Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
SOCIAL
RESUMO
1
2. POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITOS
2
atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que
influenciam a vida dos cidadãos. Conforme visto, Dye (2009) sintetiza a definição
de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou não fazer”. Entretanto,
a definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e
análises sobre política pública implicam em responder às seguintes questões:
quem ganha o quê, por que é que diferença faz.
Constata-se, que as definições assumem, em geral, uma visão holística do
tema, uma perspectiva deque o todo é mais importante do que a soma das partes
e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses contam, mesmo
que existem diferenças sobre a importância relativa desses fatores. Pode-se,
então, resumir o que seja política pública como o campo do conhecimento que
busca, concomitantemente, "colocar o governo em ação" e/ou analisar essa ação
(variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou
curso dessas ações (variável dependente). Em outras palavras, o processo de
formulação de política pública é aquele através do qual os governos traduzem
seus propósitos em programas e ações, que produzirão resultados ou as
mudanças desejadas no mundo real.
Visando subsidiar o seu estudo, e particularmente seus diferentes tipos de
classificações e suas respectivas influências, principalmente no Brasil,
resgatamos as fontes mais importantes. Políticas públicas Distributivas,
Redistributivas, Regulatórias e Constitutivas.
A política pública de saúde tem se apresentado como uma política
imprescindível para o bem-estar da sociedade, além de se constituir em objeto de
reivindicação dos mais diferentes movimentos sociais. É preciso que se crie
projetos que mude a vida das pessoas que muda a realidade em que elas se
encontram, sempre levando em consideração o capital e as habilidades
encontradas nos grupos sociais, para isso é preciso que um projeto tenha um
planejamento com objetivos bem definidos e claros, com orçamentos definidos, a
população a ser atingida. É impossível definir uma ou outra política social mais
importante o fato é que todas têm seu grau de importância, saúde, de educação,
de lazer entre muitas outras, atualmente saúde está em maior evidencia por ser a
mais inclusiva.
3
3. POLÍTICA SOCIAL E SUA TRAJETÓRIA
4
de proteção social como atividades educacionais e serviços sanitários, entre
outros” (YASBEK, 2009, p. 10).
O efeito esperado na primeira era Vargas (1930-1945), apresentava-se
como uma “incorporação tutelada das massas urbanas à sociedade oligárquica, a
construção de uma ordem institucional que permitisse à incorporação dos novos
atores a arena política” (RICO, 2008, p. 12). A chamada era do populismo (1945-
1960) condiciona a uma ampliação da participação e as políticas eram
submetidas à lógica do mercado político; “políticas como moeda de troca política”.
(RICO, 2008, p. 12).
Conforme Rico (2008, p. 15), durante a chamada República Populista, “a
não constituição de complexos empresariais para a produção capitalista de bens
e prestação de serviços sociais reforçava o “deslocamento” da política social da
dinâmica da acumulação”.
No início da década de 1960, apresentam-se através de medidas que
preconizavam o atendimento de necessidades sociais básicas, como habitação e
saneamento, e pretendia transferir a questão social da esfera da regulação das
relações capital-trabalho e quebrar sua suposta interdependência com reformas
de base. Com a crise do populismo, as políticas públicas remetem a um
tratamento redistributivo, com perspectivas de expansão organizacional, reforma
de base para superar o desenvolvimento social e a estagnação; “socialismo ou
subdesenvolvimento”. (RICO, 2008, p. 12).
De 1974 a 1984, o governo caracteriza-se por ser distensivo e transitivo,
com princípio redistributivismo conservador, primado da desigualdade sobre a
pobreza absoluta no debate público e o efeito esperado das políticas era uma
expansão acelerada dos complexos empresarias de provisão de bens e serviços
sociais, com opção moderadamente redistributiva. (RICO, 1998)
Neste momento, há uma grande participação da população dentro dos
movimentos sociais, que segundo Fuser (2008, p. 54) “em tempos de luta pela
redemocratização, foi assumidamente reconhecido como fundamental para a
derrocada do regime militar instituído com o golpe de 1964”.
A passagem do regime ditatorial para a tão desejada democracia revela
uma transição sem grandes mudanças imediatas, dado os compromissos políticos
assumidos de um “acordo” entre a chapa de Tancredo/Sarney que “conciliava os
5
interesses das elites e excluindo os movimentos sociais”. (CRIPA; JUVENAL;
LIBERAL, 2009, p.38). Obviamente que os movimentos sociais continuaram,
porém, sua prática é reformulada na luta pelos direitos sociais.
