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SÃO PAULO
2023
RESUMO
O objetivo deste trabalho é o de refletir sobre a gestão da política pública em saúde mental. A
Política Nacional de Saúde Mental é constituída por estratégias e diretrizes que visam organizar a
assistência às pessoas que necessitam de atenção e tratamento de questões como à transtornos
mentais e/ou, por exemplo, sobre o uso abusivo de álcool e outras drogas e Lei Antimanicomial e
nas legislações que sucederam e aperfeiçoaram o novo paradigma do tratar em liberdade. A
concepção e formulação de uma política pública devem estar relacionadas na população a ser
contemplada, contribuindo assim para a reflexão e construção mais abrangente das novas
mudanças de modelos de serviços e consolidação de políticas públicas em saúde mental,
efetivando direitos e a construção da cidadania, através de ações que orientam a vida social. Foi
utilizada a metodologia bibliográfica para evidenciar tais eventos. A busca de artigos ocorreu nas
bases de dados SciELO e BVSalud entre outros e considerou publicações brasileiras dos últimos
5 anos que atendiam os critérios de inclusão.
Palavras-chave: Política pública; Saúde Pública; Saúde Mental; Transtorno Mental; Tratar em
Liberdade.
INTRODUÇÃO
1
Para Saúde Mental – utilizaremos a sigla SM.
sociedades contemporâneas, a associação entre políticas públicas, política social, necessidades
sociais e direitos de cidadania tornou-se uma recorrente tendência intelectual e política.
No Brasil o sistema de saúde tem passado por importantes transformações em busca de
melhorias, na relação custo-benefício, principalmente na atenção básica, a gestão descentralizada,
a melhoria na qualidade do cuidado, inserção da participação popular através dos conselhos e
conferências, são algumas ações que vêm sendo construídas.
Conforme está previsto nas políticas públicas em saúde mental, o que podem incluir os
estados e municípios devem realizar uma política de saúde mental equânime, inclusa, extra-
hospitalar com base comunitária. Os gestores devem possibilitar condições técnicas e políticas
que garantam o direito ao tratamento, a organização de uma rede de atenção integral a saúde
através de dispositivos sanitários e socioculturais que integram varias dimensões da vida do
indivíduo. Buscando dispositivos estratégicos, que funcionam de forma articulada com as
instâncias dos cuidados básicos de saúde entre eles os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS),
programa Estratégia da Saúde da Família (ESF), Unidades Básica de Saúde (UBS), além de
atendimento terciário e atividades de cuidado e suporte social (HECK, 2008).
O sofrimento mental não é um fenômeno exclusivamente individual, mas de relação
pessoal de posicionamento em relação a seus conflitos e contradições, o adoecimento e o
tratamento envolve esse conjunto (sociocultural e política, biológica e psicológica) e necessita de
ações entre essas dimensões, fortalecendo os vínculos familiares e sociais, ser compreendido
como um sujeito com direito a voz e participação no seu tratamento. Sendo de extrema
importância o trabalho em equipe interdisciplinar, buscando novas formas de sociabilidade e
envolvimento familiar (OLIVEIRA, 2006).
A política, enquanto manifestação da organização do Estado por meio de um conjunto de
objetivos e interesses materializados em ações que orientam a vida social, no caso específico da
política de saúde, define a forma de organização da produção da atenção em saúde e determina as
características de acesso, da qualidade da atenção e do processo de trabalho.
A responsabilidade dos atores e instância sociais dos serviços de saúde mental é um
elemento crucial, pois se quer dele a assunção de responsabilidade pelas necessidades da
população de determinado território, no caminho da descentralização da gestão da assistência
pública. Deve ser atribuições gerenciais sobre uma área administrativa municipal de saúde, sendo
organizador da demanda de atendimento psiquiátrico, ocupando funções de maior poder decisório
sobre o uso dos recursos assistenciais. Debatendo em uma dicotomia em aqueles que atendem e
aqueles que fazem reunião, ficando difuso o papel do gestor.
