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CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Andres Miguel Ramirez Aigner 209192

Resumo Capítulo I: Atuação do psicólogo nas políticas públicas de


saúde: caminhos, desafios e possibilidades
Larissa Polejack, Márcia Landini Totugui, Pérolla Melo Goulart Gomes, Maria Inês
Gandolfo Conceição

COTIA/SP
2022
ANDRES MIGUEL RAMIREZ AIGNER 209192

Resumo Capítulo I: Atuação do psicólogo nas políticas públicas de


saúde: caminhos, desafios e possibilidades

Resumo apresentado para a disciplina Psicologia,


políticas Públicas e Legislação, no curso de
psicologia, da Faculdade Lusófona de São Paulo
– Cotia - SP.

Prof. Me. Claudio Lucio Gravina

COTIA/SP
2022
RESUMO

POLEJACK Larissa, DE ALBUQUERQUE VAZ Amanda Maria, MELO GOULART


GOMES Pérolla, COSTA WICHROWSKI Victor. Psicologia e Políticas Públicas na
Saúde: Experiências, Reflexões, Interfaces e Desafios.
. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2015. Pg. 31-47.

Compreendem as relações que se estabelecem nas políticas públicas no


cenário de forças e interesses, saber identificar as demandas e as possibilidades
dentro de sistemas complexos que são movidos por uma seria de ações subjetivas e
que se relacionam dinamicamente. O primeiro capítulo trata se sobre colocar a
psicologia no contexto da aplicação nas políticas públicas, especificamente as de
saúde no Brasil. As políticas publicas começaram a ganhar espaço na metade do
século XX, após a II Guerra Mundial. O estado passou a querer garantir o “bem-estar
social” e a democracia foi compreendida, na época, como a melhor resposta a
opressão e a violência previamente experimentada na guerra. Na tentativa dos
governos democráticos providenciar as necessidades de todos era já possível
vislumbrar o surgimento e a expansão dos Direitos Humanos. Na área da Saúde a
busca foi mais interna por conta da divulgação das experiencias nazistas o que deu
lugar a um grande avanço em equipamentos, insumos e técnicas de intervenção
curativas, mas que também provocou bastantes debates na área da Ética. Em 1970 a
abordagem á saúde acabou sendo mais humanizada e multifuncional e no final do
século XX já teve crescimentos e conquistas relevantes no campo da cidadania e dos
direitos humanos. Mas ainda assim não existe uma única ou melhor definição de
políticas publicas porque é um espaço que se constitui, ao mesmo tempo, em espaço
de conhecimento e um meio de ação efetiva. Mas a continuação o autor define de
modo geral as políticas públicas como ações, programas, projetos, regulamentações,
leis e normas que o estado desenvolve para administrar de maneira mais equitativa
os diferentes interesses sociais. Também é definido como “conjunto de ações
coletivas realizadas pelo Estados e seus agentes, configuradas no compromisso
público e na garantia de direitos sociais” (SOUSA; BASTOS, 2012), ou “como o campo
de conhecimento que busca ao mesmo tempo colocar o governo em ação e/ou
analisar esta ação, bem como, quando necessário, propor mudanças no rumbo ou no
curso destas ações (SOUZA. 2006). Mas com contribuição da psicologia no
movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira e na construção da Política Nacional de
Saúde Menta, conceitua as políticas públicas como “ações, programas, projetos,
regulamentações que o Estado desenvolve para administrar de maneira mais
equitativa os diferentes interesses sociais, que abrangem e organizam a dimensão
coletiva de uma determinada sociedade”. Pode se observar que as políticas públicas
é uma questão, sem dúvidas, que envolve a interdisciplinaridade já que procura
consolidar diversos interesses relacionados á sociedade. As primeiras intervenções
do estado em relação a Saúde eram limitadas e acontecia no caso de epidemia e/ou
a economia. Foi por muito tempo que essa compreensão da situação permitiu o uso
segregador e opressor da saúde pública, mas através do processo de democracia foi
integrado as ideias de participação e da conquista de direitos o que colocou as