Vale ressaltar a construção e promulgação da constituição de 1988, dita
constituição cidadã, que, segundo Draibe (2009, p. 218) “introduziu avanços
formais, corrigindo iniquidades e ampliando direitos, especialmente no campo
trabalhista e na seguridade social”.
O texto constitucional incorpora a assistência social ao tripé da seguridade
social, lançando as bases jurídicas para institucionalização do setor no campo das
políticas públicas. Essa constituição é fruto dos movimentos sociais, associações,
entidades de classe e categorias profissionais na luta pelos direitos civis, políticas
e sociais, como a melhoria das condições de vida, salário, educação e saúde.
No entanto, nos anos posteriores, a análise da execução orçamentária
privilegia a estabilização econômica a qualquer preço, desde que o aumento da
carga tributária não correspondeu ao aumento dos gastos sociais, mas à redução.
O que revela a destinação dos recursos arrecadados para outros fins, como a
geração de superávits primários.
Segundo Guimarães e Eidelwen (2010, p. 27) “A política social adotada de
1990-94 remetia à desresponsabilização do Estado quanto à garantia de direitos
sociais, já que, em consonância com o ideário neoliberal, o desenvolvimento
social era visto como resultado do crescimento econômico”. Neste sentido
tornam-se descentralizadas visando à eficácia do gasto, além das privatizações
que tendem a desviar as responsabilidades sociais do Estado, como bens e
serviços públicos para outros setores ditos filantrópicos.
Diante desse patamar que foram efetivadas, no governo de Fernando
Henrique Cardoso, como salienta Soares (2012, p. 77) “[...] pela mera
transferência da responsabilidade sobre serviços completamente deteriorados e
sem financiamento para os níveis locais de governo [...]”.
Embora, na maioria das vezes tenham sido orientadas de modo clientelista
e assistencialista, temos no governo de Lula, uma nova concepção da assistência
social, em vista de uma nova direção para o desenvolvimento social voltada para
setores mais necessitados da população.
6
Destaca-se neste governo o Programa Bolsa Família que, como afirma
Coelho; Tabajós e Rodrigues (2010, p.259, 260): [...] carro-chefe da política social
no Brasil, beneficia aproximadamente 13 milhões de famílias. Aliado ao
crescimento real do salário mínimo e à geração de cerca de 15 milhões de
empregos formais, 30 milhões de brasileiros ascenderam das classes D e E para
a classe C.
Neste contexto, o Brasil teve um avanço significante, todavia a reprodução
das desigualdades sociais é uma lacuna que marca historicamente as carências
na área social do país. Legado que ainda estabelece ao Brasil compor “o grupo
dos dez países mais desiguais do mundo. O índice de pobreza permanece na
faixa de 30,3% da população”. (COELHO; TABAJÓS; RODRIGUES, 2010, p.
261).
A operacionalização do Serviço Social brasileiro se dá no contexto histórico
das políticas públicas e econômico permeadas por interesses antagônicos de
classe. “São focos diferenciados de classe que polarizam, contraditoriamente, a
legitimidade do Serviço Social”. (PRÉDES, 2008, p. 18)
É neste cenário, em que há uma rearticulação política da sociedade civil
pelas novas condições econômico-política advinda com o movimento da ditadura
militar, que se identifica nos profissionais um novo direcionamento a discutir para
a formação profissional, a fim de sintetizar a realidade e o agir dos assistentes
sociais, inserindo o serviço social historicamente como profissão na divisão social
e técnica do trabalho. (FERREIRA, 2010).
A Assistência Social era praticada no campo da benevolência e não era
compreendida como política social, pois estava organizada em meio de ações
pontuais, fragmentadas e emergenciais.
Segundo Madeira (2008), o usuário da assistência era visto como
“assistido”, “favorecido” e não como cidadão, que tinha direito a utilizar os
serviços ou ações de Assistência Social oferecidas pelas entidades assistenciais.
As políticas públicas, que antecedem a década de 1930, estavam prioritariamente
voltadas para as questões trabalhistas, onde tinham acesso somente àqueles que
estavam inseridos no mundo do trabalho e que tinham suas ocupações
reconhecidas por lei.
