequentemente se exprime em expressões do tipo” oh,
já sei”, tantas vezes proferidas quando descobrimos que nos apercebemos da chave para
resolver uma determinada situação.
2. A solução parece estável e susceptível de ser transferida para outras situações mais ou
menos semelhantes.
Segundo Tavares e Alarcão, esta teoria toma como base a ideia de que a estrutura é mais do que a
soma das suas partes. Lewin afirma que toda a actividade psicológica e por tanto aprendizagem,
que se realiza num campo de acção em que um conjunto de factores interferem e condicionam o
comportamento de uma pessoa numa determinada situação.
Exemplo: imaginemos que pedimos um médico e uma actriz para decorar versos em um
determinado tempo é muito natural que a actriz vai decorar mais versos em pouco tempo em
relação ao médico, porque ela tem as técnicas de memorização de actriz que já desenvolveu e o
médico não, porque não faz parte do seu campo profissional.
Aqui o sujeito é um agente activo capaz de criar seu próprio mundo e de evoluir continuamente
com base na sua própria experiência. Assim temos: Experiências anteriores – aprendizagem –
fins a atingir. (TAVARES & ALARCÃO, 1992:100)
Deste modo a aprendizagem é tida como uma actividade funcional, exploradora, imaginativa e
criadora que assenta no processo selectivo de percepção e atribuição de significado aos objectos e
acontecimentos num dado contexto.
A influência destas forças sobre um indivíduo depende em alto grau das próprias necessidades,
atitudes, sentimentos e experiência de um indivíduo, pois são estas condições internas que
constituem o Campo Psicológico de cada um.
O campo psicológico seria o ambiente incluindo as suas forças sociais, a maneira como é visto ou
percebido pelo indivíduo.
Esta teoria, na essência, procura explicar como a percepção e a aprendizagem depende do campo
psicológico da pessoa, isto é, dos seus sentimentos, atitudes e expectativas de forma como o
ambiente actua em relação as condições internas.
Estas duas teorias não enfatizam o estímulo e resposta, mais numa mudança na estrutura cognitiva
do sujeito ou na maneira de ele perceber, seleccionar e organizar os objectos e acontecimentos.
Nesta perspectiva o educando não é um ser passivo, puro receptor de estímulos, mas um agente
activo, capaz de criar o seu próprio mundo e de se encontrar em evolução contínua como resultado
da experiência que vai adquirindo. Deste modo a aprendizagem situa-se entre dois pólos: a
experiência anterior e o que o sujeito pretende atingir.
Estas teorias consideram que aprendizagem deve assentar-se em três condições: intuição,
finalidade, estrutura, uma vez que o sujeito define o fim que deseja atingir, apercebe-se de como
ira estruturar a sua aprendizagem de maneira a consegui-lo.
É uma teoria que tem raízes no pensamento de Jean Piaget, o psicólogo defende que o
conhecimento é construído pala criança através da inteiração com ambiente, para o autor o
conhecimento não existe no exterior do individuo porque é resultado da inteiração das experiências
externas, quer sejam físicas com as estruturas internas. Através dessa inteiração surge a motivação
para aprender. Dai que a criança aprende mais quanto mais estimulante for o problema que pretende
resolver.
O ensino não deve ser muito difícil para não ser frustrante, nem demasiado fácil para não ser
maçador. Todos os materiais, as tarefas devem ser organizados de tal modo que acriança sinta uma
certa tensão e que a leva em busca da equilibração que mais tarde se traduz num desejo de aprender.
(ALARCÃO & TAVARES, 1992:102)
Exemplo: bebes que levam as xícaras para a boca acabam acomodados e aprender a beber neles.
Além da capacidade de adaptar, os homens herdam uma tendência para combinar 2 ou mais
processos físicos ou psicológicos distintos em um sistema de bom funcionamento. Esta capacidade
chama-se organização.
Para Vigotsky o indivíduo não nasce com conhecimento e nem é cópia do meio ambiente. O
desenvolvimento do conhecimento é fruto de experiências do indivíduo. Para que uma informação
fosse assimilada devia fazer sentido e incidir pela Zona De Desenvolvimento Proximal, que é a
distância entre aquilo que a criança sabe fazer sozinha (desenvolvimento real) e o que é capaz de
fazer com ajuda de alguém mais experiente (Desenvolvimento potencial). Desta forma o que é zona
de desenvolvimento proximal hoje se torna nível de desenvolvimento real amanhã.
