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Afasia alguns exercícios sugeridos:

•       Julgamento de premissas verdadeiras ou falsas


•       Completar sentenças
•       Seleção de palavras dentro de um contexto
•       Uso de sinônimos e antônimos
•       Exercícios de mímica
•       Escolha de verbos
•       Reconhecimento visual
•       Associação livre
•       Agrupamento por categorias
•       Flexão de  verbos
•       Interpretação de frases e textos
•       Múltipla escolha

Outros desvios (não lingüísticos) podem acompanhar a afasia e o examinador deve estar
atento a eles:
- agnosias;
- apraxias;
- perda de atenção e concentração;
- dificuldade de lidar com o abstrato;
- perseveração;
- reações catastróficas;
- iniciativa reduzida;
- egocentrismo;
- pobre habilidade de organização;
- labilidade emocional;
- outras alterações de comportamento.
“Há tantos casos de afasia quantos afásicos existirem” e classificá-los com base em tipos
descritos não é possível.
 

PRINCIPIOS GERAIS DA TERAPIA:


Em resumo, estas são as regras básicas um bom sucesso em terapia:
- Falar simples e diretamente com o paciente, eliminando ruídos estranhos que não
tenham valor comunicativo;
- Ter a certeza de que a atividade que se pede para o paciente fazer está dentro de suas
capacidades atuais;
- Controlar a quantidade de material usado e fazê-lo significativo;
- Usar o principio de estimulação repetida intensivamente;
-  Avaliar a efetividade de cada procedimento, com cada paciente.
- Tratar o adulto afásico como o adulto que ele é.

As técnicas e materiais para o tratamento das afasias devem ser adaptadas


especificamente de modo a atender cada caso em particular. Uma variedade de técnicas
de reabilitação têm sido descritas por diversos autores, mas só o terapeuta saberá quais e
quando aplicá-las para um determinado paciente.
O fonoaudiólogo tem acesso a um conjunto de objetos, gravuras, desenhos e fotografias
que servem de suporte aos exercícios de linguagem, assim como textos para leitura, listas
de palavras e frases. Na elaboração deste material, o fonoaudiólogo deve estar atento ao
fato de estar lidando principalmente com adultos, evitando nestes casos o uso de cartilhas
ou qualquer material de natureza infantil.

OUTROS EXERCÍCIOS PRÁTICOS:

De Bono (1995) sugere exercícios que envolvem diversas habilidades de pensamento:


reconhecimento, julgamento, comparação e escolha, análise, percepção, resolução de
problemas, entre outras. Um baralho de cartas contendo figuras é utilizado em uma
grande variedade de situações. Um exemplo interessante é o de “conceitos”. Partindo do
pressuposto de que “objetos que parecem completamente diferentes podem ser
agrupados por um conceito comum”, este autor apresenta oito gravuras quaisquer e
solicita que sejam pareadas segundo um determinado conceito. Alguns são mais óbvios,
outros exigem maior abstração. Um automóvel e um cavalo têm em comum o fato de
servirem de meio de locomoção; uma galinha e um bolo são alimentos; um barco e uma
torneira são relacionados com água; um olho, uma gaveta, um guarda-chuva, uma chave
e uma janela, apesar de totalmente diferentes em termos de forma e função, estão
relacionados com os verbos abrir e fechar.

Outro exercício utilizado por De Bono (1995) é o das possibilidades, onde o terapeuta,


escolhendo uma figura sem que o paciente tenha conhecimento da mesma, relata
algumas de suas características. Exemplo: “Necessita de eletricidade”. O paciente então
tenta adivinhar, perguntando: “um secador de cabelos?” “Um ferro de passar?” “Um
abajur?” Depois de várias tentativas, se o objeto não foi identificado, é dada outra
característica, como: “utiliza rodas” ou “serve para transporte”, etc. Os conceitos vão
ficando cada vez menos abrangentes até que o paciente consiga decifrar o enigma. Numa
segunda etapa, os papéis são invertidos, e nesta feita cabe ao paciente seleciona as
características.
No item relacionado com Julgamento, um exercício interessante é apresentado: o
terapeuta propõe algumas premissas. Exemplos: “pode ser um ótimo presente de
aniversário”, ou “é perigoso e requer que se utilize com cuidado”, ou “usa-se na cozinha”.
As cartas contendo figuras são viradas, uma a uma, e o paciente tem que imediatamente
julgar se a gravura se encaixa ou não naquela premissa. Mais uma vez, os papéis podem
ser trocados, dando a vez ao paciente elaborar as premissas.