7
Segundo Santos (2014), o conceito chave para entender a política
econômico-social pós-1930 é o de cidadania regulada, que diz respeito ao
“conceito de cidadania cujas raízes encontram-se, não em um código de valores
políticos, mas em um sistema de estratificação ocupacional, e que, ademais, tal
sistema de estratificação ocupacional é definido por norma legal” (SANTOS, 2014,
p. 68). Para ser considerado cidadão o indivíduo deveria estar vinculado a alguma
das profissões reconhecidas pela legislação da época. Assim, a expansão da
cidadania ocorria de maneira que a regulamentação das profissões, estando
diretamente relacionada às profissões, e os direitos dos cidadãos restringiam-se a
sua ocupação no sistema produtivo (SANTOS, 2014).
Segundo Paiva (2009, p. 24), na Constituição Federal de 1988, “pode-se
constatar que a assistência mantém interfaces com todas as políticas públicas
setoriais e com políticas de conteúdo econômico”, pois, estão presentes não
apenas nas sessões específicas da seguridade social, nas sessões de outras
políticas “como da educação, da família, da criança e do adolescente, e do idoso
e nos capítulos da Política Urbana e da Reforma Agrária”.
Apesar dos avanços formais da Assistência Social como política pública,
conforme Pereira (2008, p. 60), ela continua sendo norteada por uma noção de
pobreza absoluta ou privação extrema, “que se caracteriza pela ausência de
requerimentos mínimos necessários para manter a vida ou a subsistência de
pessoas submetidas a esta condição”, cabendo a lei que a regulamente modificar
essa visão.
Por mais que a Assistência Social passe a integrar a seguridade social, a
partir da Constituição, tornando-se um direito, sua função ainda era suplementar,
pois os artigos que a compõe não são autoaplicáveis, necessitando a criação de
uma lei que a regulamente.
É importante deixar claro que, nesse contexto que foi criado o SUS, que
veio regulamentado pelas leis n° 8.080/90 e lei n° 8.142/90 que dispõe a saúde
como direito de todos e dever do estado, assegurado mediante políticas públicas
e econômicas, com acesso e atendimento igualitário e universal e também sobre
a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
8
A compreensão histórica do legado das políticas sociais no Brasil,
singularizando ademais o lugar da Assistência Social neste contexto, conduz a
certos desafios, alguns previsíveis devido à amplitude do tema, outros nem tanto,
na medida em que partes destes desafios decorrem de sua localização particular,
ou seja, estão referidos a um olhar e a uma perspectiva de análise também
voltada para a reflexão do Serviço Social.
Na constituição de 1988 é clara a tentativa de produzir um sistema público
de seguridade social – Saúde, previdência e assistência Social, no qual toda a
sociedade está incluída, embora rigorosamente discriminada pelos mais diversos
critérios de elegibilidade.
Desde o início do século XX, as ideias de seguridade social ganhavam
divulgação no mundo capitalista, correspondendo aos inicios de formação
concreta do chamado Estado de Bem-Estar Social, consolidados no segundo pós-
guerra. O padrão de seguridade foi sistematizado no momento do reconhecimento
da obrigatoriedade do Estado em oferecer respostas às demandas sociais através
da expansão dos gastos públicos.
9
cidadania: Educação, Saúde, Trabalho, Assistência social, previdência social,
entre outros.
O contexto político e econômico da primeira metade dos anos 80 recolocou
a questão social na agenda pública da sociedade brasileira. A ação dos
movimentos sociais influenciou a formação da agenda governamental da época.
No entanto foi elaborada uma nova proposta de Lei Orgânica da Previdência
Social e ampliada a participação popular na gestão da política previdenciária, com
a criação de conselhos comunitários regionais e do Conselho Superior da
Previdência Social, que contavam com a participação de representantes dos
trabalhadores, da classe patronal e do Estado.
Apenas no início da década de 1990, após a instauração da nova ordem
constitucional e a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social, mudanças
significativas se fariam sentir na gestão da política de assistência social levada a
cabo no país.
10
encadeamentos históricos que traz realização (BARBOSA, 2014 apud BORDIN
2013).
A dificuldade das questões sociais faz-se necessária à inserção
dos inúmeros atores na gestão das políticas sociais com já reconhecida. A sua
aplicação manifesta-se na colaboração concomitante o Estado, sociedade civil e
organizações, tendo na intersetorialidade uma causa de inovação na gestão da
política, que oportuniza a articulação com as inúmeras organizações que
representam com políticas sociais.
Vemos na fala de Junqueira (2014, p.9), que a intersetorialidade
estabelece uma concepção que que recomenda-se, a fim de comunicar certa
forma de planejar, executar e controlar a prestação de serviços como forma a
garantir um acesso igual dos diferentes, expõem, então novas tendências na
gestão das políticas sociais, sendo uma delas a gestão dividida, na qual:
“Há uma clara percepção de que os atores sociais e sujeitos
coletivos presentes na arena política são corresponsáveis na implementação de
decisões e respostas às necessidades sociais. Não é que o Estado perca a
centralidade na gestão do social, ou deixe de ser o responsável na garantia de
oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos; o que se altera é o modo de
processar esta responsabilidade”. (CARVALHO, 2009, p.25).