políticas públicas não como algo a ser unicamente exercido pelo estado, mas sim
como algo inerente à democracia e ao exercício do poder junto com os cidadãos
instituições, organizações, e movimentos sociais. A constituição federal de 1988
determina no Título VIII, Capítulo II, seção II artigo 196 que a “saúde é um direito de
todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que
visem a redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e
igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Falar de
políticas de Saúde no Brasil significa tomar a história do país e compreendendo o
trajeto do mesmo e através desta lente definir o que é a saúde. Por cima precisa ter
uma atenção de como o desenvolvimento da a sociedade ocidental moderna
influencia e é influenciada por estas concepções. Um dos maiores logros da
democratização da saúde no Brasil é o programa do Sistema Único de Saúde (SUS).
E Assim tomando em consideração a história das políticas públicas brasileiras de
Saúde pode ser demonstrado a influência da psicologia sobre abordagens teóricas,
escolha de métodos, instrumentos utilizados ou nas práticas de determinados setores.
Também é possível ver o psicólogo tendo um compromisso com a normalização, a
adaptação e com a adequação dos indivíduos aos lugares sociais já existentes e na
proposta de ruptura com modelos de atuação tradicionais onde coloquem a psicologia
ao serviço da coletividade. A pesar que por muitos anos o psicólogo na política estava
mais involucrado em intervenções que individualizavam o sintoma e patologizavam as
questões sociais, que na época acabavam sendo ações descontextualizadas,
superficiais e desvinculadas da dimensão coletiva e política das pessoas que as
procuravam. Nas décadas de 1960 e 70 a psicologia apresentava de forma geral ser
bastante elitista e institucionalizada com poucos recursos para poder analisar de
forma eficiente a cena institucional e política. Já na década de 1989 já pode ser ver
uma certa aproximação com o compromisso social para os seus problemas por conta
do aumento de pesquisas relacionadas á comunidade e impulsionado pela
necessidade da psicologia se posicionar de forma mais ativa como ciência e profissão.
Na década de 1990 já ficou evidente que a psicologia precisaria se posicionar
novamente no âmbito social onde se dá início ao “Projeto de compromisso Social da
Psicologia”, marcado pela militância em defesa das políticas sociais e como objetivo
de fortalecer o exercício da vida publica e da cidadania. Logo vem a constituição de
1988 que foi um ponto marcante para o reconhecimento da cidadania o que
possibilitou a ampliação das práticas psicológicas junto a grupos populacionais antes
excluídos o que abriu novas questões do ponto de vista formativo para o exercício de
novas intervenções e da reinvenção nos diversos espações populacionais. Nos
últimos anos as políticas públicas de saúde têm trazido demandas, espaços, e
possibilidades para que a Psicologia promova as rupturas e as reordenações
necessárias para efetivação da reestruturação necessárias para o desenvolvimento.
Para a Psicologia isto significava abandonar hábitos e sair do campo tradicional e
investir na construção de políticas que tragam valor a vida e um foco maior no
protagonismo. Vale a pena ressaltar o crescente avanço da Psicologia neste rumbo,
da garantia da cidadania e dos direitos humanos na gestão de serviços, práticas
públicas, produção de conhecimentos, gestão de serviços, na promoção de saúde, na
atenção e cuidado integral, criação de dispositivos de cuidados, controle socia,
participando nos conselhos de saúdes com audiências publicas em encontros e
conferências setoriais. Mas também é necessário lembrar que a psicologia da saúde,
atualmente, é uma área ainda de muito desenvolvimento que tem contribuído
positivamente para as políticas sociais sendo uma das áreas de maior expansão na
Psicologia nos últimos anos. A área já assume que o envolvimento do psicólogo em
processos de elaboração e implementação de políticas é muito necessária para o