Implicações pedagógicas
O bom ensino deve se incidir na zona proximal, porque ensinar o que a criança já sabe é pouco
desafiador e ir além do que ela pode aprender é ineficaz. O ideal seria partir do que ela domina
para ampliar seu conhecimento.
Os professores devem proporcionar conceitos para os alunos através das teorias, dos conteúdos
proporcionais à sua capacidade para formar sujeitos autónomos.
1. Exemplo: pode ser dada a criança a seguinte frase: o professor deu uma boa aula. Na base
desta frase e conhecimento a criança fará uma frase semelhante como descoberta: o
empresário comprou um carro novo. Ou ainda usar um certo objecto para as crianças
solicitar respostas em volta dele. Por exemplo perguntar a criança para que serve o martelo?
Pregar pregos porquê? Porque irão juntar tábuas. Para quê? Para pôr um edifício.
Para encorajar a descoberta Bruner propõe que os alunos analisem problemas, façam actividades
de pesquisa, exploração, análise de problemas e resultados, um ensino que tem como base a
aprendizagem activa.
Esta teoria baseia-se na teoria cognitiva gestaltista, Para Bruner, o objectivo último do ensino é
promover compreensão de estrutura de uma matéria. Isto porque quando um aluno compreende a
estrutura de um assunto/ matéria vê-o como um todo relacionado. Dai a importância que tem na
aprendizagem a formação de conceitos globais, a construção de generalizações coerentes, a criação
de formas cognitivas.
A aprendizagem é conhecida como solução de problemas, pois só resolvemos problemas
quotidianos, os indivíduos se ajustam ao seu ambiente, factor essencial para o homem.
A escola é responsável pelo treinamento contínua das crianças. Para organizar, formar e verificar
exames (experiências, julgar juízos) e ter oportunidades de escolher por si próprio o problema e
então tentar por em acção as suas próprias decisões.
Para estes teóricos o ensino deve ser aproximado na medida do possível à vida prática dos alunos,
preparando-os para a vida, privilegiando a aprendizagem por descoberta de soluções adequadas de
cada problema, de acordo com as capacidades e as circunstâncias do momento.
Bruner defende que a aprendizagem é um processo activo do sujeito que aprende, organiza e guarda
a informação recebidas. O conhecimento adquire-se a partir de problemas que se levantam,
expectativas que se criam, hipóteses que se avançam e verificam, descoberta que se fazem, etc.
Pressupõe ainda o ensino pela descoberta, com actividades de pesquisa, observação e exploração,
análise de problemas e resultados, integração de n ovos dados em conceito anteriormente
adquiridos, estabelecimento de relações e conexões, etc. (ALARCÃO & TAVARES, 103: 1992)
Ele como Gisell, defendem o desenvolvimento em espiral, isto é, o ensino de um tema deve ser
feito em diferentes níveis com abordagem periódica e em círculos concêntricos cada vez mais
alargados e profundos.
O professor deve organizar a informação de forma lógica de modo que os objectivos que pressupõe
conhecimentos anteriores não sejam ensinados sem que estes conhecimentos não estejam
presentes.
As técnicas recomendadas para este ensino seriam: ensino pela descoberta, ensino pela descoberta
guiada, apresentação de sumários (organizadores avançados), questionários orientadores,
questionários de revisão, esquemas, objectivos, organização de detalhes, estudos de grupo, estudos
de casos.
Referências Bibliográficas
MONERO, Paul. História de Educação. São Paulo: Nacional Editora, 6ª ed., 1983
PILETTI, Nelson. Psicologia educacional. s/e, São Paulo, Editora Ática, 2003.TAVARES, J. &
ALARCÃO, I. Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem. Coimbra, Coimbra Almedina,
1990.
ARSÉNIO TESOURA (PSICÓLOGO EDUCACIONAL) 26
ARSÉNIO TESOURA (PSICÓLOGO EDUCACIONAL) 27