Levando-se em consideração esses aspectos, Cardoso e
Fagundes (2013) ressaltam que: os profissionais assistentes sociais gestores
devem aliar seus princípios éticos profissionais aos princípios éticos norteadores
dos trabalhadores.
O exercício da profissão requer um profissional informado, crítico,
culto e atento ao mundo contemporâneo, competente na gestão e elaboração de
projetos, avaliação de programas e projetos sociais, capacitação de recursos,
gestão de pessoas, socializando informações e conhecimentos, propondo novos
serviços e ampliando o espaço do Serviço Social (PEREIRA E BENETTI, 2014,
p.7)
Os assistentes sociais na gestão de política pública atuam como
articuladores e negociadores dos interesses das classes subalternas por
intermédio do Estado para atender e responder de maneira efetiva as condições
essenciais ao exercício da cidadania (GIMENEZ E ALBANESE, 2015)
11
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
12
BORDIN, E. M. B. A gestão social no contexto das organizações da sociedade
civil: desafios para efetivação da Cidadania. 2009. 215f. Dissertação (Mestre).
Curso de Serviço Social, PUC, Porto Alegre, 2009.
Gestão social - uma questão em debate. São Paulo: EDUC-IEE, 1999. p. 19-29.
DYE, T.R. Análise de políticas: o que os governos fazem, por que fazem e
que diferença faz.Tuscaloosa: University of Alabama Press, 2009.
13
graduação em ciências sociais (ANPOCS), GT12: Política e Economia. Petrópolis,
2009.
FISCHER, T.; MELO, V. P.; ALMEIDA JR, A. J.; SILVA, R. A. A.; CARVALHO, M.
R. O.; WAIANDT, C. Perfis visíveis na gestão social do desenvolvimento.
Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 40, n. 5, out. 2009. Disponível em:
<www.scielo.br/scielo.php
14
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche: Capital
Financeiro, trabalho e questão social. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.
15
MIOTO, RC. T.; NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro. Política Social e Serviço Social:
os desafios da intervenção profissional. Revista Katálysis, v.16, 2013, p.61-71.
16
Social. In Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social, 4, 2010,
Lavras. Anais..., Lavras: INCUBACOOP, 2010. 1 CD ROM
17
TRINDADE, RL. P. Ações Profissionais, procedimentos e instrumentos no
trabalho dos assistentes sociais nas políticas sociais. Juiz de Fora: Ed. UFJF,
2012.
ANEXOS
Relatório do Copy Spider
Tire um print da dela tela do relatório do Copy Spider e insira-o aqui, não deve-se
envia-lo separadamente.
18
Arquivo de entrada: ARTIGO POLITICA 23 DE JULHO VER.doc (4695 termos)
Total de Termos
Arquivo encontrado S
termos comuns
scielo.br/pdf/soc/n1... Visualizar 6642 271
trabalhosgratuitos.c... Visualizar 661 106
passeidireto.com/arq... Visualizar 1317 74
static.recantodaslet... Visualizar 1066 68
br.answers.yahoo.com... Visualizar 1250 50
passeidireto.com/arq... Visualizar 1012 33
passeidireto.com/arq... Visualizar 1164 26
adm.ufba.br/pt-br/pr... Visualizar 412 3
es.wikipedia.org/wik... Visualizar 8752 1
periodicos.ufsc.br/i... Visualizar 13 0
19
Arquivo de entrada: ARTIGO POLITICA 23 DE JULHO VER.doc (4695
termos)
Arquivo encontrado: http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16 (6642 termos)
RESUMO
20
assunto, e motivada justamente pela má administração por parte dos
governantes, pelo descumprimento dos direitos garantidos Sistema Único
de Saúde (SUS), e o desconhecimento por pela população sobre esses
direitos obtidos. O método utilizado foi a revisão bibliográfica. Através da
literatura específica, buscaremos subsídios teóricos que possam servir
para nossa pesquisa. Na primeira seção abordar-se-á Políticas públicas:
conceitos. Já a segunda seção enfatizamos a Política social e sua
trajetória. Para finalizar tecerei as considerações finais.