fortalecimento de sistemas de Saúde, porém, dentro da psicologia da saúde, de
acordo com Teixeira (2004), o corpo teórico engloba duas vertentes diferentes: A
perspectiva tradicional e a perspectiva crítica. A primeira é um modelo biopsicossocial
com base em metodologias quantitativas que pesquisa sobre comportamentos
saudáveis e de risco. A perspectiva Crítica tem um modelo fenomenológico-discursivo
que é desenvolvido por meio de metodologias qualitativas procurando as significações
relacionadas com a saúde e as doenças com foco na experiencia dos sujeitos. Por
consequência a reflexão sobre a saúde e a doença pode ser considerada como uma
vivência pública e privada ao mesmo tempo o que gerou a necessidade de um
envolvimento maior que considere as demandas dos sujeitos ao se formular,
implementar, monitorar avaliar políticas públicas de saúde. O psicólogo sendo um
elemento, então, constitutivo do publico ele precisa se superar em duas fronteiras no
campo a estrutura mental/psíquico e o ambiente/sociedade. É aqui que reside uma
das maiores contribuições que a Psicologia traz pois auxilia no processo de
compreensão do mundo. Não é surpresa que a articulação da psicologia com Saúde
Coletiva é vista como um campo rico e promissor que é chamativo para Psicologia
onde ela é convidada e expandir a visão de sujeito “individuo universal” para um sujeito
histórico-cultural. Os professionais da psicologia acabam atuando como agentes de
mudança a partir do compromisso social perante aquilo que é ideal para o sistema de
saúde e seus usuários o que acaba se apresentando, como uma mudança necessária,
o abandono da ideia de neutralidade, para assim se assumir como agente político que
opera a favor da garantia dos direitos humanos. Zurba (2011) destaca que o fazer
psicológico na perspectiva da Saúde precisa tomar em consideração os princípios do
SUS que são: universalidade, equidade e integralidade. Também temos quatro etapas
que de acordo com Franzese (2011) que precisam ser consideradas: formação de
agenda, formulação da política, implementação das ações e avaliação quando a
questão é a atuação do psicólogo em políticas públicas de saúde. Mas aí também
cabe ao profissional da Psicologia atuar em todas as etapas, mas sem dúvida o campo
para o psicólogo é amplo e com vários modos de inserção no SUS. Como por
exemplo: Gestão em saúde, trabalhos de assistência da organização de campanhas
de Saúde, avaliação de seus indicadores á formação de lideranças comunitárias e
agentes de saúde, e na construção de agendas. O Psicólogo pode propor ações que
sejam fortalecedoras de redes e vínculos o que dá vigor a fatores de proteção
melhorando a comunicação e potencializando o cuidado de profissionais e de
usuários. Mais ainda com o surgimento contínuo de oportunidades ainda podem ser
achados profissionais que não sabem ou/e recusam a interdisciplinaridade com os
seus próprios pares e em outras áreas da política interior do SUS. Mas sendo justos,
os psicólogos também enfrentam o grande desafio de ter que redimensionar as suas
práticas para que assim possa ter um desenvolvimento de saberes. Kastrup (1999)
inclusive aponta como alternativa um novo estilo de fazer psicologia onde tem “a
possibilidade de produzir, junto com os estudantes, uma politica de invenção do
aprender a aprender, em que o saber transmitido não se separa de repetidas
problematizações, não se processa pelo imediatismo e pela instantaneidade, mas pelo
movimento do tateio e da experimentação, da composição e da recomposição
incessantes, até que se constitua a formação por outros modos de trabalho e de
subjetivação”. É por conta deste tipo de cenário que a Psicologia consegue dar frente
aos desafios e demandas do SUS ao colaborar de diferentes formas em diferentes
espaços. A psicologia pode entrar no cenário da promoção da saúde, na política de
promoção da saúde, no âmbito da Atenção Básica, na Redução de Danos (RD), Apoio
Matricial, seja no aspecto da prevenção e da educação para a saúde o mesmo seja
no aspecto político.

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