O mesmo autor também aborda o tema:  Alternativas. Há por exemplo, vários meios de se
atingir um mesmo objetivo, várias rotas alternativas para se chegar de um ponto a outro da
cidade. Alternativas precisam servir a um mesmo propósito. Se quero proteger os pés, um
par de botas ou de tênis, chinelos ou meias são alternativas para um par de sapatos.
Neste caso, rosas não são uma alternativa para os sapatos. No entanto, podemos
imaginar uma circunstância onde os sapatos podem adequadamente ser substituídos
pelas rosas. Que circunstância? Quando ambos se constituem alternativas para um
presente de aniversário. Há, no Mind Power – Discover the Secrets of Creative Thinking,
(De Bono, E., 1995) interessantes exercícios envolvendo alternativas.
Diferenças, semelhanças, comparações, escolhas, decisões, análises, são todos
processos de pensamento utilizados em atividades para exercitar habilidades de lógica e
raciocínio, além de estimular a linguagem.

Brubaker, S.H. (1987) têm uma série de oito workbooks cuja finalidade é prover material
para estimulação cognitiva e de linguagem  em pessoas com inabilidades nestas áreas.
Alguns são específicos para a reabilitação das afasias. Itens como formação de palavras
(acrescentar uma, duas ou três letras, completar palavras cruzadas, juntar palavras para
formar outras, inserir palavras dentro de outras, inverter letras, etc.), frases feitas e
expressões idiomáticas (palavras em comum, completando frases, expandindo provérbios,
completando clichês, etc.) reconhecimento visual (identificando silhuetas, letras em
comum, palavras escondidas, localizando erros, etc.), soluções lógicas (múltiplos
significados, características de palavras, lendo mapas, fazendo rotas, quebra-cabeças,
resolvendo códigos, etc.), entre muitos outros, enriquecem uma terapia de reabilitação de
afasia, tornando-a mais atraente, tanto para paciente quando para o terapeuta, além de
cumprir plenamente seus objetivos.
Itens como Completar Palavras, Palavras Imbricadas, Completar expressões, sentenças,
provérbios e ditos populares, estão entre os exercícios propostos por Papaterra-Limongi,
F., no Manual Papaterra de Habilidades Cognitivas, volumes I e II, 1999 e 2000 e Manual
Papaterra de Habilidades de Linguagem, 2001. A percepção, o reconhecimento visual, a
atenção, a criatividade, o raciocínio lógico, a abstração são trabalhadas de diversas
formas. As charadas e “pegadinhas” exercitam predominantemente a atenção e a lógica,
emprestando um caráter lúdico e desafiador à atividade.

Exemplos de alguns exercícios:

DESENVOLVENDO UM PENSAMENTO CRIATIVO:


I
nstrução: As frases abaixo podem ser completadas de muitas maneiras diferentes.
Escreva todas as palavras, frases ou expressões que possam lhes dar sentido. Ex:

1- Choveu tanto que ___________________________________


(Respostas possíveis: As ruas ficaram alagadas, o trânsito parou, não consegui sair de lá,
as casas desabaram, apareceram goteiras, não pude chegar a tempo, desistimos da
viagem, etc).

2- A música estava tão alta que ____________________________;

3- Ela anda tão esquecida que ______________________________;


Agora, vamos fazer o contrário do exercício anterior. Considerando a segunda frase,
determine as frases que podem precedê-la. Ex:
1- _______________________ela faz aniversário.
(Respostas possíveis: Ele não sabe quando; Disseram que; Quero saber o dia em que;
Convidaram para uma festa pois; Compraram um bolo porque; etc.

2- ______________________porque não apareceu ninguém.

3- ______________________tanto que nos comoveu.


A mesma frase pode ser completada de maneiras completamente diferentes, como têm
sido ilustrado pelos exercícios anteriores. Por exemplo;
Ela ficou desapontada porque ___________________________
Pode ser completada por: não apareceu ninguém; ou a torta ficou salgada; ou ninguém
reparou na sua roupa nova. Estas três frases, totalmente distintas, servem de
complemento à primeira.

Este exercício requer muita imaginação. Descubra uma frase inicial que pode ser
completada ao mesmo tempo pela três que se seguem:

1- __________________________(porque não tem a cabeça no lugar; pois gastou tudo


na vigem; porque perdeu no bingo).

2- __________________________(porque o vizinho não agüentava mais; porque está


sem tempo; pois este ano vai fazer cursinho).

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