21
22
INTRODUÇÃO
23
Notadamente, as últimas décadas registraram o ressurgimento
da importância do campo de conhecimento denominado políticas públicas,
assim como das instituições, regras e modelos que regem sua decisão,
elaboração, implementação e avaliação. Esse ressurgimento deve-se, em
grande parte, às restrições financeiras e políticas que estão sendo
impostas aos governos, gerando demandas pela elaboração das mesmas
eficientes e efetivas. Vários fatores contribuíram para o crescimento da
importância no campo da política pública, tanto nos países industrializados
como nos em desenvolvimento. O primeiro fator foi a adoção de políticas
restritivas de gasto, que passaram a dominar a agenda da maioria dos
países, em especial os em desenvolvimento.
Neste momento utilizar-se-á a definição de política pública segundo Rocha
(2008) como é um termo muito amplo, utilizaremos uma visão geral.
Entendemos que as ações do Estado se evidenciam nas políticas
públicas. As políticas públicas referem-se a decisões governamentais
projetada para atacar problemas que podem estar relacionados à política
externa, saúde pública, meio ambiente, crime, desemprego e etc. (ROCHA,
2008, p. 11).
Nessa linha de raciocino, Mead (2009) a define como um campo dentro do
estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões
públicas. Lynn (2008) a define como um conjunto específico de ações do
governo que irão produzir efeitos específicos.
Peters (2008) segue o mesmo veio: política pública é a soma das atividades
dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que
influenciam a vida dos cidadãos. Conforme visto, Dye (2009) sintetiza a
definição de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou
não fazer”. Entretanto, a definição mais conhecida continua sendo a de
Laswell, ou seja, decisões e análises sobre política pública
implicam em responder às seguintes questões: quem ganha o quê,
por que é que diferença faz.
Constata-se, que as definições assumem, em geral, uma visão holística do
tema, uma perspectiva deque o todo é mais importante do que a soma das
partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses
contam, mesmo que existem diferenças sobre a importância
relativa desses fatores. Pode-se, então, resumir o que seja política
pública como o campo do conhecimento que busca, concomitantemente,
"colocar o governo em ação" e/ou analisar essa ação (variável
independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso
dessas ações (variável dependente). Em outras palavras, o processo de
formulação de política pública é aquele através do qual os
governos traduzem seus propósitos em programas e ações, que produzirão
resultados ou as mudanças desejadas no mundo real.
Visando subsidiar o seu estudo, e particularmente seus diferentes tipos de
classificações e suas respectivas influências, principalmente no Brasil,
resgatamos as fontes mais importantes. Políticas públicas Distributivas,
Redistributivas, Regulatórias e Constitutivas.
A política pública de saúde tem se apresentado como uma política
imprescindível para o bem-estar da sociedade, além de se constituir em
24
objeto de reivindicação dos mais diferentes movimentos sociais. É preciso
que se crie projetos que mude a vida das pessoas que muda a realidade em
que elas se encontram, sempre levando em consideração o capital e as
habilidades encontradas nos grupos sociais, para isso é preciso que um
projeto tenha um planejamento com objetivos bem definidos e claros, com
orçamentos definidos, a população a ser atingida. É impossível definir uma
ou outra política social mais importante o fato é que todas têm seu grau de
importância, saúde, de educação, de lazer entre muitas outras, atualmente
saúde está em maior evidencia por ser a mais inclusiva.
25
uma “incorporação tutelada das massas urbanas à sociedade oligárquica, a
construção de uma ordem institucional que permitisse à incorporação dos
novos atores a arena política” (RICO, 2008, p. 12). A chamada era do
populismo (1945-1960) condiciona a uma ampliação da participação e as
políticas eram submetidas à lógica do mercado político; “políticas como
moeda de troca política”. (RICO, 2008, p. 12).
Conforme Rico (2008, p. 15), durante a chamada República Populista, “a não
constituição de complexos empresariais para a produção capitalista de
bens e prestação de serviços sociais reforçava o “deslocamento” da
política social da dinâmica da acumulação”.
No início da década de 1960, apresentam-se através de medidas que
preconizavam o atendimento de necessidades sociais básicas, como
habitação e saneamento, e pretendia transferir a questão social da esfera
da regulação das relações capital-trabalho e quebrar sua suposta
interdependência com reformas de base. Com a crise do populismo, as
políticas públicas remetem a um tratamento redistributivo, com
perspectivas de expansão organizacional, reforma de base para superar o
desenvolvimento social e a estagnação; “socialismo ou
subdesenvolvimento”. (RICO, 2008, p. 12).