Ao formulador de políticas públicas cabe: perceber, compreender e selecionar as diversas
ações. Quando abarcadas e aliadas às expectativas da sociedade, ele fará a seleção de prioridades,
oferecendo respostas (LOPES & AMARAL, 2008). Reside na área de políticas públicas portanto,
a função de depreender a ampla atribuição dos Estados e tipos de intervenções na sociedade, seja
na economia, seja na provisão de serviços públicos (MADEIRA et al., 2020).
No Brasil, houve a construção de um sistema integral a partir de reuniões/conferências,
resultando no que é hoje o Sistema Único de Saúde – SUS.
Em 2011, o decreto nº 7.508 estabeleceu a exigência da atenção psicossocial como um
dos requisitos para a instituição das Regiões de Saúde e organização das Redes de Atenção à
Saúde. Denominado um marco na história da gestão brasileira da Saúde Mental considerando a
possibilidade de oferta de uma rede de serviços de integrada do SUS, articulada e resolutiva de
acordo com o relatório de gestão do MS referente à 2011-2015 (BRASIL, 2016).
Com a pandemia de COVID-19, as questões da saúde e da SM tornaram-se assuntos
mundiais, pautando discussões no campo de políticas públicas. Sob essa perspectiva, em outubro
de 2020, a OMS organizou um evento virtual em comemoração ao dia da SM (OPAS/OMS,
2020).
Além disso devemos considerar a ótica multidisciplinar que o tema Saúde carece, o SUS
alicerça um esforço, unindo políticas, suas interfaces, pluralidades e imbricações, notadamente no
que se refere à SM. Embora a Lei 10.216 seja de 2001, somente em 2008 operacionalizou-se a
SM na esfera SUS.
Desta forma, os objetivos deste trabalho visam identificar e descrever os atuais serviços
assistenciais voltados a Saúde Mental fomentado pelas políticas brasileiras sobre o tema de modo
a analisar seu potencial para suprir lacunas contextuais, favorecendo o atendimento a esta parcela
crescente da população sujeita a transtornos mentais.
JUSTIFICATIVA
Considera-se que este estudo direciona a reflexão e discussão de como está sendo
oferecido e gerenciado o serviço de saúde mental pelo Estado brasileiro e com seus principais
executores desta política, contribuindo para que os gestores e profissionais reflitam sobre o
processo de mudança e nas ações que são desenvolvidas, de forma que sejam colocadas em
prática políticas desinstitucionalizantes, voltadas para a desconstrução dos saberes e práticas.
Sendo necessário buscar meios e subsídios que nos leve a algum tipo de superação das visões
restritas de compreensão do mundo e da complexidade humana, possibilitando atender a demanda
de saúde mental na sua complexidade prática e administrativa, instigando os gestores na
articulação política e parceiros na atuação dos profissionais.
Pois é um desafio construir estratégias para a produção de conhecimentos que
possibilitem a problematização de práticas e políticas implementadas, bem como a descoberta de
novos caminhos fundamentados por referenciais teórico-técnicos consistentes que sustentem ovos
projetos/modelos.
OBJETIVOS
GERAL:
ESPECÍFICO:
METODOLOGIA
3. Lopes, B.; Amaral, J. Políticas Públicas: conceitos e práticas. Sebrae MG. 2008.
6. Oliveira, AGB de. Trabalho e cuidado no contexto da atenção psicossocial: algumas reflexões.
Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 10, n. 4, dez. 2006. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452006000400011&lng=pt&
nrm=iso>. Acesso em: 07 jun. 2011.
8. Organização Mundial da Saúde - OMS. Relatório sobre a saúde no mundo 2001: Saúde mental:
nova concepção, nova esperança. (Classificação NLM: WA 540.1) WHO. 2001.
9. Pereira, PAP. Política Social: temas & questões. 3ª edição. São Paulo: Cortez, 2011.