De 1974 a 1984, o governo caracteriza-se por ser distensivo e transitivo,
com princípio redistributivismo conservador, primado da desigualdade
sobre a pobreza absoluta no debate público e o efeito esperado das
políticas era uma expansão acelerada dos complexos empresarias de
provisão de bens e serviços sociais, com opção moderadamente
redistributiva. (RICO, 1998)
Neste momento, há uma grande participação da população dentro dos
movimentos sociais, que segundo Fuser (2008, p. 54) “em tempos de luta
pela redemocratização, foi assumidamente reconhecido como fundamental
para a derrocada do regime militar instituído com o golpe de 1964”.
A passagem do regime ditatorial para a tão desejada democracia revela
uma transição sem grandes mudanças imediatas, dado os compromissos
políticos assumidos de um “acordo” entre a chapa de Tancredo/Sarney que
“conciliava os interesses das elites e excluindo os movimentos sociais”.
(CRIPA; JUVENAL; LIBERAL, 2009, p.38). Obviamente que os movimentos
sociais continuaram, porém, sua prática é reformulada na luta pelos
direitos sociais.
Vale ressaltar a construção e promulgação da constituição de 1988, dita
constituição cidadã, que, segundo Draibe (2009, p. 218) “introduziu avanços
formais, corrigindo iniquidades e ampliando direitos, especialmente no
campo trabalhista e na seguridade social”.
O texto constitucional incorpora a assistência social ao tripé da seguridade
social, lançando as bases jurídicas para institucionalização do setor no
campo das políticas públicas. Essa constituição é fruto dos movimentos
sociais, associações, entidades de classe e categorias profissionais na luta
pelos direitos civis, políticas e sociais, como a melhoria das condições de
vida, salário, educação e saúde.
No entanto, nos anos posteriores, a análise da execução orçamentária
privilegia a estabilização econômica a qualquer preço, desde que o
26
aumento da carga tributária não correspondeu ao aumento dos gastos
sociais, mas à redução. O que revela a destinação dos recursos
arrecadados para outros fins, como a geração de superávits primários.
Segundo Guimarães e Eidelwen (2010, p. 27) “A política social adotada de
1990-94 remetia à desresponsabilização do Estado quanto à garantia de
direitos sociais, já que, em consonância com o ideário neoliberal, o
desenvolvimento social era visto como resultado do crescimento
econômico”. Neste sentido tornam-se descentralizadas visando à eficácia
do gasto, além das privatizações que tendem a desviar as
responsabilidades sociais do Estado, como bens e serviços públicos para
outros setores ditos filantrópicos.
Diante desse patamar que foram efetivadas, no governo de Fernando
Henrique Cardoso, como salienta Soares (2012, p. 77) “[...] pela mera
transferência da responsabilidade sobre serviços completamente
deteriorados e sem financiamento para os níveis locais de governo [...]”.
Embora, na maioria das vezes tenham sido orientadas de modo clientelista
e assistencialista, temos no governo de Lula, uma nova concepção da
assistência social, em vista de uma nova direção para o desenvolvimento
social voltada para setores mais necessitados da população.
Destaca-se neste governo o Programa Bolsa Família que, como afirma
Coelho; Tabajós e Rodrigues (2010, p.259, 260): [...] carro-chefe da política
social no Brasil, beneficia aproximadamente 13 milhões de famílias. Aliado
ao crescimento real do salário mínimo e à geração de cerca de 15 milhões
de empregos formais, 30 milhões de brasileiros ascenderam das classes D e
E para a classe C.
Neste contexto, o Brasil teve um avanço significante, todavia a reprodução
das desigualdades sociais é uma lacuna que marca historicamente as
carências na área social do país. Legado que ainda estabelece ao Brasil
compor “o grupo dos dez países mais desiguais do mundo. O índice de
pobreza permanece na faixa de 30,3% da população”. (COELHO; TABAJÓS;
RODRIGUES, 2010, p. 261).
A operacionalização do Serviço Social brasileiro se dá no contexto
histórico das políticas públicas eeconômico permeadas por interesses
antagônicos de classe. “São focos diferenciados de classe que polarizam,
contraditoriamente, a legitimidade do Serviço Social”. (PRÉDES, 2008, p.
18)
É neste cenário, em que há uma rearticulação política da sociedade civil
pelas novas condições econômico-política advinda com o movimento da
ditadura militar, que se identifica nos profissionais um novo direcionamento
a discutir para a formação profissional, a fim de sintetizar a realidade e o
agir dos assistentes sociais, inserindo o serviço social historicamente
como profissão na divisão social e técnica do trabalho. (FERREIRA, 2010).
A Assistência Social era praticada no campo da benevolência e não era
compreendida como política social, pois estava organizada em meio de
ações pontuais, fragmentadas e emergenciais.
Segundo Madeira (2008), o usuário da assistência era visto como
“assistido”, “favorecido” e não como cidadão, que tinha direito a utilizar os
serviços ou ações de Assistência Social oferecidas pelas entidades
27
assistenciais. As políticas públicas, que antecedem a década de 1930,
estavam prioritariamente voltadas para as questões trabalhistas, onde
tinham acesso somente àqueles que estavam inseridos no mundo do
trabalho e que tinham suas ocupações reconhecidas por lei.
Segundo Santos (2014), o conceito chave para entender a política
econômico-social pós-1930 é o decidadania regulada, que diz respeito ao
“conceito de cidadania cujas raízes encontram-se, não em um código de
valores políticos, mas em um sistema de estratificação ocupacional, e
que, ademais, tal sistema de estratificação ocupacional é definido por
norma legal” (SANTOS, 2014, p. 68). Para ser considerado cidadão o
indivíduo deveria estar vinculado a alguma das profissões reconhecidas
pela legislação da época. Assim, a expansão da cidadania ocorria de
maneira que a regulamentação das profissões, estando diretamente
relacionada às profissões, e os direitos dos cidadãos restringiam-se a sua
ocupação no sistema produtivo (SANTOS, 2014).
Segundo Paiva (2009, p. 24), na Constituição Federal de 1988, “pode-se
constatar que a assistência mantém interfaces com todas as políticas
públicas setoriais e com políticas de conteúdo econômico”, pois, estão
presentes não apenas nas sessões específicas da seguridade social, nas
sessões de outras políticas “como da educação, da família, da criança e do
adolescente, e do idoso e nos capítulos da Política Urbana e da Reforma
Agrária”.
Apesar dos avanços formais da Assistência Social como política pública,
conforme Pereira (2008, p. 60), ela continua sendo norteada por uma noção
de pobreza absoluta ou privação extrema, “que se caracteriza pela
ausência de requerimentos mínimos necessários para manter a vida ou a
subsistência de pessoas submetidas a esta condição”, cabendo a lei que a
regulamente modificar essa visão.
Por mais que a Assistência Social passe a integrar a seguridade social, a
partir da Constituição, tornando-se um direito, sua função ainda era
suplementar, pois os artigos que a compõe não são autoaplicáveis,
necessitando a criação de uma lei que a regulamente.
É importante deixar claro que, nesse contexto que foi criado o SUS, que
veio regulamentado pelas leis n° 8.080/90 e lei n° 8.142/90 que dispõe a
saúde como direito de todos e dever do estado, assegurado
mediante políticas públicas e econômicas, com acesso e atendimento
igualitário e universal e também sobre a participação da comunidade na
gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde.
A compreensão histórica do legado das políticas sociais no Brasil,
singularizando ademais o lugar da Assistência Social neste contexto,
conduz a certos desafios, alguns previsíveis devido à amplitude do tema,
outros nem tanto, na medida em que partes destes desafios decorrem de
sua localização particular, ou seja, estão referidos a um olhar e a uma
perspectiva de análise também voltada para a reflexão do Serviço Social.
Na constituição de 1988 é clara a tentativa de produzir um sistema público
de seguridade social – Saúde, previdência e assistência Social, no qual toda
a sociedade está incluída, embora rigorosamente discriminada pelos mais
28
diversos critérios de elegibilidade.
Desde o início do século XX, as ideias de seguridade social ganhavam
divulgação no mundo capitalista, correspondendo aos inicios de formação
concreta do chamado Estado de Bem-Estar Social, consolidados no
segundo pós-guerra. O padrão de seguridade foi sistematizado no momento
do reconhecimento da obrigatoriedade do Estado em oferecer respostas às
demandas sociais através da expansão dos gastos públicos.
29
Compreende-se que a gestão social é construção social e histórica,
constitutiva da tensão entre os projetos societários de desenvolvimento em
disputa no contexto atual. (MAIA, 2009, p.2).
Notadamente, Fischer (2009) e Fischer e Melo (2008; 2009) alegam que o
conceito de interorganizações é primordial para compreender a atividade
do gestor social, que no que lhe diz respeito, tem como conceitos-chaves:
território, redes sociais, redes de redes (FISCHER; MELO, 2009).
Nessas considerações, portanto, é indispensável investigar a gestão acerca
do fenômeno sócio histórico, bem como, compreendê-la como relevância de
uma integralidade comum, percebendo competências e marcas. A gestão
das políticas, propostas e planos sociais não se emancipam dos
encadeamentos históricos que traz realização (BARBOSA, 2014 apud
BORDIN 2013).
A dificuldade das questões sociais faz-se necessária à inserção dos
inúmeros atores na gestão das políticas sociais com já reconhecida. A sua
aplicação manifesta-se na colaboração concomitante o Estado, sociedade
civil e organizações, tendo na intersetorialidade uma causa de inovação na
gestão da política, queoportuniza a articulação com as inúmeras
organizações que representam com políticas sociais.
Vemos na fala de Junqueira (2014, p.9), que a intersetorialidade estabelece
uma concepção que que recomenda-se, a fim de comunicar certa forma de
planejar, executar e controlar a prestação de serviços como forma a
garantir um acesso igual dos diferentes, expõem, então novas tendências
na gestão das políticas sociais, sendo uma delas a gestão dividida, na qual:
“Há uma clara percepção de que os atores sociais e sujeitos coletivos
presentes na arena política são corresponsáveis na implementação de
decisões e respostas às necessidades sociais. Não é que o Estadoperca a
centralidade na gestão do social, ou deixe de ser o responsável na garantia
de oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos; o que se altera é o
modo de processar esta responsabilidade”. (CARVALHO, 2009, p.25).
Levando-se em consideração esses aspectos, Cardoso e Fagundes (2013)
ressaltam que: os profissionais assistentes sociais gestores devem aliar
seus princípios éticos profissionais aos princípios éticos norteadores dos
trabalhadores.
O exercício da profissão requer um profissional informado, crítico, culto e
atento ao mundo contemporâneo, competente na gestão e elaboração de
projetos, avaliação de programas e projetos sociais, capacitação de
recursos, gestão de pessoas, socializando informações e conhecimentos,
propondo novos serviços e ampliando o espaço do Serviço Social (PEREIRA
E BENETTI, 2014, p.7)
Os assistentes sociais na gestão de política pública atuam como
articuladores e negociadores dos interesses das classes subalternas por
intermédio do Estado para atender e responder de maneira efetiva as
condições essenciais ao exercício da cidadania (GIMENEZ E ALBANESE,
2015)
CONCLUSÃO
30
campo da assistência social não é fácil de ser compreendida, seja para
quem é da área ou não. O significativo avanço na legislação ainda não é
suficiente para superar desafios postos à qualificação dos responsáveis por
gerenciar e operacionalizar a política de assistência social. A implantação
do SUAS acarreta novas atribuições aos gestores e demais agentes
públicos envolvidos desta política, uma vez que exige o compromisso com a
assistência social e, por consequência, a operacionalização do Sistema.
Percebemos que a Política Pública de Assistência Social vem perpassando
por grandes desafios para a consolidação do Sistema Único de Assistência
Social, onde esforços municipais, estaduais e do Governo Federal são
requeridos, bem como esforços dos trabalhadores que atuam efetivamente
na construção dessa política, em especial por parte da categoria dos
assistentes sociais, que contribuíram inclusive no processo de idealização
desse sistema.
Enfim, é constitutiva a importância da pesquisa realizada, as questões
levantadas, que enriqueceram significativamente esse trabalho, pois
cumpre o papel de processo reflexivo e mais, traz em si novos
levantamentos, novos questionamentos, novos caminhos a serem trilhados,
pois a busca pelo conhecimento e a busca incessante pela compreensão da
realidade deve ser permanente e ainda contribuir para a construção de
uma análise cientifica, ficando o registro de um trabalho para ser
apreciado e quem sabe seja capaz de estimular novos pesquisadores
atentos a construção da política pública de assistência social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
31
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, UNESCO, 2010.
CRIPA, Ival de Assis; JUVENAL, José; LIBERAL, Maurício. A conquista dos
direitos. 2. Ed. São Paulo: Loyola, 2009.
FISCHER, T.; MELO, V. P.; ALMEIDA JR, A. J.; SILVA, R. A. A.; CARVALHO, M.
R. O.; WAIANDT, C. Perfis visíveis na gestão social do desenvolvimento.
Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 40, n. 5, out. 2009. Disponível em:
<www.scielo.br/scielo.php
32
LIMA, T. C. S. A intervenção profissional do Serviço Social no contexto da
cidadania e dos direitos: pensando as ações sócio-educativas. Trabalho de
conclusão de curso. Florianópolis: UFSC, 2014.
33
34